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entenda

a Nova Lei

de licitações

e contratos

1 4.133

Guia prático com as principais mudanças

Check-list de documentos

Decisões do TCU

Realização:
Olá, Licitante!
É com grande prazer que apresentamos este e-book, cuidadosamente

elaborado pela equipe ConLicitação, plataforma especializada em oferecer

soluções para empresários que desejam participar de licitações públicas com

sucesso.

Com a aprovação da Nova Lei de Licitações, em abril de 2021, muitas

mudanças significativas foram implementadas no processo licitatório.

E para auxiliar empresários e gestores públicos a entenderem melhor essas

mudanças, criamos este manual no formato de perguntas e respostas.

Aqui você encontrará as principais dúvidas que os empresários costumam ter

sobre a Nova Lei, com respostas claras e objetivas. Ao final, deixamos uma lista

de documentos necessários para participar de um processo licitatório,

atualizado com as exigências da Nova Lei, salve este checklist em algum lugar!

Mas não paramos por aí! Além do e-book, temos um convite especial para você.

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Quando entrará em vigor a Nova Lei de Licitação?
A Nova Lei de Licitação já está em vigor desde a data de sua publicação.

Entretanto, ela se tornará obrigatória para todos os certames a partir do dia

1° de abril de 2023.

Pode usar a 8666 e a 14133 numa mesma licitação?


Não! O gestor público não pode combinar a antiga e a nova lei em

uma mesma licitação, aplicando parte do regime antigo e parte do

novo. Se algo assim acontecer é possível solicitar a impugnação do edital,

pois o referido certame é nulo.

Fases da Licitação na Nova Lei


A Nova Lei de Licitações, em seu art. 17,

traz de forma expressa quais são

as fases da licitação. São elas:

Art. 17. O processo de licitação observará

as seguintes fases, em sequência:

I – preparatória;

II – de divulgação do edital de licitação; 



III – de apresentação de propostas e lances,

quando for o caso;

IV – de julgamento;

V – de habilitação;

VI – recursal;

VII – de homologação.
O que muda com a Nova Lei de Licitações?

Aquela famosa inversão de fases que acontecia no pregão agora é procedimento

padrão. Ou seja, primeiro as propostas serão julgadas e em seguida o licitante

melhor classificado será habilitado. Em outras palavras, a exceção virou a regra.

Isso porque ficou comprovado que é muito mais rápido licitar desta maneira,

havendo benefícios claros tanto para a administração quanto para o licitante.

Mas, calma, pois esta não é a única novidade!

O artigo 17 ainda continua e nele podemos encontrar:

“§ 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica,

admitida a utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a

sessão pública ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo.”

Ou seja, a licitação eletrônica também virou regra e o formato presencial

passou a ser a exceção, decisão que deve ser motivada, devendo o certame

ser gravado em áudio e vídeo.

A Fase de Habilitação também tem algumas novidades e nós falamos mais

sobre isso logo abaixo. Se você precisa saber quais são os documentos

necessários para participar de licitações, confira o nosso checklist de

documentos para habilitação no final deste ebook.

Habilitação na Nova Lei: como funciona?

A Nova Lei de Licitação define a Fase de Habilitação da seguinte forma:

“Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o conjunto

de informações e documentos necessários e suficientes para demonstrar

a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em:

I – jurídica;

II – técnica;

III – fiscal, social e trabalhista;

IV – econômico-financeira.”

Em outras palavras, trata-se de uma fase onde o licitante deve provar,

através de documentos e certidões, que ele tem a plena capacidade de

executar o objeto para o qual será contratado.


Quando ocorre a Fase de Habilitação?

Na Nova Lei de Licitação, a Fase de Habilitação, em todas as modalidades,

ocorrerá posteriormente à apresentação das propostas e do julgamento,

seguindo o modelo que já acontece hoje no pregão. Ou seja, primeiro

serão avaliadas as propostas e depois os documentos de habilitação.

Tudo isso para dar mais agilidade ao processo e torná-lo mais simplificado.

