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Exploração de Jazida de

rocha

Professor: Bruno Guida Gouveia


CENTRO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E TRANSPORTES 1/47
1 Exploração de pedreiras
1.1 Limpeza de terreno
1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1 Perfuração de rocha
1.2.1.1 Perfuratrizes
1.2.1.2 Brocas
1.2.1.3 Compressores
1.2.2 Explosivos
1.2.3 Acessórios de Detonação
1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

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1 Exploração de pedreiras

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1 Exploração de pedreiras
1.1 Limpeza de terreno

O tipo de serviço que deve preceder o início das atividades propriamente ditas
de exploração de jazidas foram previamente apresentados na aula de serviços
preliminares e limpeza de terreno.

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1 Exploração de pedreiras
1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1 Perfuração de rocha
1.2.1.1 Perfuratrizes

Vídeo 1 (introdução)
https://www.youtube.com/watch?v=V1XBe8pV23s
Classificação de Perfuratrizes

❖ Perfuratrizes de percussão
❖ Perfuratrizes rotativas
❖ Perfuratrizes de percussivo-rotativas
❖ Perfuratrizes de furo-abaixo (DTH)

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1 Exploração de pedreiras
1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1 Perfuração de rocha

Ciclo de perfuração Centralização do furo: diz respeito as coordenadas geográficas


(latitude e longitude) do centro do furo.
❖ Posicionamento do furo;
Vídeo 2.1 (latitude e longitude)
❖ Embocamento do furo; https://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/cartografia/videos/o_que_e_cartografia_3.mp4

❖ Perfuração propriamente dita; Alinhamento do furo: diz respeito ao azimute do furo.

❖ Adição ou troca de hastes; Vídeo 2.2 (azimute)


https://www.youtube.com/watch?v=g-ViWkjOgWQ
❖ Deslocamento para um novo furo.
Vídeo 2.3 (alinhamento de furo)
https://www.youtube.com/watch?v=72HAboJntI0

Inclinação do furo: diz respeito a inclinação do furo com relação a horizontal.


Vídeo 2.4 (inclinação do furo)

https://www.youtube.com/watch?v=yyKpuIkEfu8
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1 Exploração de pedreiras
1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1 Perfuração de rocha
1.2.1.1 Perfuratrizes
❖ Perfuratrizes de percussão:

▪ Funcionamento: (1) esse tipo de equipamento transmite à broca percussão e, no intervalo entre duas percussões sucessivas,
uma rotação de pequeno arco de círculo. (2) Simultaneamente a esses dois movimento ocorre a introdução, na perfuração,
de ar ou água para limpeza.

▪ Sistema de percussão: As percussões sobre a broca são produzidas por um pistão que se movimenta dentro de um cilindro,
acionado para cima e para baixo por impulsão provocada por ar comprimido numa extremidade e saída na outra.

▪ Dinâmica do sistema de percussão: Considere:


𝐵 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑐𝑚Τ𝑚𝑖𝑛 ; 𝐸𝐿 = 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜 𝑘𝑔𝑚Τ𝑚𝑖𝑛 ;
𝑒 = 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑔𝑜𝑙𝑝𝑒 𝑘𝑔𝑚 ; 𝑉𝑖 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑚Τ𝑠 ;
𝑃𝑚 = 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑛𝑎 𝑐𝑎𝑏𝑒ç𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑘𝑔Τ𝑐𝑚² ; 𝐷 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑏𝑒ç𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑐𝑚 ; 𝑠 = 𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑚 ;
𝑛𝑝 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑜𝑙𝑝𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜; 𝑔 = 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚Τ𝑠² ; 𝑚 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑘𝑔 ;
𝑘𝑖 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠

Vídeo 3 (Perfuratrizes de percussão)


https://www.youtube.com/watch?v=k9CBpUzrcnI
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1 Exploração de pedreiras
1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1 Perfuração de rocha
1.2.1.1 Perfuratrizes
❖ Perfuratrizes de percussão:

▪ Dinâmica do sistema de percussão: Considere:


𝑩 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑐𝑚Τ𝑚𝑖𝑛 ; 𝑬𝑳 = 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜 𝑘𝑔𝑚Τ𝑚𝑖𝑛 ;
𝒆 = 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑔𝑜𝑙𝑝𝑒 𝑘𝑔𝑚 ; 𝑽𝒊 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑚Τ𝑠 ;
𝑷𝒎 = 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑛𝑎 𝑐𝑎𝑏𝑒ç𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑘𝑔Τ𝑐𝑚² ; 𝑫 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑏𝑒ç𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑐𝑚 ; 𝒔 = 𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑚 ;
𝒏𝒑 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑜𝑙𝑝𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜; 𝒈 = 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚Τ𝑠² ; 𝒎 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑠𝑡ã𝑜 𝑘𝑔 ;
𝒌𝒊 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠

𝜋 × 𝐷² 𝑉𝑖 2 𝐾2 × 𝑉𝑖 = 𝑛𝑃 × 𝑠 (𝑒𝑞. 4)
𝑒 = 𝑃𝑚 × ×𝑠 =𝑚× (𝑒𝑞. 1)
4 2×𝑔
𝐵 = 𝐾3 × 𝑃𝑚 × 𝑉𝑖 × 𝐷2 (𝑒𝑞. 5)
𝜋 × 𝐷² 𝑉𝑖 2
𝐸𝐿 = 𝑛𝑃 × 𝑃𝑚 × ×𝑠=𝑚× (𝑒𝑞. 2)
4 2×𝑔 A velocidade de penetração é majoritariamente
regulada por: pressão na cabeça dos pistão; diâmetro
da cabeça dos pistão.
𝜋 × 𝐷²
𝐵 = 𝐾1 × 𝐸𝐿 = 𝐾1 × 𝑛𝑃 × 𝑃𝑚 × ×𝑠 (𝑒𝑞. 3)
4
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1 Perfuração de rocha
1.2.1.1 Perfuratrizes
❖ Perfuratrizes rotativas:

▪ Funcionamento: transmitem as brocas somente movimento de rotação portanto, a demolição da rocha no furo é feita
apenas por rotação da broca a uma pressão constante. A depender do tipo de broca, a demolição pode se dar por corte;
abrasão; esmagamento.

