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SISTEMAS MOTORES:

Sistema Motor Somático

Músculo esquelético

• Permite atuar sobre o meio externo. Selecionar ações para atingir


um objetivo.

• Atos como falar, escrever, transmitir emoções através da expressão


facial, respirar etc. dependem da ação do sistema motor somático
sobre músculos específicos
Sistema motor somático
 Tem uma organização hierárquica.
 Tem uma organização em paralelo.
 O comando motor é guiado pelas aferências sensoriais.
 A aprendizagem muda a natureza e o local do comando motor.

Objetivos gerais

Tática, planos de
ação específicos

Execução motora

(Pinel, 2005)
Circuitos Motores:
Resumo do sistema motor:
Organização hierárquica das respostas motoras

• Resposta reflexa
• Movimento rítmico, automático (marcha, mastigação)
• Ato motor voluntário

Motoneurônio α VIA FINAL COMUM

músculo esquelético
Reflexos:
Reflexo de Flexão-Retirada:
Estímulo: Dor, temperatura

Resposta: Flexão ipsilateral


e extensão contralateral
Movimentos voluntários:
1. Motoneurônio α músculo esquelético
(Neurônio motor inf.)

2. Unidade motora

Unidades motoras grandes >< pequenas


Unidades motoras rápidas >< lentas
Reflexos Medulares:
Um reflexo nervoso é a reação motora produzido por um sinal
sinal sensorial. Os reflexos da medula espinhal são respostas
motoras estereotípicas a tipos específicos de estímulos, como
o estiramento de um músculo.
Três elementos essenciais devem estar sempre presentes para
que um reflexo ocorra: Um órgão receptor, um sistema neural
de transmissão e um órgão efetor.
Reflexo de Flexão-Retirada:
Número de sinapses: Muitas Estímulo: Dor, temperatura
Resposta: Flexão ipsilateral e extensão contralateral
ARCO REFLEXO

gânglio da músculo
receptor
raíz dorsal esquelético
sensorial

neurônio sensitivo motoneurônio α

IMPORTÂNCIA DOS REFLEXOS


- integridade do organismo, tonus muscular.
- unidades básicas de movimentos sobre as quais se estruturam
seqüências motoras complexas
- diagnóstico de lesões do SN
Movimentos voluntários
 Movimentos e ações voluntários dependem de uma
constelação de áreas corticais mobilizadas em
concerto.

 Cada área cortical dá a sua contribuição particular


para a estrutura de um movimento complexo.

 A base para a construção do movimento voluntário é


o lobo frontal com suas interações com outras áreas
corticais, gânglios da base e cerebelo.

(Luria, 1971)
Movimentos voluntários

Córtex pré-frontal
• É o topo da hierarquia executiva.
• Formula a intenção ou tarefa motora.
• Elabora um programa de ação
(sequência de operações).
• Monitora o curso da ação, podendo
reformular a estratégia em função de
contigências externas.
• Verifica o resultado final.
Movimentos voluntários
Áreas pré-motoras

• Elaboram a estratégia motora.

• Associados aos gânglios da base,


são responsáveis pela melodia
cinética.
Movimentos voluntários
Giro pré-central (MI) Homúnculo motor (MI)

• É responsável pela execução motora.


• Tem uma organização somatotópica.
• Ativa motoneurônios de forma seletiva, permitindo realizar
movimentos delicados, individualizados.
De: Fuster (2000)
Movimentos voluntários
Giro pós-central (SmI)
• Recebe aferências proprioceptivas, de tato
e pressão.

• Fornece informações sobre a posição das


articulações e sobre o tonus muscular.
Movimentos voluntários

Áreas parieto-occipitais
• São o topo da hierarquia perceptiva.

• Integram informações visuais, auditivas,


vestibulares e proprioceptivas.

• Representação do espaço próximo e da


posição do corpo com relação a um sistema
de coordenadas tridimensionais. Percepção
e também memória de relações espaciais.

