Inovação e Participação Ativa de todos os Alunos

Olga K. Takinami
EMEB Rolando Ramacciotti e Serviço de Apoio à Pessoa com
Deficiência Visual (SAPDV)
Projeto Robô
Este projeto iniciou porque uma das alunas viu o robô de sucata no corredor da escola e disse: Olha, um robô! Esse
reconhecimento despertou na professora do AEE/ DV a curiosidade em saber o porquê deste interesse para uma criança
de três anos. A professora procura a parceria do PAPP TEC para elaborar um projeto cujo produto final seria a confecção
de um robô de sucata por cada um dos alunos. Como os alunos tinham baixa visão um dos objetivos do projeto foi que os
recursos visuais estimulassem o uso da visão e para isto as atividades propostas envolviam sempre a preocupação com o
contraste para que a criança utilizasse a visão de maneira funcional. Numa primeira etapa o objetivo era que a criança
descobrisse o brinquedo (robô) que estava coberto com um tecido vermelho em contraste com o chão que era de granito
cinza. As crianças ficaram felizes quando descobrem o robô e logo apertam os botões para conhecer seus movimentos.
Numa etapa seguinte apresentamos vídeos curtos de robôs humanóides. Depois brincamos de imitar robôs no gesto e no
som. Numa próxima etapa conversamos o que era um robô e depois sugerimos a construção de um robô de sucata. Cada
um escolheu o material que utilizaria para a sua construção e a montagem do robô foi fixada com fita crepe e depois, na
ausência das crianças, com cola quente. Durante a construção foi interessante ver a função e nome que cada criança dava
para seu robô e foi possível perceber que cada detalhe era importante. Um dos alunos queria que na região da barriga de
seu robô se colasse um papel, a professora sugeriu um outro material, mas ele manteve firme na escolha inicial e esta foi
respeitada. Na hora de pintar o robô a escolha da cor, o tipo de pincel, a melhor posição para pintar foi pensada pela
criança. Depois de concluída houve a apresentação do robô para os colegas e um nome foi escolhido por seu dono.
Depois de brincarem muito com os robôs cada um levou o seu para casa.
Conceitos de máquinas simples

Construindo o conceito Explorando as peças do Ouvindo os sons dos Testando o carrinho na Construção com peças
de eixo Lego e procurando o eixo carrinhos rampa menores de Lego tendo a
base verde como referência

Projeto com uma aluna cega para se apropriar de conceitos de máquinas simples como engrenagem, eixo, rodas e
alavanca.
Um recurso bastante utilizado que favorece o conceito de paredes amplas é o Makey
Makey (é uma placa para substituir teclas de computador por objetos do dia a dia que usa
sinais elétricos de circuito fechado para enviar ao computador um toque do teclado ou um
sinal de clique do mouse conduzem energia com pinças de crocodilo e um cabo USB.)

As paredes amplas para que tecnologias apoiem e proponham ampla variedade de

propostas, pode ser considerado um recurso de acessibilidade por tornar possível o projeto
de qualquer aluno seja ele com deficiência ou não.

Construção de labirintos em sucata, material Utilização de Makey Uso de Scratch, Makey Makey e
estruturado (Lego), no Scratch e Makey Makey. Makey para jogos do slackline para atividades físicas
Scratch. divertidas.
Dicas importantes:
- Crianças que ainda não se comunicam verbalmente podem se expressar pelas ideias ao
construir algo
- Os materiais disponibilizados aos alunos devem estar limpos, porque alguns levam à boca
- Os materiais podem ser apresentados a partir de um critério, mas de maneira organizada
para facilitar a busca visual dos alunos com baixa visão, que necessitam apalpar o material,
aproximar dos olhos etc. Os alunos com deficiência intelectual, os com o transtorno do
espectro do autismo também podem se beneficiar desta estratégia
- permitir que os alunos explorem os materiais de sucata: a textura, o peso, a cor, a
espessura, a consistência etc
- utilizar fita crepe para fixar as peças das construções dos alunos e depois colar com cola
quente. esta foi uma alternativa encontrada para não utilizar a cola quente com crianças
pequenas.
- estimular o diálogo durante a construção do aluno: o que você está construindo? Estar
atento a um olhar, um gesto do aluno e tentar significar esta ação oralmente.
- utilizar imagens relacionadas ao tema trabalhado. Por exemplo, num projeto sobre robôs ter
imagens impressas de robôs em diferentes categorias: ilustrações, fotos, etc.
- respeitar a escolha do aluno e não tentar mudar. Por exemplo, se o robô humanóide de um
aluno não tiver braços não insistir em colocar, se um aluno quiser colar um pedaço de papel
no robô e disser que é a roupa acolher a solicitação.
- Na verdade estas dicas podem auxiliar muitas crianças e trabalhar na perspectiva da
Educação Inclusiva é propor atividades que sejam acessíveis a todos.