❖ Perfuratrizes de percussivo-rotativas:

▪ Funcionamento: Apresentam rotação contínua, além de percussão sobre a broca. Diferem das perfuratrizes percussivas
porque estas, além do porte menor, têm rotação de broca descontínua. São geralmente usadas para furos maiores de 38 mm
(1 ½”) a 125 mm (5”).

❖ Perfuratrizes de furo-abaixo (DHT):

▪ Funcionamento: O esforço de percussão para a extremidade da broca, onde efetivamente ocorre a demolição da rocha para
avanço do furo, é feito, nos outro tipos de perfuratrizes, através de segmentos (hastes) de aço unidos por roscas. Dessa
forma, ao se atingir profundidades grandes, ocorre muita perda de energia. Ao contrário do mecanismo de percussão se
encontrar na superfície, nesse caso, ele fica na extremidade da broca, junto a coroa.
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1 Perfuração de rocha
1.2.1.1 Perfuratrizes
1.2.1.1.1 Avanços

Avanço: Esforço feito sobre a broca, somado a percussão e rotação, que faz progredir a perfuração do furo.

Classificação dos avanços para escavações a céu aberto

❖ Avanços pneumáticos (bencher): o esforço sobre a perfuratriz é acionado por ar comprimido.

❖ Avanços de corrente (mais adotado): o esforço sobre a perfuratriz é acionado por uma corrente
ligada a ela, tracionada no sentido de provocar pressão na perfuratriz contra a broca e desta contra a
rocha.
Vídeo 4 (avanço de corrente)
https://www.youtube.com/watch?v=ZlS_VtY_b6g

❖ Avanços de parafuso: o esforço sobre a perfuratriz é acionado por um longo parafuso que substitui a
corrente do avanço de corrente. À medida que o parafuso gira ele exerce uma pressão na perfuratriz.

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1 Exploração de pedreiras Locomoção: A sequência de perfurações exigem
1.2 Pré-desmonte de rocha deslocamentos das máquinas de um furo acabado para
1.2.1 Perfuração de rocha o início de outro furo.
1.2.1.1 Perfuratrizes
1.2.1.1.2 Locomoção
Classificação das locomoções para escavações a céu aberto

❖ Locomoção manual

❖ Locomoção própria

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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1.2 Brocas
❖ Brocas Integrais ou Monobloco: as partes componentes (punho, colar, haste e coroa) constituem uma peça única. Por
isso, para se atingir diferentes cotas de aprofundamento do furo são necessária brocas de vários comprimentos, o que gera
certas inconveniências quanto a troca das brocas de comprimentos diferentes.
▪ Punho: é a extremidade da broca que penetra e se encaixa ▪ Coroa: peça constituída de cobalto e carboneto de
no mandril da perfuratriz. Costuma possuir forma tungstênio, podendo ter pastilhas encrostadas. Ela também
hexagonal, o que possibilita a transmissão dos esforço de apresenta o furo por onde entram o ar ou a água de limpeza.
rotação. A escolha do punho a ser adotado fica submetida
ao tipo de perfuratriz. Punho Longo (108 mm). Punho Uma observação importante é que, bem como para as hastes,
extralongo (159 mm). uma série de brocas é necessária até que um furo seja
finalizado. Contudo, deve-se ressaltar que cada broca deve ter
▪ Colar: limita o comprimento da broca que penetra na diâmetro ligeiramente inferior do que a anterior, a fim de se
perfuratriz e tem diâmetro maior que o punho e a bucha do evitar que esta nova broca não trave no momento de recomeçar
mandril. a furação. A série de brocas deve ser escolhida de acordo com
a profundidade máxima a ser atingida.
▪ Haste: transmite à coroa os esforços recebidos da
perfuratriz através do punho. Costuma possuir ➢ Cuidados: (1) guardar em óleo ou verniz para evitar
comprimento modulado, ou seja, cada um permite atingir corrosão; (2) jamais resfriar a broca rapidamente sob pena
uma diferente cota de perfuração. Durante a realização do de estragar os processos metalúrgicos de fabricação; (3)
serviço são necessárias diversas trocas para se perfurar garantir o fluxo de ar ou da água de limpeza.
cada vez mais fundo. Profundidade máxima 6,4 m.
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1.2 Brocas
❖ Brocas de extensão: são as que podem ter seu comprimento aumentado pela adição de hastes, sendo assim, desnecessária
a remoção da broca do furo. São geralmente usadas em conjunto com perfuratrizes percussivo-rotativas, o que possibilita
a adoção de brocas mais largas e maiores profundidades.

▪ Punho: é a extremidade da broca que que penetra e se


encaixa no mandril da perfuratriz. Vídeo 5 (diâmetros de coras)
https://www.youtube.com/watch?v=kcFYVkpDt4g
▪ Haste: transmite à coroa os esforços de rotação e
percussão através do punho. No caso de uso em brocas de Vídeo 6 (Curiosidade, testemunhos)
https://www.youtube.com/watch?v=GVpoOHuL7Hs
extensão, possuem roscas externas em ambas as
extremidades.