• Organização espacial dos movimentos.


Vias descendentes dorsolaterais estão envolvidas no
movimentos finos voluntário da musculatura distal e estão sob
controle direto do córtex.

Dois sistemas anatômicos


distintos de vias descentes
participam do ato motor

Vias descendentes ventromediais estão envolvidas no


controle da postura e do equilíbrio e estão sob controle do
tronco encefálico
(motor, pré-motor, somestésico, parietal posterior)

Tálamo Córtex cerebral

Gânglios da base
Cerebelo

Tronco cerebral

Vias descendentes
motoneurônio α
Núcleos motores de nervos cranianos
Medula espinhal
Gânglios da Base: Papel na controle dos movimentos
Gânglios da Base:
Os gânglios da base (BG) formam um grupo de núcleos
subcorticais ligados ao controle motor. Seus principais
componentes são:
1. Núcleo caudado – putâmen, = neoestriado
2. Globo pálido
3. Núcleo subtalâmico
4. Substância negra
A principal função dos gânglios da base é a de influenciar o
córtex motor, por meio de vias que passam pelo tálamo. Assim,
funcionalmente associados aos BG são os núcleos ventral anterior
e ventral lateral do tálamo.
Já em 1876, David Ferrer conclui que o corpo estriado contém
“os centros de integração motor automático ou sub-voluntário”.
Porém, os gânglios da base e em particular os partes ventrais
deles também contribuem para as funções afetivas e cognitivas.
Gânglios da Base:
Gânglios da Base fazem parte do assim
chamado Sistema Extra-piramidal.

Tálamo Lobo Frontal

Gânglios da base

Tronco encefálico

Medula espinhal
motoneurônios α
Não há conexões diretas entre os gânglios da base e os
motonêuronios na medula. Toda informação é projetada via
circuitos indiretos envolvendo, o tálamo, o córtex, o tronco e o
cerebelo.
Modelos anatômicos dos Gânglios da Base: Modelos detalhados da circuitaria
intrínseca dos BG foram primariamente descritos no final dos anos 80.
Particularmente importantes foram as descobertas de 1.) de alças paralelas
segregadas, conectando distritos específicos dos BG topograficamente com o
tálamo e o córtex (Alexander et al., 1986) e 2.) duas vias separadas intrínsecas,
a via direta e a via indireta que se originam de populações segregadas de
neurônios de projeção no estriado (Albin et al., 1989; DeLong, 1990). Ademais
a atividade dessas vias e regulado de forma diferenciada por dopamina.

From: Redgrave et al. (2010)


CIRCUITARIA DOS GÂNGLIOS DA BASE
CÓRTEX CEREBRAL LOBO FRONTAL

Entrada estriado
TÁLAMO

Saída GPi, SNr

TRONCO CEREBRAL
Circuitaria intrínseca
GPe, STN, SNc, VTA
MEDULA ESPINHAL
Circuitaria dos Gânglios da Base:
As vias dos gânglios da base são criticamente envolvidos no
planejamento e na execução dos movimentos desejados. Duas vias
principais paralelas dos gânglios da base com funções opostas para os
movimentos têm sido descritos. Esse modelo clássico das vias dos
gânglios da base propõe que a ativação da via “direta” facilita os
movimentos desejados e ativação da via “indireta” inibe movimentos.
Circuitaria dos Gânglios da Base:

Cor vermelho = imunomarcação para dopamina


Via direta: O produto final da via direita é excitação do tálamo.

Córtex
+
Estriado
-
Subst. negra + GP inteiro
-
Tálamo
+
Córtex motor

2 sinapses inibitórias seqüenciais

Desinibição do tálamo
Desinibição um processo básico na expressão das funções
dos gânglios da base: + GLU
ativação

GABA GABA
A B C
- inibição -
desinibição

2 sinapses inibitórias seqüenciais

Desinibição da estrutura C
Via indireta: O produto final dessa via é inibição do tálamo.

