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607-01

Curso
Curso ESA
ESA

do
do Brasil
Brasil

HISTÓRIA
HISTÓRIA
Período
Período pré-colonial
pré-colonial ee
início
início da
da colonização
colonização
Professor
Professor Gabriel
Gabriel Kelly
Kelly
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Curso ESA
2021

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PERÍODO PRÉ-COLONIAL E INÍCIO DA COLONIZAÇÃO


O período pré-colonial (1500-1530)

Nos primeiros 30 anos após a chegada de Cabral, os portugueses não estavam


interessados nas terras da América do Sul: afinal, eles não haviam descoberto
jazidas de ouro por aqui.
De início, os olhares portugueses estavam todos voltados para o rico comércio
de especiarias no Oriente.
Entre 1500 e 1530, o governo português limitou-se a enviar para terras sul-
americanas expedições marítimas destinadas a preservar a posse da terra para
Portugal e a reconhecer o novo continente, que ficaram conhecidas como
expedições pré-colonizadoras.
Durante esse período, houve a exploração econômica do pau-brasil, árvore
abundante em nosso litoral daonde se extraía uma tinta vermelha valiosa usada
no tingimento de tecidos.
O lucro gerado pela exploração do pau-brasil, entretanto, era bem menor que
aquele gerado pelo comércio de especiarias orientais.
As expedições pré-colonizadoras foram:
Expedição comandada por Gaspar de Lemos (1501): explorou grande parte
do litoral brasileiro e nomeou os principais acidentes geográficos encontrados
(ilhas, cabos, rios e baías);
Expedição comandada por Gonçalo Coelho (1503): essa expedição foi
organizada mediante um contrato assinado entre o rei de Portugal e um
grupo de comerciantes interessados na exploração do pau-brasil, dentre eles
o comerciante Fernão de Noronha;
Expedições comandadas por Cristóvão Jacques (1516 e 1520): essas
expedições foram organizadas para tentar deter o contrabando de pau-brasil
feito por comerciantes de outros países europeus, e para tentar defender a
terra de eventuais invasões francesas. Por isso, ficaram conhecidas como
Expedições guarda-costas, mas não tiveram sucesso por conta da grande
extensão do nosso litoral.

A primeira riqueza explorada pelos portugueses em território americano foi o


pau-brasil, árvore então abundante no litoral leste da América do Sul.
O governo português declarou a exploração do pau-brasil como monopólio da
Coroa Portuguesa: ou seja, ninguém poderia extrair essa árvore de terras
brasileiras sem autorização prévia do governo português e sem pagamento de
tributos.

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Ficou estabelecido o regime de estanco: o rei de Portugal cedeu a alguns


comerciantes a concessão do direito de exploração do pau-brasil, e em troca esses
comerciantes deveriam entregar parte de seus lucros para a Coroa e construir
feitorias no litoral, onde seria armazenada – e protegida de ataques – a madeira
do pau-brasil.
O primeiro comerciante a ser agraciado com a concessão do direito de
exploração do pau-brasil foi Fernão de Noronha, em 1503.
A atividade de extração do pau-brasil demandava um comportamento nômade
dos exploradores: estes se deslocavam pelas matas do litoral à medida em que a
madeira ia se esgotando nos lugares em que estavam.
Foi essa constante necessidade de deslocamento que impediu que a exploração
do pau-brasil desse origem a núcleos de povoamento significativo. Foram
construídas apenas feitorias em pontos da costa nos quais a árvore era mais
abundante.
É importante destacar que ingleses, franceses (principalmente) e espanhóis
burlaram o monopólio português e continuaram a extrair clandestinamente o
pau-brasil.
Os comerciantes europeus agraciados com a concessão do direito de exploração
do pau-brasil no litoral brasileiro estabeleciam com os indígenas um regime de
trabalho conhecido como escambo.
O escambo funcionava assim: em troca de objetos dados pelos europeus (tecidos,
anzóis, espelhos, facas e canivetes), os indígenas derrubavam as árvores de pau-
brasil com machados fornecidos pelos europeus, cortavam as árvores em toras e
levavam-nas até as feitorias, onde eram armazenadas e transportadas para os
navios.
A exploração do pau-brasil pelos comerciantes europeus foi intensa, e logo a
espécie começou a escassear. A devastação da Mata Atlântica começava ali.

