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Faculdade de Engenharia

Dep. de Construção Civil e Transportes

Estradas e
Transportes II
Aula 3- Ferrovias- conceitos
Prof. Ms. Marina Bedeschi
Conceitos

▪ A SUPERESTRUTURA é constituída por um sistema de camadas


finitas, assente sobre o terreno de fundação, designado como
subleito em obras de engenharia civil (SENÇO, 1997).
▪ A INFRAESTRUTURA é a parte da construção de uma rodovia
constituída pelo terrapleno e todas as obras situadas abaixo do
greide do terrapleno.
Conceitos
Nomenclatura da SUPERESTRUTURA
▪ Rodoviário Pavimento
▪ Aeroviário
▪ Ferroviário Via permanente

INFRAESTRUTURA a mesma para os três tipos de via


Comparativo das superestruturas
Perfil esquemático da Via permanente

Superestrutura
Infraestrutura
Obras de infraestrutura
▪ Serviços de terraplanagem (cortes e aterros)
Obras de infraestrutura
▪ Corte
Obras de infraestrutura
▪ Aterro
Obras de infraestrutura

▪ Seção mista
Obras de infraestrutura

▪ Operações básicas da terraplenagem


▫ Escavação
▫ Carga do material escavado
▫ Transporte
▫ Descarga e espalhamento
Obras de infraestrutura

▪ Estabilidade dos taludes e consolidação das fundações


▪ Drenagem
▪ Obras complementares
Obras de infraestrutura

▪ Túneis: passagens subterrâneas destinadas às vias de comunicação


que tem por finalidade:
▫ Encurtar as distâncias;
▫ Evitar cortes elevados cuja estabilidade e manutenção sejam
inviáveis;
▫ Divisão de tráfego superficial em vias urbanas;
▫ Substituir pontes em transposições muito longas.
Obras de infraestrutura

▪ Pontes e viadutos
Obras de infraestrutura

▪ Passagem em nível
Funções da infraestrutura

▪ Permitir assentamento da superestrutura;


▪ Permitir rápido escoamento das águas que atingem a plataforma
através das obras de drenagem, visando a conservação do corpo da
estrada.
No conjunto, as obras de arte da infraestrutura ferroviária,
praticamente, não diferem das obras de arte rodoviárias.
Subleito

▪ Corresponde a camada superficial da infraestrutura ferroviária e


atua como suporte e fundação da estrutura da via e constitui a
superfície acabada da infraestrutura;
▪ É constituída por solos naturais ou tratados, no caso de cortes e
aterros, ou então por estruturas quaisquer, no caso de obras de arte.
▪ Deve receber compactação com o objetivo de aumentar a sua
resistência mecânica.
▪ Deve ser constituído por um maciço seco e estável.
Materiais empregados no Subleito

▪ Solo natural- verificadas as características de resistência do


terreno, serão apenas necessários o desmatamento e a
regularização do mesmo.
▪ Cortes- após a escavação, as características geomecânicas caso
atendam às exigências de capacidade de resistência e deformação,
a seção trabalhada será naturalmente incorporada à plataforma.
▪ Aterros- Existem muitas indicações quanto a materiais que podem
formar a estrutura de um aterro ferroviário, por exemplo, baseando-
se nos limites de Atterberg (LL, LP, IP) e no CBR.
Características geotécnicas do subleito

A natureza do solo pode ser conhecida através dos seguintes fatores:


1. Identificação visual;
2. Granulometria;
3. Limites de Atterberg;
4. Índice de suporte Califórnia (ISC);
Superestrutura

A superestrutura de uma ferrovia consiste no conjunto de elementos que


formam a via permanente e que constitui a superfície de apoio e de
rolamento para os veículos ferroviários.
Superestrutura

A superestrutura recebe os impactos diretos das cargas rodantes e


compreende:
▪ Sublastro
▪ Lastro
▪ Dormentes
▪ Trilhos
▪ Bitola
▪ Acessórios de fixação dos trilhos
Perfil esquemático da Via permanente
Perfil esquemático da Via permanente
Superestrutura

A superestrutura está sujeita à ação de desgaste das rodas dos veículos e


do meio e é constituída de modo a ser renovada quando o seu desgaste
atingir o limite de tolerância exigido pela segurança ou comodidade da
circulação e a ser substituída em seus principais constituintes quando
assim o exigir a intensidade de tráfego ou o aumento de peso do material
rodante.
Sublastro

É a camada constituída por material granular geralmente bem graduado,


localizado entre o lastro e o subleito.
Sublastro- funções
▪ Servir como camada de apoio ao lastro e apresentar maior capacidade portante
que a camada da plataforma subjacente;
▪ Evitar que o lastro tenha uma espessura excessiva (economia);
▪ Complementar o lastro, distribuindo as tensões provenientes dos dormentes
em um nível que a plataforma suporte;
▪ Impedir a interpenetração do lastro no solo da plataforma;
▪ Evitar o atrito entre as partículas do lastro e o subleito, uma vez que a presença
de água pode transformar o solo constituinte em lama;
▪ Servir como camada drenante protegendo a camada de solo das águas de chuva
e atuando como filtro; impedindo assim a ascensão dos finos do solo para o
lastro.
Sublastro quando utilizar?

