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A medicina na antiguidade

Também conhecida como era pré tecnológica, a medicina era baseada em práticas religiosas e
práticas empíricas. Eram também usadas plantas e pequenas cirurgias muito simples. Foi
registado como um dos primeiros períodos de evolução da medicina. Onde ocorreu mais
evolução foi no Antigo Egito e na Grécia.

A medicina na antiguidade-Egito Antigo

Os antigos egípcios usavam plantas medicinais e realizavam procedimentos cirúrgicos simples.


Eles acreditavam que as doenças eram causadas por espíritos malignos e, portanto, os
tratamentos frequentemente envolviam práticas religiosas e rituais. Pode-se dizer que o que
conhecemos de medicina egípcia deve-se à descoberta dos papiros. Nestes documentos de
inegável valor histórico e científico, havia a descrição de doenças, diagnósticos, causas e
tratamentos a serem realizados. Os escribas compilaram informações médicas, utilizando-se da
padronização de termos e prescrição de tratamentos; estes registros foram feitos para serem
consultados posteriormente e auxiliarem na formação de futuros profissionais. Por meio da
tradução destes papiros podemos ter acesso ao conteúdo médico desenvolvido naquele
período.

Hipócrates
• Hipócrates foi um médico grego que viveu aproximadamente entre 460 a.C. e 370 a.C.
Ele é conhecido como o "Pai da Medicina Ocidental" devido às suas contribuições
significativas para a medicina e sua influência na prática médica moderna. Hipócrates
fundou a Escola Médica de Cos, na Grécia, que se tornou um centro de ensino de
medicina durante a antiguidade. Ele acreditava que a medicina deveria ser baseada na
observação empírica e na razão, e que as doenças tinham causas naturais que podiam
ser tratadas com métodos naturais. Hipócrates é mais conhecido pelo Juramento de
Hipócrates, que é um código ético que é frequentemente usado pelos médicos como
um guia moral para a prática médica. O juramento inclui princípios como o dever do
médico de tratar o paciente com compaixão, respeito e confidencialidade, e de não
causar danos intencionais. Hipócrates também desenvolveu uma teoria dos quatro
humores, que eram líquidos corporais (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra) que,
quando desequilibrados, podiam causar doenças. Ele acreditava que a cura de uma
doença dependia do equilíbrio desses humores.
Medicina na Idade Média

 Durante a Idade Média, a medicina foi influenciada pela Igreja Católica, que proibia a
dissecação de cadáveres e muitos avanços médicos foram desacelerados. No entanto,
algumas descobertas importantes foram feitas, e muitas das práticas médicas que
foram desenvolvidas nessa época ainda são usadas hoje em dia. Medicina baseada em
textos antigos: A medicina na Idade Média foi fortemente influenciada pelos textos
antigos, especialmente pelos escritos de Hipócrates e Galeno. Os médicos medievais
acreditavam que a cura de uma doença dependia do equilíbrio dos quatro humores do
corpo (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra).

 Importância da teoria da medicina: durante a Idade Média, a teoria da medicina era


considerada mais importante do que a prática. Muitos médicos medievais se
concentravam em discutir as teorias da medicina, em vez de tratar diretamente os
pacientes.

 Prática de sangria: a sangria era uma prática comum na Idade Média, em que o médico
retirava sangue do paciente para equilibrar os humores do corpo. No entanto, essa
prática foi usada em excesso e muitas vezes acabou prejudicando os pacientes.

 Proibição da dissecação de cadáveres: a Igreja Católica proibia a dissecação de


cadáveres na Idade Média, o que tornava difícil para os médicos entenderem a
anatomia humana. Como resultado, a maioria dos conhecimentos médicos eram
baseados em suposições ou em observações superficiais.

Medicina no Renascimento
• Estudos de anatomia: Durante o Renascimento, os médicos começaram a realizar
dissecções de cadáveres humanos para estudar a anatomia do corpo humano. Andreas
Vesalius, um médico belga, publicou o "De Humani Corporis Fabrica" em 1543, um
tratado de anatomia que revolucionou o estudo da anatomia humana.

• Medicina baseada em observação: Durante o Renascimento, muitos médicos


começaram a enfatizar a observação empírica e a experimentação na prática médica,
em vez de confiar apenas em teorias antigas. Isto levou a muitos novos tratamentos e
medicamentos.

• Desenvolvimento de tratamentos inovadores: Durante o Renascimento, muitos novos


tratamentos e medicamentos foram desenvolvidos. Por exemplo, o médico suíço
Paracelso desenvolveu muitos remédios à base de plantas e minerais que ainda são
usados hoje em dia.
• Criação de hospitais modernos: Durante o Renascimento, muitos hospitais modernos
foram criados. Esses hospitais eram frequentemente liderados por médicos e
ofereciam tratamentos mais avançados e melhores condições para os pacientes.

