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Biologia – 11º ano

Ácidos nucléicos: DNA e RNA


O DNA é um ácido nucleico e na sua estrutura está codificada a informação genética,
que permite a síntese de proteínas, que determinam a estrutura e a atividade
metabólica das células, sendo em última análise responsáveis pelas caraterísticas
manifestadas por um indivíduo.

Pentose: Desoxirribose;

Bases Azotadas: Citosina-Timina (Anel


simples/Pirimidinas/Pirimidicas; Adenina-
Guanina (Anel duplo/Purinas/Púricas);

Grupo fosfato: Ácido fosfórico

Localização: Procariontes-citplasma|
Eucariontes-núcleo/mitocôndrias/cloropl
astos;

Cadeia: Dupla;

Nucleótido: Desoxirribonucleótidos;

Relação bases azotadas: Constante;

Quantidade na célula: Contante (exceto


nos gâmetas e células germinativas);

Quimicamente: Estáveis

Duração: Permanente

Tipo: Uma forma

Designação da sequência de três


nucleótidos: Codogene

Genoma: conjunto completo da informação contida no DNA de uma célula, ser vivo ou
espécie onde está contida toda a informação necessária para o desenvolvimento e
sobrevivência de um ser vivo.
Pentose: Ribose

Bases Azotadas: Citosina-Uracilo (Anel


simples/Pirimidinas/Pirimidicas; Adenina-
Guanina (Anel duplo/Purinas/Púricas);

Grupo fosfato: ácido fosfórico;

Nucleótido: Ribonucleotídeos;

Localização: Procariontes-citplasma|
Eucariontes-núcleo/citoplasma:

Cadeia: Simples;

Relação bases azotadas: Variável;

Quantidade na célula: Variável com a


atividade metabólica

Quimicamente: Pouco estáveis

Duração: Temporária

Tipo: mRNA, tRNA, iRNA, rRNA

Designação da sequência de três


nucleótidos: Codão (mRNA), Anticodão
(tRNA)
Composição e estrutura dos ácidos nucleicos – RNA e DNA
Há dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido
ribonucleico). Ambos são polímeros de nucleótidos. A porção do nucleótido
constituída por uma pentose e uma base azotada designa-se nucleósido.
Cada nucleótido é constituído por: 1 base azotada, 1 pentose, 1 grupo fosfato.

Bases Azotadas: Representação molécular:


 Pirimidinas/Pirimídicas: formadas por um anel  O oxigénio fica no topo e os átomos de carbono
simples com 6 carbonos: não são representados;
Citosina/Uracilo/Timina  Os átomos de carbono das pentoses são
 Purinas/Púricas: Formadas por um anel duplo: numerados de 1’ a 5’ no sentido do horário;
Adenina/Guanina  A base azotada fica ligada ao carbono 1’ da
pentose e o grupo fosfato (confere carga
negativa às moléculas dos ácidos nucleicos) ao
carbono 5’;
 Os nucleotídeos ligam-se entre si através de
ligações fosfodiéster e as bases azotadas ligam-
se às da outra cadeia por ligações de
hidrogénio;
 A polimerização ocorre no sentido 5’ 3’;
 A cadeia polinucleotídica tem polaridade, ou
seja, uma a extremidade ligada ao carbono 5’ e
ao grupo fosfato e outra extremidade com
carbono 3’ e um grupo hidroxilo
Estrutura da molécula DNA
o Regra de Chargaff: As razões entre A/T e C/G são constantes e
sempre iguais a 1 (A+C)/(T+G) = 1 (Complementaridade das
bases);
As bases azotadas encontram-se voltadas para dentro, devido ao seu
caráter hidrofóbico (não reagem com a água), enquanto que o grupo
fosfato e a pentose se encontram voltados para o exterior, pois são
hidrofílicas (facilmente reagem com a água).

o Rosalind Franklin (difração de moléculas em raio x):


O DNA é formada por 2 cadeias Poli nucleotídicas enroladas uma
à volta da outra (helicoidalmente), formando uma dupla hélice;

As duas cadeias são antiparalelas (à extremidade


5' de uma cadeia irá corresponder a extremidade
3' da outra cadeia) – polaridade oposta;

Cada par de bases é assim formado pelo


emparelhamento entre uma pirimidina e uma
purina complementar;

No núcleo das células eucarióticas encontramos o DNA associada a


proteínas, como as histonas (octâmero proteíco mais 12 espirais de
DNA), formando a cromatina (conjunto de nucleossomas).
Assim é garantida a compactação do DNA ao mesmo tempo que as
cargas positivas de histonas estabilizam as cargas negativas no
grupo fosfato. Esta condensação ocorre no nuceluólo.
Cromatina – mais descondensado Cromossoma – condensado
Estrutura e funções do RNA
A molécula de RNA é formada por uma cadeia simples de nucleótidos
(polinucleótidica simples) . Apresenta dimensões menores do que a
molécula de DNA. Pode dobrar-se sobre si mesma, adquirindo formas
variáveis, estabelecendo ligações entre as bases complementares da
mesma cadeia (A=U e C≡G).

Uma vez que tem um grupo hidroxilo ligado ao carbono 2’ da ribose, esta
molécula é mais reativa, logo mais instável. São sintetizados durante a
transcrição dos genes.

RNA ribossómico (rRNA)-


constitui os ribossomas em
conjunto das proteínas

RNA de transferência (tRNA)-


transportador de aminoácidos
necessários para a síntese
proteica
não-codificante
(nRNA)
RNA de transferência (iRNA)-
Intervêm na regulação da
expressão da informação
genética

RNA Ribozimas-função catalítica


(aceleram a velocidade de
reações químicas sem sofrer
alterações9

mensageiro (mRNA)-
transporta para o citoplasma
codificante a informação genética para a
síntese de proteínas (dura
menos)
Replicação:
A replicação consiste na formação de duas cadeias filhas de DNA a partir da molécula
progenitora, permitindo, deste modo, não só a transmissão das caraterísticas
hereditárias como a sua conservação, reprodução, crescimento, renovação celular e
diferenciação dos seres multicelulares. Existem três hipóteses de modelos de
replicação:

 Modelo Conservativo: As duas cadeias da molécula original eram preservadas


e gerava-se uma nova molécula de DNA composta por duas cadeias
inteiramente novas.
 Modelo Dispersivo: Produção de duas moléculas com DNA em que ambas as
cadeias eram formadas por fragmentos originários da molécula inicial
alternados com fragmentos sintetizados de novo.
 Modelo Semiconservativo (atualmente aceite): Umas das cadeias de DNA que
se forma deriva da molécula original e a outra é sintetizada de novo.
Hipótese Semiconservativa:

Experiência
 decultivadas
As bactérias Meselson nume meio
Stahlcom 15 N
possuem um DNA mais denso (deposita-se no
fundo do tubo da centrífuga.
 Num meio com 14 N, na geração G1, cada
molécula de DNA tem uma densidade intermédia
entre o DNA com 14 N e DNA 15 N (pois cada
molécula nova tem uma cadeia com 15 N e a outra
com 14 N).
Na geração G2, obtêm-se 50% de moléculas com
DNA intermédio (14 N 15 N) e 50% de moléculas de
DNA pouco densas (14 N).
 Na terceira geração aparecem 75% de moléculas
de DNA com 14N e 25% de moléculas de DNA
intermédio.
 Em divisões seguintes observa-se uma proporção
crescente de moléculas com DNA pouco denso
relativamente às moléculas de DNA de densidade
intermédia.
Como funciona a replicação?

1. A replicação inicia-se em sequências nucleótidicas específicas (origem da replicação)


onde vão atuar as helicases e proteínas que iram promover a destabilização da dupla
hélice do DNA.
2. A helicase liga-se à cadeia simples original e promove a separação desta pela rutura
das pontes de hidrogénio formando a bolha de replicação, onde as suas extremidades
constituem os garfos ou forquilhas de replicação.
3. Cada uma das cadeias originais irá servir de molde para a formação das cadeias novas,
onde a enzima DNA polimerase irá ligar-se à extremidade 3’ da cadeia molde, que irá
catalisar a adição de desoxirribonuclótidos a esta extremidade promovendo o
crescimento da nova cadeia no sentido 5’ – 3’.
4. A cadeia original funciona como molde da replicação, onde serão adicionados
nucleótidos que irão formar uma cadeia complementar (complementaridade de
bases).
5. No final obtêm-se 2 moléculas de DNA iguais à original, sendo uma das cadeias pré-
existente, outra recém-formada.

NOTA:

 A replicação é bidirecional: a movimentação dos dois garfos dá-se em sentidos


opostos, mantendo a construção de uma nova cadeia no sentido 5’-3’:
 Primers: fragmento que possibilita que a DNA polimerase se ligue à extremidade 3’
para que se possam ligar nucleótidos de acordo com a regra da complementaridade de
bases.
 Cadeia leading: sintetizada continuamente.
 Cadeia lagging: sintetizada descontinuamente por meio de fragmentos de okazaki
(ligados pela DNA ligase) que se formam à medida da movimentação do garfo –
replicação semidescontínua.
Síntese Proteica
A síntese proteica é um importante mecanismo para a manutenção da vida e estrutura celular,
uma vez que deste processo resultam as proteínas, constituídas por aminoácidos e produzidas
nos ribossomas. A sequência de aminoácidos é determinada pela sequência de nucleótidos do
gene que a
codifica.

Para ocorrer síntese proteica nos seres procariontes tem de ocorrer transcrição do
DNA em mRNA e tradução deste em uma sequência de aminoácidos. Ocorrendo tudo
no citoplasma. Já nos seres eucariontes tem de ocorrer transcrição no núcleo e
tradução no citoplasma. Entre estes ocorre o processamento onde o mRNA sai do
núcleo para ser traduzido, num ribossoma.

Transcrição:
Processo onde existe transferência da informação contida numa cadeia de DNA para o mRNA,
por complementaridade de nucleótidos. Este processo apresenta as seguintes características:

 Durante a transcrição, o gene determina a sequência de bases nitrogenadas dos


nucleótidos do mRNA;
 Para cada gene apenas uma cadeia é transcrita – cadeia molde que fornece a
sequência de nucleótidos do mRNA e o seu padrão;
 É a enzima RNA polimerase que sintetiza o RNA mensageiro, separando as duas
cadeias de DNA, unindo os ribonucleótidos complementares à cadeia molde de DNA e
alongando o RNA, no sentido 3’-5’;
 A molécula de RNA mensageiro é complementar a cadeia molde de DNA;
 A molécula de RNA mensageiro é sintetizada no sentido 5’-3’ e é antiparalela a cadeia
molde DNA;
 A cada sequência de 3 ribonucleótidos, um tripleto chama-se de codão, complementar
ao tripleto da cadeia molde.
No fim da transcrição o RNA mensageiro separe se da cadeia molde de DNA e a dupla hélice
desta é restaurada. Nesta etapa o mRNA é pré-mRNA, pois ainda sofrerá processamento.

Processamento⁄”Splicing”⁄Maturação e exportação da informação


Só ocorre nos eucariontes, nos procariontes não existem intrões, logo irão realizar a síntese mais
genética:
rapidamente e com menores gastos de energia. Nestes existem intrões (sequências de nucleótidos
que não contêm informação genética para a síntese da proteína) que são removidos antes que o
mRNA seja exportado para o citoplasma, restando apenas exões (sequências que codificam
informação). Sendo então uma molécula mais curta e menos pesada. Após esta etapa o agora mRNA é
exportado para o núcleo.
NOTA: Processamento alternativo do RNA
Também pode ocorrer remoção de exões, pois em diferentes células podem existir
intrões e exões diferentes. Logo irão se obter diferentes mRNA, o que irá resultar em
proteínas diferentes com funções diferentes.

Tradução
Consiste na conversão da informação genética codificada no mRNA para uma
sequência de aminoácidos (cadeia peptídica). O conjunto de regras pelas quais ocorre
a tradução denomina-se código
genético.

Universalidade: é comum a todos os seres vivos e


evidência da evolução em comum.

Não Ambiguidade: um codão corresponde a apenas


um aminoácido.

Redundância⁄Degenerecência: um aminoácido pode


ser lido por vários codões.

AUG: codifica o aminoácido metionina e é responsável


pelo início da tradução (dupla função).

UAG/UGA/UAA: não codificam nenhum aminoácido e


são codões STOP (finalizam a tradução), libertando a
prteína sintetizada.

O terceiro ribonucleótidos é menos específico que os


outros dois.
No entanto, os codões de mRNA dependem dos tRNA para reconhecerem os
aminoácidos que codificam. O tRNA estão presentem no citoplasma e formam-se no
núcleo, tendo uma estrutura tridimensional.

Local aminoacil

Na extremidade 3’ irá ser ligado um aminoácido específico ao local aminoacil por


ligação covalente. O anticodão é complementar ao codão do mRNA o que permite o
seu reconhecimento e emparelhamento. Nas células eucarióticas este processo
acontece nos ribossomas (livres no citoplasma/associados ao retículo endoplasmático
rugoso/nas mitocôndrias ou cloroplastos (nestes a síntese proteica é isolada da síntese
proteica das células eucarióticas e semelhante à das células procarióticas)). O
ribossoma contém uma subunidade maior (promove as ligações peptídicas que unem
os aminoácidos entre si, formando uma cadeia polipeptídica) e uma menor
(emparelhamento dos tRNA com os codões do mRNA).
 A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade liga-
se à extremidade 5’ do mRNA;
 O tRNA que transporta o aminoácido metionina e que possui
o anticodão complementar reconhece o codão iniciador AUG;
 A subunidade maior do ribossoma liga-se à menor e o tRNA
iniciador fica ligado ao local P (local onde se vai estabelecer a
ligação peptídica);
Iniciação

 A metionina e o aminoácido transportado pelo segundo tRNA


estabelecem entre si uma ligação peptídica (estas ligações
implicam gastos de ATP, atuando aqui várias enzimas, a
energia libertada pela quebra destas ligações é usada para
ligar os aminoácidos à cadeia polipeptídica em crescimento
através de uma ligação peptídica);
 O ribossoma avança 3 ribonucleótidos no mRNA, no sentido
Alongamento
5’-3’;
 O tRNA, localizado no local P transporta o 2º aminoácido;
 Irá se ligar um novo tRNA ao local A, estabelecendo-se outra
ligação peptídica entre os aminoácidos;
 O ribossoma volta a avançar na molécula de mRNA;
 Acontece o sucessivo alongamento da cadeia polipeptídica;
 A síntese do polipeptídeo termina quando o ribossoma chega
a um dos codões STOP do mRNA (UGG/UGA/UAG), uma vez
que não há mais tRNA correspondentes a esses codões;
 Atingindo o codão STOP, no local A liga-se uma proteína que
promove a dissociação do ribossoma (a subunidade menor
separa-se da maior, ficando livres para a síntese de um novo
polipéptido) e do mRNA).
 O polipéptido liberta se;
 O mRNA, quebra-se nos seus ribonucleótidos que irão ser
utilizados na transcrição de novas moléculas de mRNA;
Finalização  A ligação peptídica é encaminhada para o complexo de golgi
sofrer maturação para adquirir estrutura e funcionalidade;

A síntese proteica é um processo caracterizado pela sua:

 Complexidade: exigem intervenção de vários elementos;


 Rapidez: cada molécula de mRNA pode ser traduzida em simultâneo por mais
do que um ribossoma;
 Amplificação: o mesmo gene pode ser consecutivamente transcrito por vários
ribossomas (polirribossomas/polissomas), permitindo um maior número de
cópias de uma dada proteína de interesse;

Mutações
O que são mutações?
- Uma mutação é uma alteração da sequência de DNA de um gene. Os indivíduos
afetados por mutações designam se mutantes. Estas podem ser:

 Génicas/Genéticas: afetam um ou alguns pares de desoxirribonuclótidos,


envolvendo apenas um gene um reduzido número de genes.
 Cromossómicas: são alterações mais extensas onde se altera a estrutura o
mesmo número de cromossomas.

