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Revisão de Conteúdo para Web

Copidesque- O que significa?


É uma etapa de produção editorial que no Marketing de
Conteúdo ganha mais funções.

Devemos olhar para os aspectos gramaticais (erros de


português e até mesmo adequação às normas ABNT) do
conteúdo e também para a estratégia de marketing, como:

● Adequação à persona;
A buyer persona seria o leitor ideal do conteúdo, por isso,
precisamos ter a persona sempre em mente para ter a garantia
de que a linguagem do texto conversa com ela e a estratégia
assim será completa.

Mas é preciso ter bom senso, não é porque a persona é uma


mulher que o texto necessariamente precisa estar escrito
no feminino e voltado totalmente para as mulheres, da
mesma forma se a persona for um garoto de 16 anos o
texto não precisa estar recheado de gírias. Todos esses
detalhes quando necessário virão explicados na pauta.

● Adequação à pauta;
A pauta ou briefing é um pequeno texto que contém todas as
informações necessárias para o conteúdo.

Importante ter a pauta em mente quando for corrigir o texto


para garantir que tudo que foi pedido foi atendido, inclusive as
considerações gerais.
Muito importante também saber qual é o objetivo do
cliente/anunciante e conhecer seus principais concorrentes.

Pauta é a receita de um bolo. Sempre conferir:

- palavra-chave (long tail e head tail; mais específicas ou


mais genéricas). Por definição, são conhecidas como palavras
ou frases utilizadas para descrever de forma objetiva
um assunto qualquer. Deve aparecer na introdução, em um
dos intertítulos e na conclusão, utilizando sempre
sinônimos para não ficar cansativo e repetitivo aquele
termo.

- hiperlinks (linkagem externa; são para links de fora,


pesquisas, estudos, citações etc ou linkagem interna;
redirecionam para o próprio blog ou site do cliente,
responsáveis por aumentar o tráfego interno).

- CTA (call to action ou chamada para a ação; adquirir um


produto, serviço, ir para um lugar específico, interação,
compartilhamento etc).

- estágio do funil: atração (topo de funil), consideração


(meio de funil) e decisão (fundo de funil).

- persona (cliente ideal da marca, diferente do


target/público-alvo e dos stakeholders/público de interesse).
Importante que o texto esteja adequado com as dores e
desejos da persona.
- considerações gerais (é o primeiro ponto que deve ser
analisado pelo revisor ao realizar a leitura da pauta para
verificar se de fato tudo que foi solicitado está no texto).
Dentro de considerações gerais você encontra
informações como; os termos que não podem ser
utilizados naquele material, ocorrência de palavras-chaves
solicitadas pelo cliente, tom e linguagem que irão ser
usados, além de especificidades como guia de estilo que
serve para dar um norte para a produção de conteúdo e lá tem
todas as informações que o cliente precisa que você saiba
sobre o projeto dele, o que ele quer e o que ele não quer.

●Hiperlinks.
Sempre é bom conferir se estão funcionando corretamente, se
possuem relevância e coerência com o texto produzido.

Uma boa prática é usar 3 hiperlinks a cada 500 palavras.

Confira se:
- estão abrindo;
- têm relevância e coerência com o assunto tratado;
- confirmam a pesquisa citada;
- não levam para a concorrência.

E até mesmo conferir se o texto está na formatação


adequada (lei do “F”, escaneabilidade; divisão de títulos,
subtítulos, intertítulos e alinhamento à esquerda). A
experiência do usuário também é muito relevante, fatores
como: tempo de carregamento de página, design acessível
e que facilita a interação, páginas responsivas e
mobile-friendly, bons nomes de domínio e urls amigáveis
precisam ser pensados.
O revisor tem total liberdade para corrigir e reescrever trechos
do texto, visando sua otimização.

O Revisor Freelance
Revisor Tradicional vs Copidesque
O primeiro é conhecido pelos trabalhos nas editoras, nos
grupos editoriais e de trabalhos acadêmicos, ele é aquele
revisor focado na correção de erros, na adequação
gramatical dos texto, passa pela correção de erros
ortográficos, erros de pontuação, erros por falta de
atenção, verifica as questões de coesão e coerência do
conteúdo revisado.

O segundo exerce uma função que vai além de uma mera


correção de erros, é importante que ele adeque o conteúdo à
estratégia de marketing de conteúdo do cliente; ele precisa
verificar se o texto está adequado à persona e se o material
também está adequado a todas as orientações da estratégia
do cliente. Começar a revisão não indo diretamente para o
texto, e sim às informações do cliente para entender do
que se trata o negócio dele, qual o produto ou serviço que
está sendo ofertado e qual é a linguagem que foi definida
para a persona, depois você está pronto para ir para a
pauta.

