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➔ Subsistência: nos tempos imemoriais quando o

História da Alimentação foco era sobreviver, comia-se o que estava


disponível e guerras foram travadas por causa de
acesso a gêneros alimentícios e mananciais
➔ Alimentação: prática básica essencial para aquíferos
manutenção da vida biológica e perpetuação da ➔ Relações sociais: a seleção dos alimentos para a ser
espécie, estando presente nas estratégias de vinculado a distinção social e demonstração de
sobrevivência dos antepassados. poder
◆ Pré-História 12 à 15 mil anos atrás: os ➔ Etimologia: alimentos que agem no processo de
caçadores nômades viviam de uma cura e manutenção da saúde física e mental.
alimentação pobre e em curto período por não
conhecer os métodos de conservação do Simbolismo alimentar: desde a antiguidade clássica séc V
alimento. a.C, alimentos são associados a ritos religiosos como
◆ Sociedade seminômade: 12 a 7 mil anos atrás, desejados os interditados
adotaram a prática de domesticação de ● Judeus e praticantes do Islamismo:
animais de pequeno porte (ovinos e caprinos), proibição do consumo de carne suína.
possibilitando o consumo de proteína por mais ● Católicos: recomendação de consumo de
tempo e a confecção de vestimentas com suas peixes na sexta feira santa (como forma de
peles penitência .
◆ Sociedades tribais sedentarizadas: 7 a 5 mil
anos atrás emergiram após a revolução
agrícola, fixando as populações a um terreno
agricultável. A partir de então surge os O que será lembrado e oque será esquecido e de qual forma
primeiros povoados agropastoris com comércio será esquecido, está diretamente ligado com aspectos
via escambo culturais, políticos, religiosos e socioeconômicos.
★ Civilizações hidráulicas: Regiões banhadas por
grandes rios que fertilizavam áreas após suas Artefatos culturais:
cheias. surgem por volta de 5 mil anos atrás, as ● Tangíveis: aquilo que é material
primeiras cidades estados, em 4 principais regiões: ● Intangível: imaterial “formas de
Egito, Mesopotâmia, Índia e China. pensamento”
○ Ciro Flamarion (2003): essas civilizações
estabeleceram a economia dos templos- Luiz Cascudo: Afirma que a feijoada, na verdade, é um prato
palácios, responsáveis pela regulação dos português, existente desde o séc. XV, feito com diversos
estoques de água e cereais para períodos de tipos de feijões, como a fava, e diversas carnes.
escassez
➔ Metamorfose alimentar: adaptações e
interpretações de pratos/ ingredientes (LEILA
ALGRANTI, 2004) [A Feijoada: Lusitana ou, Africana
ou Brasileira.]

“De re Coquinaria”: (sobre a arte da cozinha) Compilado de
➔ Oferendas aos deuses: Congraçamentos em torno receitas da Roma Antiga, Com dois tipos de registros no
das tradições alimentares como forma de pedido ou pergaminho: os molhos e as receitas. Foi a primeira
agradecimento coletânea genérica no contexto Romano Receitas +
◆ Contexto bíblico: multiplicação dos peixes, Medicamentos
transformação de água em vinho, a última ● Buscava atender as necessidades de banquetes e
ceia festins, o baixo patriarcado, orientar mestres
◆ Movimento Hare Krishna: ofereciam a ● Condimentos e ervas utilizados como cura ou
prasada, comida destinada ao altar de manutenção na saúde
Krishna e após ser sacralizada, os devotos ● Apicius trouxe técnicas de conservação de
se alimentavam juntos em comunhão alimentos como secagem, salga, defumação,
condimentação, além de carnes conservadas na
própria gordura
● Os textos de Apicius eram disputados pela alta
As tradições alimentares mostram diversas características nobreza Romana, o patriarcado, pela divulgação de
das sociedades humanas e de como o homem se vê no receitas, molhos e condimentos tradicionais e
mundo. O comer se impõe como forte componente de exóticos
identidade e embasa processos de socialização por ser um
processo de interação.
○ Deípnon: Jantar substancial antes das 18h

A COZINHA, OS INGREDIENTES, OS PRATOS E HÁBITOS À MESA


As cozinhas em geral eram externas cobertas por telhas e
próximo à água corrente. Era o local onde manipulavam se
animais, além de ser o local de fogo presente, seja na lenha,
trempe ou fornalha.
➔ Na casa dos Camponeses, o fogo ficava no maior
➔ O Egípcios faziam suas cervejas através da cômodo da casa e ao redor dele eram feitas as
fermentação da cevada ou tâmaras grandes práticas cotidianas, além de servir como
➔ Shayat: bolacha com raíz chufa, água, tâmaras sem forma de aquecimento.
caroço e mel, fritos em azeite - prato muito popular COZINHA DE DENTRO X COZINHA DE FORA
no Egito Faraônico Contextualizado nos castelos e palácios, a partir do Séc. XIV
➔ Konafa: Sobremesa da época baseado em mel, ➔ Cozinha de dentro: preparo de refeições mais leves
avelãs e massa de pistache ou requintadas
➔ Mashi: arroz com carne de cordeiro, folhas de ➔ Cozinha de Fora: preparo de ingredientes brutos
parreira e pedaços de berinjela como tripas e miúdos
As cozinhas medievais, eram espaços para além da
preparação dos alimentos. Servia como estoque, bem como
pequenos procedimentos, como extração de dente e
expurgo de tumores
SUMÉRIOS CALDEUS E BABILÔNICOS
★ Neste período, as especiarias não eram utilizadas
Lavavam mãos e rosto antes e Consumiam basicamente cereais : apenas para temperar pratos, mas para conservar
após os banquetes régios com trigo e cevada.
óleo de cedro e zimbro Consumiam pouca proteína bovina
os alimentos e servir como ingredientes em
preparações terapêuticas
Bebiam vinho e cerveja vindos da
tâmara ou cevada