Assim estabelece a Lei 14133 no Art. 17.:


”O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência:

I – preparatória;

II – de divulgação do edital de licitação;

III – de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;

IV – de julgamento;

V – de habilitação;

VI – recursal;

VII – de homologação.”

Quais são os documentos que devem ser apresentados?

Os documentos que devem ser apresentados na Fase de Habilitação

podem ser tranquilamente consultados ao final desse e-book, mas vale a

pena refletir sobre algumas importantes alterações que aconteceram na

Nova Lei quando falamos de documentação.


Reserva de cargo para pessoas com deficiência
Na antiga lei 8666, o fato de, em uma empresa, haver ou não reserva de

cargos para pessoas com deficiência era mero critério de desempate. No

entanto, na Lei 14133, passou a ser critério de habilitação, como exposto

no artigo 63:

”IV – será exigida do licitante declaração de que cumpre as exigências de

reserva de cargos para pessoa com deficiência e para reabilitado da

Previdência Social, previstas em lei e em outras normas específicas.”

Assim sendo, na Nova Lei, é obrigatório apresentar declaração que confirme

o cumprimento desta exigência. Somente assim a sua empresa estará apta

para participar de uma licitação.

Experiência Máxima de Três anos


Em seu artigo 67, parágrafo 5º, a Nova Lei de Licitação diz o seguinte:

§ 5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir certidão ou

atestado que demonstre que o licitante tenha executado serviços similares ao

objeto da licitação, em períodos sucessivos ou não, por um prazo mínimo, que

não poderá ser superior a 3 (três) anos.”

Para entender este parágrafo, precisamos antes saber o que a legislação

entende por serviço contínuo. Trata-se, simplesmente, da prestação diária e

ininterrupta de um determinado trabalho, por exemplo, limpeza, segurança, etc.

E além: não é uma obrigação, pois o edital pode exigir ou não. E se o fizer,

é necessário justificar! Pelo menos é o que diz o acórdão 503/2021 do

Tribunal de Contas da União, ao afirmar que:

“[é necessário] justificativa, de razoabilidade e de proporcionalidade

ao se exigir, […] comprovação de capacidade técnica mediante demonstração

de experiência mínima de três anos”.


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A Subcontratação na Nova Lei de Licitação
Ainda no artigo 67, parágrafo 9º, a Nova Lei de Licitação traz o tema da

subcontratação nos seguintes termos:

“§ 9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos, que a

qualificação técnica seja demonstrada por meio de atestados relativos a

potencial subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do objeto a

ser licitado, hipótese em que mais de um licitante poderá apresentar atestado

relativo ao mesmo potencial subcontratado.”

Dito de outro modo, agora existe a possibilidade de se exigir atestado de

capacidade técnica de potenciais subcontratados. Mas atenção: trata-se de

uma possibilidade e não de uma obrigação.

O Balanço Patrimonial na Nova Lei de Licitação


A respeito do Balanço Patrimonial, a Nova Lei de Licitação, em seu artigo 69,

afirma que o licitante deve apresentar o:

“I – balanço patrimonial, [com a] demonstração de resultado de exercício e

demais demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais;”

Ou seja, agora, com base na Nova Lei, se você estiver participando de uma

licitação em 2022, deve apresentar o Balanço Patrimonial de 2021 e 2020.

Mas o que fazer se a sua empresa tiver menos que dois anos de existência?

A própria lei responde essa pergunta:

“§ 6º Os documentos referidos no inciso I do caput deste artigo limitar-se-ão

ao último exercício no caso de a pessoa jurídica ter sido constituída há

menos de 2 (dois) anos.”

Se a sua empresa não puder apresentar o Balanço dos últimos dois anos,

basta apresentar o do ano anterior. Fácil, não é mesmo?

Mas e se a empresa tiver menos de um ano de existência?A Nova Lei também

resolveu este impasse:

“Art. 65. As condições de habilitação serão definidas no edital.

§ 1º As empresas criadas no exercício financeiro da licitação deverão atender a

todas as exigências da habilitação e ficarão autorizadas a substituir

os demonstrativos contábeis pelo balanço de abertura.”