Córtex
+
Estriado
(caudado-putâmen)
-
Globo Pálido (externo)
-
Núcleo subtalâmico
+
Substância negra
-
Tálamo
+
Córtex motor
Quase todas as áreas do córtex cerebral se projetam
topograficamente, para o estriado, inclusivamente aferências
críticas do córtex motor e córtex pré-motor.

Porém somente os lobos


frontais recebem projeções
de volta sobre o tálamo do
estriado.
ALÇAS PARALELAS, SEGREGADAS
Circuitos cortico-subcorticais reentrantes são organizadas em alças paralelas
segregadas
motor
Cx Fr límbico

Estriado

GPi, SNr oculomotor

Tálamo
pré-frontal

Alexander et al.,1986
Segregated parallel cortico-basal ganglia-thalamo-cortical circuits
are differentially involved in distinct disorders:

From Zigmond et al., (Eds.); Fundamental Neuroscience (1999)


ALÇA MOTORA Alça motora

Patofisiologia das
discinesias

Alexander et al,1986
Alexander et al. 1986
Alças do Cx Pré-Fr ventromedial

HF
ACA EC
ITG

Patofisiologia dos
transtornos afetivos
(ex. TOC, depressão maior)

Alexander et et
Alexander al.al.
1986
1986
Gânglios da Base: Papel da dopamina no controle dos movimentos

Neurônios espinhosos de tamanho médio imunomarcados por DARPP-32 (verde) e a


sua inervação dopaminérgica (imunomarcaçaõ por TH , vermelho) no estriado dorsal.
Além do circuito básico das vias direta e indireta, existem conexões
reciprocas entre o estriado e o complexo área tegmental ventral (VTA) -
substância negra (SN). A inervação do estriado dorsal se origina
principalmente da SN e usa a dopamina como neurotransmissor.

SNc

SNr

Neurônios imunomarcados por tirosina hidroxilase


na substância negra humana
Topografia das vias reciprocas entre
o complexo VTA/SN e o estriado.
From: Haber & Knutson (2010)
Dopamina no estriado:
2 sistemas dopaminérgicos

 Sistema Nigroestriatal
Fr Controle de movimentos.
É afetado na doença de Parkinson.
SNc -> Caudado e Putamen

 Sistema Mesolímbico/Mesocortical

Afeto, emoção, atenção e motivação.


Implicado na esquizofrenia e na adição
VTA -> Accumbens
Sistema Nigroestriatal VTA-> Córtex Frontal
Sistema Mesolímbico/Mesocortical
Dopamina modula os neurônios nos Gânglios da Base:
Cerca de 95% dos neurônios nos BG são neurônios de projeção
GABAérgicos que têm uma morfologia similar e são referidos como
neurônios espinhosos de tamanho médio (MSNs). A maioria deles
recebe entradas convergentes dopaminérgicas e glutamatérgicas que
formam sinapses no mesmo espinho ou no mesmo segmento
dendrítico.

From: Metzger et al. (2002)


As atividades das duas vias é regulado de forma diferenciada por
dopamina. MSNs que formam a via direta expressam receptores do tipo
D1 enquanto os MSNs da via indireta expressam receptores do tipo D2.

Enquanto os neurônios expressando


receptores do tipo D1 são ativados por
dopamina, aquelas expressando
receptores do tipo D2 são inibidos.