Quais são as características, responsabilidades e


habilidades necessárias?
● Organização e comprometimento com os prazos
baseado no prazo de entrega/deadline que foi definido com o
cliente. caso haja algum imprevisto o analista de produção de
conteúdo será notificado.
● Proatividade
importante porque a espera é para que você deixe esse texto
pronto para ser publicado, então a pessoa que é proativa vai
antecipar situações que poderiam causar insatisfação no
cliente; erros no texto, erros de palavra-chave, até mesmo no
conteúdo.

● Domínio da área
além de ter domínio da questão gramatical do português é
preciso ter domínio de outras áreas de conhecimento;
planejamento de conteúdo para web, marketing de conteúdo,
inbound marketing, seo etc.

● Interesse em receber feedbacks


você irá ter interações com o analista de produção de
conteúdo, o anunciante, o redator da tarefa, o analista de
conteúdo visual e consequentemente receber feedbacks sobre
o seu trabalho e é importante que você esteja aberto para
receber esse retorno de forma positiva, utilizando o que for
construtivo para você.

Revisão Gramatical
Durante a Revisão de Textos é preciso prestar atenção no
uso adequado das regras gramaticais, na ortografia, no
significado das informações (semântica), na relação lógica
entre as informações (coerência) e na cadeia de conexão
entre os trechos de um texto (coesão).

Você não precisa saber tudo sobre a língua portuguesa, mas é


importante em casos de dúvida acessar sites de referência
para saná-las. Na hora de revisar um conteúdo desconfie de
tudo para olhar atentamente todos os erros até os bem
pequenininhos e que passam quase despercebidos.

Também é papel do revisor deixar o texto mais objetivo e fácil


de ser lido.

Colocação Pronominal
Em um texto para evitar repetições podemos substituir um
nome por um pronome. Quando servir para complementar um
verbo podemos substituir esse nome por um pronome oblíquo
especificamente o pronome oblíquo átono.

Funcionam como um objeto, ou seja eles servem para substituir um nome


que complementa a transitividade de um verbo.

Exemplo 1: Eu incentivei João a parar de fumar. > Eu o


incentivei a parar de fumar. (substitui o substantivo próprio pelo
pronome)

Exemplo 2: É preciso pegar o meu diploma. > É preciso


pegá-lo. (substitui o substantivo comum pelo pronome)

Como no português brasileiro normalmente não usamos o


“tu” e o “vós”, devemos, portanto, evitar usar os
pronomes “te” e “vos”.
● Eu te vi ontem na livraria. (Prefira não utilizar)
● Eu vi você ontem na livraria. (Adequado)

O maior desafio na hora de revisar um texto é saber qual é a


colocação correta de cada um desses pronomes, isso deve
levar em consideração a posição do pronome em relação ao
verbo, para isso, devemos saber se o pronome vem antes
(próclise), vem no meio (mesóclise) ou depois do verbo
(ênclise).

Usamos ênclise em verbos no infinitivo, imperativo afirmativo


e gerúndio.
● É preciso vestir-se de acordo com a ocasião.
● Você já conhece o passo a passo, agora só basta segui-lo.
● Você encontrará placas pelo caminho, por isso siga-as.
● Ele preferiu evitar qualquer contato com os familiares,
trancando-se no quarto.

No entanto, se o gerúndio vier precedido de uma preposição,


o pronome deve aparecer antes do verbo (caso de próclise).
●Em se tratando de laranja, o Brasil é o maior produtor
mundial da fruta.
Se uma frase começa com verbo, devemos sempre utilizar a
ênclise. Nunca comece uma frase com pronome oblíquo.
● Encontre-me depois do trabalho. (Certo)
● Me encontre depois do trabalho. (Errado)

Quando colocar o pronome antes do verbo?


Se antes do verbo houver alguma das palavras dos grupos que
irão ser indicados a seguir o pronome deverá ser atraído por
essa palavra e ficar antes do verbo:

- Palavras Negativas
Não, nada, nunca, jamais, nenhum, nem, ninguém
● Eu nunca me interessei por matemática.
● Sua esposa jamais o acusou de maus tratos.

- Pronomes Relativos
Quem, o qual, que, quanto, cujo, como, onde, quando
● O profissional que o entrevistou é o diretor da empresa.
● A escola onde nos conhecemos existe até hoje.

- Palavras Interrogativas
Quem, (o) que, qual, quanto(a)(s), como, onde, quanto
● Quem a deixou entrar?
● Onde nos encontramos?

- Conjunções Subordinativas
Quando, se, como, porque, que, enquanto, embora, logo que
● Ele perdeu a prova porque se atrasou.
●Embora se parecesse fisicamente com a mãe, ela tinha o
gênio do pai.

- Pessoas
Pronomes pessoais (eu, você, ele, ela, nós, vocês, eles, elas),
pronomes de tratamento, nomes próprios etc.
● Ela se chama Clara.
● Fernando se declarou como negro na inscrição.

Exceção da Próclise
Se antes do verbo no infinitivo houver alguma palavra dos
grupos citados neste tópico, o pronome pode aparecer antes
ou depois do verbo.

● Não dobre o cartão para não o quebrar.