▪ Luva de acoplamento: Faz a união entre punho e a


primeira haste e entre as hastes sucessivas.

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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.1.2 Brocas
❖ Tipos de Coroas
▪ Coroa tipo cruz: ▪ Coroa tipo X: ▪ Coroa de botões:

Vídeo 7 (execução total de um furo)


https://www.youtube.com/watch?v=Q08otfISj8g&feature=emb_logo 14/47
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.2 Explosivos

Concluída a perfuração de bancadas procede-se à sua detonação, ou seja, provoca-se a explosão do material colocado nos
furos, que fissura o macio rochoso a ser demolido e empurra a bancada para a frente. O resultado esperado são blocos de
rocha de dimensões comparáveis com a caçamba de uma escavadeira ou escavadeira frontal.

Vídeo 8 (detonação)
https://www.youtube.com/watch?v=ESqSRn8e3Ns&feature=emb_logo

Classificação dos Explosivos quanto ao poder de detonação:

❖ Explosivos indicadores ou primários: produzem efeito de sopro intenso ou uma onda de choque capaz de iniciar a
detonação da massa de explosivos. Entretanto, não suficientes para demolir a rocha por si só.

❖ Altos explosivos ou secundários: detonam a velocidades entre 2.500 e 7.500 m/s e liberam gases que geram pressões
da ordem de 100.000 atm. Além disso, criam uma onda de choque que causa fissuras no maciço. O conjunto de efeitos
quebra a rocha e a empurra em direção a face livre.

❖ Baixos explosivos (pouquíssimo usados atualmente): são formados por substâncias que consomem e produzem
oxigênio. O mais emblemático é a pólvora.
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.2 Explosivos
Classificação dos Explosivos quanto a composição:

❖ Explosivos simples: são aqueles formados por um único componente químico. Entre eles estão: nitroglicerina;
nitroglicol; nitrocelulose; trotil e ciclonite.

❖ Explosivos mistos: formados por substância que consomem e produzem oxigênio, mas que não são explosivas quando
isoladas. O mais importante dentre eles é o Nitrato de Amônio, que misturado ao óleo diesel, é um explosivo de larga
utilização.

❖ Explosivos compostos (maioria do mercado): resultam da mistura de explosivos simples com substâncias capazes de
consumir e também produzir oxigênio. São largamente utilizados, pois sua versatilidade possibilita a obtenção de
soluções para diversas necessidades.

Classificação dos Explosivos quanto a consistência:

❖ Explosivos plásticos e semiplásticos: adaptam-se à forma do furo, possibilitando maior preenchimento.

❖ Explosivos mistos: utilizados sob a forma de cartuchos contendo o explosivo em pó.

❖ Explosivos líquidos: apresentam grande facilidade de carregamento.


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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.2 Explosivos
Classificação dos Explosivos quanto aos tipos:

❖ Pólvoras negras:

❖ Semigelatinosos:

❖ Gelatinosos:

❖ Anfos:

❖ Granulados:

❖ Lamas explosivas:

❖ Pastas:

❖ Emulsões:

❖ Bombeados: podem ser pastas explosivas, granulados e emulsões que podem ser bombeadas diretamente nas perfurações.
Permitem grande rapidez no carregamento, o que é desejável em desmontes em larga escala e grandes diâmetros de furos.
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.2 Explosivos
Principais propriedades dos Explosivos para escavações a céu aberto:

❖ Força: traduz a energia liberada na detonação, ou seja, capacidade do


explosivo realizar o trabalho de desmonte da rocha. Seu valor é dado em Explo-indústrias. Químicas e
laboratório pela prova de Trauzl em relação ao efeito produzido por uma Explosivos S/A, São Paulo, 1988
gelatina explosiva composta por 92% de nitroglicerina e 8% de nitrocelulose. A
Classe Resistência a água (h)
força é expressa em porcentagem, 100% corresponde ao padrão indicado. Ou
explosivo padrão pode ser o nitrato de amônio. 1 indefinida
2 32 a 71
❖ Velocidade: Ao se detonar um explosivo ocorre uma reação química com
produção intensa de luz, calor e gases a uma pressão muito elevada. A 3 16 a 31
velocidade com que a frente da reação química avança num explosivo, de 4 8 a 15
forma cilíndrica com um dado diâmetro, é o que se entende por velocidade 5 4a7
de detonação do explosivo. Essa grandeza varia, nos produtos atuais, entre
1.500 a 7.500 m/s. 6 1a3
7 Não resistente
❖ Resistência a água: a importância dessa informação se dá pelo fato dos furos
em que serão inseridos os explosivos poderem estar preenchidos com água.
Uma forma de se medir essa característica é pelo número de horas que, um
explosivo submerso em água, é capaz de detonar completamente por meio de
uma espoleta nº 6. 18/47
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.2 Explosivos
Principais propriedades dos Explosivos para escavações a céu aberto:

❖ Segurança no manuseio: para se garantir que não ocorrerão acidentes durante o armazenamento, transporte e
eventuais choques são realizados testes, alguns são: iniciação por explosão ou projétil ou onda de choque: sensibilidade
a descargas elétricas.

❖ Densidade: uma alta densidade permite maior quantidade de quilos por furo, o que é desejável quando se deseja uma
elevada fragmentação da rocha.