Porque ocorrem?
- Embora durante a replicação do DNA, a DNA polimerase faça um trabalho de alta
precisão onde possui uma ação corretiva, através da qual removem qualquer
nucleótido que tenha sido incorporado erradamente, por vezes ocorrem falhas
durante a replicação, individualização dos cromossomas que podem resultar em
mutações genéticas.

Onde ocorrem?
- Nos gametas, sendo então consideradas mutações germinativas, que afetam as
células reprodutivas, são hereditárias e têm efeitos evolutivos;
- Nas células somáticas, sendo consideradas mutações somáticas, que não são
hereditárias e não têm efeitos evolutivos, como os tumores;
Classificação das mutações

Agentes mutagénicos
biológicos (virús)

Agentes mutagénicos
químicos (alimentação,
Induzidas cosméticos, tabaco, álcool,
drogas, medicamentos,
aditivos e corantes
Mutações Génicas
Agentes mutagénicos físicos
Espontâneas (radiaões UV, raios X, raios
gama)

As interações entre as condições ambientais e o genótipo determina o seu fenótipo, ou


seja as características específicas do indivíduo num determinado momento.

Efeitos das mutações:


 Prejudiciais: alteram o funcionamento de uma célula e podem conduzir a
uma doença ou morte do indivíduo;
 Benéficas: conduzem ao aparecimento de características vantajosas (as
mutações também são a fonte primária de variabilidade o que é essencial
para a evolução das espécies, pois permitem o aparecimento de novos
genes);
 Neutras: devido a redundância do código genético, o novo aminoácido ter
propriedades semelhantes à do aminoácido substituído e a substituição ter
ocorrido numa zona da proteína que não é determinante para a sua função;

Existem:

 Mutações silenciosas: onde um codão codifica o mesmo aminoácido e não


se verifica alteração na sequência de aminoácidos da proteína;
 Mutações com perda de sentido: um codão mutado codifica outro
aminoácido, altera-se a sequência de aminoácidos e a proteína tem
diferentes estrutura e função;
 Mutações sem sentido: o codão mutado é um codão stop, a síntese da
proteína é interrompida e altera-se a função e proteína.

Divisão celular
Um ciclo celular é sequência de acontecimentos que ocorrem desde a formação de uma célula,
até que esta por sua vez se divide originando as células filhas idênticas e com as mesmas
características. Para que as células terem as mesmas características é necessário que nessa
divisão ocorra replicação semiconservativa do DNA da célula mãe. Nos seres unicelulares
procariontes ou eucariontes, que a divisão celular forma novos indivíduos, correspondendo à
reprodução.

 Seres unicelulares: um ciclo forma 2 novos indivíduos.


 Seres multicelulares: são necessários inúmeros ciclos para formar todas as células
constituem um indivíduo, o ciclo celular é essencial para a renovação e regeneração ao
longo do tempo de vida dos organismos.
Ciclo celular nos procariontes
A maioria das bactérias, ou seja seres procariontes, têm uma única molécula de DNA (circular e
sem histonas) denominada cromossoma bacteriano/circular que existe no nucleoide, não
havendo separação membranar do material genético e do restante conteúdo celular. Assim
após a replicação semiconservativa do cromossoma, a célula alonga-se e ocorre a divisão do
citoplasma.

Antes da divisão celular ocorre


replicação do DNA bacteriano

No final da replicação a célula


Ui formando-se no seu
alonga-se
centro uma nova membrana e
uma nova parede celular

No final a célula filha separa-


se ao meio formando-se 2
células filhas cada uma
contendo uma molécula de
DNA bacteriano

Ciclo celular nos Eucariontes


Em semelhança com o ciclo celular das células procarióticas, nas células eucarióticas o ciclo
celular tem de garantir que cada uma das células filhas recebe as mesma informação genética
da célula mãe.

No entanto, o material genético destes seres está estruturado em moléculas longas eu


lineares, onde o DNA se encontra muito compactado e a proteínas que possibilitam esta
compactação, as histonas (filamento de cromatina). Estas ligam-se ao DNA impedem que este
seja um novelo confuso. Sendo assim cada cromossoma eucariótico é uma unidade estrutural
formada por uma única molécula de DNA, linear e longa, associada as histonas.
O DNA apenas se encontra condensado por um breve período de tempo, o que permite
comparar a forma e o tamanho dos cromossomas, assim são encontrados diversos
cromossomas homólogos, ou seja, são idênticos e na maioria das vezes provêm de gâmetas. A
maioria dos cromossomas quando se condensam ficam com uma estrutura em forma de X,
sendo tal uma consequência da replicação, onde há formação de cromatídeos irmãos
(geneticamente iguais devido a replicação semiconservativa, logo que possuem genes para as
mesmas características e têm um formato semelhante) mantido juntos pelas coesinas numa
região designada de centrómero.

Assim antes da replicação existe uma molécula de DNA, logo 2 cadeias de DNA e um
cromatídeo por cromossoma, já após a replicação existem 2 moléculas de DNA, logo 4 cadeias
de DNA e 2 cromatídeos por cromossoma.

Fases do ciclo celular eucariótico


 A Interfase: é a fase mais longa do ciclo celular, nesta a célula aumenta de tamanho
(G1/S/G2)

 A Fase M/Mitótica: é a fase em que se verifica a divisão do núcleo (Mitose ou


Cariocinese), culminando na formação de duas células-filhas (Citocinese).
Interfase
Fase M/Mitótica
1º Cariocinese/Mitose:
Nota: os microtúbulos do fuso acromático podem alongar
(polimerização) sou encurtar-se (despolimerização),
deslocando consigo os cromossomas, a ligação destes só é
possível através do cinetócoro.

Nas células vegetais, na mitose de uma célula, uma vez que


não tem centrossomas, não ocorre organização do fuso
mitótico a partir destes.

2º Citocinese

 Citocinese animal e de alguns protistas: Nas células


animais (sem parede celular) forma-se na zona
equatorial um anel contráctil de filamentos proteicos
(actina) que se contraem puxando a membrana para
dentro levando de início ao aparecimento de um sulco
de clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se
separem as duas células – filhas. É Centrípeta.

 Citocinese vegetal: uma vez que a Parede celular impede o estrangulamento


citoplasmático, a separação ocorre em resultado da deposição de vesículas no complexo
Golgi na região Equatorial da célula que se fundem, de modo a formarem uma estrutura
plana (fragmentoplasto) que dará origem à membrana citoplasmática das células filhas. É
centrífuga.

Importância de alguns acontecimentos mitóticos


Condensação dos cromossomas: seria impossível a separação e a correta distribuição dos
cromossomas, os cromossomas dirigem-se para os polos sem se emaranharem;

Dissolução do Invólucro Nuclear: é essencial para que os cromossomas se liguem ao fuso


acromático que se encontra no citoplasma;

Desaparecimento/reaparecimento de nucléolos: ocorre a condensação do DNA na profase e


diminui a síntese de RNA, porque não há transcrição. Nesta etapa o rRNA estou se encontra
nos nucléolos é exportado para o citoplasma. Quando o material genético descondensa na
telófase, ocorre transcrição e os nucléolos reaparecem.
Estabilidade da informação genética:
 Quando ocorre replicação semiconservativa do DNA, a quantidade deste por
cromossoma duplica e, no final, cada cromossoma passa a ser constituído por 2
cromatídeos, sendo que cada ou apresenta a mesma informação genética que o
cromatídeo irmão;
 durante a anafase os 2 cromatídeos do mesmo cromossoma separam-se passando a
constituir cromossomas independentes. Nesse momento, a quantidade de DNA por
cromossoma reduz-se para metade e posteriormente estes movimentam-se em
direção a cada um dos polos;
 A anafase permite a distribuição equitativa do material genético para os futuros
núcleos de cada uma das células filhas assegurando, assim igualmente a estabilidade
genética (ou seja, o número de cromossomas da espécie é mantido).

Controlo do ciclo celular:


Falhas no controlo do ciclo celular podem permitir a proliferação descontrolada das células,
isto é, tem por base a acumulação de mutações que potenciam neoplasias, ou seja, tumores
malignos (crescimento exagerado de células). As proteínas fundamentais para a regulação
deste ciclo são as ciclinas. Fatores intrínsecos à célula, como abundância de nutrientes ou
integridade do DNA ou fatores extrínsecos à célula como as substâncias produzidas por outras
células ou outras condições do meio levam à formação e à acumulação de ciclinas ou a sua
degradação, permitindo o avanço ou bloqueando o ciclo celular.
Pontos de controlo:

Pontos de controlo Acontecimentos Resposta


- o DNA está danificado? Positiva: o ciclo prossegue,
G1/S - faltam nutrientes? irreversivelmente;
(fim de G1) - como estão as dimensões Negativa: aguarda em G0
da célula?
- a replicação foi sem erros? Positiva: o ciclo prossegue;
G2/M - existem todas as proteínas Negativa: apoptose/morte
(fim de G2) necessárias à fase mitótica? celular geneticamente
programada;
- os cromossomas estão
M todos alinhados no plano
(entre a metáfase e a equatorial? Positiva: o ciclo prossegue;
anafase) - a distribuição dos Negativa: apoptose
cromossomas será equitativa
para os dois polos?

Notas:

 Uma etapa tem que estar concluída para a outra prosseguir;


 Os pontos de controlo assumem o sucesso da divisão celular;
 Apoptose: morte celular geneticamente programada;
 Necrose: morte acidental de células “boas”;

No fim da fase mitótica as células podem?

- Iniciar um novo ciclo celular;

- Sofrer processos de especialização/diferenciação numa função deixando de se dividir;

- Entrar numa fase pós-mitótica (G0) e só mais tarde iniciar um novo ciclo celular;
Desregulação do ciclo celular
Caso os mecanismos de regulação falharem, conduzindo a uma divisão celular descontrolada
exagerada, pode surgir um cancro – neoplasia maligna.

Os genes que regulam o ciclo celular: os que controlam a divisão celular/os que codificam
proteínas reparadoras de erros/os que controlam a apoptose. Estes genes podem sofrer
mutações que irão levar a uma desregulação do ciclo celular, ou seja, irá ocorrer uma
proliferação descontrolada e exagerada de células multadas, que irá levar a uma neoplasia
(conjunto de células alteradas/tumor primário), que se ganharem capacidade de invasão dos
vasos linfáticos e sanguíneos levam a uma METASTIZAÇÃO - tumor secundário/neoplasia
maligna/cancro.

Angiogénese: formação de novos vasos sanguíneos, a partir dos vasos pré-existentes. Ao redor
dos tumores há um aumento da proliferação de vasos, uma vez que as células tumorais têm
um metabolismo mais acelerado que as células normais, precisando de mais oxigénio. Esses
novos vasos permitem a nutrição do tumor, possibilitando o seu crescimento, mas também
vão fazer a ligação entre as células tumorais e a circulação sistémica, favorecendo a sua
disseminação e reprodução de metástases.
Crescimento e renovação celular
Os organismos multicelulares complexos são constituídos por diversos tipos de células, com
funções específicas, derivadas por divisões mitóticas sucessivas do ovo ou zigoto. A divisão
celular dá origem a células iguais entre si sendo necessário ocorrer a diferenciação celular que
as torna

especializadas e diferentes estrutural e funcionalmente.

A diferenciação celular é o conjunto dos processos a partir dos quais células geneticamente
idênticas se especializam, para desempenhar uma ou várias funções. a diferenciação ocorre
devido a uma expressão do genoma (genes iguais – expressões diferentes), ou seja, numa
célula diferenciada apenas alguns genes se encontram ativos sendo expressos e outros estão
inativos/silenciados (não se expressam), o que conduz a uma diferenciação/a expressão
exercer uma determinada função.
 Uma célula totipotente tem capacidade de, por divisões sucessivas, originar todos os
tipos celulares do organismo adulto. É o caso do ovo o zigoto.
 Uma célula especializada caracteriza-se por uma estrutura particular relacionada com
o desempenho de uma determinada função.

A diferenciação ocorre na fase G1 da interfase, onde ocorre:

 expressão diferencial dos genes (envolve a transcrição e tradução de determinados


genes e a inibição de transcrição de outros genes)_;
 processamento alternativo (produto final: células com a mesma informação genética,
sintetizam proteínas diferentes, devido a apenas alguns genes se encontrarem ativos,
o que vai determinar diferentes morfologias das células e por isso diferentes funções);

Uma porção significativa de genes de DNA tem como função controlar a atividade de outros
genes permitindo a sua ativação ou inativação - regula a ativação e inativação dos genes.
Notas: algumas células diferenciadas podem tornar-se indiferenciadas, uma vez que perdem a
especialização e podem passar a originar todos os tipos de células de um indivíduo multicelular
(toptipotência) – Desdiferenciação – células da raiz da cenoura.

Reprodução:
A reprodução é uma função básica dos seres vivos e constitui a capacidade de originar
descendência, sendo a única garantia da continuidade de espécies mas não necessária à
sobrevivência destas. Esta pode se dividir em:

 Reprodução assexuada: os descendentes são originados a partir de um único


progenitor. Na maioria das situações, os descendentes são clones do progenitor, uma
vez que são geneticamente iguais a ele, pois tem por base o processo de mitose.
 Reprodução sexuada: os descendentes resultam da fecundação (união das células
sexuais/germinativas), com a formação de um ovo ou zigoto. Necessitam de um ou
dois progenitores).

1º - Reprodução assexuada

Ao ocorrer esta reprodução são gerados indivíduos geneticamente iguais, a não ser que
ocorram mutações.

 Nos procariontes (ex.bactérias): a divisão celular gera a partir de um indivíduo,


organismos geneticamente iguais;
 Nos eucariontes: a reprodução assexuada é assegurada pela mitose de algumas células
seguida de processos de diferenciação, permitindo a formação de indivíduos
geneticamente iguais;
Nota: podem existir organismos que realizem os dois processos de reprodução, a reprodução
assexuada pode ser uma alternativa ou ser apenas realizada em certas circunstâncias.

Divisão do organismo progenitor


em dois organismos-filhos com
dimensões semelhantes; o
progenitor perde a sua
individualidade. É comum em
Fissão Binária organismos unicelulares
procariontes como as bactérias e
Bipartição alguns protistas (paramécia,
amiba por exemplo). Após a
divisão, as duas células-filhas
Cissiparidade crescem até atingirem o
tamanho normal. Pode ocorrer
em organismos multicelulares,
como por exemplo
planária/medusas/anémonas -
mitoses.