● Não dobre o cartão para não quebrá-lo.

Quando o pronome aparece no meio (ou no interior) do


verbo, damos o nome de mesóclise.
Ela é utilizada em verbos no futuro simples do presente
(fará, ligará, transmitirá) ou no futuro do pretérito do
indicativo (faria, ligaria, transmitiria).

● Se tivesse sinal de celular, eu ligar-lhe-ia para contar como


foi a experiência na floresta.
Regência Verbal e Nominal
Regência é a relação entre um termo da frase e um outro que
complementa o primeiro, estabelecida por meio de uma
preposição.

Em outras palavras, um termo exige um complemento para


que ele faça sentido, criando assim uma relação de
dependência entre os termos da frase.

Exemplo:
● Eu gosto de maçã. (o verbo gostar rege, ou seja ele exige a
preposição “de” para que seu sentido fique completo).

Essa relação de dependência pode acontecer tanto com


um verbo quanto com um nome, seja um substantivo ou
um adjetivo.

- Regência Verbal
Para saber a regência verbal completa é preciso saber a
transitividade do verbo.

E todo verbo que precisa de um complemento é chamado de


verbo transitivo.

Quando o complemento que se liga ao verbo sem a


necessidade de uma preposição entre eles chamamos de
verbo transitivo direto. Nesse caso, o verbo transitivo direto
rege um complemento sem preposição ao qual denominamos
objeto transitivo direto (chamado de direto pois não
precisa de um intermédio de uma preposição).
Exemplos:
● Comprei o livro de poemas de Cecília Meireles. (VTD)
● Eu preciso de sua ajuda. (VTI)
Necessita de preposição, portanto verbo transitivo indireto e o
objeto regido é chamado de objeto transitivo indireto.

● Pedro ensinou Geografia a sua irmã. (VTDI)


O verbo pede os dois tipos de complemento, portanto chamado
de verbo transitivo direto e indireto, um termo é regido por uma
preposição e o outro não.

Existem verbos com vários sentidos e regências, que ao utilizar


uma preposição ele adquire uma nova significância.

Exemplos:
● Visou o passaporte. (VTD)
Sentido de rubricar, pôr o visto.

●O chute visava o gol. (VTD)


Sentido de apontar, mirar.

●Carlos visava a um cargo de liderança. (VTI)


Sentido de almejar, ansiar algo.

Para saber qual é o sentido correto de um verbo é preciso


analisar o contexto que ele foi utilizado.

Utilizar o Dicionário Caldas Aulete Online em casos de


dúvida de regência e complemento.
- Regência Nominal
Regência nominal é a forma que os substantivos, adjetivos e
advérbios se relacionam com seus complementos.

Normalmente, essa relação entre o nome e o complemento é


dada por uma preposição. Por isso, é importante conhecer as
preposições para que a regência nominal seja feita e
identificada de forma correta.

Exemplos:
● Eu vou viajar de avião.
● Viagem de avião.
A regência do verbo “viajar” pede uma preposição.

Exemplos:
● Luiza se interessa muito por botânica.
● Luiza tem um interesse muito grande por botânica
O verbo “interessar” quando tem sentido de tomar interesse,
ficar atraído, rege a preposição “por”.

Vírgula
Muito utilizada para separar elementos de uma frase ou oração
e determinar suas funções. Isso quer dizer que a vírgula
demarca a função sintática (delimita suas funções) dos
elementos da frase. Já que ela organiza as informações da
frase, o seu uso correto é essencial para construir o sentido do
texto e também para ajudar na interpretação dele.
Exemplos:
● Uma dieta saudável deve incluir legumes, verduras, frutas e
grãos.
Serve para separar elementos de uma relação.

●Fernando, diretor de tecnologia da empresa, vai dar uma


palestra hoje à noite.
Serve para isolar o aposto (estabelece relação sintática com
outro termo da oração).

●Rafaela, você foi ao restaurante que eu indiquei?


Serve para isolar o vocativo (não estabelece relação sintática
com outro termo da oração).

● Ontem à noite, nós nos reunimos em um happy hour depois


do trabalho.
● Depois de assar o bolo, é hora de fazer a cobertura.
Serve para isolar o adjunto adverbial deslocado.

●Você pode comprar um brinquedo de presente, por exemplo,


um jogo de tabuleiro.
Serve para isolar palavras e expressões explicativas.

●Belo Horizonte, 07 de novembro de 2018.


Serve para separar as datas e o nome do lugar.

●De sobremesa Paulo escolheu um pudim; sua namorada,


uma torta de morango. (Aqui há elipse do verbo “escolheu”).
Serve para indicar a supressão (elipse) de uma palavra.

●O lucro deste mês, afirmou o gerente, será excelente!


Serve para isolar orações intercaladas.

● Os livros, que foram lançados em outubro, já estão à venda.


(possui o sentido de que todos os livros estão à venda).
Serve para isolar orações subordinadas adjetivas explicativas.