Capital ou Patrimônio Líquido Mínimo
A Nova Lei de Licitação, no artigo 69, em seu parágrafo quarto traz o seguinte:

“§ 4º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de

obras e serviços, poderá estabelecer no edital a exigência de capital mínimo

ou de patrimônio líquido mínimo equivalente a até 10% (dez por cento) do

valor estimado da contratação.”

Isso quer dizer que para compras de entrega futura ou execução de obras e

serviços, o edital pode exigir um capital ou patrimônio líquido mínimo

equivalente a 10% do valor estimado da contratação. Portanto, se estamos

falando de um contrato de 1 milhão, o mínimo que pode ser exigido como

critério de habilitação econômico-financeira é 100 mil reais.

Como apresentar a Documentação de Habilitação?

Por fim, a Nova Lei de Licitação, em seu artigo 70, mostra como os

documentos de habilitação podem ser apresentados:

“Art. 70. A documentação referida neste Capítulo poderá ser:

I – apresentada em original, por cópia ou por qualquer outro meio

expressamente admitido pela Administração;

II – substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública,

desde que previsto no edital e que o registro tenha sido feito em obediência ao

disposto nesta Lei;

III – dispensada, total ou parcialmente, nas contratações para entrega imediata,

nas contratações em valores inferiores a 1/4 (um quarto) do limite para

dispensa de licitação para compras em geral e nas contratações de produto

para pesquisa e desenvolvimento até o valor de R$ 300.000,00

(trezentos mil reais).

Parágrafo único. As empresas estrangeiras que não funcionem no País deverão

apresentar documentos equivalentes, na forma de regulamento emitido pelo

Poder Executivo federal.”


Com a Nova Lei de Licitação, como ficou o tempo de

pagamento após a conclusão de contrato administrativo?

O art. 40 da Lei nº 8.666/1993, ao dispor sobre os requisitos mínimos que

devem constar do edital das licitações, prescreve que o prazo de pagamento

não poderá ser superior a 30 (trinta) dias. Isso contado a partir da data final do

período de adimplemento de cada parcela.

Estabelece, ainda, que deve constar no edital o critério de atualização

financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de

adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento. Por sua vez,

os artigos 141 a 146 da Lei nº 14.133/21 trazem uma série de disposições

referentes à ordenação dos pagamentos das despesas decorrentes das

obrigações constituídas com base na Nova Lei de Licitações.

Entre as quais os inovadores dispositivos que estabelecem a indicação

expressa das situações nas quais poderá haver alteração da ordem

cronológica de pagamentos por categoria de contratos. Assim como, a

possibilidade excepcional de antecipação de pagamentos.


Como ficaram os pagamentos após a Nova Lei de Licitações

e Contratos?

O art. 141 da Nova Lei de Licitações e Contratações Administrativas

prescreve que, no dever de pagamento pela Administração, será

observada a ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recursos.

Mas sendo subdividida nas seguintes categorias de contratos:

a) fornecimento de bens;

b) locações;

c) prestação de serviços; e

d) realização de obras.

Atente-se que a ordem cronológica poderá ser alterada, mediante prévia

justificativa da autoridade competente e posterior comunicação ao órgão de

controle interno da Administração e ao Tribunal de Contas competente.

O rompimento da ordem cronológica poderá ocorrer em caso de:

a) grave perturbação da ordem, situação de emergência ou

calamidade pública;

b) pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte,

agricultor familiar, produtor rural pessoa física, microempreendedor individual

e sociedade cooperativa, desde que demonstrado o risco de descontinuidade

do cumprimento do objeto do contrato;

c) pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos sistemas

estruturantes, desde que demonstrado o risco de descontinuidade do

cumprimento do objeto do contrato;

d) pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de falência,

recuperação judicial ou dissolução da empresa contratada;

e) pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para assegurar a

integridade do patrimônio público ou para manter o funcionamento das

atividades finalísticas do órgão ou entidade, quando demonstrado o risco de

descontinuidade da prestação de serviço público de relevância ou o

cumprimento da missão institucional.