Esta inicia-se com diversas


mitoses no núcleo da célula,
produzindo-se vários núcleos-
filhos sem que haja citocinese.
Depois, cada um desses núcleos-
filhos, rodeados de citoplasma é
envolvido em membrana
Fissão múltipla plasmática e, quando a
membrana da célula mãe se
Divisão rompe, liberta-se constituindo
múltipla um novo indivíduo. Ocorre em
unicelulares eucariontes
(protistas) – algas unicelulares e
Esquizogonia
protistas endoparasitas. No final
são originados vários
descendentes (+ eficaz)

É usada como estratégia de


reprodução por diversos seres
vivos, e consiste na divisão do
organismo em fragmentos (onde
se encontram células estaminais)
Fragmentação de dimensões variáveis. Verifica-
se em multicelulares pouco
diferenciados – algas;
fungos;planárias; estrelas do
mar;
Consiste na formação de células
reprodutoras especiais por
mitose – esporos
assexuados/mitósporos
(formados por esporângios) que
se libertam em grande
quantidade (facilita a dispersão-
garante a eficácia deste
processo) do progenitor e
originam novos seres vivos da
mesma espécie, quando
Esporulação encontram condições favoráveis.
Verifica-se em fungos e algumas
algas. Os fungos (cogumelos,
bolores) desenvolvem uma
camada protetora que lhes
permite resistir a condições
adversas. O facto de os esporos
terem um tamanho reduzido dos
esporos torna fácil a sua
dispersão no ar. Nas algas
formam esporos flagelados –
zoósporos – facilitando a sua
deslocação na água , mas como
torna-os sensíveis às condições
ambientais.
Consiste na formação, no
progenitor de protuberâncias na
sua superfície – gomos/gemas
que crescem formando réplicas
do organismo inicial (menor
dimensão). O descendentes
podem permanecer ligados ao
Gemulação progenitor (clónias) ou podem
destacar-se – organismos
Gemiparidade independentes. Verifica-se em
fungos unicelulares (leveduras)
ou multicelulares simples (hidra
e anénoma)
Em alguns animais e plantas, os
seus óvulos podem não ser
fecundados e mesmo assim
haver criação de clones. A
partenogénese (animais) define-
se por desenvolvimento de um
novo ser a partir de um óvulo
não fecundado, os descendentes
então não são verdadeiros
clones da mãe, uma vez que as
células germinativas já não têm
toda a informação das restantes
células da mãe. Já na apomixia,
nos animais, o descendente é
geneticamente idêntico à
progenitora, pois o óvulo ainda
mantém a informação genética
de outra célula qualquer no
Partenogénes indivíduo.
e
A apomixia nas plantas leva à
Apomixia formação de clones a partir do
desenvolvimento de embriões e
da formação de sementes a
partir de óvulos que sofrem
mitoses. A vantagem desta
estratégia é aumentar a área de
dispersão dos clones e podem
resistir a condições adversas no
estado de dormência.
(pulgões/afíbios/insetos/dentes-
de-leão/alguns peixes/abelhas).
Consiste na formação de novas
plantas a partir de órgãos
envolvidos na reprodução
sexuada – caules; raízes; folhas.
Nestes encontram-se
meristemas, que contêm células
indiferenciadas, que se podem
dividir e dar origem a outros
tecidos, permitindo o
crescimento de diversos órgãos
da célula.
Propagação
vegetativa Uma das estratégias são os
caules subterrâneos (meristemas
caulineares – Rizomas (caules
Multiplicação
subterrâneos, ricos em reservas
vegetativa que geram novos gomos que
podem ter vida independente –
gengibre/relva/trevo/canas);
Tubérculos (caules subterrâneos,
ricos em reservas que geram
novos gomos que podem ter
vida independente – batata;
Bolbos (ricos em reservas que
geram novos gomos que podem
ter vida independente na
estação favorável –
cebola/alho/tulipas;

Caules aéreos: Estolhos (caules


que crescem junto ao solo que
podem originar novas plantas
independentes, indo o caule
principal morrer assim que as
novas plântulas desenvolvem as
suas próprias raízes e folhas –
morangueiro/begónias.

Raízes (choupos); Folhas (certas


plantas desenvolvem pequenas
plântulas nas margens das
folhas. Estas, ao cair no solo,
desenvolvem-se e dão origem a
uma planta adulta -
Limites e Vantagens da Reprodução assexuada:

Vantagens:

 Um só progenitor pode originar descendência;


 Elevado nº de descendentes num curto intervalo de tempo;
 Baixo dispêndio de energia no processo reprodutivo;
 Assegura a sobrevivência em ambientes com características favoráveis e
estáveis (ex. temperaturas amenas, alimento, água em abundância – condições
favoráveis à existência de um elevado nº de indíviduos).

Limites:

 Baixa variabilidade genética e de características da população (reduzida


variabilidade de características);
 Baixa capacidade de adaptação e sobrevivência das populações a condições
adversas;
 Não favorece a evolução;
2º Reprodução sexuada – ciclo de vida do homem
Para que ocorra reprodução sexuada é necessário que ocorra fecundação (fusão dos
dois gâmetas, levando à formação de um ovo/zigoto). Após a fecundação irão ocorrer
sucessivas mitoses até ser formado o descendente.
Nota: Este tipo de reprodução ocorre em apenas eucariontes – animais, plantas, alguns
fungos e protistas, estando então a informação genética organizada em cromossomas
(no núcleo).
Neste tipo de reprodução os descendentes já são diferentes dos progenitores, uma vez
que o descendente vai apenas adquirir variantes dos genes (alelos) dos dois
progenitores, ao herdar cromossomas de cada um deles - pois os cromossomas estão
organizados aos pares (46 cromossomas-23 pares).

Ciclo de vida: sequência de


acontecimentos envolvidos na
história reprodutiva de um ser
vivo, desde a formação da
primeira célula até que ele
próprio se reproduz.

No caso dos animais, as gónadas masculinas são os testículos e as gónadas femininas


são os ovários. Onde estes por meioses geram os espermatozoides e o óocito II.

Os pares de cromossomas (um de origem materna-provém do gâmeta feminino e


outro paterna – provém do gâmeta masculino) são homólogos, ou seja:
 Mesmo tamanho (forma e estrutura);
 Mesma posição do centrómero;
 Mesma disposição dos genes para as mesmas características (não
necessariamente com a mesma informação);
Células diploides (2n): células que apresentam pares de cromossomas homólogos, ou
seja, 2 cromossomas de cada tipo, um de origem materna e outro paterna. 2n=46, nos
humanos.
Células haploides (n): células que não apresentam pares de cromossomas homólogos,
ou seja, um cromossoma de cada tipo. n=23.
Cariogamia: fecundação – fusão dos dois gâmetas haploides, formando um ovo/zigoto
(célula diploide), fundindo os dois núcleos, repondo-se o nº de cromossomas de
organismos que realizem este tipo de reprodução – leva à duplicação cromossómica.
A formação de células haploides é assegurada pela meiose, a partir de células
diploides, originando os gâmetas. Neste processo ocorre redução cromossómica –
complementar à fecundação.

Cariótipo: conjunto de cromossomas típico de uma espécie. Nos humanos o


cariótipo...

 Masculino é 46, XY ou 44 + XY
 Feminino é 46, XX ou 44 + XX
O 23º par é o par dos cromossomas
sexuais – heterossomas,
determinando o sexo do
indivíduo. Já os restantes são
autossomas.

Meiose
É o processo de divisão nuclear, onde a partir de uma célula diploide (2n
cromossomas) se originam 4 células haploides (n), onde as células filhas apresentam
metade do nº de cromossomas da célula mãe. Na meiose ocorrem duas divisões
sucessivas:

 Meiose I;
 Meiose II;

Antes da meiose I, ocorre replicação do DNA, na


fase S da interfase. Na meiose I, o nº de
cromossomas passa para metade, com a separação
dos cromossomas homólogos pelas duas células
filhas – meiose reducional, onde são originadas 2
células haploides a partir de célula diploide,
apresentando cada cromossoma 2 cromatídeos (ao
contrário da divisão mitótica).
Na meiose II, o número de cromossomas mantém-
se verificando-se a disjunção/ segregação/ separação de cromatídeos irmãos – meiose
equacional, onde são formadas 2
células haploides, cujos núcleos
evidenciam cromossomas com um
cromatídeo, a partir de cada célula
Nº de cromossomas
que iniciou a divisão.

Anafase I

tempo

Etapas da Meiose I e Meiose II

- G1: intensa atividade biossintética;


Interfase - S: replicação semiconservativa do DNA – cada cromossoma passa a evidenciar 2
cromatídeos;
- G2: síntese de proteínas essenciais à divisão nuclear/meiose;

Meiose I
- Os cromossomas começam a
condensar, emparelhando com os seus
homólogos, formando bivalentes/ díadas
cromossómicas/ tétradas cromatídicos;
- Ocorrência de sinapses e “crossing-
over”;
- Os bivalentes mantêm se unidos nos
Profase I pontos de quiasma;
- Invólucro nuclear e nucléolo
desagrega-se;
- Os cromossomas ficam ligados a
microtúbulos do fuso de polos opostos
da célula;
- Formação da placa equatorial e
colocação aleatória e independente dos
bivalentes nesta, para polos opostos da
célula;
- Os pontos de quiasma definem o plano
Metáfase I equatorial;
- Tensão oposta nos cromossomas
homólogos gerada pelos microtúbulos;

- Rutura dos pontos de quiasma;


- Migração polar e aleatória dos
cromossomas homólogos;
- Cromossomas passam a ser
constituídos por 2 cromatídeos;
Anafase I - A quantidade de cromossomas reduz-
se a metade em cada um dos polos

- Cromossomas atingem os polos e


descondensam;
- Reaparecimento do invólucro nuclear e
nucléolo;
Telofase I - Desagregação do fuso acromático;
- Citocinese (normalmente);
- Formação de 2 células haploides (cada
cromossoma tem 2 cromatídeos);

- G1: intensa atividade biossintética;


Intercinese - G2: síntese de proteínas necessárias para a divisão nuclear/meiose;
Uma vez que os cromossomas apresentam 2 cromatídeos não é necessário
ocorrer replicação semiconservativa do DNA;
Meiose II
- Formação do fuso acromático após
divisão do centrossoma;
- Condensação dos cromossomas com 2
cromatídeos;
- No final desta etapa a membrana
Profase II nuclear dessegrega-se completamente;
- Desagregação do invólucro nuclear e
desaparecimento do nucléolo;
- Ligação dos cromossomas às fibrilas do
fuso acromático;
- Colocação dos cromatídeos-irmãos no
plano equatorial;
- Plano equatorial definido pelos
centrómeros;
Metafase II

- Rutura do centrómero;
- Cromatídeos irmãos separam se
aleatoriamente e ascendem a polos
Anafase II opostos;
- Cada cromatídeo passa a ser um
cromossoma;

- Descondensação dos cromossomas;


- Reaparecimento no nucléolo e
invólucro nuclear;
Telofase II - Desaparecimento do fuso;
- Formação de 2 núcleos haploides em
cada célula que iniciou divisão;
Nota: se ocorrer citocinese forma-se 4 células filhas haploides geneticamente distintas.

Meiose e variabilidade genética


1º Sinapse: os cromossomas aproximam-se, emparelham-se e são mantidos juntos,
ficando os cromatídeos-irmãos lado a lado. Os cromossomas homólogos alinhados
designam-se bivalentes e o conjunto dos 4 cromatídeos são o tétrada cromatídica.
2º “crossing-over”: é a troca de porções de cromatídeos entre os homólogos de cada
bivalente, acontecendo quando existe rutura ou rotação das porções cromatídicas
envolvidas. Tal aumenta a variabilidade genética uma vez que pode originar múltiplas
combinações de cromossomas de origem materna e paterna – recombinação genética.

Nota: a fecundação permite a formação de um ovo e consequentemente, um indivíduo


geneticamente único e distinto de outros com quem possa partilhar os mesmos
progenitores, ou seja, aumenta a variabilidade genética.
Mutações cromossómicas estruturais
Mutações estruturais: resultam de erros durante
o “crossing-over” (prófase I – meiose) o que
resulta na alteração da estrutura/disposição dos
genes nos cromossomas.
Podem gerar estas mutações:
- Troca não recíproca de segmentos de
cromatídeos irmãos (ex: deleção, duplicação e
inversão)
- Troca não recíproca de segmentos de
cromatídeos não irmãos (ex: inserção e
translação)

Troca recíproca: troca de cromatídeos de


cromossomas não homólogos.

Mutações cromossómicas numéricas


Mutações cromossómicas numéricas resultam da ocorrência de erros durante a
anafase I da meiose devido à não disjunção de cromossomas do mesmo par de
homólogos ou durante a anafase II devido à não disjunção de cromatídeos irmãos (=
cromossomo), assim no final da citocinese poderão se formar células com um nº
anormal de cromossomas.
Exemplos:

 Monossomia – 2n-1 (cariótipo)


Nos humanos não acontece, mas seria assim: 2n=45
 Trissomia – 2n+1 (cariótipo)
Nos humanos: 2n=47

Reprodução nos animais

As gónadas (ovários ou testículos) produzem nos ovários (2n) os gâmetas oócito II (n)
ou nos testículos (2n) os gâmetas espermatozoides (n). No entanto estes possuem
diferente morfologia e função – anisogamia morfológica e funcional (humanos):

 Os oócitos: grandes dimensões, sem flagelo e sem mobilidade;


 Espermatozoides: pequenas dimensões, com flagelo e com mobilidade;

Isogamia: Os gâmetas apresentam características iguais, pode ser funcional se ambos


os gâmetas forem, por exemplo, móveis, ou morfológica se não for possível distinguir
os gâmetas (se forem flagelados e apresentarem dimensões semelhantes).

Anisogamia: Os gâmetas apresentarem características diferentes. Pode ser funcional


se um dos gâmetas apresentar mobilidade e outro não, ou morfológica se for possível
distinguir os gâmetas (dimensões diferentes).
Hermafroditismo Suficiente Hermafroditismo Insuficiente
Ex: ténia Ex: caracóis, minhocas
- Seres solitários; - Exige a interação de seres vivos da
- Autofecundação mesma espécie;
- Reduzida Variabilidade genética; - Ocorre fecundação cruzada;
- Os gâmetas produzidos adquirem - Elevada variabilidade genética;
maturidade ao mesmo tempo; a maturação dos gametas produzidos
- 2 tipos de sexos por um determinado indivíduo ocorre
em diferentes momentos ou existe
incompatibilidade anatómica que
impede o contato entre os gametas
produzidos por um determinado
indivíduo.
Fecundação Externa Fecundação Interna
- Maioritariamente em animais que - Tipicamente em animais que vivem em
vivem em ambiente aquático; ambiente terrestre;
- Implica elevado dispêndio de energia - Poupança energética na produção de
na produção de gametas, para assegurar gâmetas;
o maior sucesso da fecundação têm de - Ocorre no interior do corpo da fêmea
ser produzidos muitos gâmetas; para proteger os gâmetas da dessecação
- Libertação sincronizada de gametas
para o meio;
- Fecundação entre gâmetas da mesma
espécie assegurado, por exemplo, pela
existência de recetores específicos na
membrana dos gâmetas
Animais gonocários/unissexuados: possuem apenas um tipo de gâmeta, logo apenas
um tipo de gónadas - designados de machos ou fêmeas;
Dimorfismo sexual: existe quando, em seres unissexuados (machos ou fêmeas)
apresentam características físicas marcadamente diferentes. (ex: leoa e leão,
pavões)

Ciclos de vida
A sequência de etapas de desenvolvimento que ocorrem numa vida de um organismo,
desde que se forma até que produz descendência constitui o seu ciclo e vida. Existem 3
ciclos de vida e características comuns entre estes:

 Meiose: formação de células haplóides (n)


 Células sexuais: os gâmetas ou esporos produzidos por meiose – meiósporos,
dependendo do tipo de ciclo;
 Fecundação: união das células haplóides, formando células diplóides (2n) –
ovo/zigoto;
 Alternância fases nucleares: Diplófase (inicia com a fecundação e termina com
a meiose. Haplófase (inicia com a meiose e termina com a fecundação. A
duração de cada fase depende do ciclo de vida.