Observação: note que, nesse primeiro exemplo, se


retirarmos a vírgula, a oração deixa de ser explicativa para
se tornar restritiva.

● Os livros que foram lançados em outubro já estão à venda.


(restritiva)

● Minha mãe foi dormir, e meu pai continuou assistindo à


televisão.
Serve para separar sujeitos diferentes.

●O dia foi marcado, porém os alunos não poderão vir.


● Laura caiu de bicicleta, mas não se machucou.
● Samara adora dormir tarde, contudo sente sono cedo.
● Fabiane estudou muito para a prova, entretanto não
conseguiu a aprovação.
Serve para separar as conjunções adversativas da oração
principal, indicando uma oposição de ideias ou informações
entre as duas partes da oração.
A regra gramatical diz que a vírgula deve ser empregada
antes da conjunção adversativa, mas há situações em que
ela poderá surgir depois: quando essas estiverem
precedidas por um verbo.

Exemplo:
● Eu já enviei minhas desculpas, espero, entretanto, que você
entenda.

Atenção ao uso da vírgula relacionada a conjunção “mas”

Além de conjunção adversativa, o “mas” também pode


assumir papel de conjunção aditiva em uma oração. Por
isso é importante entender o contexto da frase e avaliar
qual a ideia que essa conjunção apresenta na oração.
Quando a conjunção “mas” ou a locução “mas também”
levarem ao entendimento de soma ou adição, a vírgula
será facultativa.

Exemplos:
● Não só os alunos, mas também os professores vibraram com
os resultados das provas.
● Naquele ano, não só o Brasil mas também a Argentina foram
eliminados da copa do mundo.

Quando o “mas” surgir no início da frase e em seguida


aparece uma frase intercalada, essa conjunção deverá
estar entre vírgulas.

Exemplo:
● Mas, disse a mãe, não sairei daqui sem ver meu filho vencer
a partida.
QUANDO NÃO USAR A VÍRGULA!
Para separar o sujeito do predicado.
Eu, gosto de sushi (Errado)

Para separar o verbo do complemento.


Eu gosto, de sushi (Errado)

Depois da conjunção “mas”, quando ela inicia uma frase.


A) Mas, não se esqueça de levar o material necessário para
fazer a prova. (Errado)
B) Mas não se esqueça de levar o material necessário para
fazer a prova. (Correto)

Antes de etc.
Ele adora caminhadas, andar de skate, surfar no mar, ouvir
Soul, etc. (Errado)

Ele adora caminhadas, andar de skate, surfar no mar, ouvir


Soul etc. (Certo)

'Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra (Nova Gramática do


Português Contemporâneo, pág. 643), se se colocar à
cabeça da oração as conjunções adversativas porém,
todavia, contudo, entretanto (com valor adversativo) e a
locução conjuntiva no entanto, só se usa vírgula antes da
ocorrência de tais palavras:

1) «Pode enviar nova versão, contudo a publicação ficará


atrasada.»

Apesar disso, deve observar-se que, ao contrário de mas, o


estatuto de conjunção atribuído pela gramática
tradicional às outras palavras é discutível e, por isso,
Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa, 2003,
pág. 322) prefere chamar-lhes advérbios textuais ou
discursivos. Em Portugal, o Dicionário Terminológico inclui-os
mesmo numa subclasse advérbios, a dos advérbios
conectivos. Tendo em conta esse caráter adverbial, é
aceitável que porém, todavia, contudo e no entanto
surjam entre vírgulas, mesmo no começo de uma oração,
situação impossível com mas (o asterisco marca
pontuação inaceitável):

2) (a) «Pode enviar nova versão, contudo, a publicação


ficará atrasada.»

(b) *«Pode enviar nova versão, mas, a publicação ficará


atrasada.» INCORRETO

Se tais advérbios conectivos ocorrerem noutra posição


na oração, usam-se sempre entre vírgulas:

3) «Pode enviar nova versão; a publicação, contudo, ficará


atrasada.»

Quanto à sequência «como por exemplo» não há um


critério rígido:

4) «Tenho vários passatempos(,) como por exemplo fazer


paciências e ver televisão.»

5) «Tenho vários passatempos(,) como, por exemplo, fazer


paciências e ver televisão.»

Nas frases 4 e 5, a vírgula que precede como não é


obrigatória. Em 5, como fica isolado entre vírgulas,
porque por exemplo pode ficar entre vírgulas para se
salientar como expressão adverbial (compare-se 4 com 5).
Nada há de incorreto neste uso, porque se permite às
vírgulas, além de marcar pausas, indicar também os limites
de constituintes frásicos, como é o caso.'

Concordância Verbal e Nominal


A concordância é o processo em que algumas palavras
precisam se adaptar a uma outra palavra da qual elas
dependem. Essa adaptação recebe o nome de flexão e ela se
dá em relação a gênero, número e grau.

- Concordância Verbal
O verbo sempre concorda em número e pessoa com o sujeito.