From: Gerfen (2008) From: Greengard (1999)


Modulação dos Movimentos

u Facilitação do movimento desejado

u Inibição dos movimentos contrários


Distúrbios

u Hipocinesia, rigidez, tremor, Doença de Parkinson

u Hipercinesia, Doença de Huntington


Disturbios dos Gânglios da Base:
As eferências das vias indireta e direita, dos gânglios da base para
o córtex motor são opostas e cuidadosamente balanceadas:
Distúrbio, em uma das vias vai comprometer esse balanceamento
do controle motor, com aumento ou diminuição da atividade
motora. Esse falta de balanceamento é característica das duas mais
proeminentes doenças dos gânglios da base:
Doença de Parkinson: Começa com a degeneração das células
dopaminérgicas da substância negra, resultando em redução da
inibição por meio da via indireta e redução da excitação por meio
da via direita. Tudo isso resulte em menos excitação do córtex motor
pelo tálamo e lentidão e retardo dos movimentos.
Doença de Huntington: Distúrbio hereditária autosomal, causa
degeneração de neurônios inibitórias no estriado resultando em
mais excitação do córtex motor pelo tálamo e movimentos coréicos
(contorcidos, espasmódicos) e demência.
O comportamento motor é determinado pela
balance entre as vias (saídas) diretas/indiretas
do estriado

Doenças Hipocinéticas
• Saídas insuficientes da via direta
• Saídas excessivas da via indireta

Doenças Hipercinéticas
• Saídas insuficientes da via indireta
• Saídas excessivas da via direta
DOENÇA DE PARKINSON
Córtex motor

D1 Putâmen D2
VA,VL

GPe
SNc SNc
STN
GLU
GABA
GPi, SNr SC, PPN
DeLong, 1990

Predomínio da Via Indireta: Distúrbios Hipocinéticos


Doença de Parkinson
Principais Sintomas:
Motoras
• Tremor (~4-5 Hz, em repouso)
• Bradicinesia (lentidão anormal de movimentos)
• Rigidez
• Perda dos reflexos posturais (Exemplos:
Instabilidade do pescoço, incapacidade de
evitar quedas
Não-motoras
• Depressão
• Problemas de memória
A degeneração de dopaminérgicos na substância negra
é a principal causa da doença de Parkinson:

PC

PR
Concentrações de dopamina nos gânglios da base em pacientes
com doença de Parkinson:
Porque os neurônios da substancia negra compacta são
particularmente vulnerável ???
Quais são as causas para a degeneração desses neurônios???
Estresse oxidativo?
Doença hereditária?
Doença dos mitocôndrios?
Propriedades intrínsecas desses neurônios?
Tratamentos para a doença de Parkinson:

1. Tratamento com L-dopa (precursora da dopamina)

2. Cirurgias envolvendo lesões do núcleo sub-talâmico ou do


segmento interno do globo pálido.

3. Terapias gênicas
- implantação de células geneticamente modificados
para expressar a tirosina hidroxilase, a enzima que
converte a tirosina em L-dopa

- implantação de células tronco (progenitores


multipotentes)

4. “Deep brain stimulation” (implantação de eléctrodos).


Dopamina como neurotransmissor
• 1958: encéfalo de coelho
• Reserpina: depleção de
DA
• L-DOPA: ↑↑↑↑ DA

Arvid Carlsson
Tratamento cirúrgica da doença de Parkinson:
Qual é o papel dos BG no controle de movimentos?

 Participam no controle comportamental de nível superior como


programação e execução motora, aprendizado motor (memória de
procedimentos), formação de hábitos e seleção de ações. Estão
aperfeiçoando a eficiência dos módulos corticais envolvidos no
controle de movimentos.

 Não parecem ter um papel essencial na iniciação ou no controle


“on line” dos movimentos.

“It would be reasonable that the BG do not play a role in the


initiation or selection of movements, but rather in the training or
conditioning of cortical modules. Thus, the currently favored model
ascribes parkinsonism to a disruption of normal cortical activities.”
DeLong & Wichman, 2009
Estimulação de vias alternativas para iniciar os movimentos:
Previsão melhor:
Cognition in Parkinson’s Disease
• Over 50% of people with PD experience some form of
cognitive impairment

• Difficulties are typically in the following areas:


– attention
– short-term memory
– executive (problem-solving, multi-tasking)
– visuo-spatial (perception, navigation, calculation)

Descrição de um paciente com Parkinson na literatura:

Jonathan Franzen: As correções


Memória de trabalho
Depende crucialmente do córtex pré-frontal
e de suas aferências dopaminérgicas
A model for how striatal plasticity may modulate reinforcement
and punishment

Long-term potentiation of synapses onto direct or indirect pathway neurons may cause positive
reinforcement or punishment, while long-term depression of these synapses may cause
negative reinforcement or punishment. Through such plasticity, the motoric and rewarding
effects elicited by contexts, cues, and actions can be updated to alter future behavior. From:
Kravitz & Kreitzer, 2012.
Doença de Huntington: Patologia

Huntington’s

Normal
A doença de Huntington é uma doença hereditária em um padrão
autosômico dominante, causado pelo uma mutação no cromossomo 4.
O gene responsável para essa doença chama se Huntingtina.

entre o estriado e a parte


compacta da substância negra. O
neurotransmissor para a conexão
da substância negra para o
estriado e a dopamina.
Doença de Huntington
Patofisiologia
• Atrofia do estriado
• Perda dos neurônios estriatais GABAérgicos
• Sequência
1st: Perda dos neurônios estriatais GABAérgicos
da via indireta
2nd: Perda dos neurônios estriatais GABAérgicos
da via direta & atrofia cortical
DOENÇA DE HUNTINGTON

Córtex motor
GLU
GABA Cd/Put
VA,VL
GPe

STN

GPi, SNr CS, PPN


DeLong, 1990

Predomínio da Via Direta: Distúrbios Hipercinéticos


Estriado ventral: Núcleo accumbens:
Os partes ventrais dos gânglios da base e
em particular o núcleo accumbens, também
contribuem para as funções afetivas e cognitivas.

O núcleo accumbens (Acb) é uma


estrutura do estriado ventral implicada no
controle de comportamentos relatados a reforços
naturais, como a ingestão de comidas e
comportamentos sexuais, assim como no controle
de comportamentos relatados a reforços artificiais
como drogas de abuso (Kelley, 2004).

O Acb esta altamente envolvido em


mecanismos de aprendizagem e memória de
novos movimentos voluntários (aprendizagem
instrumental, memória procedural; Smith-Roe
and Kelley, 2000).
O circuito de recompensa:
Cerebelo: Células de Purkinje
Cerebelo:
O cerebelo tem três funções principais:
1. Regulação dos movimentos em curso
2. Programação das seqüências motoras
3. Regulação dos reflexos vestibulares
Implícita nessas funções, esta a importância do aprendizado motor.
hemisf. cereb
verme CEREBELO

Hemisférios cerebelares
- parte intermédia
- parte lateral

Visão dorsal

pedúnculos cereb.
superior
médio
inferior

Lobo flóculo-nodular

nódulo flóculo Visão ventral


Execução motora Programação motora
Af. somatosensorias e
vestibulares periféricas Af. corticais

Compara e
CEREBELO executa as correções

Vias descentes dorsolaterais e ventromediais


Cerebelo:
O cerebelo, ou pequeno cérebro, regula o movimento e a postura
com participação em certas formas de aprendizado motor. O
cerebelo ajuda a controlar a freqüência, o alcance, a força e a
direção dos movimentos (chamadas, em conjunto, de sinergias).
As lesões cerebelares resultam em falta de coordenação.

Existem três divisões principais do cerebelo: o vestíbulo-cerebelo,


o espino-cerebelo e o ponto-cerebelo ou cérebro-cerebelo.
O vestíbulo-cerebelo é dominado pelas aferências vestibulares,
controlando equilíbrio e os movimentos oculares.
O espino-cerebelo é dominado pelas aferências medulares, contro-
lando a sinergia dos movimentos.
O ponto-cerebelo é dominado pelas aferências cerebrais, por meio
dos núcleos pontinos, controlando a planificação e a iniciação dos
movimentos.
Distúrbios Cerebelares:
As lesões cerebelares produzem a anormalidade dos movimentos,
chamados de ataxia. A ataxia cerebelar é uma falta de coordena-
cão, decorrente de falhas na freqüência, no alance, na força e na
direção dos movimentos.
Pode ocorrer retardo do início do movimento ou execução falha
da seqüência do movimento, fazendo com que esse movimento
pareça incoordenado.
Lesões cerebelares: distúrbios motores