O momento em que ocorre a meiose pode ajudar a distinguir os 3 ciclos de vida, pela
diferença entre o tipo de células formada por esta, esta pode ser:

 Pré gamética: a meiose ocorre antes da formação de gâmetas, a mitose ocorre


na diplófase apenas, levando a produção de um organismo a partir do zigoto.
Este ciclo de vida designa-se diplonte (animais e alguns protistas).
 Pós zigótica: ocorre após a formação de um zigoto, apenas as células haplóides
sofrem mitoses, os gâmetas formam-se por mitoses. Este ciclo de vida designa-
se haplonte (fungos, alguns protistas (algas)).
 Pré Espórica: Antes da formação dos esporos, que germinam por mitoses,
originando gametófitos. Após a formação destes, estes fundem e originam por
mitoses os esporófitos - alternância de gerações (uma produtora de gâmetas e
outra produtora de esporos. Este ciclo de vida designa-se haplodiplonte
(plantas e algumas algas).
1º - Diplonte
Verifica-se fecundação interna, os mamíferos possuem
os sexos separados, são unissexuados e a fecundação
dos gâmetas verifica-se no interior do indivíduo.
Existem vivíparos placentários, como o veado e o
homem, marsupiais (numa bolsa), como os cangurus e
os coalas e os ovíparos, como os ornitorrincos.

Pode existir dimorfismo sexual, ou seja, diferença


evidente entre o macho e a fêmea.

A formação de gâmetas ocorre nos testículos ou nos


ovários, formando espermatozoides ou oócitos, que
ao unirem-se na fecundação formam o ovo ou zigoto.
a maturidade sexual é mais tardia nos machos
2º Haplonte

Tipo de ciclo de vida característico da espirogira, onde através dos seus filamentos prendem se a plantas aquáticas ou
formam massas que flutuam devido à acumulação de oxigénio durante a fotossíntese. Este ciclo de vida depende da
proximidade entre 2 filamentos distintos, iniciando-se com a formação de protuberâncias nas células de cada um destes
filamentos, até ser estabelecido um contato entre elas.

Depois a Parede da zona de contato eliminada, formando-se um tubo de conjugação, posteriormente as células de cada
filamento vão diminuir de volume, que ficam arredondadas e possuem o papel de gametas. Gâmetas - vão possuir
isogamia funcional, embora estruturalmente idênticos - e sobe a minha morfológica, uma vez que existe um gâmeta
3º Hapodiplonte
Exemplos: musgos e fetos

Existe uma geração esporófita (2n): produz esporos, através de um conjunto de


células diploides que irão formar um ovo, que através de mitoses sucessivas forma
o esporófito (multicelular) que contém os esporângios, onde determinadas células
mãe sofrem meiose pré Espórica, formando então os esporos haploides.

Também existe uma geração gametófita (n): produz gâmetas com as células na
haplófase, inicialmente ocorre a formação e a germinação dos esporos, formando-
se uma entidade multicelular o gametófito, que contém gametângios, onde por
mitoses irão ser formados os gâmetas.

Gâmetas masculinos: anterozoides (possuem flagelo - garante mobilidade e


formam-se nos anterídios)

Gâmetas femininos: oosferas (formam-se nos arquegónios – apenas se forma um,


não existe mobilidade - anisogamia morfológica e funcional)
A fecundação ocorre no interior do arquegónio, formando-se um zigoto e
originando a geração esporófita e a germinação depende inicialmente da geração
gametófita. Nos musgos e fetos a fecundação está dependente da existência de
uma película de água sobre o gametófito para a deslocação dos anterozoides –
zonas húmidas. Nos musgos predomina a geração gametófita e NOS fetos a
geração esporófita

Fixismo e evolucionismo
Fixismo: teoria que considera que as espécies permanecem fixas ou inalteradas ou
a longo do tempo, imutáveis e a criação de espécies tem origem paralela. Esta
teoria prevaleceu até ao século XIX, já que devido ao contexto histórico, onde as
religiões defendiam o fixismo criadas e explicadas pelo criacionismo (a de espécies
resultaram do ato da criação divina – Deus, mantendo-se inalteradas – Aristóteles).

Esta teoria baseava-se na geração espontânea (Aristóteles e Platão) que defendia


que seres vivos podiam surgir espontaneamente a partir de matéria do meio, no
catastrofismo apoiado por Couvier acontecimentos súbitos e violentos teriam
alterado a superfície do planeta e causado extinções.

Evolucionismo: teoria que admite que as espécies evoluem, ou seja, alteram se ao


longo do tempo levando à formação de novas espécies. Existe uma origem comum,
diversificação de formas de vida a partir de ancestrais comuns. A assim a de
espécies atuais são resultado de lentas e graduais transformações sofridas pelas
espécies do passado, ao longo do tempo. Existem 3 teorias evolucionistas:
 Lamarckismo
 Darwinismo
 Neodarwinismo/ teoria sintética da evolução

Existem 6 evidências da evolução biológica:


Através do registo fóssil é possível concluir a
ocorrência de um processo evolutivo, em que cada
etapa da história evolutiva tem como base a existência
de etapas anteriores

Existem fósseis de formas intermédias: são


observáveis características de 2 grupos diferentes na
atualidade;
Paleontológico
Fósseis de transição: fósseis de formas intermédias
entre grupos principais de seres vivos e que
evidenciam estruturas inovadoras.

No entanto estes conceitos estão a cair em desuso


uma vez que os ancestrais encontrados no registo
fóssil são provavelmente ancestrais colaterais e não
diretos.
Baseiam-se em comparações das características
morfológicas dos seres vivos:

- Orgãos homólogos: seres vivos diferentes na sua


anatomia, mas que partilham estruturas homólogas,
como é exemplo a diferentes funções mas que
apresentam a mesma posição anatómica relativa e
com a mesma denominação, ou seja estes membros
sofreram evolução diferente, resultado de adaptações
a diferentes funções – evolução divergente.
Comparando estas estruturas em diferentes
organismos, podem formar-se séries filogenéticas
Anatómicos progressivas (+ complexas) e séries filogenéticas
regressivas (+ simples);

- Orgãos análogos: mesma função, mas origem


diferente (sem ancestral comum recente) – evolução
convergente;

- Orgãos vestigiais: estruturas atrofiadas e que


praticamente não revelam importância funcional, mas
que são homólogas às existentes noutras espécies
onde apresentam funcionalidade – devido a pressões
seletivas diferentes, distintas em indivíduos de um
dado grupo, e seleção dos indivíduos que
apresentavam ou não essa estrutura desenvolvida.
A partir da distribuição geográfica conclui-se que
indivíduos do mesmo grupo com características
diferentes, em locais muito afastados, com condições
ambientais distintas (pressões seletivas diferentes)
Biogeográficos evolução divergente. Ou indivíduos de grupos
diferentes com características semelhantes em locais
próximos com pressões seletivas parecidas – evolução
convergente.
Em espécies diferentes são observáveis semelhanças
no desenvolvimento embrionário o que revela a
existência de um ancestral comum.

Embriológicos

Citológicos Teoria celular – todos os seres vivos são formados por


células
Através do estudo das proteínas, da sequência de
aminoácidos destas e dos ácidos nucleicos,
sequenciação dos nucleótidos, assim é possível
concluir que existe semelhança molecular entre as
Bioquímicos espécies nível molecular, através dos genes destas.

Seleção Artificial: seres humanos conseguem reproduzir indivíduos com as


características desejadas – a evolução é possível.

Espécies endémicas: únicas de uma região por se encontrarem isoladas por muito
tempo.

Lamarckismo
Teoria que consiste que os seres vivos evoluíram por adaptação ao ambiente, o
que lhes permitia a sobrevivência, numa busca pela perfeição. Segundo este a
unidade evolutiva é o individuo, onde as alterações do ambiente criam
necessidades adaptativas ao individuo, onde os novos hábitos formulam-se na Lei
do uso ou do desuso – os órgãos mais utilizados desenvolvem-se e tornam-se mais
vigorosos enquanto os menos usados desaparecem ou atrofiam. Assim estas novas
características são transmitidas à descendência, levando ao aparecimento de uma
nova espécie – Lei da herança dos caracteres adquiridos.

Críticas a Lamarck:

 A lei do uso ou desuso só se verifica raramente – desenvolvimento de


músculos;
 A lei da herança das características não se verifica, ou seja, não alteram o
genótipo, logo não transmitem.

Darwinismo
Durante uma viagem pelo mundo Darwin desenvolveu a
Teoria da Seleção Natural, baseada numa série de
argumentos:

 Dados Geológicos: após a proposta do


uniformitarismo, onde se admite que as rochas não
se formaram todas ao mesmo tempo e que algumas derivam das outras, por
transformações ao longo do tempo virgula cientistas como Darwin podiam
considerar que de espécies existentes teriam surgido de transformações lentas
e sucessivas de espécies anteriores;
 Dados Paleontológicos: através da recolha de fósseis, foram possíveis observar
seres vivos já extintos idênticos há alguns na mesma região. Assim Darwin
concluiu que a de espécies sofreram modificações graduais e sucessivas ao
longo do tempo e, desta forma teriam evoluído;
 Dados Biogeográficos: Após a paragem nas ilhas Galápagos, Darwin constatou a
influência da Geografia na distribuição dos seres vivos, onde em cada ilha
encontrava seres vivos com uniformidade de características, mas variabilidade
destas, o que levou a admitir que cada um dessas populações teria resultado de
um processo de transformação contínua, condicionada pelas condições
específicas do meio. Cada um destes seres vivos possui características que
aumentarão a sua capacidade de sobrevivência e de reprodução.

 Dados sobre o crescimento das populações: Malthus defendeu que enquanto a


população humana crescia geometricamente, os recursos cresciam
aritmeticamente, logo não eram suficientes para todos. Com estes dados,
Darwin concluiu que devido a uma outra para sobrevivência, ou seja,
competição pelo alimento/espaço/predadores/parceiros, onde nem todos
tinham hipóteses de sobreviver e de se reproduzir. Assim os indivíduos com
características mais vantajosas, os mais aptos, iriam sobreviver, enquanto os
menos aptos seriam eliminados - seleção natural.
 Seleção Artificial: Diversas raças de animais domésticos foram criadas por ação
do ser humano, através de cruzamentos. Assim Darvin defendeu aqui um
processo semelhante poderia atuar sobre os seres vivos, selecionando os
indivíduos com características que conferem mais vantagens em determinado
ambiente.

Esta teoria baseia-se:

 Indivíduos de uma mesma população apresentam variações nas suas


características - variabilidade intraespecífica.
 A população e a unidade evolutiva;
 É o ambiente que tem uma ação selecionadora sobre os indivíduos
portadores de um determinado conjunto de características;
 O crescimento excessivo da população face aos recursos leva a uma luta
pela sobrevivência;
 Os indivíduos mais aptos sobrevivem, enquanto os menos aptos são
eliminados - seleção natural;
 Os mais aptos sobrevivem mais e reproduzem-se mais, em comparação
com os menos aptos - reprodução diferencial - as suas características são
transmitidas a descendência;
 A longo prazo, com a acumulação de características de geração em geração
surge uma nova espécie;
 O conceito “mais apto” varia no tempo e no espaço;
Variabilidade intraespecífica na população ancestral -> mudanças no meio
(pressões seletivas na população) -> luta pela sobrevivência -> seleção natural
(+ aptos sobrevivem e -aptos - sobrevivência diferencial) -> os + aptos
reproduzem-se mais e tenho mais descendentes/ - aptos reproduzem-se menos
e tenho menos descendentes (reprodução diferencial) -> Transmissão das
características favoráveis à descendência -> alteração das características da
população ao longo do tempo.

Críticas ao Darwinismo:

 Existe uma heterogeneidade na população inicial, ou seja, falta uma


explicação para o facto dos indivíduos de uma população possuírem
características diferentes;
 Não foi apresentado nenhum mecanismo que explicasse como eram
transmitidas as características de geração em geração;

Neodarwinismo

Esta teoria surge após a teoria de Darwin, onde nesta se explica a variabilidade
fenotípica de cada população com a variabilidade genética resultante de
mutações e recombinações genicas, nesta seleção natural continua a ser o
principal mecanismo de evolução, mas não o único, as grandes modificações
resultam da acumulação de pequenas alterações que são positivamente
selecionadas ao longo do tempo, dando origem a novas espécies (especiação).

População mendeliana e Fundo Genético:


As populações são a unidade evolutiva, existe evolução sempre que as
frequências das variantes alélicas dos seus géneros se alteram
significativamente.

Fundo Genético/Gene pool: conjunto de todos os alelos presentes numa


população. Quanto maior o número de variantes alélicas na população inicial,
maior será a probabilidade de existir variação no fundo genético da população
seguinte.

Frequências alélicas: determinação da proporção de variantes alélicas numa


população, podendo existir manutenção ou alteração desta. A variabilidade
genética de uma população resulta do conjunto de variantes alélicas de cada
um dos genes que fazem parte do fundo genético, esta deve-se às mutações e
recombinações génicas.

 Mutações: estas são a fonte primária variabilidade genética, pudendo


alterar a frequência alélica, por causarem o aparecimento de novos
alelos. No entanto, é pouco provável que as mudanças ocorridas
passem para as novas gerações;
 Recombinação génica (meiose e fecundação): são a fonte próxima de
variabilidade genética, correspondendo à troca de porções de
cromossomas, segregação e combinação durante a formação do zigoto.
Pode também ser transmitida à descendência.

População mendeliana: conjunto de indivíduos que se cruzam entre si e


partilham um determinado fundo genético.

Variabilidade genética na população ancestral como resultado da ocorrência de


mutações e de fenómenos de recombinação génica -> mudanças no meio
(pressões seletivas diferentes) -> luta pela sobrevivência -> seleção natural
(indivíduos com um conjunto genético responsável pelas características mais
vantajosas sobrevivem e os outros sobrevivem menos -> os mais aptos
reproduzem-se mais (reprodução diferencial) -> Transmissão dos genes que
determinam as características mais vantajosas e aumento da frequência de
genes que determinam a característica mais vantajosa ao longo das gerações e
diminuição da frequência de genes que determinam as características menos
aptas -> alteração do fundo genético da população ao longo do tempo.

Fatores de microevolução
Microevolução: ocorre em pequena escala, onde ocorrem alterações nas
frequências dos alelos. Mecanismos:
Indivíduos com adaptações mais a
aptas ou menos aptas, têm diferentes
capacidades de se reproduzir e de
gerar descendência. Em termos
genéticos a seleção natural em alelos
que são transmitidos à descendência
distintos da população atual. Pode ser:

- Estabilizadora: a população é
homogénea, os fenótipos extremos são
Seleção natural eliminados e a população está bem-
adaptada ao meio.

- Direcional: favorece um dos fenótipos


extremos e elimina o outro;

- Disruptiva: ocorre eliminação do


fenótipo intermédio que se encontra
fora do ponto de ajuste (favorecendo
os extremos) - pode originar
polimorfismo.

Uma maioria das populações não


confere vantagens evolutivas, no
entanto, algumas podem trazer e não
serem eliminadas, estas podem ser
Mutações transmitidas às populações seguintes e
alterar o fundo genético. Ex: resistência
antibióticos.

Alguns eventos desastrosos podem


causar alterações na frequência dos
alelos da população, existem 2 tipos:

- Efeito fundador: alguns indivíduos


isolam se de uma grande população,
Deriva genética acabando por gerar outra população
cujo fundo genético irá diferir da
população original. Exemplo disto é
quando ocorrem tempestades que
transportam alguns indivíduos e os
seus alelos, mas não outros. Aqui não
há seleção natural e a alteração do
fundo genético pode ser drástica no
espaço de uma geração;

- Efeito gargalo: redução drástica do


fundo genético de uma população, em
virtude de uma redução ao acaso do
número de indivíduos, podendo ter
sido causada por mudanças repentinas
num ambiente
(incêndios/cheias/doenças). Nos
sobreviventes a frequência dos alelos é
variável, podendo aumentar ou
diminuir.
Movimento de indivíduos entre
diferentes populações: (imigração-
entrada para uma população) ou
(emigração- saída para outra
Migrações população).

