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Ficha de trabalho 1

Gramática

Nome ____________________________________________ Ano ___________Turma __________ N.o _________

Lê o texto seguinte e responde às questões.

Conjugação do verbo
Há quem julgamos que somos, quem nos permitimos ser e quem somos realmente. Talvez seja
funcional pensar nestas condições como camadas, cebola ou gráfico. Quem somos depende de quem
nos permitimos ser, que depende de quem julgamos que somos. Quem somos fica lá no fundo, por
baixo das outras camadas, protegido e/ou escondido por elas.
5 A superfície de quem julgamos que somos é uma avaliação feita de muitas outras avaliações: quem
somos capazes de ser, quem temos de ser, quem gostávamos de ser. Cada um desses juízos é subjetivo,
os seus contornos carecem de exatidão: oscilam entre x e y, segundo brisas invisíveis que resistem a
medições rigorosas. Essas medidas existem, procuramo-las, é por elas que nos regemos, mas possuem
muito mais incerteza do que queremos acreditar. Seguramos um volume na palma da mão e, assim,
10 tentamos determinar o seu peso. A confiança que tivermos nessa escala pessoal será proporcional à
confiança que tivermos nos nossos sentidos, em nós próprios.
É mais fácil concordar que essa subjetividade se encontra em quem gostávamos de ser do que em
quem temos de ser ou em quem somos capazes de ser. No entanto, quem temos de ser depende
claramente de quem acreditamos que os outros acham que temos de ser, o que é uma avaliação
15 desprovida de qualquer rigor objetivo. Por sua vez, quem somos capazes de ser resulta da tal confiança
que tivermos nos nossos sentidos. Quem somos capazes de ser é, essencialmente, quem acreditamos
que somos capazes de ser, o que não é algo que possa ser medido em valores arredondados às décimas.
Quem temos de ser e quem somos capazes de ser deriva de quem nos permitimos ser.
Mas, afinal, quem somos? Essa é a pergunta. Vale a pena fazê-la a todos os reflexos do espelho e a
20 todos os instantes do dia. Não porque cheguemos a uma conclusão e aí fiquemos, emigrantes de uma
certeza irredutível; essa resposta é um caminho. E ao longo dos caminhos, enquanto procuramos,
somos, vamos sendo. É isso que conta. No fundo, o importante é sermos, sermos sempre, tudo o resto
é uma perda de tempo.
José Luís Peixoto, «Conjugação do Verbo», in Notícias Magazine, 15/01/2017.

Para responderes a cada um dos itens de 1 a 6, seleciona a opção correta.

1. A modalidade presente na frase «Talvez seja funcional pensar nestas condições como camadas,
cebola ou gráfico» (ll. 1-2) é
(A) modalidade epistémica, valor de certeza.

(B) modalidade epistémica, valor de probabilidade.

(C) modalidade deôntica, valor de permissão.

(D) modalidade deôntica, valor de proibição.

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2. O valor aspetual presente na frase «Quem somos depende de quem nos permitimos ser, que
depende de quem julgamos que somos» (ll. 2-3) é
(A) valor perfetivo.

(B) situação habitual.

(C) situação genérica.

(D) situação iterativa.

3. Os elementos destacados em «Essas medidas existem, procuramo-las, é por elas que nos
regemos» (l. 8) contribuem para a coesão
(A) frásica.

(B) interfrásica.

(C) temporal.

(D) referencial.

4. No segmento «A confiança que tivermos nessa escala pessoal será proporcional à confiança que
tivermos nos nossos sentidos, em nós próprios» (ll. 10-11), os elementos destacados
desempenham a função sintática de
(A) complemento direto.

(B) modificador restritivo do nome.

(C) modificador apositivo do nome.

(D) predicativo do sujeito.

5. As expressões «No entanto» (l. 13) e «Por sua vez» (l. 15) contribuem para a coesão
(A) lexical.

(B) referencial.

(C) frásica.

(D) interfrásica.

6. A oração destacada em «quem acreditamos que os outros acham que temos de ser» (l. 14) é uma
(A) oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

(B) oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

(C) oração subordinada substantiva completiva.

(D) oração subordinada substantiva relativa (sem antecedente).

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