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A Microbiota da pele

Temos em nossa pele, milhões de microrganismos vivendo em harmonia; um


dos principais objetivos é nos proteger de patologias.

É dividida em dois grupos:


Residentes: considerados comensais, ou parasitas, pois tem uma relação com
a pele e não é prejudicial, podendo trazer benefícios para o hospedeiro:
imunidade.

Transitórios: Não são permanentes na pele, e surgem do ambiente podendo


persistir na pele durante diferentes períodos de tempo. É considerado de fácil
remoção.
Ambos os grupos não são patogênicos desde que em condições de higiene, de
imunidade normal e função barreira da pele intacta. Poderá ser prejudicial caso
haja algum tipo de desequilíbrio na microbiota da pele, levando a que estes
microrganismos proliferem e desencadeiam uma doença.

DISTRIBUIÇÃO DA MICROBIOTA DA PELE


A microbiota da pele é extensa e complexa, sendo que a sua distribuição difere
pela superfície corporal, dependendo das diversas propriedades da pele, nas
diferentes zonas do corpo.

ÁCAROS: estão presentes normalmente em zonas sebáceas.


FUNGOS: os fungos que pertencem ao microbioma da pele são, na sua
maioria, do gênero Malassezia e encontram-se normalmente em zonas mais
ricas em sebo.

BACTÉRIAS: Enquanto que as comunidades de fungos são agrupadas por


localização corporal, comunidades de bactérias agrupam-se pela fisiologia da
pele, ou seja, locais secos, úmidos e sebáceos. Nas zonas úmidas os principais
gêneros encontrados são os Staphylococcus
Observe que em regiões de umidade temos a presença da bactéria
Staphylococcus, a principal causadora da foliculite. Isso explica e muito a
localização característica desta manifestação. Enquanto vemos a presença da
pseudofoliculite (na maioria das vezes sem inflamação) em região de pernas
por exemplo
. Os microrganismos residentes na nossa pele previnem a colonização por
agentes patogênicos de diferentes modos:
• Competindo com os agentes patogênicos por locais de fixação e nutrientes
essenciais, o que dificulta a sua permanência e estabilidade, evitando infecções;
• Produzindo peróxidos e substâncias bactericidas que matam e evitam o
crescimento de outras bactérias;
• Estimulando células epiteliais a produzir péptidos antimicrobianos que
inibem o crescimento de microrganismos;
• Por fim, também o crescimento de determinados microrganismos na pele que
leva à diminuição do pH da mesma, tornando útil, na medida em que, dificulta
o crescimento de outros microrganismos patogênicos.
A base de uma pele saudável está no equilíbrio e a homeostasia entre múltiplos
seres vivos, as suas necessidades e características. As doenças da pele
atualmente estão associadas à ausência de microrganismos parasitas
(residentes) e não apenas à presença de um agente patogênico, como
anteriormente julgava

AFECÇÕES CUTÂNEAS
DERMATOFITOSES
É Denominada de Dermatofitoses uma micose superficial da pele, também
chamado de Tínea, causada por FUNGOS, chamados de dermatófitos, são
microrganismos que se alimentam da queratina. Por este motivo o seu
aparecimento é sempre em estruturas queratinizadas como: pele, unha, cabelo e
nunca em mucosas.
A contaminação, de um modo geral pode ocorrer:
• Contato direto com animais (cães e gatos: maior incidência);
• Contato de pessoa para pessoa;
• Contato com o solo (ambiente) contaminado. A transmissão também pode
ocorrer através do contato com objetos, ambientes contaminados como: escovas
de cabelo, roupa de cama, instrumentos de trabalho, ceras reutilizadas. O
diagnóstico é realizado pela apresentação clínica da afecção e na dúvida é
realizado o exame micológico. Dependendo da localização da contaminação
recebe um nome:
• Tínea Corporis: Tronco e extremidades;
• Tínea Cruris: Região da virilha e interno de coxas, ou na região púbica;
• Tínea Unguium: unhas;
• Tínea Capitis: couro cabeludo, pelos e sobrancelhas;
• Tínea Barbae: afeta a pele e os pelos faciais na zona da barba, de homens e
mulheres com hirsurtismo;
• Tínea Pedis e Tínea Mannum: acometimento nos pés e nas mãos.

➔ TINEA CORPORIS
Se inicia geralmente com o aparecimento de uma placa eritematosa
(avermelhada), com descamação e bordas mais elevadas, podendo apresentar
prurido (coceira); as bordas tendem a permanecer mais escuras e o centro mais
esbranquiçado.
A tínea corporis localiza em: tronco e extremidades
Este tipo de afecção pode se propagar rapidamente pelo corpo, e transmitir para
outras pessoas que mantém um contato muito próximo.
Ao Identificar estas características clínicas no cliente, o profissional da epilação
deverá se posicionar de modo empático e analisar a lesão. Lembrando que
deverá estar sempre paramentado com EPI’s ao entrar em contato com o cliente.
Perguntas Importantes:

➔ Aqui tem uma manchinha você já tinha percebido?

➔ Quando Apareceu?

➔ Você sente coceira?


A lesão pode diferenciar de um indivíduo para o outro, mais de um modo geral
possui estas características clínicas.
Esses questionamentos são alguns pontos para abordar o assunto. Em seguida
deverá orientar o cliente a procurar um médico. E sempre com empatia e
respeito ao cliente. São afecções comuns de serem adquiridas, porém não
podemos realizar o procedimento de epilação nesta região, pelo fácil contagio
para as demais áreas do corpo, e pela falta de integridade da pele.

➔ TINEA CRURIS
Acomete a região da virilha, podendo se estender na região glútea, interno de coxa ou
na região púbica. É mais comum em homens, mas pode também acometer mulheres
pós-puberdade, com excesso de peso ou que usam calças apertadas.
Esta afecção pode estar associada com a Tinea Pedis, quando um vestuário
contaminado pelos fungos dos pés entra em contato com a região íntima (uso da
mesma toalha de banho dos pés e no corpo).
Na análise clínica podem ser observadas placas eritematosas, descamativas, com
presença ou não de vesículas e pústulas, podendo ser acompanhado de prurido e
ardor.
Lembrando que no caso das Dermatofitoses, não tem o acometimento das mucosas.

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