A primeira fase da colonização (1530-1549)

Ao final da década de 1520, ficou claro para o governo português que apenas as
expedições enviadas ao litoral brasileiro não tinham conseguido deter a atuação
clandestina de outros povos europeus na região, que contrabandeavam pau-
brasil por meio do estabelecimento de alianças com grupos indígenas daqui (ex:
franceses e tupinambás).
Além disso, o comércio português no Oriente tinha entrado em declínio por
conta da concorrência de ingleses, franceses e espanhóis e por conta dos altos
custos com transportes e com manutenção de entrepostos.

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Assim, para assegurar a posse das terras na América do Sul e para


conseguir alternativas para aumentar os lucros comerciais, encorajado pela
descoberta de ouro e prata nas colônias espanholas da América, Portugal decidiu
iniciar a colonização do Brasil.
Em 1530, partiu de Lisboa a primeira expedição colonizadora do Brasil,
comandada por Martim Afonso de Souza. Essa expedição tinha a missão de:
iniciar a ocupação e o povoamento da terra por colonos portugueses;
combater a atividade de corsários estrangeiros;
procurar metais preciosos na terra;
realizar um melhor reconhecimento geográfico do litoral.
Em 1532, Martim Afonso de Souza fundou a primeira vila do Brasil: São
Vicente, no litoral do atual estado de São Paulo. Ele fundaria também o povoado
de Santo André da Borda do Campo.
Com a expedição de Martim Afonso de Souza, o governo português decidiu
iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no litoral do Brasil, por conta da alta procura
pelo açúcar na Europa e também para iniciar, por meio do cultivo da planta, a
ocupação sistemática da colônia.
O primeiro engenho de açúcar do Brasil foi instalado na região de São Vicente.
De início, o governo português concedia terras a portugueses que tivessem
recursos econômicos para instalarem e cuidarem de engenhos no Brasil e o
comércio do açúcar era relativamente livre.

matérias-primas a baixos preços

BRASIL PORTUGAL
produtos a altos preços

Contudo, com o progressivo crescimento da economia açucareira, o rei D.


Sebastião decidiu estabelecer regras mais rígidas para a concessão de terras; e
em 1571 decretou que o comércio colonial com o Brasil somente poderia ser feito
por navios portugueses.
Dessa forma, foi implantado no Brasil o exclusivo metropolitano ou pacto
colonial, um instrumento de domínio característico do sistema colonial que
estabelecia o domínio econômico da metrópole (Portugal) sobre a colônia
(Brasil), e dava a Portugal o direito exclusivo de fazer comércio com o Brasil.
Por meio do exclusivo metropolitano, as matérias-primas no Brasil eram
compradas por Portugal pelos preços mais baixos do mercado, ao passo que os
produtos produzidos em Portugal eram vendidos aos colonos do Brasil pelos
preços mais altos

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Se de início havia escambo e cordialidade, aos poucos a relação entre diversos


povos indígenas e colonos portugueses foi se tornando conflituosa, pois os
nativos não aceitaram a ocupação de suas terras pelos europeus.
A partir da década de 1530, com o início da colonização e a necessidade de mão
de obra para a produção açucareira, os colonos portugueses passaram a
escravizar indígenas de diversas etnias.
Os colonos portugueses passaram a se aliar a algumas tribos indígenas e, com
a ajuda destes, guerreavam contra outras tribos: os prisioneiros dessas guerras
eram escravizados e vendidos para realizarem trabalho compulsório nas
lavouras açucareiras.
O argumento utilizado pelos portugueses era o de que os indígenas estavam se
recusando a se converterem ao catolicismo e agindo com hostilidade contra os
portugueses: dessa forma, a guerra contra os indígenas seria uma “guerra justa”.
Além de trabalharem em lavouras açucareiras no litoral, os indígenas
escravizados também trabalhavam no cultivo de feijão, arroz, mandioca, na
extração das chamadas drogas do sertão (guaraná, cravo, castanha, baunilha,
plantas aromáticas e medicinais) e no transporte de mercadorias.
Durante os primeiros anos de colonização, o governo português não possuía
recursos suficientes para investir diretamente na colonização do território
brasileiro, e por isso decidiu criar o sistema de capitanias hereditárias.
Em 1534, o rei D. João III ordenou a divisão do território português na América
do Sul em 15 capitanias (grandes porções de terra) e a concedeu a posse de cada
uma dessas capitanias a nobres portugueses que se habilitaram a governá-las,
que ficaram conhecidos como capitães donatários.
Cada capitão donatário era a autoridade máxima dentro de sua capitania, e
caso ele morresse, a administração da capitania passava a seus descendentes.
Dois documentos estabeleciam os vínculos jurídicos entre o rei de Portugal e os
capitães donatários:
1) A Carta de Doação, que conferia ao capitão donatário a posse hereditária
da capitania, estabelecendo que eles seriam proprietários de apenas uma
parcela das terras, mas que possuíam o direito de administrar toda a
capitania e explorá-la economicamente;
2) A Carta Foral, que estabelecia os direitos e deveres dos donatários.