Assim, a inobservância imotivada da ordem de pagamentos ensejará a

apuração de responsabilidades, cabendo aos órgãos de controle a sua

fiscalização.
O que a NLLC determina sobre o tempo de pagamento

após a conclusão de contrato em licitação?

A Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, adotando sistemática

diversa da prevista na Lei nº 8.666/1993, não estabelece expressamente o prazo

para o pagamento nas licitações.

Logo, a matéria deverá ser objeto de regulamentação por cada ente federativo

(ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Apesar disso, prevê expressamente que os critérios de pagamento deverão ser

levados em consideração no planejamento da contratação (inciso III do art. 18),

além de deverem constar do termo de referência (alínea “g” do inciso XXIII

do art. 6º), do edital (caput do art. 25) e do contrato (inciso V do art. 92).

Cumpre enfatizar que o inciso IV do § 2º do art. 137 relaciona, entre os motivos

que legitimam a extinção extraordinária do contrato administrativo, o “atraso

superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos

ou de parcelas de pagamentos devidos pela Administração por despesas de

obras, serviços ou fornecimentos”.

Assim, o contratado é obrigado a suportar a inadimplência da Administração

Pública por até dois 2 (meses), sem suspender ou paralisar a execução contratual.

Merece destaque a redução desse lapso temporal se comparado ao disposto no

inciso XV do art. 78 da Lei nº 8.666/1993, que o fixa em 90 (noventa) dias.

Ressalte-se que essa prerrogativa não pode ser exercitada durante a vigência de

estado de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou de guerra,

consoante prescrição do § 3º do art. 137 da nova Lei de Licitações.

O art. 143 da nova Lei de Licitações prescreve, ainda, que, no caso de

controvérsia sobre a execução do objeto, quanto à dimensão, qualidade e

quantidade, a parcela incontroversa deverá ser liberada no prazo previsto para

pagamento.

Portanto, os valores incontroversos – que, na hipótese de obras, caracterizam-se

pelas etapas medidas pelo Poder Público – devem ser quitados pelo contratante.

Inclusive, sob pena de caracterizar retenção indevida.

Então, a Administração Pública pode se

isentar de realizar o pagamento?

Não. A Lei não permite a inadimplência deliberada da

Administração Pública, sob pena de responsabilização do

agente público que lhe tenha dado causa.

Em caso de atraso no pagamento,

há atualização monetária?

Sim. Conforme estabelece o inciso V do art. 92 do

Marco Legal das Licitações e Contratações Públicas,

todo contrato administrativo deve conter cláusula

que estabeleça “o preço e as condições de

pagamento, os critérios, a data-base e a

periodicidade do reajustamento de preços e os

critérios de atualização monetária entre a data do

adimplemento das obrigações e a do efetivo

pagamento”
Checklist de Documentos


Habilitação Jurídic
Ato Constitutivo (contrato social, estatuto social ou requerimento de
empresário)
Todas as alterações ou consolidação do Ato Constitutivo
Procuração dos respectivos representantes nas licitações
Documentos dos Sócios
Documentos do Representante Legal;
Prova de Administração ou Diretoria (dependo do tipo empresarial
Decreto de Autorização de Funcionamento (no caso de empresas
estrangeiras que funcionam no Brasil).


Habilitação Fiscal e Trabalhist


Cartão de CNPJ;
Inscrição Estadual
Inscrição Municipal;
Certidão negativa de débitos Federais
Certidão negativa de débitos Estaduais
Certidão negativa de débitos Municipais
Certidão negativa de débitos Trabalhista
Certidão negativa de débitos do FGTS
Certidão negativa de débitos do INSS;


Qualificação Econômico-Financeir
Balanço patrimonial
Índices Contábeis
Capital social ou patrimônio líquido
Certidão negativa de Falência e Concordata;


Qualificação Técnic
Atestado(s) de Capacidade Técnica Profissional
Atestado(s) de Capacidade Técnica Operacional
Inscrição na entidade profissional competente
Registro em órgão regulamentador;