▪ Quando houver a necessidade de impedir que haja a penetração de


solo fino, oriundo do subleito, no interior do lastro (evitar
colmatação);
▪ Quando a altura necessária de lastro for superior a 30cm;
▪ Quando as condições de tráfego forem muito severas.
Características dos matérias empregados no Sublastro
Materiais granulares (areias naturais, pó de pedra, britas, escórias,
produtos siderúrgicos) com camadas de espessura entre 10 e 30cm.
As características mínimas, segundo Brina (1979) devem ser:
▪ Índice de Grupo (IG) = zero
▪ Limite de Liquidez (LL) ≤ 25%
▪ Limite de Plasticidade (LP) ≤ 6
▪ CBR ≥ 20%
▪ Expansão CBR ≤ 1%
Características dos matérias empregados no Sublastro

Pode ser utilizado como sublastro também:


▪ Solos estabilizados por cal e/ou cimento ou, ainda, com
estabilizantes químicos
▪ Concretos asfálticos, geossitéticos (membranas, geogrelhas,
geotexteis)
Economia e melhora no
padrão técnico da via
permanente

Material mais barato, geralmente Grande consumo; material


encontrado nas proximidades do mais caro; difícil obtenção,
local de emprego por ser mais especificado

Sublastro Lastro
Bitola
É a distância entre as faces internas das duas filas de trilhos, medidas a
15,8mm abaixo do plano de rodagem
Bitola

Bitolas já utilizadas no Brasil:


▪ 1,60m (bitola larga)
▪ 1,43m (bitola padrão)
▪ 1,00m (bitola métrica)
▪ 0,76m
Bitola
A mais comum é a bitola métrica (1,00m) com as seguintes vantagens e
desvantagens:
Vantagens:
▪ Curvas de menor raio;
▪ Menor largura da plataforma, menos movimentação de terra;
▪ Economia de lastro, dormentes e trilhos;
▪ Material rodante mais barato;
▪ Menor resistência à tração.
Bitola
A mais comum é a bitola métrica (1,00m) com as seguintes vantagens e
desvantagens:
Desvantagens:
▪ Menor capacidade de tráfego (maior capacidade 1,6m);
▪ Menor velocidade;
▪ Necessidade de baldeação nos entroncamento com outras bitolas
Bitola

Comparando as bitolas 1,6 e 1,0m temos;


▪ 1,60m ▪ 1,00m

Lotação 95t Lotação 74t


Tara 24t Tara 16t
Peso total: 119t Peso total: 90t
Relação lot./peso total: 0,798 Relação lot./peso total: 0,822
Verifica-se que há melhor aproveitamento da bitola métrica, além de que
o custo de implantação da bitola métrica é menor que da padrão.
Porém quanto maior a bitola maior a estabilidade do trem.
Bitolas

As bitolas
mais
utilizadas em
cada país
Eixos guiados
Diferentemente de outros meios de transporte, o sistema ferroviário não
possui flexibilidade quanto à direção do veículo. Seu trajeto é guiado
pelos trilhos.
Contato metal-metal
A interação veículo-via se dá pelo contato direto das rodas metálicas do
trem com os trilhos. O que provoca um desgaste considerável dessas
partes devido a magnitude das carga que solicita as rodas.

Apesar do alto desgaste, a intensa solicitação


faz com que esta interação veículo-via seja a
mais adequada.
Roda solidária ao eixo- Rodeiro
As rodas são solidárias aos eixos, não permitindo movimento relativo.
Existe uma conicidade nas rodas, que
centraliza o veículo nos trilhos uma vez
que, quando o mesmo se desloca mais para
o lado de um trilho, a geometria cônica o
faz voltar ao centro.

Além da conicidade, os trilhos


apresentam inclinação no sentido do
eixo.
Roda solidária ao eixo- Rodeiro

A flange ou friso, mantêm o trem sobre os


trilhos, evitando um deslocamento lateral.
Rodeiro/Eixo

Rodeiro é o elemento da infraestrutura do trem, constituído pela roda,


eixo, mancal de rolamento e adaptadores.
Roda solidária ao eixo
Por não existir movimento relativo entre a
roda e eixo ocorre o escorregamento entre
as rodas e os trilhos quando o trem
descreve uma curva.
Truque

Os eixos ou rodeiros são montados paralelamente, em uma estrutura


denominada TRUQUE.
Truque
Geralmente os truques tem dois ou três eixos
Obrigada!

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