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Inicia-se pela avaliação do paciente, buscando encontrar qualquer adversidade que possa gerar riscos
ou complicações para o procedimento. A história clínica, medicamentosa e o exame físico são
fundamentais para identificar fatores como obesidade, pescoço curto, descompensação
cardiorrespiratória, lesões próximas aos sítios de punção e relacionar com a escolha do sítio de punção.
A escolha do sítio deverá ser individualizada, considerando riscos, facilidade de punção e experiência
profissional. A veia jugular interna (VJI) é o local de preferência diante da facilidade de compressão
local em caso de sangramento, longe de locais potencialmente contaminados e com menor risco de
complicações. Na punção da veia subclávia (VSC), a relação anatômica entre a VSC e a clavícula torna
a inserção do cateter guiada por ultrassom mais difícil e menos confiável do que a inserção baseada
em pontos de referência, além da proximidade com o campo pulmonar, que gera grande risco de
pneumotórax por erro de punção. O acesso femoral possui grande risco de infecção pela proximidade
do períneo, dificuldade de manutenção de curativos e preservação de assepsia. Este geralmente é
utilizado diante de dificuldades de punção na região cervical.
TÉCNICA:
Em uma abordagem transversal, a agulha cruza o plano do feixe de ultrassom e apenas a ponta da
agulha é vista. Centralizar a VJI em uma visão transversal na tela e avaliar a profundidade do vaso.
Inclinar o transdutor, apontando o feixe de ultrassom para o operador. Inserir a agulha em um ângulo
de 45 a 60 graus em relação à pele no centro do longo eixo do transdutor. Identificar a ponta da agulha
na tela inclinando sutilmente o transdutor. É fundamental identificar e rastrear a ponta da agulha.
Avançar a agulha alguns milímetros de cada vez enquanto segue o acompanhamento da ponta da
agulha inclinando sutilmente o transdutor para frente e para trás. Redirecionar a agulha se a trajetória
estiver fora do alvo. À medida que avança, a ponta da agulha será visualizada amassando a VJI, até a
punção e a entrada no vaso. Depois que a agulha entra na VJI, o fio-guia é inserido para manter o
trajeto. Antes de prosseguir, o operador pode confirmar com compressão e/ou com o Doppler o
posicionamento adequado do fio-guia na VJI e não na ACC. Se houver qualquer dúvida sobre a
colocação do fio-guia na VJI versus ACC, o fio-guia pode ser removido imediatamente com risco
mínimo de danos ao paciente; no entanto, se um cateter venoso central for inadvertidamente colocado
na ACC, podem ocorrer complicações maiores, como um acidente vascular cerebral. Após a
confirmação do fio-guia na VJI, prosseguir usando a técnica padrão.
ABORDAGEM LONGITUDINAL
Em uma abordagem longitudinal, o plano do feixe de ultrassom é paralelo ao curso do vaso e a ponta
e a haste da agulha podem ser visualizadas. Primeiramente, a VJI deve ser centralizada em uma visão
transversal na tela e, em seguida, o transdutor é girado a 90º com o marcador do transdutor apontado
cranialmente.
Assim que o transdutor estiver centralizado sobre a VJI em seu diâmetro mais largo em uma visão
longitudinal, segurar o transdutor firmemente no lugar. Evitar que o transdutor deslize sobre a ACC,
que pode ser facilmente confundida com a VJI. A pulsatilidade e as paredes espessas distinguem a
ACC da VJI em uma visão longitudinal. Inserir a agulha em um ângulo de 45º–60º em relação à pele
no centro do eixo curto do transdutor e dentro de 5mm do transdutor. O ângulo de inserção da agulha
e a distância da agulha do transdutor devem ser apropriados para a profundidade do vaso alvo.
Identificar a ponta e a haste da agulha na tela. Ajustar a trajetória da agulha para apontar a ponta em
direção à VJI em um plano onde o vaso é visto em seu diâmetro mais amplo em uma visão longitudinal.
Acompanhar a ponta da agulha em tempo real enquanto a agulha avança pelos tecidos até a VJI.
TÉCNICA DE PUNÇÃO:
INDICAÇÕES:
As indicações de acesso venoso central são variadas e frequentemente cursam por dificuldade de
acesso venoso periférico ou pela sua ineficiência; infusões medicamentosas incompatíveis, como
drogas vasoativas; para monitorar pressão venosa central (PVC); infusão de nutrição parenteral ou
administração de soluções concentradas; para hemodiálise, hemofiltração, plasmaferese e oxigenação
por membrana extracorpórea.
COMPLICAÇÕES:
Fatores de risco para complicações: radioterapia ou cirurgia prévia no sítio de acesso, ausência de
experiência, obesidade, múltiplas tentativas, coagulopatias. Dentre as complicações, identifica-se
infecção, punção arterial, hematoma, extravasamento, sangramento, embolização do fio-guia,
embolização de trombo já existente, embolia aérea, hemo/pneumotórax, derrame pleural, perfuração
de grandes vasos, lesão de estruturas vizinhas, arritmias, fissura ou obstrução do cateter.
REFERÊNCIAS
− Ferrada, P. “Como fazer canulação da veia jugular interna guiada por ultrassom”. In:
msdmanuals.com, Post, 2023.
− Heffner, AC, Androes, MP. Central venous access in adults: General principles. In: UpToDate,
Post, TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA, 2023.
− Heffner, AC, Androes, MP. Placemente of jugular venous catheter. In: UpToDate, Post, TW
(Ed), UpToDate, Waltham, MA, 2023.
− McGee, David C, and Michael K Gould. "Preventing Complications of Central Venous
Catheterization." The New England Journal of Medicine 348.12 (2003): 1123-133. Web.
− Soni, Nilam & Arntfield, Robert & Kory, Pierre. (2014). Point-of-Care Ultrasound.