Outras Declaraçõe
Declaração Menor/Aprendiz
Declaração ME/EPP
Declaração de Habilitação
Declaração de Inexistência de Fatos Impeditivos
Declaração sobre Trabalho Forçado e/ou Degradante
Declaração de Elaboração independente de Proposta;
Declaração de Renúncia de Vistoria
Carta de Credenciamento;
Confira decisões do TCU - Habilitação

Exigências impertinentes. Fixação de pontuação técnica que leva em


consideração o tempo de existência do licitante no mercado correlato:
TCU - Acórdão nº 2.105/2008 - Plenário - Relatoria: Ministro Ubiratan
Aguiar - “9.5.4. evite a inclusão, em seus editais de licitação, de quesito de
pontuação técnica que atribua pontos à licitante tão somente pelo seu
tempo de existência no mercado.”

Exigências impertinentes. Comprovação de aptidão por meio de atestado
fixando limitação de tempo: TCU - Acórdão nº 337/2005 Plenário -
Relatoria: Ministro Marcos Bemquerer Costa - “9.2.4 - não admita quesito
de pontuação pela prestação de serviços por meses ininterruptos, por
restringir injustificadamente o princípio da competitividade, contemplado
no art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei n. 8.666/1993, e por ofender o disposto pelo
art. 30, § 5º, da referida norma legal.”


Exigências impertinentes. Comprovação de aptidão por meio de atestado


fixando limitação de tempo e local: TCU - Acórdão nº 1.045/2006 -
Plenário - Relatoria: Ministro Benjamin Zymler - “9.2.3. à Fundação de
Ciência e Aplicações Tecnológicas - Funcate, que: 9.2.3.2. abstenha-se de
exigir nas licitações comprovantes de qualificação técnica com limitações
de tempo e de local específico, conforme estabelece o art. 30, § 5º, da Lei
8.666/1993.”


Exigências impertinentes. Exigência de que o licitante possua revenda no


local de execução do objeto: TCU - Acórdão nº 654/2012 - Plenário -
Relatoria: Ministro Aroldo Cedraz -"9.3 determinar ao Município de Afonso
Cláudio/ES que, em relação aos atos convocatórios das futuras licitações
envolvendo a aplicação de recursos públicos federais para aquisição de
máquinas, equipamentos e outros itens de natureza permanentes,
abstenha-se de exigir que os fabricantes dos bens ofertados possuam
revenda no Estado do Espírito Santo, porquanto consubstancia infringência
ao art. 3º, §1º, inciso I, e ao art. 30, §5º, da Lei 8.666/93."


Exigências impertinentes. Atribuição de pontos a licitantes previamente


sediados na cidade onde o objeto será executado. Descabimento: TCU -
Acórdão nº 2048/2006 - Plenário - Relatoria: Ministro Benjamin Zymler - “5.
A atribuição de pontos a licitantes previamente sediados na cidade de
prestação dos serviços não é cláusula que assegure a boa execução do
contrato, pelo que deve ser repudiada.”
Exigências impertinentes. Atribuição de pontos em função da quantidade

de contratos já celebrados: TCU - Acórdão nº 2048/2006 - Plenário -

Relatoria: Ministro Benjamin Zymler - “1. A atribuição de pontos em função da

quantidade e do montante dos contratos já celebrados pelos licitantes não é

critério hábil a aferir o desempenho ou a capacitação técnica da empresa.”


Qualificação técnica. Comprovação da capacitação técnica. Exigências

impertinentes. Comprovação de certificações de qualidade ou quaisquer

outras: TCE/SP - Súmula nº 17 - “Em procedimento licitatório, não é

permitido exigir-se, para fins de habilitação, certificações de qualidade ou

quaisquer outras não previstas em lei.”