❖ Volume de gases: diz respeito a geração de gases na temperatura e pressão de explosão, podendo ser de: baixa
expansão gasosa (até 800 l/kg); alta expansão gasosa (acima de 800 l/kg).

❖ Gases tóxicos (pouco relevante a céu aberto): Categoria A (até 22,6 l/kg); Categoria B (de 22,6 a 46,7 l/kg);
Categoria C (de 46,7 a 94,8 l/kg).

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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.2 Explosivos
Principais propriedades dos Explosivos para escavações a céu aberto:

❖ Pressão de detonação: pressão aproximada gerada pela frente de detonação.

4,499 × 106 × 𝑑 × 𝜇2 𝑃𝐷 = 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎çã𝑜; 𝜇 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎çã𝑜 𝑚Τ𝑠 ;


𝑃𝐷 ≅ 𝑑 = 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑜𝑠𝑖𝑣𝑜 (𝑔Τ𝑐𝑚³)
1 + 0,8 × 𝑑

❖ Pressão de explosão:

𝑃𝐷
𝑃𝐸 ≅
2

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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.2 Explosivos

Escolha do explosivo:

❖ Dureza da rocha (dura, média, branda);


❖ Tipo de rocha (ígnea, metamórfica, sedimentar);
❖ Natureza da rocha (homogênea, fraturada);
❖ Presença de água;
❖ Região a que se destina (carga de fundo, carga de coluna)
❖ Diâmetro dos furos;
❖ Custo.

❖ Pressão de explosão;
❖ Velocidade de detonação (apara cada diâmetro);
❖ Volume de gases;
❖ Entre outros.

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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.3 Acessórios de Detonação

❖ Espoletas simples: cápsula de alumínio, fechada em uma extremidade, preenchida com um explosivo de base
(tetranitrato de penta-eritritol) e carga iniciadora de azida de chumbo. Sempre iniciadas por estopim comum introduzido
na outra extremidade da cápsula por meio de um alicate especial. São usados em detonações secundárias onde ou em
sequência de fogo, não sendo recomendada para explosões simultâneas, devido a velocidade de propagação na espoleta.

Características Espoleta simples


Comprimento do estojo (mm) 45
Diâmetro externo (mm) 6,35
Carga de nitropenta (mg) 550 (trabalho)
Carga de azida de chumbo/Stifinito (mg) 250 (iniciação)
Material do estojo Alumínio
Resistência à água Classe 1
Unidades em cada caixa 100

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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.3 Acessórios de Detonação
❖ Acendedores:

➢ Estopim de segurança: núcleo de pólvora negra de nitrato de potássio revestido com tecidos impermeabilizantes.
Possuem queima lenta e de velocidade conhecida para uma dada temperatura e pressão atmosférica. A iniciação da
espoleta se dá pela chispa ignitora que surge no final do estopim que em contato com a espoleta, a inicia.

➢ Estopim ultra-rápido: é um sistema iniciação não-elétrico, composto por um tubo plástico de pequeno diâmetro,
que envolve um misto explosivo de queima rápida e apresenta em uma extremidade uma espoleta instantânea ou de
retardo. Na outra extremidade, um conector para ligação da linha-tronco de detonação.

➢ Conectores para estopim: Tubo de alumínio contendo um misto pirotécnico e dispondo de um entalhe para a
fixação do cordão ignitor. Numa extremidade há uma abertura para receber o estopim a ser iniciado. O cordão
ignitor inicia o misto pirotécnico e este o estopim.

➢ Cordão ignitor: é utilizado para ignição de qualquer número de linhas de estopim através dos conectores,
eliminando a necessidade de acender cada estopim individualmente. Velocidade de queima de 30 a 45 s/m;
resistência a água classe 1.

➢ Reforçadores (Boosters): cargas explosivas de alta potência para reforçar a iniciação de explosivos de baixa
sensibilidade como é o caso dos anfos, pastas detonantes e outros.
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.3 Acessórios de Detonação
❖ Espoletas elétricas: são detonadas por corrente elétrica de determinada amperagem. Permitem a detonação de diversas
cargas simultaneamente.
➢ Espoletas elétricas instantâneas: detonam instantaneamente com a passagem da corrente.

C/C máx de C/C mín para Energia


C/C por
Modelo Fio Cor não detonação uma peça (A) necessária
série (A)
(A) (mWs/Ω)
Baixa cobre amarelo 0,25 0,5 1,5 4
Alta cobre laranja 0,8 1,5 3,0 40
Alta ferro branco 0,8 1,5 3,0 40
Cuidados para os dois tipos de espoletas elétricas:
• Verificar a suficiência da capacidade da fonte da corrente;
• Evitar o uso de fornecedores ou produtos diferentes num mesmo fogo;

• Verificar a ausência de qualquer fonte de corrente parasita; rádio transmissores; relâmpagos;


eletricidade estática atmosférica;

• “Shunt” de segurança: elemento de proteção contra eletricidade estática e correntes parasita.