Existem cruzamentos que não alteram


o fundo genético de uma população –
cruzamentos ao acaso/apomixia. No
entanto, existem outros onde os seus
Cruzamentos não parceiros são selecionados e são
ao acaso privilegiadas determinadas
características que podem alterar a
frequência alélica na população. Ao
escolher parceiros semelhantes e
próximos a probabilidade de extinção.
Forma de seleção natural onde os
indivíduos com certas características
herdadas obtêm parceiros mais
facilmente - pode ser resultado de
Seleção Sexual dimorfismo sexual.
Formação de novas espécies – especiação
De acordo com o conceito de espécie, há um potencial reprodutivo que produz
descendência fértil e os indivíduos são agrupados também pela sua
compatibilidade reprodutiva. A formação nova de espécies (especiação)
relaciona-se com o isolamento reprodutivo - barreiras que impedem que
indivíduos 2 espécies distintas produzam descendência viável e fértil - impedem
o aparecimento de populações híbridas.

Especiação alopátrica/geográfica: ocorre devido ao surgimento de barreiras


geográficas entre populações, implica uma escala temporal ampla. Pode ser
descrito pela seguinte sequência de etapas:

1. Duas populações da mesma espécie partilham o mesmo fundo genético


2. Surge uma barreira geográfica natural ou artificial (rio/montanha/estrada)
que impede o fluxo de genes entre as 2 populações;
3. Acumulam-se mutações e o fundo genético sofre alterações;
4. Os respetivos fundos genéticos divergem - levam a isolamentos
reprodutivos;
5. As populações são constituídas por 2 espécies distintas;

Especiação Simpátrica: ocorre em populações que habitam a mesma área


geográfica e resulta de fatores como a diferenciação de habitat, a seleção
sexual e a poliploidia. Pode ocorrer em 2 espécies diferentes que se cruzam e
produzem descendência híbrida, como nas plantas.

A especiação pode começar por levar a diferenças pequenas nas frequências


alélicas – microevolução, no entanto, podem acumular-se e tornar-se mais
evidentes, gerando grupos de indivíduos com diferenças consideráveis em
comparação com seus ancestrais – macroevolução.
Origem das células eucarióticas
Atualmente é praticamente consensual que todos os seres vivos podem ser agrupados

em dois grandes grupos: os procariontes e os eucariontes. O principal critério de


distinção entre estes dois grupos é a organização celular.
Hipóteses para a origem dos eucariontes
Autogénica: propões que as células
autogénicas tenham evoluído a partir de
células procarióticas por invaginações da
membrana plasmática, seguidas de
especialização. Essas invaginações terão
acabado por se isolar, originando
membranas internas.

O vacúolo, o reticulo endoplasmático


rugoso terão tido a mesma origem e o
núcleo terá tido origem no envolvimento
do DNA. As mitocôndrias e os cloroplastos
também terão surgido após o núcleo pelos
fragmentos de DNA.

Fundamentação:

- as células eucarióticas podem invaginar a


sua membrana durante processos de
endocitose;

- muitas espécies de bactérias possuem


membranas internas;

- composição das membranas internas é


semelhante a da membrana plasmática

Críticas:

- o DNA mitocondrial e o que se encontra


nos cloroplastos não está associado a
histonas e tem estrutura circular;

- o DNA Nuclear está estruturado em


cromossomas que são moléculas de DNA
lineares associadas a histonas;
Hipótese Endossimbiótica: aceita que os
sistemas endomembranares e o núcleo
resultaram de invaginações da membrana
plasmática de procariontes ancestrais.
Endossimbionte: relação de simbiose
entre uma célula com a célula no interior
da qual vive. De acordo com este modelo
as mitocôndrias e os cloroplastos
apareceram numa sequência de
acontecimentos:

 uma célula procariótica teria


capturado outra célula procariótica
de menor dimensão, mas resistiu à
digestão e permaneceu funcional
no interior da célula hospedeira; Ex: cloroplastos
 a célula hospedeira e as células no
seu interior desenvolveram Algumas células já com mitocôndrias teriam desenvolvido uma nova
relações de cooperação entre si; relação de endossimbiose, com cianobactérias, o que esteve na
 estas relações evoluíram para uma origem dos cloroplastos - ambos os organismos teriam vantagem. A
relação de dependência mútua e célula hospedeira passaria a dispor de compostos orgânicos
obrigatória – Endossimbionte; produzidos pelo seu Endossimbionte, pela fotossíntese e a
 os endossimbiontes cianobactéria teria proteção e oportunidade de explorar no
transformaram-se organelos ambiente.
chegou arte célula hospedeira e
perdem a sua autonomia Ex: mitocôndrias

Bactérias com capacidade para utilizar o oxigénio na produção de


energia metabólica (ATP), teriam desenvolvido relações de
endossimbiose com outras células procarióticas evoluído para
mitocôndrias, assim ambos os organismos teriam vantagem, por um
lado a célula hospedeira disporia de um processo mais eficaz na
produção de ATP e a bactérias endossimbiontes teria proteção de
uma célula de maiores dimensões e utilizaria os seus nutrientes para
se alimentar.

Evidências:

 mitocôndrias e cloroplastos têm tamanhos semelhantes ao das bactérias;


 mitocôndrias e cloroplastos produzem as suas próprias membranas internas e
replicam se autonomamente;
 estes organelos possuem o seu próprio DNA que é circular e sem histonas
associados (semelhante aos procariontes atuais);
 os ribossomas dos cloroplastos e mitocôndrias são mais semelhantes aos
ribossomas dos procariontes do que aos ribossomas presentes no citoplasma
das células eucarióticas;
 na membrana interna destes organelos existem enzimas e sistemas de
transporte que se assemelham aos que existem nos atuais procariontes - apoia
a origem da membrana dos procariontes endossimbiontes;
 atualmente existem casos de simbiose obrigatória entre alguns eucariontes e
bactérias;

Embora as mitocôndrias e os cloroplastos apresentem alguma autonomia, continuam


dependentes do DNA Nuclear - no decorrer da evolução poderão ter ocorrido trocas
de conjunto de genes entre estes organelos e o núcleo da célula hospedeira –
Transferência horizontal de genes.

Críticas:

 origem da célula procariótica hospedeira que estaria na base do processo


evolutivo?

Dos unicelulares aos multicelulares


O sucessivo aumento da dimensão das células implicou um aumento significativo do
volume relativamente à área superficial - diminui a relação área/volume. A troca de
substâncias torna-se menos eficiente para células com elevadas dimensões. Para
ultrapassar esta limitação, alguns organismos unicelulares terão desenvolvido
estratégias, como organização em colónias/agregados coloniais e, posteriormente, a
evolução para organismos multicelulares.

Assim existe um ser eucarionte Unicelular -> conjunto de células unidas, mas
independentes entre si, ou seja, cada célula continua a funcionar isoladamente das
restantes -> interdependência funcional entre células -> diferenciação/especialização
celular -> multicelularidade: conjunto de células unidas entre si com interdependência
estrutural e que apresenta uma diferenciação em sistemas e, em consequência,
possuem interdependência funcional. Nota: quanto maior a célula menor o
metabolismo desta.

Vantagens:

 As dimensões dos seres vivos aumentam - maior especialização de


determinados conjuntos celulares dos mesmos;
 A especialização dos mecanismos energéticos permitiu um melhor
aproveitamento da energia por célula - a taxa metabólica a nível celular
diminui;
 Desenvolveram-se os mecanismos de coordenação das várias funções,
permitindo que os seres vivos se tornassem mais independentes relativamente
ao meio;
 Permitiu uma maior variabilidade de atrevidos, contribuindo para uma maior
capacidade de adaptação destes ao ambiente e a alterações do meio

Sistemas de classificação

1. Os Primeiro sistemas de classificação terão sido práticos: de acordo com a sua


utilidade para o ser humano (alimentação e defesa/ plantas venenosas).

2. Com Aristóteles passamos a ter um sistema de classificação racional: os seres


vivos eram agrupados de acordo com as suas características estruturais, no
entanto eram muito vagos dos grupos criados, sendo então uma classificação
artificial. Este tipo de classificação era horizontal ou estática - não tinha em
conta o fator tempo.

3. Após Aristóteles surgiu uma classificação horizontal natural: considero o estudo


comparado de um grande número de caracteres, de modo a revelar
semelhanças e diferenças, portanto, relações naturais entre os seres vivos.

4. Após a teoria de Darwin, os sistemas de classificação passaram a refletir as


relações de parentesco entre os seres vivos, não só de acordo com a sua
afinidade morfológica, mas também de acordo com a sua história evolutiva-
Assim surgiram as classificações filogenéticas, consideradas verticais por terem
em consideração o fator tempo, agrupando os seres vivos com o seu grau de
parentesco. Passando a ser possível construir árvores de parentesco.
Taxonomia e Sistemática
A taxonomia é um tipo de sistemática que nomeia, classifica, descreve, identifica os
seres vivos, com base em características comuns. A sistemática é o estudo da
diversificação dos seres vivos e das relações evolutivas entre estes ao longo do tempo.

Nomenclatura: sistema de atribuição de nomes aos diversos agrupamentos


taxonómicos de acordo com regras.

Regras De Nomenclatura:
 O nome da espécie escreve-se com 2 palavras latinas, a primeira inicial com
maiúscula (nome do género) e a segunda com minúscula (epiteto/Restritivo
específico) - nomenclatura binominal;
 O nome dos grupos superiores a espécie tem apenas uma única palavra virgula
com letra maiúscula - nomenclatura uninominal;
 O nome da subespécie escreve se colocando à frente do nome da espécie um
terceiro termo (epiteto/restritivo subespecifico) - nomenclatura trinominal;
 Os nomes genéricos, específicos e subespecíficos devem ser escritos em Itálico
e, se manuscritos, devem ser sublinhados;
 O Nome do género corresponde à primeira palavra de designação da espécie;
 À frente a designação científica pode escrever-se o nome (ou a sua abreviatura)
do taxônomista que, pela primeira vez atribuiu aquele nome científico.
Lineu desenvolveu o Sistema da Natureza, que serve para estabelecer uma
hierarquização taxonómica, sendo nesta os seres vivos agrupados em taxa – unidades
de classificação.

Maior a especificidade e
grau de parentesco, + nº
de categorias taxonómicas
partilhadas.

Escolas atuais de taxonomia e sistemática:

 Taxonomia numérica/fenética: baseia-se na semelhança/distinção de características


anatómicas e fenótipas, neste caso, observáveis e objetivos. Nesta são utilizados os
algoritmos matemáticos.
 Taxonomia filogenética/cladística: baseia-se na evolução dos seres vivos ao longo do
tempo, a partir de um ancestral comum, nas características ancestrais e derivadas. É
dinâmica e vertical, através de cladogramas
Existem 3 grupos:
 Monofilélico/clado: um ancestral comum e todos os descendentes;
 Parafilético: um ancestral comum mas nem todos os descendentes;
 Polifilético: várias linhas evolutivas e sem ancestral comum;

Critérios de classificação

Morfológicos Consiste na observação das características fenótipas. Pode levar a


conceções erradas (ex: polimorfismo/metamorfoses). A simetria é um
dos critérios.
Organização molecular O estudo da organização molecular (nº de células/presença ou não de
parede/ grau de diferenciação.
Interação nos ecossistemas e Está relacionado com a função de cada ser vivo no ecossistema
nutrição (produtores, consumidores ou decompositores). A nutrição está
relacionada com a forma com que cada ser vivo obtém e produz
energia.
Comportamentais/Etológicos A etologia é importante na classificação dos seres vivos ao analisar,
rituais, padrões de comunicação, comportamentos migratórios.
Importante para espécies morfologicamente idênticas entre si.
Embriológicos Está relacionado com o desenvolvimento embrionário, quanto maior o
grau de parentesco, maiores as parecenças no desenvolvimento
embrionário.
Bioquímicos Relacionado com as analises bioquímicas das biomoléculas
constituintes dos seres vivos. Ex: tipo de clorofila/substâncias de
reserva/ estrutura da membrana e parede celular.

Evolução dos reinos


Filogenia molecular
Através da análise comparativa de proteínas ou de ácidos nucleicos de diferentes seres
vivos podemos descobrir a história evolutiva destes. A filogenia Molecular baseia-se
NOS seguintes princípios:
 Cada espécie tem proteínas com sequências de aminoácidos próprias,
resultantes da evolução que sofreu;
 Quanto maior for o número de aminoácidos diferentes entre as proteínas,
menor o grau de parentesco entre os seres vivos.

Análise DNA/RNA:
 Quanto mais nucleótidos comuns existirem na mesma posição das sequências
de DNA ou RNA, maior será o grau de parentesco.

Análise dos ácidos nucleicos:


 Se as espécies são muito próximas, as sequências diferem pouco e em poucos
locais;
 Se as espécies só estiverem remotamente relacionadas, têm muitas diferenças
em muitos locais, resultantes de mutações acumuladas ao longo do tempo;

Assim, através destas análises é possível construir árvores filogenéticas, com


programas informáticos. O tempo nestas árvores pode ser introduzido através do
conceito do Relógio molecular, ou seja as mutações acontecem a um ritmo constante
calibrado pelo registo fóssil. No em tanto é necessário ter cuidado com as homologias
e analogias moleculares.

3 domínios da vida
Woese, estabeleceu uma árvore filogenética baseada nas semelhanças entre o RNA,
estabelecendo um novo táxon, o domínio e assim foi criado um Novo sistema de
classificação que englobava 3 grandes domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya
Geologia 11 ano
Minerais
O que são? São substâncias naturais, sólidas, inorgânicas, estrutura cristalina e
composição química fixa ou variável. É a composição química e a estrutura cristalina
que conferem propriedades que definem um mineral.

Estrutura cristalina: corresponde ao arranjo espacial ordenado que define uma malha
tridimensional a geometricamente regular.

Composição Química: é o resultado do tipo de átomos e desistentes na estrutura do


mineral.
No entanto, existem mineralóides, que são substâncias sólidas, inorgânicas e naturais,
mas sem estrutura cristalina, tendo-se formado em baixas pressões e temperaturas,
tendo uma estrutura amorfa.

Existem 3 tipos de minerais:


 Euédricos: com faces bem definidas;
 Subédricos: só algumas faces bem definidas;
 Anaédricos: faças não definidas.

Para distinguir diferentes tipos de minerais recorremos às propriedades físicas e


químicas destes

Propriedades físicas
1. Mecânicas

Fratura e Clivagem - minerais diferentes quebram de formas diferentes

Fratura: o mineral quebra de forma irregular, sem direções definidas. Ex: quartzo
Clivagem: o mineral quebra segundo superfícies planas, brilhantes, com direções bem
definidas e repetitivas - cada superfície é considerada um plano de clivagem. Por
norma, os minerais que apresentam clivagem têm ligações entre os átomos mais
fracas. Ex: micas, calcite. Pode ser: basal, cúbica ou romboédrica.

Dureza - consiste na resistência de um mineral em ser riscado por outro mineral,


representa a forma como as ligações químicas num mineral podem ser quebradas.
Mohs estabeleceu a escala de Mohs, onde então é possível determinar a dureza
relativa do mineral.
 Um mineral é mais duro que o outro se o riscar sem ser riscado por ele;
 Têm igual dureza se se riscarem ou não se riscarem mutuamente;
 Deve-se riscar no sentido decrescente de dureza, para evitar o desgaste dos
minerais menos duros.
 Alguns objetos, evitam o desgaste dos minerais menos duros.

2. Óticas:

Cor – forma como um mineral interage com a luz.


