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Quando Carl Rogers interrompeu a sessão com a famosa frase: “Acho que nosso tempo
acabou” foi o único momento que senti um sentimento negativo sobre aquela sessão de
terapia. Obviamente fiquei frustrado com a interrupção, queria mais, parecia estar indo tão
bem, as coisas estavam começando a se acertar.
A forma de escuta atenta de Rogers me cativou, atenção plena a cada palavra dita, e
após a fala uma cirurgica síntese do que acabara de ser dito, uma manifestação clara, de
que estou lhe ouvindo e também quero que você se escute e me diga se estou a te
entender.
Além de precisar, sua fala era limpa, de julgamentos morais e qualquer tipo de sugestão
ou posicionamento, o que Rogers chama de consideração positiva incondicional. Para
alguns espectadores parece que Rogers não está a fazer nada, somente ouvindo e
repetindo, mas não, ele não está apenas ouvindo, ele está realmente ouvindo, o fazendo
Peter Ann se sentir ouvida. Ele não repete, ele reflete, ele ecoa, ele ajuda Peter Ann a se
ouvir, e também ajuda, ao silenciar e ouvir, a pensar e processar seus pensamentos.
Rogers de maneira complexa e simples ao mesmo tempo, cria um espaço onde se pode
pensar, se pode falar e se ouvir. Se permite buscar respostas às próprias questões,
questões que são descobertas e respondidas neste mesmo espaço.