Sua remoção deve ser feita somente na efetivação das ligações elétricas.
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.3 Acessórios de Detonação

❖ Espoletas elétricas:
➢ Espoletas elétricas de tempo: detonam de forma retardada passagem da corrente. Existem dois tipos de espera: a
regular: e a rápida. A primeira, proporciona uma intervalo de aproximadamente 500 ms. A segunda, segue tabela:

Intervalo entre
Espera Tempo de Detonação (ms)
esperas (ms)
2 50
3 75 25
4 100
9 250
10 300 50
11 350
15 600
16 700 100
17 800

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1.2.3 Acessórios de Detonação

❖ Espoletas elétricas:
➢ Espoletas elétricas de tempo: detonam de forma retardada passagem da corrente. Existem dois tipos de espera: a
regular: e a rápida. A primeira, proporciona uma intervalo de aproximadamente 500 ms. A segunda, segue tabela:

Vídeo 9 (Exemplo de explosões retardadas)


https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2
Fminerajr.ufop.br%2Fimages%2Fblog%2Fblog.planodefogo.
gif&imgrefurl=https%3A%2F%2Fminerajr.ufop.br%2Fblog.
desmonteporexplosivos.html&tbnid=FafW2aNSfmIfTM&vet=
10CA0QxiAoAmoXChMI4MfAl4617AIVAAAAAB0AAAAAEAI..
i&docid=OaK5vPRNisn_mM&w=660&h=214&itg=1&q=plan
o%20de%20fogo&ved=0CA0QxiAoAmoXChMI4MfAl4617AI
VAAAAAB0AAAAAEAI

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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.3 Acessórios de Detonação
❖ Armazenamento de explosivos:

Dimensões do paiol
Parâmetros
1,5x2x3 2x2,5x3 3x3,5x3 8x12x3 • As distâncias
Distância mínima (m) recomendadas podem ser
reduzidas pela metade,
Rodovias 140 155 185 350
caso sem construídos
Ferrovias 280 310 370 700 paios entrincheirados
Habitações 460 520 620 1.150
Entre depósitos 90 90 90 250
Capacidade máxima
Dinamite (kg) 2.200 4.000 8.500 68.000
Estopim (m) 32.000 54.000 113.000 648.000
Espoleta simples (um) 29.700 49.500 103.000 594.000
Espoleta elétrica (um) 21.000 35.000 73.600 420.000
Cordel detonante (um) 21.000 35.000 73.600 420.000
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1.2 Pré-desmonte de rocha
1.2.3 Acessórios de Detonação
❖ Carregamento dos explosivos: o carregamento dos furos é feita normalmente a mão. Sendo então, uma
operação morosa, prolongada e a ser executada com o máximo de cuidado para evitar riscos.

➢ Manual
➢ Automático

❖ Tamponamento: é a operação de preenchimento adequado do tampão, isto é, da porção do furo junto a


superfície. Ele pode ser feito com detritos da própria perfuração, com areia, com argila ou com argamassa
de argila e areia (geralmente na proporção de 1:2). A função do tampão é de confinar a carga explosiva,
obtendo-se o máximo rendimento.

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito
O desmonte de rocha é feito com técnicas específicas e que consistem em perfurar o maciço rochoso, introduzir explosivo
nas perfurações, detoná-lo, remover o material e destiná-lo ao beneficiamento, (muita vezes britagem). O produto do
desmonte pode ser aplicado na construção de infraestruturas como rodoviárias, ferroviárias, barragens.

❖ Recebimento do plano de fogo; ❖ Ligação ou amarração dos furos;

❖ Transporte Interno do Explosivo; ❖ Recolhimento do explosivo não utilizado e


descarte de resíduos;
❖ Isolamento da área sob influência da descarga dos
explosivos; ❖ Cerco de área sob efeito da detonação e a
detonação propriamente dita;
❖ Conferência do furo e dos explosivos, escorva e
carregamento; ❖ Análise do desmonte e liberação do cerco
de área.
❖ Tamponamento;

Vídeo 10 (etapas do desmonte de rocha)


https://www.youtube.com/watch?v=8qev776wzfw
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1 Exploração de pedreiras
1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

❖ Bancadas: O desmonte a céu aberto é feito por meio de bancadas. Elas correspondem a uma conformação do
maciço favorável ao arrancamento de “fatias” de rocha em cada ciclo. Elas se subdividem em:

➢ Praça: onde operam os equipamentos de carga (escavadeiras ou pás-carregadeiras) e transporte (caminhões


basculante).
➢ Face: superfície vertical ou levemente inclinada (2:1 ou 3:1) deixada pelo desmonte das “fatias”.
➢ Topo: onde operam os equipamentos de perfuração, que abrem uma série de furos no maciço para a detonação
da próxima “fatia” de rocha, cuja espessura é de alguns metros.

Atualmente, prefere-se criar uma série de bancadas sucessivas, sendo a praça da bancada superior o topo da bancada
inferior. Isso esculpe no maciço uma série de degraus. A altura e profundidade de cada bancada é limitada pela
capacidade de perfuração das perfuratrizes.

Também é desejável a abertura simultânea de frentes de escavação distintas, o que reduz a necessidade de parada de
produção no caso de uma detonação mal sucedida em um das frentes.

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

❖ Plano de fogo:
➢ Diâmetro das perfurações (d, ∅)
➢ Afastamento (𝑽𝒕 ; 𝑽𝒑)
➢ Espaçamento (E)
➢ Inclinação da face
➢ Altura da bancada (H)
➢ Profundidade das perfurações (𝑯𝟏 )
➢ Carga de fundo (𝑪𝒇 ; 𝑰𝒇 )
➢ Carga de coluna (𝑪𝒄 ; 𝑰𝒄 )
➢ Tampão

➢ Diâmetro das perfurações (d, ∅): é determinado pelo equipamento previsto para realizar as perfurações. Deve
considerar também a capacidade produtiva dos equipamentos de carregamento. O que implica que a produção da
perfuração e do carregamento do material detonado devem ser aproximadamente as mesmas, a fim de que não haja
ociosidade ou a necessidade de um número elevado de unidades de qualquer tipo. Uma regra prática costumeira é
que: “o valor máximo do diâmetro de perfuração em polegadas é igual à capacidade da caçamba do equipamento
de carga em jardas cúbicas”.

