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Profa. Dra.

Ludiele Souza Castro


Farmacêutica-Bioquímica

Farmácia/UNIC
12 de agosto de 2019
Líquidos
Secreções
Excreções
Fragmentos de tecido
Mais utilizados: sangue, urina e
fezes
BIOSSEGURANÇA
 Conjunto de medidas para a segurança, minimização e controle
de riscos nas atividades de trabalho biotecnológico das
diversas áreas das ciências da saúde e biológicas

Uso de EPI’s e EPC’s


BIOSSEGURANÇA - EPI
 É todo dispositivo de uso pessoal destinado a proteger os
trabalhadores que manipulam materiais insalubres no desempenho
das suas funções

 Tipos:
 Jaleco;
 Mascara;
 Avental;
 Óculos;
 Luvas;
 Sapato fechado.
BIOSSEGURANÇA - EPC
 Equipamentos e Dispositivos de Proteção Coletiva
 proteção do trabalhador e dos companheiros e técnicos de
setores próximos
 meio ambiente

 EPC´s
 extintores de incêndio,
 chuveiros de segurança,
 Lava-olhos,
 pia para lavagem de mãos,
 Capela de exaustão
 ....
EXAMES LABORATORIAS
 Finalidades

 Esclarecer suspeitas médicas (história clínica, exame físico do


paciente) - Auxiliar no diagnóstico
 Diagnóstico - identificar infecções de forma direta ou indireta
 Monitoramento de pacientes/terapia
 Exames pré-cirúrgicos
 Tipagem sanguínea
 Check-up
 Exames de triagem
 Exames admissionais
FASE PRÉ-ANALÍTCA

 Responsável por 70% dos erros ocorridos em laboratório (SBPC,


2014);

 Componentes dessa fase:


 Indicação do exame;
 Redação, leitura e interpretação da solicitação;
 Transmissão de eventuais instruções de preparo do paciente;
 Procedimentos de coleta, acondicionamento, transporte e preservação
da amostra biológica até o momento da efetiva realização do exame.
FASE PRÉ-ANALÍTCA

QUALIDADE
DO DIAGNÓSTICO
LABORATORIAL

COLETA TRANSPORTE

ARMAZENAMENTO E

CONSERVAÇÃO
COLETA DE SANGUE
A coleta de sangue consiste em retirar uma
amostra para a realização de testes
 Teste solicitado  determina a quantidade e o tubo
utilizado

 Observar:
 Local adequado:
 Sala ventilada e iluminada;
 Assento ou cama/maca.

 Verificar material necessário:


 Garrote, algodão, álcool 70%, seringa com agulha ou sistema de
coleta a vácuo, tubos e caneta de identificação.

 Pré-requisitos dos exames


 INTRUÇÕES GERAIS
 O jejum recomendado é de 10 a 14 horas. É livre a
ingestão de água
 As amostras para análise devem ser coletadas na
primeira parte da manhã
 Convém que o paciente ao chegar ao laboratório
descanse por alguns minutos
 Exercícios físicos devem ser evitados antes da
coleta.
ANTISSEPSIA
 Algodão embebido em álcool isopropílico ou etílico 70%
 movimento circular do centro para a periferia ou de baixo para
cima e de cima para baixo (virando o algodão)

 Permitir a secagem da área para evitar hemólise da amostra e


sensação de ardência

 Não assoprar, não abanar e não colocar nada no local

 Não tocar novamente na região após a antissepsia

Nota: Quando houver solicitação de dosagem de álcool no sangue,


utilizar um antisséptico isento de álcool (por exemplo, sabão)
NCCLS T/DM6 - Blood Alcohol Testing in the Clinical Laboratory
 Obtenção de sangue:

 Punção Venosa
 Punção Arterial
 Punção Capilar
 FORMAS DE COLETA:
 Agulha e seringa estéreis e descartáveis

 Coleta a vácuo

 Lanceta estéril e descartável


EXTRAÇÃO DE SANGUE ATRAVÉS
DE CATETER
 Cateterismo central ou periférico  Deve ser evitada, na medida do
possível
 Resíduos dos líquidos administrados
 Podem modificar significativamente os resultados das análises

• São muito poucos os casos em que não é possível evitar a extração


por cateter
• catéter deve ser irrigado com uma solução salina (10 - 20 ml de NaCl
a 0,9%)
• Primeiros 10 mL de sangue devem ser eliminados
• extração é efetuada por intermédio de um adaptador
PUNÇÃO VENOSA
Sangue venoso é o mais utilizado em
exames laboratoriais
Coleta:
Agulhas e seringas estéreis e
descartáveis
Tubos com vácuo adaptados a agulhas
estéreis, com ou sem anticoagulantes
Preferência pelas veias intermediárias
cefálica e basílica em adultos e crianças
maiores.
Outras opções: veias jugulares, veia
femoral, seio sagital superior, cordão
umbilical, etc.
SELEÇÃO DA ZONA DE PUNÇÃO
 Todas as veias superficiais da
fossa anti-cubital, antebraço e
dorso da mão;

 Uma regra importante a recordar


é: não puncionar sem ter
examinado perfeitamente o braço
do paciente;

O garrote deve ser aplicado


imediatamente antes da punção, de
forma a encontrar a veia mais
facilmente
SELEÇÃO DA VEIA / PREPARAÇÃO

 Depois de selecionar a zona de punção adequada, fazer a


antissepsia cuidadosamente. Deixar secar o álcool e não soprar
para acelerar a secagem.