• Avanços na cirurgia: Durante o Renascimento, a cirurgia tornou-se mais avançada e


menos perigosa. O médico italiano Gaspare Tagliacozzi realizou muitos procedimentos
cirúrgicos bem-sucedidos, incluindo a reconstrução do nariz.

Medicina no século XVIII


• A medicina no século XVIII foi marcada por importantes avanços científicos e técnicos
que contribuíram para melhorar a prática médica e o tratamento dos pacientes. Alguns
dos principais desenvolvimentos desse período incluem:

• Avanços na compreensão da fisiologia: No século XVIII, os médicos começaram a


entender melhor como o corpo humano funcionava e como as doenças afetavam o
organismo. O fisiologista francês Claude Bernard, por exemplo, descobriu o papel do
fígado na digestão e o mecanismo de regulação do açúcar no sangue.

• Desenvolvimento de novos tratamentos: No século XVIII, muitos novos tratamentos


foram desenvolvidos. O quinino, por exemplo, foi isolado da casca da árvore da
cinchona e passou a ser usado para tratar a malária. O uso de sangria (remoção de
sangue) como tratamento para diversas doenças também se tornou comum nesse
período.

• Avanços na cirurgia: No século XVIII, a cirurgia tornou-se mais sofisticada e menos


perigosa. A técnica de ligadura dos vasos sanguíneos foi desenvolvida pelo cirurgião
francês Ambroise Paré, e a anestesia com éter foi introduzida pelo dentista americano
William Morton em 1846.

• Institucionalização da medicina: No século XVIII, a medicina se tornou uma profissão


regulamentada, com o estabelecimento de faculdades de medicina em muitos países.
A medicina também se tornou mais organizada, com a criação de hospitais modernos e
a institucionalização da prática médica.

• Desenvolvimento da epidemiologia: No século XVIII, o médico inglês John Graunt foi o


pioneiro na coleta e análise de dados estatísticos sobre a mortalidade e a morbidade
(doenças) em Londres. Esse tipo de estudo tornou-se conhecido como epidemiologia, e
permitiu que os médicos identificassem padrões e causas de doenças em populações
inteiras.
Medicina no século XIX
• Algumas das principais contribuições para a medicina no século XIX incluem:

• Avanços na anatomia patológica: O médico alemão Rudolf Virchow foi pioneiro na


análise microscópica de tecidos doentes, criando assim a anatomia patológica. Ele
identificou que muitas doenças eram causadas por alterações celulares e moleculares
nos tecidos, e não por causas místicas ou sobrenaturais, como se acreditava
anteriormente.

• Descobertas sobre a origem e a transmissão de doenças: Os médicos começaram a


identificar as causas infecciosas de várias doenças, como tuberculose e cólera. O
médico inglês John Snow foi um dos primeiros a utilizar mapas para investigar a
propagação de doenças e contribuiu para a compreensão da transmissão da cólera.

• Desenvolvimento da anestesia: A descoberta da anestesia com éter por William


Morton e a introdução do clorofórmio por James Simpson permitiram que a cirurgia
fosse realizada sem dor, o que revolucionou a prática médica.

• Avanços na cirurgia: A técnica asséptica desenvolvida pelo cirurgião Joseph Lister


reduziu significativamente as infecções pós-operatórias e tornou a cirurgia mais segura.

• Desenvolvimento de novos tratamentos: A descoberta da penicilina por Alexander


Fleming em 1928 e sua produção em larga escala a partir da década de 1940
permitiram o tratamento eficaz de infecções bacterianas, como pneumonia e sífilis.

• Institucionalização da medicina: O século XIX foi marcado pela institucionalização da


medicina, com o estabelecimento de faculdades de medicina e hospitais modernos em
muitos países. A medicina se tornou uma profissão altamente regulamentada e
organizada, com padrões rigorosos para a prática médica e a formação de novos
médicos.

Medicina no século XX
• Alguns dos principais avanços incluem:

• Desenvolvimento da anestesia: a anestesia permitiu que os procedimentos cirúrgicos


fossem realizados de forma segura e confortável para os pacientes, possibilitando
avanços significativos na cirurgia.

• Avanços na tecnologia médica: o século XX viu o desenvolvimento de novas tecnologias


médicas, como a radiografia, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética
e a ultrassonografia, que revolucionaram o diagnóstico e tratamento de doenças.