➔ Bulgur: o triguilho era fervido, seco, descascado e


triturado e servia como base da culinária suméria e
A Sociedade de corte é caracterizada pela comensalidade,
babilônica
ou seja, um rito em torno de um soberano
➔ Lebnaniye: Farinha de trigo cozida com leite ou
➔ Cozinheiros e ajudantes eram considerados
iogurte
corporações de ofício.
➔ Gabulla: Trigo seco lentamente na manteiga
➔ Mestres de cerimônia, de forma empírica
aprendiam olhando e fazendo com seus mentores
◆ As profissões eram passadas aos aprendizes
TRILOGIA ALIMENTAÇÃO GREGA ANTIGA: TRIGO, AZEITE DE OLIVA E VINHO pupilos que se tornaram mestres de
Grécia Insular Grécia Peninsular Grécia Continental cerimônia
★ Nenhuma mulher no Contexto Histórico Medieval
Consumo de Consumo de pescado
Renascentista fazia parte das corporações de ofício
peixes, moluscos seco e de carne de
e crustáceos cordeiro;
Frutas, legumes e As corporações de ofício funcionam com seus próprios
verduras estatutos, aprovados pelo soberano. Recrutava aprendizes
com 10 a 12 anos, esse residia com seu mestre e aprenderia
➔ Máza: Farinha de Cevada dissolvida em água ou o ofício e outras tarefas.
leite de cabra
➔ Atenienses: apreciavam o uso medicinal do alho, MARIE-ANTOINE CARÊME:
cebola, alho poró, alface, favas, azeitona ● Um dos criadores da Haute Cuisine
➔ Espartanos: Cultivavam o hábito da caça, preferindo ● Esboçou o modelo que conhecemos atualmente de
principalmente a carne de lebre, perdiz e codomiz Dolman, inspirado nas fardas militares turcas
★ Refeições diárias dos aristocratas atenienses: ➔ Em 1798 foi aceito como ajudante na cozinha do
○ Akrastismós: desjejum - pão e vinho pasteleiro Bailly
○ Áriston: almoço frugal às 10h
◆ Ela se sobressaiu aprendendo fazer ● carnes cozidas com temperos e mergulhadas em
esculturas arquitetônicas greco-romanas à sua própria gordura
base de açúcar, postumamente tornando-se ● cristalização de frutas, doces em conserva
um grande confeiteiro
◆ Foi Contratado pelo Diplomata, Talleyrand, O Banquete como comensalidade nas festas
após Napoleão Bonaparte e depois de sua camponesas:
queda, Carême foi chef de cozinha do Rei 1. Oportunidade socialização
da Inglaterra 2. Negociação de casamentos e safras
3. Festas como válvula de escape, para aliviar

BANQUETE RÉGIO
as tensões sociais

Era uma das formas de demonstração de poder e distinção ALIMENTAÇÃO À BORDO


social na Sociedade do Antigo Regime, ali via se o requinte Nas navegações era necessário suprir toda a tripulação e os
dos trajes, variedade dos pratos, ostentação de louças e viajantes e isso era função do Feitor de Arqueação
raridade da carta de vinhos. ● Responsável por prover alimento aos navios, água
➔ Os livros de cozinha ou repertório de receitas potável. Era responsável por cálculos inclusive de
começaram a aparecer na Europa Ocidental durante equilíbrio de carga, o que é um dos fatores para se
os séc. XV e XVI após a consolidação o absolutismo evitar naufrágio
monárquico com o cerimonial de corte e as cortes
satélites As fases da alimentação À bordo
➔ Mestre de cerimônia: Responsável pelo comando 1. Frescos: Hortaliças, frutas, comidas preparadas de
da cozinha, entretenimento, cuidado com véspera, incluindo carne verde (fresca)
aposentos e toda logística para os banquetes e 2. Racionalização: bolacha naval e o bacalhau seco;
recepções oferecidas Rações individuais (trigo, vinho, tabaco, bolacha
★ A infanta Dona Maria de Portugal, criadora do livro naval, cocos e bacalhau)
de cozinha mais antigo que se tem notícia. Datado 3. a Aguada nas arribadas ou refrescos: Ocasião de
em 1556, fez parte dos preparativos para reabastecimento de água e gêneros alimentícios
introdução da infanta na corte de Parma, na Itália ★ No reabastecimento era possível conseguir carne
○ Os livros de cozinha na época tinham o suína fresca, na passagem pela cidade do Porto, os
principal intuito, a manutenção dos tripulantes levavam apenas os pernil e o lombo.
costumes alimentares da corte, mesmo que Com as tripas restantes, surge o pratos regionais
em outro lugar como Tripas à moda do Porto e Francesinha

Durante os séc. XVII e XVIII, a alimentação da população


europeia era em massa proveniente da atividade
agropastoril da família. Os campos eram cultivados de
forma alternada e maior quantidade o cereais seguidos
pelas hortaliças e tubérculos
➔ Os tubérculos eram considerados reserva alimentar
pela sua durabilidade embaixo do solo, podendo
permanecer ali por até 2 ano ( gengibre e inhame)
➔ Os camponeses complementavam sua dieta com
funchos, cogumelos e frutos silvestres, além das
carnes de caça
➔ Criação de galinhas e suínos pelo aproveitamento
integral, como carne, ovos e banha para conservar o
alimento
Tradições alimentares do Séc. XVII difundiram técnicas e
processos para conservação marcando a economia
doméstica europeia
● carnes salgadas e secas

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