O verbo fica no singular concordando com o coletivo ou


no plural concordando com o termo mais próximo.

Exemplos:
● A maioria das crianças gosta de chocolate. (concorda com
maioria)
● A maioria das crianças gostam de chocolate. (concorda com
crianças)
Coletivo participativo seguido de nome no plural.

O verbo concorda com o numeral.

Exemplos:
● Um por cento dos casos da doença aconteceu no Sudeste.
● Vinte por cento das crianças não tomaram a vacina.
● Três quartos do salário vão direto para a poupança.
Número percentual ou fracionário.
O verbo vai normalmente para o plural. Pode ficar no
singular se a intenção for destacar o elemento que se
insere no grupo focalizado.

Exemplos:
● Ele foi um dos que mais falou / falaram.
● A Lua é um dos astros que gira ao redor da Terra.
A expressão “um dos que” ou “uma das que”.

O verbo concorda com o numeral explicitado.

Exemplos:
● Mais de um aluno chegou tarde.
● Menos de três insetos foram identificados.
Com a expressão “mais de” ou “menos de”.

O verbo fica no singular.

Exemplos:
● Nenhuma das provas foi anulada.
● Algum de nós enviará a mensagem.
● Cada um de nós comerá o primeiro pedaço de bolo
Com os pronomes “algum”, “nenhum”, “qual”, “qualquer”, “cada
um”.

O verbo deverá ir para o plural, podendo concordar com a


3ª pessoa ou com outro pronome a ele posposto.

Exemplos:
● Alguns de nós poderão / poderemos vencer essa batalha.
● Quais de nós farão o serviço? / Quais de nós faremos o
serviço?
● Alguns de nós serão aprovados. / Alguns de nós seremos
aprovados.
Com os pronomes “alguns”, “nenhuns”, “quais”, “quaisquer”.

Esses verbos ficam sempre no singular, mesmo nas


locuções formadas por verbo auxiliar.

Exemplos:
● Haverá novas propostas.
● Deverá haver novas propostas.
● Há dias que não estudo direito.
● Faz dez anos que viajaram.
● Deve fazer oito dias que começamos o regime.
● Pode haver muitos sonhos ainda a serem realizados.
Verbos impessoais “fazer”/“haver” com sentido de existir ou
tempo decorrido.

- Concordância Nominal
A regra da concordância nominal é que o artigo, o numeral, o
pronome e o adjetivo concordam com o substantivo em
gênero, número e grau. O objetivo é identificar o substantivo
principal chamado de núcleo e flexionar as outras palavras
para que concordem com ele.

Exemplo:
● Aquela foi a primeira decepção amorosa que ele sofreu.
Têm valor de adjetivo e concordam com o substantivo a
que se referem.

Exemplos:
● Ele mesmo disse: “Obrigado!”
● Elas próprias disseram: “Obrigadas!”
● Foi delito de leso patrimônio.
● Foi delito de lesa pátria.
● Ele está quite com a escola. Eles estão quites com a escola.
Obrigado, Mesmo, Próprio, Leso, Quite.

Observação: mesmo = realmente — função de advérbio


(invariável)

Exemplo:
● Elas queriam mesmo trabalhar.

Têm valor de adjetivo e concordam com o substantivo a


que se referem.

Exemplos:
● Seguem anexos ao processo os documentos.
● Seguem inclusas ao processo as declarações.
Anexo, incluso.

Observação: a expressão adverbial “em anexo” é


invariável.

Exemplos:
● Seguem em anexo as declarações.
● Seguem em anexo as cópias do documento.

Com função de adjetivo: concordam com o substantivo a


que se referem.

Exemplo: Há bastantes alunos na sala.


● muitos
● poucos
● mais
● menos
Bastante, Muito, Pouco, Mais, Menos, Meio, Barato, Caro,
Longe, Só.

Com função de advérbio: ficam invariáveis.

Exemplo: Vocês estudam bastante.


● muito
● pouco
● mais
● menos

Expressão variável: com determinante

Exemplos:
● É proibida a entrada.
● A manteiga é boa.
É proibido, É necessário, É bom, É permitido.
Expressão invariável: sem determinante

Exemplos:
● É proibido entrada.
● Manteiga é bom.

É uma expressão variável

Exemplos:
● Haja vista o conforto da casa.
● Hajam vista os livros lidos.
Haja vista.

O termo possível concorda com o artigo.

Exemplos:
● Alimento o mais saudável possível.
● Alimentos os mais saudáveis possíveis.
O mais, O menos, O menor, O pior + possível.

Futuro do Indicativo
- Verbo no futuro do presente.
Exemplos: fará, dirá, reagirá, viajará, lerá etc.