Os direitos dos capitães donatários eram os seguintes:


criar vilas e distribuir terras (sesmarias) a quem desejasse e/ou pudesse
cultivá-las;
exercer autoridade judicial e administrativa sobre as terras;

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escravizar indígenas considerados inimigos e obrigá-los a trabalhar nas


lavouras;
receber a vigésima parte (5%) dos lucros sobre o comércio do pau-brasil.

Já os deveres dos capitães donatários eram os seguintes:


assegurar ao rei de Portugal 10% dos lucros sobre todos os produtos da terra;
assegurar ao rei de Portugal o quinto dos lucros sobre os metais e pedras
preciosas que fossem encontrados;
assegurar ao rei de Portugal o monopólio da exploração do pau-brasil.

O sistema de capitanias
hereditárias:
lançou as bases da colonização
do Brasil;
estimulou a formação dos
primeiros núcleos de
povoamento europeus, como
São Vicente (1532), Porto Seguro
(1535), Ilhéus (1536), Olinda
(1537) e Santos (1545);
preservou a posse das terras
brasileiras para os portugueses;
revelou aos portugueses as
possibilidades de exploração
econômica da colônia.

No entanto, do ponto de vista econômico o sistema de capitanias não foi bem


sucedido: apenas as capitanias de Pernambuco e de São Vicente obtiveram lucros
com a produção de açúcar.
Os motivos para o fracasso das demais capitanias foram:
a falta de recursos dos capitães donatários: as terras eram muito extensas e os
capitães donatários não tinham dinheiro suficiente para explorá-las. Por isso,
muitos desses capitães perderam interesse por suas capitanias, acreditando
que elas não lhes dariam retorno financeiro;

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as revoltas dos povos indígenas: as diferentes etnias indígenas, resistindo à


dominação portuguesa, lutavam para defender suas terras e defender a si
mesmos da escravidão. Há relatos de invasões indígenas constantes a vilas
portuguesas;
o isolamento das capitanias: as capitanias eram separadas entre si e de
Portugal por grandes distâncias e sob condições precárias de transporte, o
que gerava problemas de comunicação entre os administradores portugueses;
as dificuldades com a lavoura açucareira: nem todas as capitanias tinham
solo bom para o cultivo de cana-de-açúcar. Aos capitães donatários das
capitanias sem solo adequado, restava a exploração do pau-brasil, em cuja a
participação dos donatários nos lucros era muito pequena, fato que reduziu o
interesse destes por suas terras.

O Governo-geral (1549 em diante)

Com o fracasso econômico da maioria das capitanias hereditárias, a partir de


1549 a Coroa Portuguesa decidiu instituir um novo modelo de governo no Brasil:
o governo-geral, no qual um funcionário do governo português (o governador-
geral) ajudaria os capitães donatários e interferiria no processo de colonização
do Brasil.
O governo-geral coexistiu com o sistema das capitanias hereditárias: essa
coexistência duraria até 1759, quando as últimas capitanias seriam extintas e o
território brasileiro passou a ser efetivamente administrado pelos representantes
da Coroa Portuguesa.
O sistema de governo-geral duraria até 1808, com a chegada da corte
portuguesa ao Brasil, sendo que entre 1720 e 1808 os governadores-gerais foram
chamados também de vice-reis.
O governo português escolheu a capitania da Bahia para ser sede do governo-
geral, pois ela se localizava em um ponto geográfico vantajoso da colônia: no
centro da costa brasileira, o que facilitava a comunicação com as demais
capitanias.
A Coroa Portuguesa, então, retomou a posse da capitania da Bahia e ali ergueu
Salvador, a primeira capital do Brasil, em 1549.
Salvador foi construída em um terreno elevado, de frente para o mar, de modo a
facilitar a defesa militar da cidade.
De modo geral, o governador-geral do Brasil deveria:
comandar a defesa militar da colônia, defendendo-a contra ataques
estrangeiros;
incentivar a busca por metais preciosos como ouro e prata;

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dar apoio à religião católica;


dar apoio à luta contra a resistência indígena;
relacionar-se com os governadores das capitanias e controlar os assuntos
financeiros;
nomear funcionários da justiça e alterar penas;
indicar sarcedotes para as paróquias.