Alocromáticos: Minerais podem apresentar cores distintas – quartzo
Idiocromáticos: O mineral apresenta sempre a mesma cor – malaquite

Risca ou traço – cor do pó obtido quando o mineral é reduzido a pó, depois de se


passar o mineral numa placa de porcelana branca despolida. Como a cor do pó do
mineral tende a variar menos que a cor do mineral esta é uma propriedade mais fiável
para identificar minerais. Minerais com dureza superior a 6,5 não deixam risca.

Brilho - forma como a superfície de um mineral reflete a luz


Pode ser metálico, submetálico e não metálico.

3. Outras propriedades físicas

Densidade - razão entre o peso medido no ar e o peso de um volume de água igual ao


do mineral. Minerais com elementos químicos na sua composição geralmente são mais
densos, pois apresentam estrutura cristalina mais compactada.
Magnetismo - alguns minerais atraem e são atraídos por imans (magnetite e pirrorite)

Propriedades químicas

1. Efervescência com ácido clorídrico (calcite)

2. Sabor a sal (alite)

Por imagem

Polimorfismo Isomorfismo
Estrutura cristalina diferente mas Estrutura cristalina igual mas
composição química igual. Resulta do composição química diferente. Nestes
facto de se terem formado a partir de ocorre a substituição de um ião por
condições PT distintas. outro na rede cristalina. Apenas é
Forma externa diferente. possível caso ambos tenham o mesmo
raio iónico e a mesma carga elétrica.
Ex: calcite – aragonite – carbonato de Têm formas externas semelhantes.
calcio
Diamante – grafite - carbono Ex: Albite, Plagioclases, Anortite
Cianite, silimanite e andaluzite (MI) -
aluminiosilicatos

Rochas Magmáticas
Resulta da consolidação do magma (mistura fundida de uma variedade de materiais,
como os voláteis).

As rochas podem-se classificar de acordo com o local de consolidação do magma:


 Intrusivas/plutónicas: consolidam lentamente e em profundidade (ex:
granito/diorito/gabro)
 Extrusivas/Vulcânicas: consolidam rapidamente e à superfície
(andesito/basalto/riólito)

O arrefecimento pode originar ou não a cristalização (fatores que influenciam: tempo,


espaço e agitação), onde as condições PT influenciam a textura das rochas:
 Textura Afanítica: minerais de reduzidas dimensões, característica de rochas
extrusivas;
 Textura Vítrea: não há formação de minerais, não ocorre cristalização, muitas
vezes pelo contacto com a água – material amorfo (obsidiana);
 Textura Fanerítica: minerais visíveis a olho nu, característica de rochas
intrusivas;
 Textura Porfiroide: associada a textura fanerítica, com megacristais no seio da
matriz granular e microcristais em volta;
 Textura Porfírica: associada a textura afanítica, com megacristais no seio de
uma massa vítrea;

Formação do Magma – Fatores


 Aumento da Temperatura
 Descompressão
 Aumento teor em voláteis (água, p.e)

1. Aumento da Temperatura

O aumento da temperatura com a profundidade (gradiente geotérmico), influencia a


formação do magma, uma vez que as rochas fundem a determinadas temperaturas e
pressões específicas, logo diferentes profundidades – é necessário que haja interseção
da curva do gradiente com a de fusão.

2. Descompressão

Com o aumento de pressão, a temperatura de fusão também aumenta, logo quando


contrário, os minerais fundem a uma menor temperatura e profundidade.

3. Adição de Voláteis

Principalmente com a água, onde então e impedida a cristalização e como resultado a


diminuição do ponto de fusão.

Tipos de magmas:
Magmas Basálticos/Básicos Magmas Intermédios/Andesíticos Magmas Ácidos/Riolíticos
Baixa percentagem de sílica Percentagem de sílica média (55-65%) Elevada percentagem de sílica
(45-50%) (+65%)

Enquadramento tectónico na formação de Magmas


A génese das rochas magmáticas está de certa forma relacionado com a tectónica de
placas, ocorrendo principalmente nos limites convergentes e divergentes, locais esses
caracterizados por elevadas temperaturas e/ou elevadas pressões que permitem a
fusão parcial dos rochas do manto (rochas mantélicas) originando magmas.

1. Limites Divergentes

Em zonas de riftes, à medida que os fundos oceânicos se expandem e se afastam deles


à ascensão de materiais quentes para a astenosfera e consequentemente a
descompressão, que favorece a fusão parcial do manto – originam se magmas
basálticos, originando lavas muito fluidas (-sílica), são os que apresentam maior
temperatura.
2. Limites Convergentes

1. Oceânica-Oceânica ou Oceânica-Continental

À medidas que a crosta é subductada, esta torna-se tão quente que os voláteis separa-
se dos minerais e difundem para a astenosfera. A adição de voláteis faz baixar o ponto
de fusão e provocam a sua fusão parcial. O material fundido, por ser menos denso que
o circundante, ascende até à superfície originando magmas andesíticos (fusão parcial
da placa de subducção) ou basálticos (fusão parcial astenosfera).

2. Continental-Continental

Á medida que colidem ocorre uma diminuição da espessura da crosta continental e é


assim formada uma cadeia montanhosa. Aqui formam-se magmas ácidos

3. Câmaras magmáticas

Estas se possuírem magma basáltico podem provocar transferência de calor para as


rochas de crosta e então levar á sua fusão parcial – magma riolítico.

3. Hotspots

Quando os materiais aquecidos da pluma em ascensão atingem a base da litosfera,


sofrem descompressão e após a fusão parcial formam-se magmas basálticos (hotspots
oceânicos), se forem continentais dão origem a magmas ácidos a intermédios.

Cor das rochas Magmáticas


Dependendo da presença de minerais félsicos ou máficos, podemos caracterizar uma
rocha.

Minerais félsicos: + claros (quartzo/potássio/moscovite/plagióclases) têm


maioritariamente (silício/alumínio/cálcio/sódio)

Minerais Máficos: + escuros (olivinas/anofíbola/piroxena) têm maioritariamente ( ferro


e magnésio)
Assim as rochas podem se classificar como:

 Leucocratas: maior teor em minerais félsicos, mais claras (riólito/granito)


 Mesocratas: quantidade semelhante de minerais félsicos e máficos e cor
intermédia (andesito/diorito)
 Melanocratas: maior teor em minerais máficos, mais escuras (basalto/gabro)

Nota: quanto maior o teor em ferro e magnésio maior a densidade de uma rocha.
Diferenciação Magmática
A partir de um magma parental podem surgir diversos magmas, assim através destes
processos explica-se tal acontecimento:

 Cristalização Fracionada
 Diferenciação Gravítica
 Assimilação Magmática
 Mistura de Magmas

1. Cristalização Fracionada

Os minerais não cristalizam todos ao mesmo tempo, não possuem todos a mesma
temperatura de cristalização, alguns cristalizam a temperaturas muito altas, outros
apenas a temperaturas mais baixas, chama-se a isso a cristalização fracionada. Os que
cristalizam mais rapidamente em arrefecimento são os últimos a fundir em
profundidade.
O primeiro a verificar que os minerais vão cristalizando em série e de forma faseada foi
Bowen. Segundo este, existem duas séries de reações, que ocorrem ao mesmo tempo
no magma e à medida que este arrefece, que ele designou respetivamente de série
dos minerais ferromagnesianos ou série descontinua e a série das plagióclases ou série
contínua.

Série Contínua: corresponde a minerais do grupo das plagióclases, verificando-se uma


alteração nos iões das plagióclases, sem que ocorra alteração da estrutura interna dos
minerais (minerais isomorfos). Começam por formar-se a anortite, mas à medida que a
temperatura vai descendo o cálcio vai sendo substituído por sódio (intersubstituição),
até ao ponto que só se incorpora sódio e por isso ocorre formação de Albite.

Série Descontínua: corresponde a minerais ferromagnesianos (ricos em Fe e Mg) e


polimorfos; à medida que se dá o arrefecimento, o mineral anteriormente formado
reage com o magma residual dando origem a um mineral com uma composição
química e uma estrutura diferentes, e que é estável nas novas condições de
temperatura.

Notas:

 Os minerais da mesma linha (ex:anortite e olivinas) têm temperaturas de


cristalização semelhantes;
 As primeiras rochas têm maior teor em minerais ferromagnesianos e
plagióclases ricas em em cálcio – cristalizam a elevadas temperaturas;
 Os últimos minerais apresentam elevado teor em plagióclases sódicas e menor
teor em ferromagnesianos – cristalizam a menores temperaturas;
 O feldspato, a moscovite e o quartzo não apresentam mais ferro e magnésio;
 O quartzo por ser o último a formar-se é muito estável e resistente à
meteorização – rico em silica;
 Os magmas básicos são os mais comuns

2. Diferenciação Gravítica

Em que os cristais, são mais densos ou menos densos do que o líquido residual, e
como tal eles deslocam-se para o fundo ou para o cimo da câmara magmática,
respetivamente. Assim sendo acumulam-se por ordem da sua formação e das suas
densidades. Os primeiros mineriais a cristalizar são os mais ricos em ferro e
magnésio – mais densos

O fundo das câmaras magmáticas possui mais ferro e magnésio enquanto os níveis
superiores sílica e alumínio.

FSoluções Hidrotermais: as últimas frações do magma a consolidar são as


chamadas soluções hidrotermais (ricos em fluidos), como água e sílica, que irão
consolidar intercetando-as e formando estruturas designadas filões

3. Assimilação magmática

Antes de solidificar completamente o magma pode reagir


com as rochas encaixantes que atravessa e assimilá-las
parcialmente, alterando a sua composição inicial.
4. Mistura de Magmas

Se um magma básico misturar com um ácido forma um intermédio, caso os magmas


sejam imiscíveis não formam.

Metamorfismo
Qualquer rocha metamórfica forma-se a partir de uma rocha parental/protólito, que
sofre mudanças no estado sólido (sem que ocorra fusão), esta irá sofrer mudanças ao
nível da textura e/ou composição mineralógica (químicas e estruturais), quando sujeita
a tensões, pressões e temperaturas das da sua formação/génese. A maioria das rochas
forma-se entre os 10 e os 30 km de profundidade.

Modificações Metamórficas

Mudanças no tamanho e na
forma dos grãos dos
minerais sem alteração da
identidade deste
Recristalização

Cálcario - Mármore
Transforma-se um mineral
noutro, com diferente
estrutura cristalina mas igual
composição química
Mudança de Fase

Formam-se novos minerais,


com diferente estrutura
Neocristalização ou cristalina, devido a
Reação Metamórfica migração de átomos
Muitas rochas metamórficas forma-se no interior de cadeias montanhosas, com
valores PT elevados, estas geralmente são as mais antigas e mais estáveis da crosta
continental – cratões ou escudos

Fatores de Metamorfismo
O metamorfismo situa-se entre a diagénese e o magmatismo (inicio da fusão).

1. Temperatura
À medida que a rocha afunda fica sujeita a uma maior temperatura – gradiante
geotérmico, havendo então quebra das ligações químicas e estabelecimento de outras,
originando então novos minerais, mais estáveis. O aumento da temperatura também
pode estar relacionado com o contacto com uma intrusão magmática com as rochas
encaixantes – metamorfismo de contacto.

2. Fluídos Hidrotermais

Com a presença de fluidos hidrotermais o processo do metamorfismo e acelerado, ao a


agua a elevadas temperaturas, fluidos resultantes da fusão de material rochoso,
formados durante a diferenciação magmática, resultantes da intrusão de agua
superficial que vai aquecendo com a profundidade. Assim estes alteram a composição
química dos mineraes ou até formam novos. Estão relacionados com a formação de
veios de quartzo – precipitação de silica em fendas ou fraturas.

3. Tempo
Quanto maior a duração deste processo mais metamorfizada será a rocha

4. Pressões

Com o aumento da pressão com a profundidade há uma diminuição do volume da


rocha, podendo dever ou à diminuição da porosidade ou ao aumento da compactação
– maior densidade
4.1 Pressão litostática/Não dirigida/Confinante

Esta resulta do peso da massa rochosa suprajacente, exerce-se em todas as direcções


e faz diminuir o volume da rocha durante a metamorfização.

Com o aumento da tensão litostática, os minerais tendem a ocupar menos espaço,


pelo que os minerais metamórficos são mais densos, dado os seus átomos e os iões
ficarem mais próximos na malha cristalina.

4.2 Pressão Não litostática/Dirigida

As forças em atuação não são iguais em todas as direcções, são forças associadas aos
movimentos tectónicos – compressivas, distensivas e de cisalhamento – definem
diferentes estados de tensão não litostática ou dirigida.

Tem influência sobre a textura da rocha, alinhando paralelamente os minerais que as

constituem (rocha com textura foliada).

O achatamento/alongamento dos minerais pode ser explicado pela deformação


plástica (os grãos de minerais não se quebram devido a PT elevadas) e a dissolução por
pressão (intervenção de fluidos hidrotermais) –
originam textura foliada.
Tipos de metamorfismo
De contacto/Térmico

 É um tipo de metamorfismo local que ocorre em zonas próximas de intrusões


magmáticas.
 A elevada temperatura do magma e dos fluidos que se libertam propagam-se às
rochas encaixantes da intrusão e alteram os seus minerais.
 Forma-se uma auréola de metamorfismo, que é a orla de rochas próximas da intrusão
que foram fortemente aquecidas e sofreram metamorfismo. A extensão da auréola
depende do
tamanho da
massa
magmática, da
sua temperatura,
da quantidade de
água existente nas
rochas e da
profundidade a
que ocorre o
contacto.
 O grau de
metamorfismo
das rochas da
auréola é tanto menor, quanto maior for a distância à intrusão magmática.
 A variedade de rochas resultantes depende do tipo de rocha intruída/encaixante, da
quantidade de fluidos circulantes e da temperatura da intrusão.
 Exemplos de rochas originadas: calcário-mármore, arenito-quartzito e argilosas-
corneanas.
Regional

 Afeta grandes áreas da crusta terrestre.


 É originado por processos que envolvem elevadas temperaturas e forças tectónicas
que geram tensões não litostáticas altas que modificam as rochas em profundidade.
 Está geralmente associado a processos tectónicos relacionados com a formação de
montanhas e zonas de subducção (zonas de colisão de placas tectónicas).
 Tipo de rochas formadas pelo metamorfismo regional: argilito-ardósia, filito, micaxisto,
gnaisse,... (mais as de contacto
 Algumas rochas formadas podem possuir xistosidade devido à conjugação da
deformação com a recristalização.
 Se forem ultrapassados determinados valores de tensão e de temperatura (superior a
800oC) inicia-se o magmatismo e a rocha entre em fusão parcial – anatexia.
 As rochas possuem textura não foliada ou granoblástica

Minerais índice
As rochas podem apresentar minerais específicos de metamorfismo, magmatismo ou
de contexto sedimentar. Assim, existem certos minerais metamórficos que podem ser
usados para caracterizar o ambiente geodinâmico que deu origem a rocha,
principalmente quanto às condições de pressão e temperatura (através de
termómetros e paleo barómetros) - minerais índice.

Minerais índice: são polimorfos de alumíniosilicatos (Al2SiO3) –


Andaluzite/Silimanite/Cianite
Baixo grau de metamorfismo: Clorite

Médio grau de metamorfismo: Estaurolite/Cianite

Elevado grau de metamorfismo: Silimanite

Isógradas: linhas imaginárias que unem zonas com igual grau de metamorfismo,
definidas pelos pontos onde ocorrem pela primeira vez os minerais índice.