 Não se deve palpar a zona de punção depois da assepsia


(mesmo com luvas).

 O braço do paciente deve estar estirado e o punho cerrado.


 PUNÇÃO VENOSA

 Veias do Dorso da Mão


 Em pacientes obesos, cujo
acesso às veias do cotovelo é
mais difícil, essas veias da
mão são por vezes mais
calibrosas.

 São extremamente móveis 


dificulta a penetração da
agulha

 A perfuração é mais dolorosa


e a hemostasia mais
demorada
 hematomas
 PUNÇÃO VENOSA
 Veias da Dobra do Cotovelo - Seringa
1. Retirar a agulha da embalagem estéril e acoplar à
seringa estéril, deixando na própria embalagem estéril
pronta para ser usada.
2. Examinar o braço do paciente e ao selecionar a veia,
colocar o garrote ao redor do braço do paciente, acima
da dobra do cotovelo.
3. O paciente deve abrir e fechar a mão várias vezes para
aumentar a circulação venosa.
4. Pela inspeção e palpação determinar a veia a ser
puncionada, que deve ser calibrosa e firme.
5. Antissepsia da pele sobre a veia selecionada, com álcool
a 70% e deixar secar.
6. Não tocar o local a ser puncionado, nem deixar que o
paciente dobre o braço.
7. O paciente, agora, deve permanecer com a mão fechada.
 PUNÇÃO VENOSA

8. Preparar a seringa e o algodão


9. Pode-se esticar a pele, com a outra mão, uns 5 cm abaixo
do local da punção, mas sem tocá-lo
10. Introduzir a agulha na pele um pouco abaixo da veia que
vai ser puncionada, e, lentamente, penetrar em seu
interior.
11. O sangue deverá fluir espontaneamente para dentro da
agulha ou, então, deve-se puxar lentamente o êmbolo, para
verificar se a agulha está na veia e, em seguida, retirar o
sangue necessário.
12. Soltar o garrote, retirar a agulha e colocar um pedaço de
algodão seco no local.
13. Retirar a agulha e transferir o sangue coletada para os
tubos com ou sem anticoagulantes, de acordo com o exame
solicitado, escorrendo lentamente o sangue, sem formar
espuma.
14. Tubos com anticoagulantes devem ser invertidos, várias
vezes, lentamente.
COLETA A VÁCUO - PREPARAÇÃO

 Retirar a agulha do invólucro e enroscá-la no adaptador.


Deixar a parte restante do invólucro no seu lugar.
PUNÇÃO

 Durante a punção, o adaptador deve ser mantido


num ângulo de 15º com o braço do paciente.

 A agulha deve ser introduzida ao longo do curso da


veia, até que toda a abertura da mesma se encontre
no interior da veia (bisel para cima).
EXTRAÇÃO

 O corpo de extração (agulha e adaptador) e fixado com o dedo indicador


da mão esquerda, entre a base da agulha e o braço do paciente

 O tubo de extração é introduzido no adaptador

 O dedo indicador e o dedo médio devem situar-se na base do adaptador

 O polegar pressiona completamente o tubo para dentro do adaptador

 Para retirar o tubo do adaptador, deve ser exercida uma pressão contrária
com o polegar sobre a base do adaptador

 Isto evita que a agulha mude de posição e facilita a extração do tubo.


PROBLEMAS ESPECÍFICOS COM A EXTRAÇÃO DE SANGUE

 A ponta da agulha não está completamente dentro da veia


 Introduzir mais a agulha até perfurar a veia

 A agulha atravessou a veia


 Retroceder ligeiramente

 A agulha foi introduzida junto da veia, mas sem acertar


 Apalpar a veia com o dedo da mão esquerda e corrigir a posição da
agulha
PROBLEMAS ESPECÍFICOS COM A EXTRAÇÃO DE SANGUE

 O bisel aderiu à parede interna da veia


 Rodando ligeiramente o corpo de extração, consegue-se separar a
agulha da parede da veia