O governador-geral contava com auxiliares para seu governo: o ouvidor-mor


(encarregado de questões judiciais), o provedor-mor (encarregado de questões
financeiras) e o capitão-mor (encarregado da defesa militar do litoral).
As Câmaras Municipais eram encarregadas de cuidar das administrações em
níveis locais.
Elas eram controladas pelos chamados “homens-bons” (homens ricos, grandes
proprietários de terra, de gado e de escravizados que exerciam grande poder nas
vilas e cidades em que residiam) e ficavam responsáveis pelo abastecimento das
vilas que comandavam, pela tributação dos habitantes locais e pela execução das
leis.
As Câmaras também organizavam expedições contra os indígenas,
determinavam a construção de povoados e estabeleciam os preços das
mercadorias.
Muitas vezes, as administrações locais representadas pelas Câmaras e pela
figura dos “homens bons” se tornavam verdadeiros desafios ao governo-geral,
pois se opunham ao poder central do governador-geral e de seus auxiliares,
colocando seus interesses locais em primeiro plano.
O primeiro governador-geral do Brasil foi Tomé de Sousa, que governou entre
1549 e 1553.
Durante sua gestão:
Salvador, primeira cidade e capital do Brasil, foi fundada em 1549;
foi criado o primeiro bispado brasileiro, chefiado pelo bispo D. Pero
Fernandes Sardinha, em 1551;
foi implantada a pecuária no Brasil e incentivou-se o cultivo da cana-de-
açúcar;
foram organizadas entradas, expedições governamentais feitas para
penetrar no território à procura de metais preciosos, que não obtiveram
sucesso;
vieram para o Brasil seis jesuítas chefiados pelo padre Manoel da Nóbrega,
que tinham a missão de catequizar os indígenas.
Para transmitir aos indígenas os valores europeus e cristãos, os jesuítas
passaram a reunir as populações indígenas em aldeamentos, também chamados
de missões

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O segundo governador-geral do Brasil foi Duarte da Costa, que governou entre


1553 e 1558.
Durante sua gestão:
vieram para o Brasil mais jesuítas, dentre os quais o padre José de Anchieta;
foi fundado no planalto de Piratininga em 1554, por Manoel da Nóbrega e por
José de Anchieta, o Colégio de São Paulo, junto ao qual surgiu a vila que daria
origem à atual cidade de São Paulo;
franceses (sobretudo de religião protestante huguenote), se aliando a grupos
indígenas como os tupinambás, invadiram a região da Baía de Guanabara, e
fundaram um povoamento chamado de França Antártica.

O terceiro governador-geral do Brasil foi Mem de Sá, que governou entre 1558
e 1572. Durante sua gestão:
os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro em 1567, com a ajuda do chefe
militar Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá;
o governo colonial português lutou contra diversos grupos indígenas que
resistiam à conquista portuguesa, ocasionando a destruição de diversas
aldeias do litoral brasileiro.

A administração colonial do Brasil apresentou duas tendências ao longo da


história: a tendência de centralização do governo e a tendência de
descentralização do governo.
Quando a Coroa Portuguesa queria controlar e fiscalizar melhor a colônia, ela
centralizava o governo: foi o que aconteceu durante os três primeiros governos-
gerais.
Quando a Coroa Portuguesa queria ocupar regiões despovoadas, impulsionar o
desenvolvimento de administrações locais e adaptar o governo às necessidades
dos colonos, ela descentralizava o governo.
Foi o que aconteceu após o governo-geral de Mem de Sá, quando o rei de
Portugal decidiu dividir a administração do Brasil entre dois governos:
o governo do Norte, que existiu entre 1573 e 1578 com sede em Salvador e
chefiado por Luís Brito de Almeida;
o governo do Sul, que existiu entre 1574 e 1578 com sede no Rio de Janeiro e
chefiado por Antônio Salema.
No entanto, a experiência da descentralização foi abandonada em 1578. O
governo português, insatisfeito com os resultados, decidiu estabelecer novamente
um governo único no Brasil, com sede em Salvador.
Lourenço da Veiga foi, então, nomeado governador-geral do Brasil, cargo que
exerceu até o ano de 1581.