Deficits de coordenação motora (Não controla mais de


forma precisa a direção, força, a velocidade e amplitude dos
movimentos)
Tremor intencional
Hipotonia
Fraqueza muscular
Deficit graves de postura e equilíbrio
Marcha cambaleante
Disartria: fala escandida
Deficits nos movimentos oculares
Aprendizado motor prejudicado
Transtorno obsessivo-compulsivo: TOC
Transtorno obsessivo-compulsivo TOC
O Transtorno obsessivo-compulsivo consiste na combinação de
obsessões e compulsões. O que são obsessões? São pensamentos
recorrentes insistentes que se caracterizam por serem
desagradáveis, repulsivos e contrários à índole do paciente. Por
exemplo, uma pessoa honesta tem pensamentos recorrentes de
roubo, trapaça e traição; uma pessoa religiosa tem pensamentos
pecaminosos, obscenos e de sacrilégios. Os pensamentos
obsessivos não são controláveis pelos próprios pacientes. Ter um
pensamento recorrente apenas pode ser algo desagradável, mas
ter obsessões é patológico porque causa significativa perda de
tempo, queda no rendimento pessoal e sofrimento pessoal.
Compulsões:
As compulsões são gestos, rituais ou ações sempre iguais,
repetitivas e incontroláveis. Um paciente que tente evitar as
compulsões acaba submetido a uma tensão insuportável, por
isso sempre cede às compulsões. Os pacientes nunca perdem o
juízo a respeito do que está acontecendo consigo próprios e
percebem o absurdo ou exagero do que está se passando; mas
como não sabem o que está acontecendo, temem estar
enlouquecendo, e pelo menos no começo tentam esconder seus
pensamentos e rituais. No transtorno obsessivo-compulsivo os
dois tipos de sintomas na maioria dos pacientes estão juntos,
mas pode haver casos com predominância de obsessões, sendo
as compulsões são discretas, ou vice-versa.
Camundongos com TOC?
Sapap 3 – knockouts mostram mais ansiedade:
Tratamento com Fluoxetine (inibidor da re-captação de serotonina)
reverte as sintomas:
Sapap 3 é fortemente expresso no estriado e as respostas pós-
sinápticas nos neurônios estriatais estão alterados em Sapap 3
knockouts:
Postsynaptic scaffolding proteins:
In the postsynaptic density of neuronal excitatory synapses, PDZ proteins such as
PSD-95 organize glutamate receptors and their associated signalling proteins and
determine the size and strength of synapses.
Re-expressão seletiva da Sapap-3 no estriado reverte as
sintomas:
Segregated parallel cortico-basal ganglia-thalamo-cortical circuits
are differentially involved in distinct disorders:

From Zigmond et al., (Eds.); Fundamental Neuroscience (1999)


A teoria serotonérgica do TOC:

Numerosas pesquisas sugeriam fortemente um envolvimento do


neurotransmissor serotonina na fisiologia do TOC. Esses estudos
se baseiam nas respostas terapêuticas de 40 a 60% dos pacientes
tratados com antidepressivos que proporcionam (inibam) a
recaptação de serotonina (5HT), tais como a Comipramina, a
Fluoxetina (Prozac), a Fluvoxamina, a Sertralina.

Os Antidepressivos Tricíclicos também podem ser efetivos. O


mais usado para o TOC é a Clomipramina (Anafranil). Por outro
lado, tricíclicos que não agem no sistema serotonérgico, como a
desipramina, são ineficazes. Para tratar TOC, as doses do
medicamento normalmente tem que ser mais alta que a
recomendada para tratar a depressão.

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