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IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS

INDUSTRIAIS

Profa Fernanda Maria Pinto Vilela

Juiz de Fora, 2013


APLICAÇÃO DE ENZIMAS INDUSTRIAIS

 Produção de alimentos e rações animais


 Indústria farmacêutica

 Indústria de cervejas

 Detergentes

Limitações
 Baixa estabilidade nas condições de operação;
 Elevado custo de obtenção da enzima desde a
produção até a purificação;
 Dificuldade de separação da enzima do produto final
ENZIMAS SOLÚVEIS

Processo:
Enzima + Variações de pH Eliminação
Tratamento térmico da enzima
Substrato +
Produto

Nesse processo de eliminação da enzima


ocorre:
Desnaturação;
Perda da atividade;
Impedimento de reutilização da enzima em
bateladas posteriores
IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS

 Enzima retida no interior (poros) ou na superfície de


um material insolúvel no meio reacional que é utilizado
como suporte
 Modificações para torná-las insolúveis por meio de
modificações nos grupos químicos
 Ligação a outras moléculas que tornam o sistema
insolúvel no meio de reação
 Utilização de enzimas na forma solúvel em reatores
equipados com sistemas de ultrafiltração que retém a
enzima no interior do reator
VANTAGENS DA IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS
Aumento da estabilidade da enzima;
 Operar de forma contínua, o biocatalisador é
retido no interior do biorreator e o substrato passa
pelo leito catalítico em escoamento contínuo ou
transfere-se o biocatalisador para novas bateladas
contendo solução de substrato novo;
 Retenção da atividade catalítica → uso repetido e
continuado;
 Facilidade na separação catalisador-produto;
 Redução dos custos de produção
 Facilidade na interrupção da reação
DEFINIÇÃO DE ENZIMAS IMOBILIZADAS

 São enzimas ou sistemas enzimáticos


fisicamente confinados ou localizados
em uma certa região definida do
espaço com retenção de suas
atividades catalíticas, e que podem
ser usadas repetida e continuamente
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO

 Encapsulação /Confinamento:
 Retidas na rede tridimensional de um polímero
insolúvel na água;
 Aprisionadas no interior de cápsulas ou
microcápsulas delimitadas por uma membrana
semipermeável;
 Não é estabelecida ligação química ao suporte
e conserva a sua integridade molecular.
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
 1.1 Inclusão em uma matriz;
Aprisionamento das moléculas de enzimas entre as
malhas de um polímero geliforme.

 Simples ligação física entre enzima e suporte;


 Não há risco de desnaturação, pois não são empregados reagentes
químicos,
 As limitações difusionais são intensas.
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
 1.2 Encapsulamento:
A enzima é imobilizada no interior de esferas, cujo envoltório é
constituído por um polímero geliforme e semipermeável.

Enzima em uma Solução aq.


Gotejada contendo íon
solução aq.de
alginato de Na bivalentes (Ca2+)
E E
Forma-se uma esfera,
dentro da qual as E Quando a gota de
ficam retidas alginato de Na entra
(membrana = polímero em contato com a sol.
de alginato de Ca) salina
E E
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
 1.3 Microencapsulamento:
Preparação de um sistema emulsionado, onde a
enzima está confinada no interior de micelas.
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO

 2. Fixação das enzimas sobre suporte sólido:

 A enzima deve ser fixar tão solidamente quanto


possível;
 Bentonita: Insolúvel em água, mas uma vez
hidratada intumesce e abre-se como uma espoja
altamente porosa e carregada magneticamente

 2.1 Fixação por adsorção


 2.2 Fixação das enzimas por ligações covalentes
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO

 2.1. Adsorção

 Consiste da união entre a enzima e um


suporte inerte através de interações iônicas,
adsorção física, ligações hidrofóbicas e forças
atrativas de Van der Waals.

 Suportes: Derivados da DEAE-


Orgânicos celulose, Dowex

Inorgânicos Celite, bentonita e


alumina
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO

 2.1 Fixação por adsorção

 Trata-se de um método simples, de


aplicabilidade generalizada.

 Efetua-se por simples mistura da enz. com o


suporte, mas condições de pH e força iônica
adequados, em seguida lava-se a enz. que não
ficou ligada.