- Locução verbal formada pelo verbo ir (flexionado no


presente) + infinitivo do verbo principal (sem flexionar).
Exemplos: vai fazer, vai dizer, vai reagir, vai viajar, vai ler etc.
- Verbo auxiliar ir (flexionado no futuro do presente) mais o
infinitivo do verbo principal (sem flexionar).
Exemplos: irá fazer, irá dizer, irá reagir, irá viajar, irá ler etc.
Não são adequados de acordo com a gramática normativa,
pois se o futuro do presente do indicativo já pode ser indicado
por apenas um verbo, ou seja, com o futuro simples, para que
criar uma locução com esse tempo verbal.

Ele viajará amanhã. (Adequado)


Ele vai viajar amanhã. (Adequado)
Ele irá viajar amanhã. (Errado)

Novo Acordo Ortográfico


Entrou em vigor em 2019 e possui o objetivo de unificar a
língua portuguesa, para que a língua escrita possa
acompanhar a língua falada e não fique tão defasada e
desatualizada.

O trema, por exemplo, não existe mais. Ele era usado para
marcar a pronúncia do “U” em algumas palavras como linguiça,
cinquenta e pinguim. Hoje em dia, ele é utilizado em palavras
estrangeiras como Müller e mülleriano.

Outro aspecto que mudou foi a acentuação aguda. Não se


acentuam graficamente os ditongos representados por “ei” e
“oi” da sílaba tónica/tônica das palavras paroxítonas.

O que são ditongos?


São dois fonemas vocálicos juntos na mesma sílaba: uma
vogal e uma semivogal. Exemplos: beijo, pai, caixa

O que são palavras paroxítonas?


São palavras cuja sílaba tônica é a penúltima: amigo, vírus,
paranoico.

Quando a palavra perde o acento?


Ela deve ser paroxítona e ter o ditongo ei ou oi na
sílaba tônica. É o caso de assembleia, ideia, heroico, jiboia
e europeia.

Perderam o acento circunflexo as palavras com “e” e “o”


dobrado, como creem, deem, leem, preveem, enjoo, voo,
povoo…

Alguns acentos diferenciais deixaram de existir como é o


caso de pára/para, alguns agora são facultativos como
forma/fôrma e papeis/papéis (melhor utilizar o acento quando
ele for útil para retirar alguma ambiguidade).

Alguns acentos diferenciais ainda são obrigatórios, como é


o caso de pôde/pode e pôr/por.

Em caso de dúvida o melhor é consultar um dicionário, mas


tem que ter cuidado, pois existem duplas de palavras
parecidas em que uma tem acento e a outra não como
papéis (substantivo comum) e papeis (conjugação do verbo
papar);
Parônimos
Grafias e/ou sonoridades muito semelhantes. Esses casos de
trocas de palavras por conta da pronúncia na linguagem falada
são erros de semântica não de ortografia, pois a grafia está
correta, essa palavra existe na língua, o problema é que o
termo foi usado fora de contexto, uma vez que ele tem o
significado bem diferente do pretendido. Esse é um equívoco
muito comum que interfere na clareza do texto e
consequentemente na relevância.

Exemplos:
concertar (harmonizar, conciliar, deliberar, combinar) /
consertar (refazer, recompor)

acerto (ato de acertar) / asserto (significa uma alegação que


julga verdadeira e não eficiente, acertado, eficaz ou correto,
ser assertivo significa ser taxativo, categórico, dizer as coisas
com muita firmeza, julgar-se correto, mas não
necessariamente estar correto)

Sessão (um período de tempo) / seção (uma divisão,


repartição de algo) / cessão (ato de ceder)

Hesitar (titubear, vacilar duvidar) / exitar (significar ter êxito,


sucesso, ser bem sucedido)

Se não ( é uma conjunção condicional equivalente a “caso


não”, “quando não”) / senão (equivalente a “exceto”, “a não
ser”)
Senso (juízo, pensamento, raciocínio) / censo (recolher,
agrupar e publicar dados demográficos, sociais e econômicos
relativos a um momento determinado)

Cheque (documento monetário) / xeque (movimento de ataque


no jogo xadrez, também significa colocar alguma coisa a prova
ou numa situação delicada)

À medida que (significa “a proporção que” e é utilizado quando


a gente quer dá a ideia de algo que acontece paulatinamente,
aos poucos, na mesma proporção, ao mesmo tempo que
alguma outra coisa ocorre) / na medida em que (significa “uma
vez que”, ou seja, tem efeito de causa)

Ao invés de ( só pode ser usada com elementos que são de


fato inversos, contrários um do outro) / em vez de (significa “no
lugar de”)

A princípio (significa “no começo”, “inicialmente”/ em princípio


(significa “em tese”, “em teoria”)

Bullet Points
São muito úteis para melhorar a escaneabilidade de um
conteúdo, quando a gente tem uma lista de itens ou de frases
não muito longas o ideal é aplicar esse recurso, assim o leitor
vai conseguir escanear as informações de maneira muito mais
eficiente.

Exemplo:
Estas são as frutas necessárias para a salada:
● banana;
● maçã;
● laranja;
● manga;
● uva.
A frase anterior aos bullet points devem terminar com dois
pontos, todos os tópicos têm que começar com caixa baixa e
terminar com ponto e vírgula, exceto a última frase que termina
com ponto final.