 A veia colapsou totalmente


 Tirar o tubo do adaptador, para não exercer vácuo sobre a veia

 A veia recuperará e a extração poderá ser recomeçada

 Veia se colapsa várias vezes  retirar o garrote, deixar a


circulação reestabelecer-se e voltar a aplicá-lo
CUIDADOS POSTERIORES COM A ZONA DA PUNÇÃO
 Pressionar a zona de punção com algodão, durante alguns
minutos, de modo a evitar a formação de hematomas.
EXAMES - ANTICOAGULANTES
Sem Anticoagulante Com Anticoagulante
 Tubos com vácuo:
 VERMELHO
 Sem anticoagulante.
 Obtenção de soro para bioquímica e sorologia.
 Exemplo de testes:
 Creatinina
 Glicose
 Uréia
 Colesterol
 Pesquisa e identificação de anticorpos e ou
antígenos no soro.
 ANTICOAGULANTES
 Quando necessita-se de sangue total ou plasma para algumas
análises usam-se anticoagulantes.
 Em geral, interferem no mecanismo de coagulação in vitro,
inibindo a formação da protrombina ou da trombina.
 Os mais usados são:
 EDTA
 Heparina
 Oxalatos
 Citratos
 Tubos com vácuo:
 ROXO/LAVANDA
 Com anticoagulante EDTA sódico ou potássico
 EDTA liga-se aos íons cálcio, bloqueando assim a
cascata de coagulação
 Obtém-se assim o sangue total para hematologia
 Testes:
 Eritrograma
 Leucograma
 Plaquetas
 Tubos com vácuo:
 VERDE
 Paredes internas revestidas com heparina.
 Produção de uma amostra de sangue total.
 Estabilização por até 48 horas.
 Testes bioquímicos.
 Tubos com vácuo:
 AZUL
 Contém citrato de sódio
 Anticoagulante utilizado para a obtenção de
plasma para provas de coagulação:
 Tempo de Coagulação
 Retração de Coágulo
 Tempo Parcial de Tromboplastina - TTPA
 Tempo de Protrombina - TAP
 Tubos com vácuo:
 CINZA
 Tubos para dosagem de glicose e lactato
 Contêm um anticoagulante e um estabilizador,
em diferentes versões:
 EDTA e fluoreto de sódio
 oxalato de potássio e fluoreto de sódio
 heparina sódica e fluoreto de sódio
 heparina lítica e iodoacetato
 Ocorre inibição da glicólise para determinação
da taxa de glicose sanguínea
 Os tubos deverão ser extraídos na seguinte
ordem:
 Tubo de Soro

 Tubo de Coagulação

 Tubos com outros aditivos (hemograma, glicose, VHS)


 Solicitação:

 Hemograma

 Provas de coagulação

 Pesquisa de:
 Anticorpos Ig G/Ig M
sorologia
 Antígenos
MATERIAL COLETADO
 Assim que coletada, toda e qualquer amostra deverá ser
imediatamente identificada ainda na presença do paciente

 Nunca enviar amostras sem identificação ao laboratório, nesse


caso a amostra será descartada e deverá ser feita nova
coleta.

 A falha na identificação do paciente pode levar a um erro


fatal
 O PROBLEMA DA HEMÓLISE
 A ruptura de hemácias  hemoglobina
 Alteração dos resultados

 A ruptura de uma pequena quantidade de hemácias é


praticamente inevitável e não causa hemólise visível

 Amostras de plasma ou de soro hemolisadas apresentam-se


mais coradas  avermelhadas

 Alguns cuidados:
 Após a antissepsia do local de coleta, deixar evaporar
totalmente o antisséptico
 Usar o garrote o menor tempo possível
 Não mover a agulha durante a coleta
 Centrífuga
 2500 – 3000 rpm
 6-10 minutos

 Separar:
 Soro
 Creme leucocitário
 Coágulo (hemácias e plaquetas)

 Exames bioquímicos
 Sorologia - Pesquisa de anticorpos
 Testes de coagulação sanguínea
 TAP, TTPA

 Hemograma
 Tipagem sanguínea
 Teste de hemoglobina glicada
 Testes moleculares (PCR, teste paternidade)
 PUNÇÃO ARTERIAL
 São utilizadas a artéria radial, a artéria femoral ou a artéria
braquial

 Estudo da gasometria sanguínea


 concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono
 acidez do sangue

 Avaliação de doenças respiratórias ou outras condições que


afetem os pulmões
 Determinar a eficiência da terapia com oxigênio
 O componente ácido-base  funcionamento dos rins
PUNÇÃO ARTERIAL
 Seringa para gasometria, heparinizada.

 Realizar anti-sepsia com iodo-povidona e álcool


a 70%

 Palpar a artéria com luvas e puncioná-la em


ângulo de 30º a 90º.

 Coletar cerca de 2 ml de sangue

 Aplicarpressão ao local puncionado - 5-


15minutos

 Retirar o ar da seringa. Agitar a amostra.

 Imediatamente leitura
 colocar a amostra imersa em gelo
 PUNÇÃO CAPILAR
 Glicemia capilar, hematologia, em pesquisa de hemoparasitos, e
em provas de coagulação.
 É uma mistura de sangue venoso e arterial, mas o sangramento
é principalmente arterial.
 O sangue capilar é obtido através da pele.
 Especialmente em pacientes pediátricos.
 Punção da pele:
 Superfície póstero-lateral do calcanhar, em crianças até 1
ano de idade.
 Na polpa do 3º ou 4º dedo da mão.
 Lóbulo da orelha.
 PUNÇÃO CAPILAR
 Nunca:
 Em local edematoso.
 Massagear antes.
 Espremer.

 Pode:
 Aquecer previamente com compressas quentes.

 Sempre:
 Limpar com álcool a 70%
 Vamos à prática

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