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

➢ Afastamento (𝑽𝒕 ; 𝑽𝒑): é a distancia, em metros, entre duas linhas sucessivas de furos. Devido a desalinhamentos de
perfuração é comum os afastamentos do topo serem diferentes do da base das bancadas. De acordo com o número de
linhas de perfuração, tem-se:

𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑡 = 𝑑 × 45
𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑝 = 𝑉𝑡 − 0,02 × 𝐻 (𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑠𝑖𝑛𝑔𝑒𝑙𝑎)

𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑝 = 𝑉𝑡 − 0,05 × 𝐻 (𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎𝑠 𝑚ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑎𝑠)

𝑬𝒙𝒆𝒎𝒑𝒍𝒐, 𝒂𝒅𝒐𝒕𝒆: 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑟𝑜 32 𝑚𝑚; 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑎 𝐻 = 10 𝑚.

𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑡 = 𝑑 × 45 = 32 × 45 = 1,44 𝑚

𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑝 = 𝑉𝑡 − 0,02 × 𝐻 = 1,44 − 0,02 × 10 = 1,24 𝑚 (𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑠𝑖𝑛𝑔𝑒𝑙𝑎)

𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑝 = 𝑉𝑡 − 0,02 × 𝐻 = 1,44 − 0,05 × 10 = 0,94 𝑚 (𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎𝑠 𝑚ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑎𝑠)


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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

➢ Espaçamento (𝑬): é a distancia, em metros, entre sucessivos furos de uma mesma linha.
𝐸𝑚 𝒃𝒂𝒏𝒄𝒂𝒅𝒂𝒔 𝒗𝒆𝒓𝒕𝒊𝒄𝒂𝒊𝒔, 𝐸 = 𝑉𝑝 ;
𝐽á 𝑒𝑚 𝒃𝒂𝒏𝒄𝒂𝒅𝒂𝒔 𝒊𝒏𝒄𝒍𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂𝒔, E = 1,0 a 1,3 × 𝑉𝑝 .
𝐴𝑚𝑏𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑜𝑟𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎çõ𝑒𝑠.

➢ Inclinação da face: vantagens (V) x desvantagens (D)


▪ V - pode-se reduzir a sobrefuração no pé da bancada;
▪ V - a face da bancada trona-se mais segura, pois passa ater talude inclinado;
▪ D - maior possibilidade de ocorrer desvios na direção desejada para as perfurações;
▪ D – marcação da inclinação correta apresenta dificuldades.

O ângulo ótimo para a bancada só pode ser obtido através de experimentos. As inclinações mais convenientes estão entre
10° e 25° com a vertical, por apresentarem menores dificuldades na perfuração e as vantagens inerentes à face inclinada

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

➢ Altura da bancada (𝑯): a escolha da altura adequada para a bancada é extremamente importante para o êxito da
escavação. Bancadas muito altas (superiores a 20 m) devem ser evitadas. Com isso, incorre-se na criação de várias
frentes de escavação independentes que permitem a utilização de quantidades maiores de equipamentos, possibilitando
aumentar a produção e reduzir as chances de paradas totais. Fatores que devem ser ponderados:

▪ Equipamento de perfuração disponível;


▪ Necessidade de refiação da coroa;
▪ Comprimento da haste;
▪ Peculiaridades geológicas do maciço;
▪ Acesso às bancadas.

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

➢ Profundidade da perfuração (𝑯𝟏 ): é função da altura da bancada. Ela não corresponde exatamente a altura da bancada
porque se recomenda uma sobrefuração, em outras palavras, que a perfuração prossiga além do plano da praça de
bancada, a fim de se evitar formação de “repé”.

O “repé” corresponde a uma superfície irregular inclinada de difícil exploração, fruto de uma detonação mal sucedida
no da bancada. Para evitar a ocorrência desse fenômeno, recomenda-se perfurar 0,3V além do plano da praça da
bancada, no caso de face vertical e 0,2V no caso de faces inclinadas.
𝐻
𝐵𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 → 𝐻1 = + 0,2 × 𝑉𝑝 𝐵𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 → 𝐻1 = 𝐻 + 0,3 × 𝑉𝑝
cos 𝛼

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

➢ Carga de fundo (𝑪𝒇 ; 𝑰𝒇 ): a extensão, em metros, da carga de fundo "𝑰𝒇 " é igual a 1,3 vezes o afastamento
teórico. A concentração de carga "𝐶𝑓 “ de fundo em gramas por metro é igual ao quadrado do diâmetro do furo
em milímetros.

➢ Carga de coluna (𝑪𝒄 ; 𝑰𝒄 )

➢ Tampão: parte superior do furo preenchido com


areia seca, pó de pedra ou argila.