Veja abaixo uma lista de perguntas.


● É preciso retirar a semente da uva?
● Qual é o melhor tipo de laranja?
● A banana pode ser picada em rodelas?
Nessa circunstância a gente não pode começar a frase com
letra minúscula depois da interrogação e não devemos
começar a frase anterior com dois pontos.

Repetições e Redundâncias
A clareza e a relevância de um texto vão depender diretamente
da sua objetividade, por isso, é papel do revisor retirar todas as
repetições desnecessárias seja de termos ou ideias.

A repetição de ideias pode acontecer de duas maneiras: o uso


de determinadas expressões pleonásticas (que dizem a
mesma coisa duas vezes, “como por exemplo”, “elo de
ligação”, “pequenos detalhes”, “outra alternativa”, “panorama
geral”, “subiu para cima” e “desceu para baixo”) e redundância
no texto como um todo (que é quando o autor diz a mesma
coisa várias vezes de formas diferentes sem necessidade, é
um problema estrutural mais difícil de ser resolvido pelo
revisor).

A repetição de termos também é variável, pode ser a mesma


palavra repetida imediatamente sem querer, acontece bastante
com artigos e preposições, e o nosso olho vai simplesmente
ignorar essa reincidência, qualquer corretor automático vai
pegar esse deslize).

RECOMENDADO O CORRETOR LIBREOFFICE QUE É


GRATUITO.

Existem uma série de outras maneiras de dizer as mesmas


coisas que vão evitar a repetição. Quando um termo
necessariamente precisa aparecer bastante no texto, a gente
não deve usá-lo com outros significados quando ele pode ser
facilmente trocado por um sinônimo.

Exemplos:
Saúde do trabalhador (evite crescimento saudável da empresa)
Gestão de marca (evite marcar presença, prefira estar
presente, se fazer presente, garantir sua presença etc)

Uma dica boa é ter uma checklist diferente; uma lista de


palavras que tem mania de se repetir, tipo work in
progress.

Para, como, você, muito, advérbios em “mente”, pode, mais


Se repetem em qualquer texto e você pode utilizar o Ctrl + f
para encontrar essas palavras.
Outra dica boa é utilizar o início da palavra para fazer essa
busca de termos repetidos.

Crase
Junção de duas vogais idênticas.
Acento de crase: a (preposição) + a (artigo feminino) = à

Exemplos:
O trem chegou à estação > O trem chegou a + a
estação.
Ele tem direito à folga. > Ele tem direito a + a
folga.
Colocou a casa à venda. > Colocar a casa + a
venda.

Quando não ocorre a crase?


- Diante de palavras masculinas (não precisam do artigo “a”).
O quarto cheirava a mofo
Maria chamou uma empresa de combate ao mofo. (mofo
determinado)

- Diante de verbos
à partir > a partir (forma correta)
à combinar > a combinar (forma correta)

- Diante a coisas não determinadas


Carro movido a gasolina (não é uma gasolina específica, é
uma gasolina qualquer).
- Usos incorretos
à rigor > a rigor (forma correta)
à respeito > a respeito (forma correta)
Nesses casos utiliza-se apenas a preposição.

- Exceção
à moda de:
bife à Oswaldo Aranha
cantou a canção à Roberto Carlos (cantou o imitando não para
ele)
O acento acaba sendo um grande aliado para a
desambiguação.

Diante de palavras femininas no plural depende do sentido


para saber se tem crase ou não.

ex: Ela prefere não ir a baladas (quaisquer baladas).


O post faz referência a cartilhas de segurança.
O post faz referência às cartilhas de segurança (cartilhas
específicas que têm que ser mencionadas em algum outro
momento do texto).
O post fez referência a essa cartilha.

O post faz referência à cartilhas de segurança. XXX ERRADA


Não tem artigo no plural, portanto não tem com que a
preposição se juntar e isso impede a crase.

Caso você tenha dúvida ajuda bastante você refletir se a


palavra em questão vai aceitar o artigo, se não aceita nada de
crase. É o caso de verbos, pronomes pessoais, formas de
tratamento e pronomes demonstrativos.

a mim, a ela, a você, a nós


quem, alguém, nenhuma, ninguém

Tem acento indicativo de crase diante do pronome indicativo


“aquele”. A preposição “a” é idêntica à primeira letra da
palavra, portanto acontece a contração que também ocorre
com “aquela” e “aquilo”.

ex: O post fez referência àquele curso de marketing


de conteúdo.

Existem casos em que o acento de crase é facultativo, na


verdade o artigo que é facultativo diante de pronomes
possessivos.

Nossa empresa
Ou
A nossa empresa

Emprestou dinheiro à ou a nossa empresa.

No geral é bom acentuar as locuções adverbiais,


prepositivas e conjuntivas.