Confira decisões do TCU - Saneamento de falhas

"A vedação à inclusão de novo documento, prevista no art. 43, § 3º, da Lei

8.666/1993 e no art. 64 da Lei 14.133/2021 (nova Lei de Licitações e

Contratos Administrativos) , não alcança documento destinado a atestar

condição de habilitação preexistente à abertura da sessão pública,

apresentado em sede de diligência." TCU - Acórdão nº 2443/2021-Plenário


"É lícita a admissão da juntada de documentos, durante as fases de

classificação ou de habilitação, que venham a atestar condição pré-existente

à abertura da sessão pública do certame, sem que isso represente afronta

aos princípios da isonomia e da igualdade entre as licitantes." TCU - Acórdão

966/2022-Plenário


"O edital de licitação constitui instrumento para a consecução das

finalidades do certame licitatório, quais sejam, assegurar a contratação da

proposta mais vantajosa para a Administração e a igualdade de

oportunidade de participação dos interessados, nos termos do art. 3º, caput,

da Lei 8.666/93. Dessa maneira, a interpretação e a aplicação das regras

estabelecidas devem ter por norte o atingimento dessas finalidades,

evitando-se o apego a formalismos exagerados, irrelevantes ou

desarrazoados, que não contribuam para esse desiderato.


"Admitir a juntada de documentos que apenas venham a atestar condição

pré-existente à abertura da sessão pública do certame não fere os princípios

da isonomia e igualdade entre as licitantes e o oposto, ou seja, a

desclassificação do licitante, sem que lhe seja conferida oportunidade para

sanear os seus documentos de habilitação e/ou proposta, resulta em

objetivo dissociado do interesse público, com a prevalência do processo

(meio) sobre o resultado almejado (fim). O pregoeiro, durante as fases de

julgamento das propostas e/ou habilitação, deve sanear eventuais erros ou

falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos e sua

validade jurídica, mediante decisão fundamentada, registrada em ata e

acessível aos licitantes, nos termos dos arts. 8º, inciso XII , alínea "h";
17, inciso VI; e 47 do Decreto 10.024/2019; sendo que a vedação à inclusão
de novo documento, prevista no art. 43, §3º, da Lei 8.666/1993 e no art. 64
da Nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), não alcança documento
ausente, comprobatório de condição atendida pelo licitante quando
apresentou sua proposta, que não foi juntado com os demais
comprovantes de habilitação e/ou da proposta, por equívoco ou falha, o
qual deverá ser solicitado e avaliado pelo pregoeiro." TCU - Acórdão nº
1211/2021 -Plenário


"Ressalto, preliminarmente, que o edital não constitui um fim em si mesmo.


Trata-se de instrumento para a consecução das finalidades do certame
licitatório, que são assegurar a contratação da proposta mais vantajosa e a
igualdade de oportunidade de participação dos interessados, nos precisos
termos do art. 3º, caput, da Lei 8.666/93.


Assim, a interpretação e aplicação das regras nele estabelecidas deve


sempre ter por norte o atingimento das finalidades da licitação, evitando-
se o apego a formalismos exagerados, irrelevantes ou desarrazoados, que
não contribuem para esse desiderato.


No presente caso, não se afigura que o ato impugnado tenha configurado


tratamento diferenciado entre licitantes, ao menos no grave sentido de
ação deliberada destinada a favorecer determinada empresa em
detrimento de outras, o que constituiria verdadeira afronta aos princípios
da isonomia e da impessoalidade.


Ao contrário, entendo que foi dado fiel cumprimento ao citado art. 4º,
parágrafo único, do Decreto 3.555/2000, no sentido de que “as normas
disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da
ampliação da disputa entre os interessados, desde que não comprometam
o interesse da administração, a finalidade e a segurança da contratação”.


Não se configura, na espécie, qualquer afronta ao interesse público, à


finalidade do procedimento licitatório nem à segurança da contratação,
uma vez que venceu o certame empresa que, concorrendo em igualdade
de condições, ofereceu proposta mais vantajosa e logrou comprovar, na
sessão, a aptidão para ser contratada.


Assiste, portanto, razão à unidade técnica ao considerar regular a inclusão


de documentos no processo licitatório, no ato da sessão, conforme
autorizado pela pregoeira, no exercício de suas regulares atribuições,
tratadas nos incisos XIII e XIV, do art. 11, do Decreto 3.555/2000." - TCU -
Acórdão nº 1758/2003 -Plenário

A Nova Lei na Prática
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