• Descobertas na genética: os avanços na genética levaram a importantes descobertas,


como a identificação de genes responsáveis por doenças hereditárias e a possibilidade
de terapias gênicas para tratar doenças.

• Desenvolvimento de vacinas: a descoberta e o desenvolvimento de vacinas levaram à


erradicação de doenças como a varíola e reduziram significativamente a incidência de
outras doenças, como o sarampo e a poliomielite.
• Além desses avanços, o século XX também foi marcado pela criação de sistemas de
saúde pública e pela promoção de políticas de saúde que visam a prevenção de
doenças e a promoção da saúde em nível populacional.

A Radiografia
• A história da radiografia começa em 1895, quando o físico alemão Wilhelm Conrad
Röntgen descobriu os raios X, uma forma de radiação eletromagnética que pode
atravessar objetos opacos e registrar imagens no filme fotográfico. Röntgen realizou a
primeira radiografia na mão de sua esposa e ficou impressionado com a qualidade da
imagem.

• A notícia da descoberta espalhou-se rapidamente e em pouco tempo a radiografia


tornou-se uma ferramenta importante na prática médica. No mesmo ano, Röntgen
publicou um artigo descrevendo sua descoberta e, em 1901, recebeu o primeiro
Prêmio Nobel de Física por seu trabalho.

• As radiografias permitiram aos médicos visualizar o interior do corpo humano sem a


necessidade de cirurgia, o que revolucionou o diagnóstico e o tratamento de doenças.
Elas também permitiram a deteção precoce de fraturas, tumores, problemas
pulmonares e outras condições médicas.

• No entanto, os raios X também têm efeitos colaterais potenciais, como danos aos
tecidos e ao DNA, e os médicos perceberam logo a importância de limitar a exposição
dos pacientes aos raios X. A partir da década de 1920, foram desenvolvidas técnicas
para reduzir a exposição à radiação, como a utilização de filtros e a adoção de
protocolos de segurança.

Medicina Digital
• A medicina na era digital é marcada pela integração de tecnologias digitais e da
informação em todos os aspectos da prática médica. Essa transformação afeta desde o
atendimento ao paciente até a pesquisa e a educação médica.

• Algumas das principais mudanças na medicina na era digital incluem:

• Registros Eletrônicos de Saúde (EHR): os EHRs permitem que os médicos registrem,


acessem e compartilhem informações de saúde dos pacientes eletronicamente. Isso
torna o atendimento ao paciente mais eficiente, preciso e seguro.

• Telemedicina: a telemedicina permite que os pacientes recebam atendimento médico


remoto, utilizando tecnologias como videochamadas, mensagens de texto e aplicativos
de saúde. Isso pode ser especialmente útil para pacientes que vivem em áreas remotas
ou para aqueles que têm dificuldade em se deslocar para consultas médicas.
• Inteligência Artificial (IA): a IA pode ser usada na análise de dados de saúde para
identificar padrões e prever riscos de doenças. Também pode ajudar os médicos a
tomarem decisões mais informadas sobre o tratamento de pacientes.

• Medicina Personalizada: a medicina personalizada usa informações genéticas e outras


informações de saúde para personalizar o tratamento de pacientes. Isso pode incluir a
prescrição de medicamentos específicos ou a adaptação de tratamentos para atender
às necessidades individuais dos pacientes.

• Simulação Médica: a simulação médica usa tecnologias digitais para criar cenários de
treinamento para médicos e outros profissionais de saúde. Isso pode ajudar a melhorar
a qualidade do atendimento ao paciente e a reduzir erros médicos.

Concluindo
• A evolução da medicina ao longo dos séculos é marcada por uma série de descobertas,
inovações e avanços tecnológicos que transformaram a prática médica e melhoraram a
qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.

• Desde os tempos antigos, os médicos tentaram compreender o corpo humano e tratar


doenças usando uma variedade de métodos, desde o uso de plantas medicinais até
cirurgias avançadas. A introdução de novas tecnologias, como a anestesia, os
antibióticos, a radiografia e os registros eletrônicos de saúde, mudaram a forma como
os médicos tratam e previnem doenças.

• Na era digital, a tecnologia continua a transformar a medicina, permitindo que os


médicos prestem atendimento mais eficiente e personalizado aos pacientes, e
melhorem a pesquisa e a educação médica.

• Embora a medicina tenha evoluído consideravelmente ao longo dos séculos, ainda há


muito a ser feito para garantir que todas as pessoas tenham acesso à saúde de
qualidade. A ciência médica continua a ser um campo de grande importância, que
requer o compromisso constante de cientistas, profissionais de saúde e governos para
garantir que todos possam viver vidas saudáveis e felizes.

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