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜 → 𝐶𝑓 = 𝑑2
𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜 → 𝐼𝑓 = 1,3 × 𝑉𝑡

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 → 𝐶𝑐 = 0,4 𝑎 0,5 𝑑𝑒 𝐶𝑓

𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 → 𝐼𝑐 = 𝐻1 − 2,3 × 𝑉𝑡

𝑇𝑎𝑚𝑝ã𝑜 → 𝐼𝑡 = 𝑉𝑝 𝑜𝑢 𝑉𝑡

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito

➢ Produção (𝒗) de m³ de rocha por


metro de perfuração (m):

𝑬
𝒗=𝑽×𝟐× × 𝑯 → 𝒗 = 𝑽𝑬𝑯 (𝒎3 𝒑𝒐𝒓 𝒇𝒖𝒓𝒐)
𝟐
𝑽𝑬𝑯
𝒑= (𝒎3 𝒅𝒆 𝒓𝒐𝒄𝒉𝒂 Τ𝒎 𝒅𝒆 𝒇𝒖𝒓𝒐)
𝑯𝟏

𝑯𝟏
𝒇= (𝒎 𝒅𝒆 𝒇𝒖𝒓𝒐Τ𝒎3 𝒅𝒆 𝒓𝒐𝒄𝒉𝒂)
𝑽𝑬𝑯

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito
❖ Exemplo: Escavação de pedreira de granito homogêneo para produção de enrocamento de proteção de uma
barragem de terra

➢ Dados:
a) Volume necessário: 3.500.000 m³ (no corte);
b) Disposição de trabalho: 20 horas diárias (2 turnos de 10 horas), 300 dias/ano;
c) Equipamento de carga: carregadora frontal de pneus, capacidade 10 cu.yd.(7,65 m³);
d) Altura da bancada: características topográficas e geológicas recomendam bancadas de 10 a 12 m de altura;
e) Previsão de chuvas: 20% dos dias úteis;
f) Prazo de execução: cronograma geral da obra prevê 2,5 anos para o enrocamento.

➢ Determinar:
1) Elementos de plano do fogo inicial;
2) Dimensionamento do equipamento de perfuração;
3) Estimativa do consumo de brocas.

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito
➢ Determinar:
1) Elementos de plano do fogo inicial
1. Diâmetros das perfurações: Escolha de perfuratriz sobre trator de esteiras com avanço de corrente em
virtude da mobilidade e facilidade de acesso ao topo de bancada. Perfuratriz de rotação independente.
Adotado diâmetro 3 ½” (d=88 mm) compatível com a caçamba do equipamento de carga.

2. Altura da bancada: adotar 𝑯 = 𝟏𝟏 𝒎

3. Afastamento e espaçamento:

𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑡 = 𝑑 × 45 → 𝑽𝒕 = 𝟖𝟖 × 𝟒𝟓 = 𝟑, 𝟗𝟔 𝒎
𝐴𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑉𝑝 = 𝑉𝑡 − 0,05 × 𝐻 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎𝑠 𝑚ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑎𝑠 → 𝑽𝒑 = 𝟑, 𝟗𝟔 − 𝟎, 𝟎𝟓 × 𝟏𝟏 ≅ 𝟑, 𝟒𝟎 𝒎

𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠 (E) = 1,0 a 1,3 × 𝑉𝑝 → 𝐄 = 𝟏, 𝟐 × 𝟑, 𝟒𝟎 ≅ 𝟒, 𝟎


4. Ângulo de face: Adotar face vertical

5. Profundidade de perfuração: (a teoria recomenda usar vp mas para seguir o exemplo de aplicação usaremos vt)

𝐵𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 → 𝐻1 = 𝐻 + 0,3 × 𝑉𝑝 → 𝐻1 = 11 + 0,3 × 3,96 ≅ 12,2 𝑚

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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito
➢ Determinar:
10. Volume de rocha por furo:
1) Elementos de plano do fogo inicial
6. Extensão e Concentração da carga de fundo: 𝑝𝑓 = 𝑉𝑝 × 𝐸 × 𝐻 = 3,4 × 4 × 11 = 149,6 𝑚³/furo
𝐼𝑓 = 1,3 × 𝑉𝑡 → 𝑰𝒇 = 𝟏, 𝟑 × 𝟑, 𝟗𝟔 ≅ 𝟓, 𝟏𝟓 𝒎 11. Volume de rocha por metro de perfuração:
𝐶𝑓 = 𝑑2 → 𝑪𝒇 = 𝟖𝟖𝟐 = 𝟕, 𝟕𝟒𝟒 𝒈/𝒎
𝑉𝑝 × 𝐸 × 𝐻 149,6
7. Extensão e Concentração da carga de coluna: 𝑝𝑝 = = ≅ 15 𝑚³Τ𝑚
𝐻1 10
𝐼𝑐 = 𝐻1 − 2,3 × 𝑉𝑡 → 𝑰𝒄 = 𝟏𝟐, 𝟐 − 𝟐, 𝟑 × 𝟑, 𝟗𝟔 ≅ 𝟑, 𝟏 𝒎
12. Razão de carregamento de explosivos por m³ no
𝐶𝑐 = 0,4 𝑎 0,5 𝑑𝑒 𝐶𝑓 → 𝑪𝒄 = 𝟎, 𝟓𝟎 × 𝟕. 𝟕𝟒𝟒 ≅ 𝟑, 𝟖 𝒌𝒈/𝒎 corte:
8. Total de explosivo por furo: 𝑡 51,4
𝑅𝑐 = = = 0,344 𝑔Τ𝑚³
𝑝𝑓 149,6
𝑡 = 𝐼𝑓 × 𝐶𝑓 + 𝐼𝑐 × 𝐶𝑐 = 5,15 × 7,7 + 3,1 × 3,8 = 51,4 𝑘𝑔
13. Razão de carregamento por m³ detonado:
9. Tampão: 𝐸𝑚𝑝 = 𝑒𝑚𝑝𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1,6
𝑡 51,4
𝐼𝑡 = 𝑉𝑡 → 𝐼𝑡 = 3,96 𝑚 𝑅𝑑 = = = 0,215 𝑔Τ𝑚³
𝐸𝑚𝑝 × 𝑝𝑓 1,6 × 149,6
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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito
➢ Determinar:
2) Elementos de plano do fogo inicial
1. Horas de trabalho disponíveis:

ℎ = 1 − 0,20 × 300 × 20 × 2,5 = 12.000 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠

2. Total de perfuração (m):


𝑉𝑜𝑙𝑢. 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑜 3.500.000 𝑚³
𝑇𝑝 = = = 233.333 𝑚
𝑝𝑝 Τ
15 𝑚³ 𝑚
3. Total de perfuração em furos:

𝑉𝑜𝑙𝑢. 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑜 3.500.000 𝑚³


𝑇𝑓 = = = 23.396 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠
𝑝𝑓 149,6 𝑚³Τ𝑓𝑢𝑟𝑜
4. Produção necessária em metros/hora:
𝑇𝑝 233.333
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑚 = = = 19,44 𝑚Τℎ
ℎ 12.000
5. Produção necessária em furos/hora:
𝑇𝑓 23.396
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑓 = = = 1,95 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠Τℎ
ℎ 12.000
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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito
➢ Determinar:
2) Elementos de plano do fogo inicial
6. Produção horária do equipamento: 7. Produção horária (fator de eficiência 0,83):
Adotada a perfuratriz GHYOW, montada sobre trator 60
𝑃ℎ𝑓 = 0,83 × = 1,2 𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠/ℎ𝑜𝑟𝑎
especial HC 501, com avanço de correntes. Diâmetro 3 41,5
½”, coroa X, pressão 90 psi (6,3 kg,cm²). Produz 30 m/h
(0,5 m/min). 𝑃ℎ𝑚 = 𝑃ℎ𝑓 × 𝐻1 = 1,2 × 12 = 14,4 𝑚/ℎ𝑜𝑟𝑎

➢ Ciclo de perfuração 8. Número de perfuratrizes:


• Tempo de perfuração: 24 min; 𝑇𝑓 23.396
• Manuseio e colocação de hastes (4x2,5): 10 min; 𝑁𝑝 = = = 1,62 ≅ 2
• Deslocamento entre furos: 3,5 min; 𝑃ℎ𝑓 × ℎ 1,2 × 12.000
• Alinhas e embocar o furo: 2,0 min;
❑ Tempo regular: 39,5 min 9. Quantidade de equipamentos:
• Eventuais (5%): 2 min;
Para a realização do serviço, no prazo que foi estabelecido
❑ Tempo de ciclo por furo: 41,5 min.
e com a perfuratriz calculada deve-se dispor de:

• 2 HC 501 perfuratrizes GHYOW sobre trator especial;


• 2 compressores de ar portáteis CO 90 F;
• 1 perfuratriz GHYOW (reserva)
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1.3 Desmonte de rocha propriamente dito
➢ Determinar:
3) Consumo de broca de extensão 3. Estimativa de consumo (5% de quebras prematuras):
1. Total de metros-haste (MH):
𝐻1 12
𝑛= = =4 233.333
𝐸𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 3 𝑃𝑢𝑛ℎ𝑜𝑠 → 1,05 × ≅ 205
1.200
𝑛+1
𝐾= 𝑛 = 4 ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒𝑠 (3,0 𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎) 583.332,5
2 𝐿𝑢𝑣𝑎𝑠 → 1,05 × ≅ 1021
600
4+1 5
𝐾= = = 2,5 583.332,5
2 2
𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒𝑠 → 1,05 × ≅ 511
1.200
𝑀𝐻 = 𝐾 × 𝑇𝑝 = 2,5 × 233.333 = 583.332,5 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 − ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒

2. Vida útil: Admitamos, para o tipo de rocha: 233.333


𝐶𝑜𝑟𝑜𝑎𝑠 → 1,05 × ≅ 1634
150
Componentes Vida útil
Punho 1.200 m
Luvas 600 m
Hastes 1.200 m
Coroas 150 m
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Referências

1) Manual de implantação básica de rodovia, 3ª edição, 2010. Publicação IPR – 742

2) Seminário consolidação Sicro 3, DNIT, disponível em http://www.dnit.gov.br/custos-e-


pagamentos/sicro/comunicados/seminariosicro.pdf/@@download/file/Semin%C3%A1rio%20SICRO.pdf

3) SAMPAIO, J. A.; CARVALHO, E. A.; PIQUET, B (2001). Brita Pedreira Vigné. In: Usinas de Beneficiamento
de Minérios do Brasil, João A. Sampaio, Adão B. Luz e Fernando Lins (Editores), p. 383-390, CETEM/2001.

4) https://allonda.com/blog/dragagem/draga-conheca-diferentes-equipamentos/

5) Vídeos ilustrativos dos serviços e processos presentes nas obras de infraestrutura do youtube

6) Planejamento, equipamentos e métodos para a construção civil / Robert L. Peurity... [et al]; tradução:
Alexandre Salvaterra, Francisco Araújo da Costa – 8ª. Ed. – Porto Alegre: 2015 ISBN: 978-85-8055-529-5

7) Manual Prático de Escavação: terraplenagem e escavação de rocha / Hélio de Souza Ricardo, Guilherme
Catalani. – 3. ed. – São Paulo: 2007. ISBN: 978-85-7266-195-9

8) Rem: Rev. Esc. Minas vol.62 no.4 Ouro Preto Oct./Dec. 2009. https://doi.org/10.1590/S0370-
44672009000400014

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Obrigado
CLASSE
PROFESSOR: BRUNO GUIDA GOUVEIA
E-MAIL:bruno.gouveia@eng.uerj.br

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