Caracterização das Rochas Metamórficas


Dá-se através da sua textura e composição mineralógica

1. Textura
 Granoblástica ou não foliada
 Foliada

A foliação corresponde ao alinhamento preferencial de minerais de acordo com o


determinado plano quando se encontra sob pressões dirigidas, à medida que o grau de
metamorfismo aumenta, a foliação também. As rochas foliadas são caracterizadas de
acordo com o tamanho dos cristais e os tipos de foliação:

Clivagem Xistenta/Ardosífera Xistosidade Bandado Gnáissico


As rochas dividem-se facilmente, As rochas dividem segundo As rochas apresentam alternância
ao longo de planos paralelos em superfícies lisas ou de bandas de cor clara e escura. É
folhas finas e baças. Resulta do ligeiramente onduladas e uma textura característica do
alinhamento minerais tabulares brilhantes. Resulta do metamorfismo de alto grau, no
(micas) em rochas de alinhamento e crescimento de qual fenómenos de intensa
granularidade fina. É minerais tabulares em rochas recristalização dão origem à
característico do metamorfismo de granularidade média ou formação de minerais de
de baixo grau alta. É característico do granularidade elevada que são
metamorfismo de grau segregados em camadas
intermédio
Ex: Ex: Ex:
 Ardósia/Xisto/Filito  Micaxisto/Xisto  Gnaisse

Fissibilidade: propriedade das rochas que lhes permite dividir em folhas ou lâminas -
está mais presente na clivagem xistenta e diminui até ao bandado Gnáissico.

Textura Granoblástica: apresentam grãos de dimensão semelhante que não se


encontram dispostos segundo uma orientação preferencial.
NOTA: à medida que aumenta o grau de metamorfismo, aumenta a intensidade
recristalização, aumenta a granularidade e diminui a fissibilidade.
 Quanto a composição mineralógica, as rochas metamórficas podem possuir
novos minerais mas estes estão sempre dependentes da composição do
protólito. Os minerais presentes podem indicar o tipo i grau de metamorfismo
Deformações
As rochas quando sujeitas a pressões, temperaturas e tensões podem sofrer
deformações. O tipo de deformações depende to tipo de tensões aplicadas.

Alterações Limites Deformações


Tensões sofridas tectónicos Regime Regime Frágil
pelas rochas Dúctil
Compressiva Redução do Convergentes Dobramento Falha inversa
volume
Distensiva Alongamento Divergentes Estritamento Falha normal
Cisalhamento Deformação Conservativos Cisalhamento Falha
transformante

Deformação de uma rocha:


 Modificação da sua posição inicial;
 Modificação do seu volume/forma inicial;
 Modificação da sua orientação inicial;

As deformações resultam principalmente de movimentos horizontais das placas


litosféricas, que geram tensões com direção horizontal, resultantes do aumento das
pressões dirigidas.
Comportamento dos materiais:

 Comportamento elástico: deformações


reversíveis (regressa ao volume e forma
original) até atingir o limite de plasticidade
(ponto que o material cede);

 Comportamento frágil: o material rochoso


pode acumular tensões até ocorrer rutura e
dar-se uma libertação súbita de energia –
sismo. Dá-se uma rutura. Ocorre quando a
força é superior ao limite de
elasticidade/plasticidade.

 Comportamento plástico: o material rochoso


pode sofrer dobras geológicas. Dá se uma
deformação permanente. Quando é ultrapassado o limite de plasticidade o
material pode fraturar. Este ocorre quando a força é superior ao limite de
plasticidade.

Fatores que influenciam o comportamento mecânico das rochas

Pressão e Temperatura: O comportamento de cada rocha irá depender das condições


de PT a que estas estão sujeitas, baixas pressões e temperaturas (em profundidade)
estão associadas a comportamentos do tipo frágil, já altas pressões e temperaturas (à
superfície) estão associadas a comportamentos do tipo dúctil/plástico.

Velocidade: Altas velocidades de deformação favorecem uma deformação frágil, já


uma deformação lenta aumenta a resistência à rutura;

Pressão: Quanto maior a pressão maior a plasticidade dos materiais;

Temperatura: Quanto maior a temperatura maior a plasticidade dos materiais;

Tipo de tensão: A rocha tem maior resistência a rutura quando a tensão resulta do
peso das camadas superiores e menor resistência quando a tensão resulta dos
movimentos tectónicos;

Conteúdo em Fluídos: Fluidos como a água diminuem a rigidez da rocha e aumentam a


sua plasticidade;

Composição química mineralógica e a sua estrutura: As rochas sedimentares tendem a


possuir maior plasticidade que as magmáticas. Aspetos como a xistosidade aumentam
a sua plasticidade.
Regime Frágil
Quando ocorre deformação neste tipo de regime, verifica-se fraturação dos materiais
rochosos, que se pode manifestar sob a forma de:
 Diáclases: são fraturas onde não se observa movimento relativo dos blocos
rochosos, resultam da descompressão e sucessiva expansão que os materiais
geológicos sofrem quando afloram após a erosão das camadas suprajacentes.

 Falhas geológicas: são fraturas onde ocorreu movimento relativo dos blocos. É
uma deformação descontínua (existe rutura entre as partes contiguas do
material deformado).

Tipos de falhas

Limite Tipo de Regime de Esquema Movimento Classificação


tectónico deformação tensões de blocos

O teto desce
Divergente Distensivas em relação Falha normal
Ex: riftes ao muro

Frágil O teto sobe


Convergente Compressivas em relação Falha inversa
Ex: Himalaias, ao muro
Alpes

Transformante/ Falha de
Cisalhamento Cisalhamento Lateral desligamento
Elementos de uma falha

Horts e Garbens

Podem existir sistemas de falhas (associações entre falhas geológicas), que podem ser:

 Garbens: depressões tectónicas devido ao abatimento dos blocos.


 Horts: bloco de território elevado em relação aos vizinhos.

Em regimes distensivos podem se originar horts e garbens, devido aos movimentos


dos blocos e relação aos outros, já em regimes compressivos predominam as regiões
de cavalgamento, regiões montanhosas e horts e garbens.
Regime Dúctil
Este tipo de regime origina dobras: encurvamento de estruturas inicialmente planas,
estas são deformações contínuas (não se verifica rutura), resultantes de forças
compressivas. As rochas com maior plasticidade tendem a dobrar (sedimentares).

Critérios de Esquema Descrição Classificação


Classificação
Os flancos da
dobra convergem
para baixo Antiforma
(concavidade
para baixo)
Orientação Os flancos da
espacial dobra convergem
para cima Siforma
(concavidade
para cima)
A dobra tem Neutro
concavidade
lateral
O centro da
dobra (núcleo) é Anticlinal
Sequencia da ocupado pelas
deposição dos rochas mais
estratos/idade antigas
das rochas O centro da
dobra (núcleo) é Sinclinal
ocupado pelas
rochas mais
recentes
Características de uma dobra

Notas:
 O flanco do antiforma é o mesmo do sinforma adjacente;
 Antiformas podem originar elevações e sinformas depressões;

Rochas Sedimentares
A formação de rochas sedimentares ocorre sedimentogése e diagénese/litificação.
Estas resultam de rochas preexistentes quando sujeitas ás condições ambientais da
superfície terrestre.
Meteorização Física:
 Desagregação da rocha em fragmentos cada vez menores – clastos ou detritos;
 Manutenção das características/da composição mineralógicos do material
original;
 Aumenta da superfície de exposição aos agentes de meteorização;

Agentes:
 Água no estado líquido ou solido;
 Amplitudes térmicas;
 Seres vivos;
 Ação do vento – ação abrasiva;

Condições ambientais que favorecem o processo:


 Escassez de água no estado liquido/existência de água líquida em quantidades
pequenas;
 Extremas de temperaturas ou ambientes com amplitudes térmicas;

Designação do processo Representação esquemática Descrição do processo


A gelivassão ocorre quando a água
infiltrada nas fraturas, devido à
diminuição da temperatura congela,
Crioclastia e Gelivassão provocando o aumento do volume,
alargamento das fraturas e
finalmente a desagregação das
rochas formando detritos ou clastos
– fragmentos soltos.
Em regiões com grandes amplitudes
térmicas pode ocorrer este
fenómeno:
 Altas temperaturas: a rocha
dilata;
Termoclastia
 Baixas temperaturas: a rocha
contrai;

Estas alterações se ocorrem de forma


sucessiva podem levar à fratura da
rocha.
Ocorre infiltração de águas salgadas
ou salobras nas fraturas em
ambientes áridos, esta água ao
evaporar vai levar à precipitação de
sais contidos nesta e ao
Haloclastia
desenvolvimento de cristais nas
fraturas, isto vai gerar um aumento
do volume, um alargamento das
fraturas e por fim a desagregação das
rochas formando detritos ou clastos
– fragmentos soltos.
Rochas formadas em profundidade
sofrem um alivio de pressão quando
Descompressão à chegam a superfície devido à
superfície/ Alívio da remoção de camadas
suprajacentes/movimentos
pressão/Esfoliação
tectónicos, assim a rocha irá expandir
mecânica e fraturar, formando diáclases.
Germinação de sementes;
Crescimento de raízes em fendes;
Construção de tocas;
Atividade dos animais;
Atividade do ser humano:
Ação dos seres

alongamento das fraturas.


A água e o vento transportam
detritos que ao entrarem em
contacto com as rochas provocam o
seu desgaste:

 Vento: blocos pedunculados;


blocos de escorrência: ravinas
e chaminés de fada;
Abrasão  Água:
o do mar: promontórios;
o do rio: marmitas de
gigante;
Rochas diferentes possuem
resistências a meteorização
diferentes – meteorização
diferencial.

Meteorização Química
 Instabilidade na superfície terrestre, da estrutura cristalina dos minerais
gerados em profundidade, em condições PT muito diferentes das à superfície;
 Introdução/Remoção de elementos químicos na estrutura interna dos minerais;
 Conversão de minerais noutros mais estáveis (minerais de neoformação) ou em
produtos solúveis.
Agentes de meteorização:
 Água líquida;
 Água acidificada;
 Oxigénio;
 Substâncias produzidas pelos seres vivos (ex. urina);
 CO2

Condições ambientais que favorecem o processo:


 Abundância de água no estado liquido;
 Altas temperaturas

Mineral Processo de Descrição do Agente de Produtos


Primário meteorização processo meteorizaçã
química o
Hidrólise: Na reação de Água ácida Caulinite;
ocorre hidrólise, os iões K+ Água Sílica;
substituição do feldspato são K2CO3-argila
dos catiões da substituídos pelos H+
estrutura de do ácido carbónico.
um mineral por Os iões K+ e Sílica são
Feldspato iões de removidos em
KAISi3O8 hidrogénio solução.
provenientes
da água ou
acido carbónico

Oxidação: Há A piroxena é rica em Água Hematite


uma perda de ferro, com a ação da Oxigénio (neoformação)
eletrões, por água esta irá formar Sílica
iões presentes sílica e o ião férrico
na estrutura do Fe3+.O ião ferroso
mineral Fe2+ é substituído por
oxigénio formando-
Piroxena se o ião férrico Fe3+,
FeSiO3 este vai reagir com a
água e formar oxido
de ferro – hematite.
Dissolução: a Reação de Ácido Iões cálcio e
água/água carbonatação: o carbónico hidrogenocarb
acidificada ácido carbónico Água ácida onato
reage com um H2CO3 reage com o Ou iões
mineral e forma carbonato de cálcio hidrogenocarb
Calcite produtos CaCO3 e são onatocálcio
CaCO3 solúveis formados produtos
soluveis (iões cálcio e
hidrogenocarbonatos
) que são removidos
da solução e apenas
ficam substâncias
insolúveis.
Dissolução: a Em contacto com a Água Na+
água reage com água a halite Cl-
Halite um mineral e dissolve-se e formam
NaCl forma produtos iões sódio e Cl-
solúveis

Hidratação: A A anidrite pode


água reage com ganhar agua na sua
determinados constituição
minerais, e formando gesso, o
passa a fazer gesso pode perder
Gesso parte da sua água e formar
CaSO42H2o constituição. anidrite.
/ Desidratação: A
Anidrite água reage com
CaSO4 determinados
minerais e é
removida da
estrutura
cristalina do
mineral.

Quartzo SiO2
Condições ambientais associadas e a meteorização

 Meteorização + intensa: Trópicos


 + precipitação -> + meteorização química (pela presença de água);
 Elevadas temperaturas aumentam a velocidade das reações químicas;
 A vegetação contribui tanto para a meteorização física como para a química
(produção de C02 – ácido carbónico);
 Nas regiões polares (camada de solo fina e muitos fragmentos de rochas
angulares) predomina a meteorização física pela presença de gelo e pouca
meteorização química uma vez que há escassez de água líquida.
 Nos desertos predomina a meteorização física (amplitudes térmicas) e pouca
meteorização química uma vez que há escassez de água liquida, devido às
grandes temperaturas e baixa precipitação.
Erosão
É a remoção de produtos resultantes da meteorização por ação dos agentes erosivos
(água, gravidade, gelo, seres vivos, vento) – são separados da rocha mãe. Pode ser
seguida de transporte pelos agentes menos caso o agente seja um ser vivo. Dão
origem a certas estruturas.

Ravinas/Ravinamentos: As águas de escorrência, ao deslizarem numa encosta,


removem os detritos das rochas sensíveis a meteorização física ficando em relevo as
rochas mais resistentes.

Chaminés de Fada: As águas de escorrência ao deslizarem numa encosta, vão


removendo os detritos + suscetíveis á meteorização física e se existirem rochas +
resistentes estas podem proteger as mais sensíveis que se encontram abaixo delas.

Transporte
O transporte é o movimento dos materiais resultantes da erosão por agentes de
transporte (água, vento, gravidade, seres vivos, etc...)
No caso da água os detritos podem ser transportados por:
 Rolamento e arrastamento: se forem de grandes dimensões, mais densas, com
velocidade inferior à da água;
 Saltação: médias dimensões (areia);
 Suspensão: pequenas dimensões, finos, que se movem à mesma velocidade da
água (argilas);
 Dissolução: iões
Transporte num rio Montante
nascente do rio

Jusante:
foz

Diminui o declive do terreno (as águas perdem energia); Aumenta o volume de água;
Diminui a velocidade da água, logo a capacidade de transporte dos detritos de grandes
dimensões é menor

Perfil em V: é mais fechado, já que há menos água mas esta circula a maior velocidade
e há maior erosão vertical;
Perfil em V: mais largo, quase em U, devido há maior quantidade de água, mas que
circula a menor velocidade o que aumenta a erosão vertical;
Perfil Transversal: linhas que une duas margens de um rio;
Perfil Longitudinal: linha que une as altitudes de um leito de um rio ao longo do seu
percurso, partindo da nascente e indo até à foz;
Transporte de minerais no rio

 Os mais grosseiros/pesados, são encontrados a montante, já que sofrem um


transporte mais curto.
 Os mais pequenos/finos, são encontrados a jusante, já que sofrem um
transporte mais longo.

Granotriagem/Calibração/Granosseleção: seleção e separação dos detritos, de acordo


com o tamanho, forma e densidade. O vento e o rio são bons agentes de
granosseleção.
Calibragem: Diversidade dos tamanhos dos grãos.

Ao longo do transporte, pos detritos ficam mais arredondados, devido ao choque e ao


atrito com outras rochas, perdendo as duas arestas e vertices, ficando mais lisas e
curvas.

Sedimentação
É a utima etapa da sedimentogenese e ocorre quando a força da gravidade é superior
à velociade e força do agente, acumulando

Diagrama de Hjulstrom
As partículas mais fáceis de remover são as de
intermedi dimensão, a energia de erosão é menor,
com menor velocidade;

As partículas mais pequenas apresentam maiores


forças de coesão logo é necessária mais energia
para as remover, com maior velocidade de erosão
pela maior resistência a fricção.