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Em relação à religião, a lei determinava o catolicismo como religião oficial e


obrigatória em todo o Império Português. Dessa forma, todos os súditos do rei de
Portugal, incluindo aqueles residentes no Brasil, deveriam ser católicos, caso
contrário poderiam ser perseguidos.
O governo de Portugal e a Igreja Católica estavam ligados entre si pelo regime
de padroado, um acordo entre o papa e o rei português que estabelecia:
que a Coroa Portuguesa deveria garantir a expansão do catolicismo em todas
as terras conquistadas pelos portugueses;
que a Coroa Portuguesa deveria construir Igrejas e cuidar da conservação
destas;
que a Coroa Portuguesa deveria remunerar os sacerdotes católicos por seu
trabalho religioso;
que a Coroa Portuguesa tinha direito de nomear bispos e criar dioceses
(regiões eclesiásticas administradas pelos bispos);
que a Coroa Portuguesa tinha direito de recolher o dízimo (a décima parte dos
ganhos) que os fiéis davam à Igreja.
No geral, a Igreja e o Estado português atuavam em harmonia entre si: as
autoridades políticas administravam a colônia e decidiam a respeito das formas
de ocupação, povoamento e produção, ao passo que os religiosos tinham a tarefa
de ensinar aos súditos a obediência a Deus e ao rei de Portugal. Isso não impediu
que, por vezes, padres e autoridades coloniais entrassem em confronto, como
demonstra a participação de padres em rebeliões coloniais.
Mesmo com as imposições da lei, parte da população brasileira resistia à
obrigação do catolicismo e praticava secretamente outras religiões provindas da
mistura entre crenças europeias, indígenas e africanas: candomblé, umbanda,
calundu, catimbó, etc.
Para combater tais práticas, a Igreja Católica enviou ao Brasil representantes
do Tribunal da Inquisição: eram as chamadas visitações, em que os sacerdotes
representantes da Inquisição abriam processos contra as pessoas acusadas de
crimes contra a fé católica.
As visitações perseguiram, muitas vezes, os cristãos-novos (judeus convertidos
ao cristianismo), que eram acusados de praticar o judaísmo em segredo. Foram
perseguidos também acusados (as) de feitiçaria, blasfêmias e práticas sexuais
proibidas.
Muitos dos acusados pelas visitações foram levados a Portugal para serem
julgados.

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A resistência indígena
As milhares de etnias indígenas que habitavam o território que hoje
corresponde ao Brasil durante a época da colonização não aceitaram
passivamente a dominação portuguesa sobre suas terras.

Confederação dos Tamoios (1562 – 1567): ocorrida no litoral paulista e sul


fluminense, foi uma aliança de guerra feita entre indígenas tupinambás,
tupiniquins, carijós e guayanás contra a escravização de indígenas e contra os
aldeamentos jesuítas, que contou com o apoio dos franceses (os quais forneciam
armas de fogo aos nativos). Muitos líderes tupinambás como Cunhambebe e
Aimberê se destacaram, mas no fim das contas os portugueses venceram a
aliança através da guerra e da varíola – a doença dizimou os aborígenes, que não
eram imunes. Após a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, a Confederação se
enfraqueceu ainda mais e foi forçada a assinar o Tratado de paz de Iperoig,
concretizado graças à intermediação dos padres José de Anchieta e Manoel da
Nóbrega. Os sobreviventes foram levados a aldeamentos jesuítas no Rio de
Janeiro e na Bahia.

Confederação dos Cariris ou Guerra dos Bárbaros (1683 – 1713): ocorreu na


região Nordeste do Brasil. Diversas tribos indígenas (Inhamuns, Cariris, Cariús e
Cratéus) se uniram para expulsar os portugueses de suas terras e para impedir
sua escravização. Os índigenas mataram inúmeros habitantes da região e deram
imenso trabalho aos colonizadores, que só debelaram a revolta com a expedição
do Coronel João de Barros Braga, a qual matou todos os índios que encontrou
pelo caminho.

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