 Suportes: Carvão ativado, óxidos metálicos,


vidros, resinas poliméricas.
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
 2.1 Fixação por adsorção
 Vantagens:
 Procedimento extremamente simples (redução de custos)
 Ligação ocorre por simples exposição e as condições são brandas
 Os efeitos difusionais são despresíveis
 Desvantagens:
 Enz. são altamente dependentes de pH, solventes, substrato e
Temp.
 Podem ser facilmente dessorvidas com a alteração destes

parâmetros
* É uma das técnicas mais usadas.
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
 2.2 Fixação por formação de ligações covalentes

 A enzima é ligada ao suporte inerte mediante


ligações químicas covalentes, que são,
normalmente, estabelecidas entre os
aminogrupos primários e o anel fenólico dos
aa constituintes da enz. com os grupos
reativos do suporte (-CHO;-NCS, dentre
outros).
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO

 2.2 Fixação por formação de ligações covalentes

 Em geral, as reações são feitas em meio aquoso, à


Temp. entre 0°C e 25°C e o pH próximo à
neutralidade

 A escolha das condições irá depender da


estabilidade da enz. e do suporte frente ao pH de
formação das ligações covalentes, assim como a
estabilidade das ligações suporte-enzima frente ao
pH de utilização do sistema imobilizado.
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
 2.2 Fixação das enzimas por ligações covalentes

 Vantagens:
 Maior eficiência e estabilidade.

 Não são tão suscetíveis a pH, força iônica,


solventes e temperatura
 Os suportes são escolhidos por suas propriedades de
solubilidade, grupos funcionais, estabilidade
mecânica, área superficial, entumescimento e
natureza hidrofílica ou hidrofóbica.
 Suportes: inorgânicos, polímeros naturais e
sintéticos.
EFEITOS INDESEJÁVEIS DA IMOBILIZAÇÃO
Quando a enzima é ligada ao suporte, pode sofrer alguma
mudança na conformação podendo alterar a eficiência
catalítica.

O processo de interação enzima-suporte é quase sempre


aleatório, podendo ocorrer que a região do sitio ativo se torne
menos acessível ao substrato (impedimento estérico).
EFEITOS INDESEJÁVEIS DA IMOBILIZAÇÃO

O comportamento cinético de uma enzima presa a um


suporte carregado pode diferir daquela apresentado pela
enzima livre

Quando a enzima é imobilizada sobre ou dentro de um


suporte sólido, o substrato deve se difundir da solução até o
sitio ativo da enzima, o que pode ser um fator limitante à
atividade catalítica.

A atividade da enzima
imobilizada é mais fraca
que a das enzimas nativas,
mas a estabilidade é maior
FATORES QUE INFLUENCIAM O
DESEMPENHO DA ENZIMA IMOBILIZADA
ESCOLHA DO SUPORTE

 Características morfológicas: alta porososidade,


poros pequenos que devem permitir fácil acesso da
enzima e do substrato

 Características químicas: presença de grupos


químicos que permitam a ligação da enzima sem que
ocorra desnaturação
ESCOLHA DO SUPORTE

 Natureza hidrofílica: permitir uma boa difusividade


do substrato e a estabilização da enzima

 Insolubilidade: característica essencial para


prevenir a liberação da enzima do suporte e evitar a
contaminação do produto pelo suporte e pela enzima

 Estabilização química, mecânica e térmica:


resistência que permite o emprego de operações como
filtração, centrifugação, agitação e mudanças de
temperatura
ESCOLHA DO SUPORTE

 Estabilidade ao escoamento: estrutura rígida de


poros que protege a enzima em situações de
escoamento turbulento

 Resistência ao ataque microbiológico

 Regenerabilidade: regeneração e reutilização da


matriz

AVALIAR CRITERIOSAMENTE TODOS OS ASPECTOS


ENVOLVIDOS PARA DECIDIR QUAL É O SUPORTE
APROPRIADO PARA A APLICAÇÃO DESEJADA
VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS
REFERÊNCIAS
 Borzani W, Schmidell W, Lima UA,
Aquarone E. Biotecnologia Industrial .
Fundamentos.Volume I. Engenharia
Bioquímica. São Paulo: Editora Blucher,
2001, 254 p.

 Said S, Pietro RCLR. Enzimas como


agentes biotecnológicos. Ribeirão Preto:
Legis Summa, 2004, 412 p.

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