A sedimentação ocorre principalmente em


bacias sedimentares (meio aquático), em meio
terrestre forma estratos (camadas sucessivas de
sedimentos), delimitadas por planos de
estratificação, o estrato que serve de base é o
muro e o topo é o teto.

Diagenese
Compactação + Cimentação, onde as rochas sedimentares passam a estar
consolidadas.

Compactação: dá se a compactação dos sedimentos devido à diminuição do volume


dos poros, levando à redução da espessura das camadas e à expulsão de água entre os
poros – desidratação
Cimentação: os sedimentos unem-se através de um cimento resultante da precipitação
de iões dissolvidos na agua, nos poros.
Rochas sedimentares detríticas
Rocha Rocha
Detrito sedimentar Diagénese sedimentar
detrítica não detrítica Família Imagem
consolidada consolidada
Balastros Cascalheira Completa Brecha Conglomeráticas
(mais de de grão
2mm) anguloso

Cascalheira Conglomerado
de grão
arredondado

Areias (entre 2 Areias Arenito Areníticas


e 1/16)

Siltes(entre Siltes Siltito Sílicas


1/16 e 1/256)

Incompleta
(basta
compactação
Argilas(inferior Argilas ) Argilito Argilosas
a 1/256)
Areias calcárias: cor branca (calcite (carbonato de cálcio));

Areias quartzosas: cor clara (quartzo (sílica));

Areias basálticas: cor negra (minerais ferromagnesianos);

Porosidade e Permeabilidade

Porosidade: percentagem do volume de espaços vazios no volume total da amostra;

 Quanto mais bem calibrada for a amostra mais porosa esta é;


 Quanto maior granulometria tiver mais porosa é;
 Rochas sedimentares têm maior porosidade do que as magmáticas e
metamórficas (fissuradas e fraturadas/ a não ser que estejam interligadas estas
fraturas);
Permeabilidade: capacidade de uma amostra se deixar atravessar por água, esta
depende da:

 Porosidade de uma amostra;


 Interligação entre os espaços vazios (conecção entre si);
Caso Argila:
Estas têm elevada porosidade, mais reduzida permeabilidade, já que as finas partículas
da argila aumentam de volume ao absorverem água, fazendo desparecer os pequenos
espaços entre si, dificultando a circulação de água – impermeáveis. Logo, a
permeabilidade não é sempre maior quanto maior for a porosidade.
 Fendas de dessecação/refração da água: na presença de água, o volume das
argilas aumenta, já que a absorvem. Em climas secos a água e evaporada e
diminui o volume das argilas, surgindo fendas de dessecação nestas.
 Floculação das argilas: O NaCl ioniza-se na água do mar e os iões Na + e Cl-
estabelecem relações químicas com as argilas promovendo a floculação
(agregação dos finos grãos das argilas, formando partículas maiores, facilitando
a deposição (água salobra e salgada).

Rochas sedimentares Quimiogénicas


Resultam da precipitação de substâncias que se encontram dissolvidas na água (mares,
lagunas, águas subterrâneas, etc...). Estas dependem do clima, em regiões com altas
temperaturas, é maior a evaporação da água, causando saturação desta e fazendo com
que esta acabe por precipitar.

Rochas Sedimentares Quimiogénicas


Tipo de rocha Carbonatada/ Evaporitos/Rochas Salinas
Calcários de Precipitação
Variação das condições Evaporação da água
Causa da ambientais
Precipitação Condições FQ
- aumento da temperatura; - aumento da temperatura;
Condições - diminuição da pressão; - diminuição da humidade atmosférica;
especificas para a - maior agitação do meio; - maior secura do ar;
precipitação - fotossíntese de seres aquáticos; - aumento da agitação da atmosfera (vento);
- diminuição do CO2 na água; - diminuição do hidrodinamismo;
- chão de grutas calcarias; - ambientes continentais;
- mares quentes e pouco - lagos salgados/lagunas;
Ambientes profundos; - zonas áridas;
- ambiente lacustre (pântanos);
- terrenos alagadiços com
natureza calcaria;
Exemplo Calcários de sedimentação Sal-Gema Gesso
(estalactites e estalagmites)
Mineral Calcite Halite Gesso/Gipsite
Estes formam-se devido à Deve-se á Deve-se á
precipitação do carbonato de precipitação de precipitação de
Detalhes cálcio. Os calcários que se sulfato de cloreto de sulfato de cálcio
formam devido aos seres sódio hidratado
aquáticos são quimio-biogénicos É monominerálica É monominerálica
Composição CaCO3 NaCl CaSO42H2O
Quimica
Imagem

Outras rochas sedimentares Quimiogénicas carbonatadas: marga, travertino, dolomite.


Travertino: calcário comum formado em grutas, as gotas de água subterrânea com
iões Ca2+ e HCO-3 libertam Co2 provocando a precipitação de carbonato de cálcio e
dando origem a estalactites e estalagmites.
Modelado Cársico

A- Dolina
B- Lápiache
C- Gruta
D- Estalactites
E- Estalagmites
F- Coluna
G- Algar
H- Exsurgência
Dolinas e Campos de Lapiás: formam-se devido á carbonatação/dissolução por ação de
águas acidificadas em zonas mais superficiais;
Grutas: formam-se devido à infiltração de águas ácidas em fissuras que provocam a
dissolução dentro do maciço;
O calcário contém além de calcite, sílica e a argilas, devido á dissolução do carbonato
de cálcio, as restantes impurezas que não são solúveis ficam no local – TerraRossa.
Rochas sedimentares biogénicas
Estas formam-se com a acumulação de carbonato de cálcio e com a formação da
mineral calcite, com a diminuição do CO2 na água devido á atividade dos seres vivos.
Estes convertem o Co2 e hidrogeno carbonato de cálcio, solúvel na água e convertem
tal em carbonato de cálcio.

Calcário Recifal/de edificação Calcário Conquífero/de acumulação


Formado a partir dos recifes, por Após a morte dos seres vivos, que
acumulação dos exosqueletos e possuíam conchas, carapaças, etc... estas
revestimentos dos organismos. São sofrem cimentação.
considerados bons fosseis de fáceis já
que os recifes apenas existem em águas
quentes, límpidas, oxigenadas e pouco
profundas.

Em períodos de maior concentração de CO2, dá se a acidificação das águas (ácido


carbónico), o que compromete a formação de carbonato de cálcio e assim, a formação
de conchas e recifes.
Carvão
O carvão é formado a partir de detritos vegetais acumulados no fundo de pântanos,
lagunas e deltas fluviais, em zonas (pouco profundas e pouco oxigenadas-inibe a sua
decomposição). Através da ação de bactérias anaeróbias, vai haver decomposição dos
hidratos de carbono e enriquecimento progressivo em carbono – incarbonização.

Inicialmente vai se formar uma matéria pobre em carbono, que resulta da


transformação superficial de musgos e plantas, em zonas pantanosas e de difícil
drenagem. Matéria-prima para a formação de carvões húmidos.
Petróleo
Não é considerado uma rocha, já que é líquido, sendo formado em rochas
sedimentares. É uma mistura de hidrocarbonetos e forma-se a partir de matéria
orgânica (partes lipídicas do fitoplâncton), quando o plâncton e as algas morrem estas
depositam-se em bacias sedimentares (pela subsidência – afundamento lento), a altas
profundidades, com pouco oxigénio (zonas lacustres, lagunares). Depois através das
bactérias anaeróbias, da rápida deposição de finas camadas de sedimentos (isolam os
restos orgânicos da ação das bactérias decompositoras) e as novas condições PT
forma-se o petróleo.
1. À medida que se vão depositando sedimentos, ocorre subsidência do fundo
marinho, onde se acumulou matéria orgânica. Com a subsidência, aumenta a
temperatura e a pressão.
2. Em anaerobiose, a matéria orgânica inicial sofre modificações químicas e é
transformada progressivamente (ao longo de milhões de anos) em
hidrocarbonetos (petróleo e/ou gás).
3. A rocha sedimentar formada pelos sedimentos e restos orgânicos onde o
petróleo se formou denomina-se rocha-mãe.
4. Se ocorrer compressão, os hidrocarbonetos originados na rocha-mãe migram
para rochas adjacentes (acima, abaixo ou ao lado), porosas e permeáveis
(arenitos, calcários) denominadas rochas-reservatório (ou rocha-armazém).
5. Para que os hidrocarbonetos permaneçam na rocha-reservatório, isto é, para
que se formem depósitos de hidrocarbonetos passíveis de serem explorados, é
necessário que exista uma armadilha, ou seja, uma rocha-cobertura
impermeável que impeça os hidrocarbonetos de se escaparem da rocha-
reservatório.
6. Se os hidrocarbonetos não encontrarem uma rocha impermeável que impeça a
sua migração, estes atingem a superfície e volatizam, acabando por se
perderem.

NOTA: o armazenamento destes produtos na rocha armazém dá-se por diferenças de


densidade – água salgada (+densa) na base, depois o petróleo e por fim o gás natural.
Armadilhas: formações ou estruturas geológicas que permitem a retenção e a
concentração do petróleo.

Ambientes sedimentares
 Ambiente continental: variações de temperatura e precipitação, ex:
o Lagos (evaporitos);
o Pântanos (águas paradas, acumulam-se sedimentos lodosos e plantas em
decomposição) – formação de carvões;
o Rios (agente de erosão e transporte, depositam-se argilas, siltes e areias
no troço médio a inferior e no superior sedimentos mais grosseiros);
o Glaciares (sedimentos mal calibrados – argilas e balastros);
o Aluvião (depositam-se sedimentos mais grosseiros quando o rio alcança
as planícies aluviais – leito de cheia);
o Deserto (areias finas e bem calibradas);

 Ambiente marinho: classifica-se conforme a profundidade da água:


o Recife de coral (constituído por carbonato de cálcio, águas quentes e
pouco profundas);
o Planície abissal – ambientes marinhos profundos (correntes subaquáticas
com siltes e argilas);
o Plataforma continental – ambientes marinhos pouco profundos (areias,
siltes e argilas com correntes fracas onde se depositam seres vivos);
o Mar alto (a evaporação pode exceder a precipitação, produzindo-se
depósitos de evaporitos com o sal gema e o gesso);

 Ambientes de transição (zonas litorais): classificam-se pela dinâmica das


ondas, das marés e das correntes litorais:
o Praia com dunas (Praia – balastros e areias com forte atividade das ondas;
Dunas – areias bem calibradas devido ao vento);
o Delta (depositam-se argilas e areias numa terminação de rio ou lago)
o Restinga (cordão de areia paralelo e ligado à costa, com areias bem
calibradas);
o Estuários (são locais de reprodução, na foz ao lado de um rio, onde se
acumulam areias nas margens);
As rochas sedimentares definem a fácie de formação de cada ambiente sedimentar, a
partir de diferentes fácies podemos determinar o paleoambiente, onde através do
princípio do atualismo podemos deduzir as características de ambientes antigos
através dos atuais.
Exemplos:

 Ripple marks (marcas da corrente resultantes da ação da água ou do vento,


típicas das praias ou zonas desérticas) 1ª imagem;
 Mudracks (fendas de retração, em rochas como os argilitos que resultam da
perda de água e da diminuição do volume de argila) 2ª imagem
 Séries de fácies flysch (sequências de xistos e grauvaques resultantes do
metamorfismo regional por consequência da existência de turbiditos – depósitos
sedimentares resultantes de deslizamentos subaquáticos do talude continental) 3ª
imagem

Fósseis e processos de fossilização


Os fósseis são qualquer resto material de um ser vivo ou vestígio da sua atividade encontrado
em materiais naturais, correspondentes a épocas geológicas anteriores. Quem estuda estes é a
paleontologia. Existem dois tipos de fósseis:

 Somatofósseis: fósseis de restos do organismo do ser vivo, como dentes, ossos, folhas,
carapaças, etc...
 Icnofósseis ou marcas: fósseis do registo da atividade do ser vivo, como ovos,
pegadas, pistas de raptação. Estes fornecem informações sobre os seres vivos.

Processos de fossilização

Os fósseis formam-se em processos lentos e complexos que exigem determinadas condições –


processos de fossilização, para a formação de um fóssil é necessário:

 Corpos com partes duras (ossos, dentes, conchas): são mais difíceis de decompor
devido a serem compostos por quitina/queratina;
 Ambientes anaeróbios e com baixas temperaturas: isolando os seres vivos das
condições oxidantes da atmosfera, impedindo a decomposição;
 Rápido enterramento e fraca ação de agentes erosivos com a deposição por
sedimentos finos

As peças esqueléticas do organismo são


substituídas por substancias minerais, como a
Mineralização sílica ou calcite

Característico quando há ausência de um


organismo, que fica representado na rocha pela
Moldagem sua morfologia e estrutura externa (molde
externo) ou interna (molde interno). Estruturas
muito finas, como folhas, asas de insetos
designam-se impressões quando moldadas nas
rochas.
Os tecidos do organismo são preservados devido
a estarem envolvidos em materiais com âmbar
ou gelo que impedem a sua decomposição.
Preservação/Conservação Impede a normal “diagénese”, caso ocorra
apenas desidratação - mumificação
Verifica-se um enriquecimento progressivo em
carbono, perdendo outros constituintes, em
Incarbonização ambiente anaeróbio em combustão lenta.
Forma-se carvão mineral.

Os fósseis são um recurso importante para a reconstrução de um paleoambiente, pois estes


são contemporâneos às rochas onde se encontram, estes podem ser:
 Fósseis de Idade ou estratigráficos: permitem a datação relativa pois os
organismos viveram em uma extensa área geográfica (correlação entre vários
extratos) e porque estes viveram durante um curto período (curta distribuição
estratigráfica). Ex: trilobites/graptólitos/arqueociatos (paleozoica), amonites
(mesozoica).
 Fósseis de fáceis ou de ambiente: fornecem informações sobre as condições
de um paleoambiente, pois os fósseis tinham requisitos de vida exigentes e
específicos, uma curta distribuição geográfica e ampla distribuição
estratigráfica. Ex: corais e belemnites.

Princípios de estratigrafia
Os estratos estão organizados numa sequência estratigráfica, podendo estar organizados
horizontalmente, verticalmente ou até inclinados (estratificação entrecruzada).

A deposição dos sedimentos caso não


ocorram perturbações origina estratos
horizontais. Se inclinados ocorreram
Princípio da Horizontalidade perturbações.
Inicial/Original

Caso não tenha ocorrido deformações


um estrato inferior é sempre mais antigo
que o superior.
Princípio da sobreposição de
estratos

Os estratos originados são camadas


contínuas que se estendem em todas as
Princípio da continuidade direções, assim em regiões afastadas é
lateral possível relacionar cronologicamente
estratos idênticos.
Caso o estrato contenha um fóssil é
possível inferir que estes são
Princípio da identidade contemporâneos.
paleontológica

Caso um estrato seja intersetado por um


filão, apresente uma falha ou uma
intrusão, a estrutura que interseta é
sempre mais recente do que as rochas
intersetadas.
Princípio da Interseção

Os fragmentos incluídos numa rocha são


sempre mais recentes que a rocha que os
engloba.
Princípio da Inclusão

História geológica de uma região


Transgressão: em períodos interglaciários, em que se dá o aumento da temperatura
dá-se a subida do nível médio das águas do mar e com tal um recuo da linha de costa.
Assim, a coluna de água aumenta e são depositados sedimentos mais finos, sobre os
mais grosseiros – série transgressiva.
Regressão: em períodos de glaciação, o aumento do gelo provoca uma descida do nível
das aguas do mar e o avanço da linha de costa, devido ao aumento da energia de
transporte ocorre a uma deposição dos sedimentos mais grosseiros sobre os mais finos
– série regressiva.

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