Exemplo: à direita, à esquerda, à noite, à risca, às pressas,


à toa, à venda, à vista, à solta, às custas de, à espera de, à
beira de, à medida

Em alguns casos a crase pode ser até facultativa, mas é


muito útil para preservar o sentido correto da frase.

Exemplo: receber a bala / receber à bala

Em expressões com palavras repetidas a gente não usa o


acento indicativo de crase.

Exemplo: ponta a ponta, uma a uma, frente a frente, gota a


gota

Exceto em tête-à-tête, que é uma expressão francesa e que


além do acento, tem hífen.

Demonstrativos
Situar objetos ou pessoas no tempo, no espaço ou no
discurso/texto.

Quando o falante cita um objeto que está perto de si, ele tem
que usar “este”. ( expressão catafórica)

Quando ele fala de algo que está perto do ouvinte, ele usa
“esse” (expressão anafórica) .

E quando está longe de ambos, usamos “aquele”.


Os demonstrativos são mais úteis e mais usados para
indicar o posicionamento de alguma coisa no texto, ou
seja, para retomar algo que já foi dito ou anunciar alguma
coisa que ainda vai ser mencionada. É o que a gente chama
de relação anafórica e catafórica.
—---------------------------------------------------------------------------------

As construções anafóricas retomam um elemento que já foi


mencionado: “esse” ou “essa”. (está próximo do leitor)
—---------------------------------------------------------------------------------

As construções catafóricas anunciam um elemento que ainda


será mencionado: “este” ou “esta”. (conhecido pelo escritor,
mas ainda não foi apresentado ao leitor)
—---------------------------------------------------------------------------------

Uma boa dica é fazer uma substituição, se você consegue


trocar o demonstrativo por “o seguinte” é uma construção
catafórica (este).
“Conheça seu público-alvo. Tal afirmação parece ser bem
clichê…”
“Conheça seu público-alvo. Essa afirmação parece ser bem
clichê…”
—---------------------------------------------------------------------------------

Se você consegue trocar o demonstrativo por “tal” é uma


construção anafórica (esse).
“Confira as seguintes dicas de como revisar melhor: …”
“Confira estas dicas de como revisar melhor: …”
Este texto, este post, este artigo, este conteúdo
Quando o texto refere-se a sua própria estrutura é preferível
usar o termo “este”.

Hífen
Não é um sinal gráfico de pontuação. Nada de usá-lo no lugar
do travessão!

Hífen: -
(sinal de menos)

Travessão: —
(alt+0151) Serve para ressaltar informações ou destacar
trechos dentro de outros trechos.

Meia-risca: –
(alt+0150) Teve seu uso abolido no novo acordo ortográfico,
antes ele era usado em junções de palavras que não gerassem
um terceiro significado e que representassem só uma relação
ou uma ligação.

Algumas editoras preferem utilizá-lo no lugar do travessão


pelo seu tamanho reduzido e por ser menos agressivo ao
olhar.

Ex: Rio–Niterói, relação mãe–filha ou custo–benefício

Esse uso foi substituído pelo Hífen. Agora usamos: Rio-Niterói,


relação mãe-filha e custo-benefício.
O Hífen é um sinal usado também em junção de palavras, mas
apenas quando é criado um novo termo ou uma nova nuance
de significado, e isso pode ser feito de duas formas: por
composição ou por derivação.

Na língua há o que chamamos de “formas presas” e “formas


livres”.

Livres: circulam sozinhas na língua, são autônomas (como


quase todas as palavras do nosso vocabulário).
Ex: livro, roupa, caneta, garrafa, escada

Formas “presas” ou “morfemas”: sufixos e prefixos. (não


circulam livremente, pois precisam se juntar a uma outra
palavra para formar uma terceira, adicionando uma nuance de
sentido).
Ex: Verbo “guardar” + substantivo “chuva” = guarda-chuva

Formação por derivação: uma forma livre se junta a uma forma


presa.
Ex: mar > marítimo
guarda-roupa, ano-luz, tio-avô, conta-gotas

Na formação de palavras por composição, o hífen é sempre


usado, salvo algumas exceções:

“paraquedas”, “aguardente”, “pontapé” e “planalto”


Na formação de palavras por derivação, a coisa fica mais
complicada, pois cada prefixo ou falso prefixo possui uma
regrinha.

Vai depender:

Da última letra do elemento de composição + primeira letra


da palavra seguinte.

- Se a segunda palavra começar com “h” ou vogal igual à


última do prefixo quase com certeza tem hífen.
ex: extra-humano, super-homem, pré-história,
anti-higiênico, micro-onda, auto-observação

O DICIONÁRIO PRIBERAM É MUITO EFICIENTE EM


DIZER QUAIS SITUAÇÕES ÀQUELE ELEMENTO DE
COMPOSIÇÃO VAI TER HÍFEN OU NÃO, EM TODAS AS
OUTRAS A REGRA É JUNTAR SEM HÍFEN E SEM
ESPAÇO A PALAVRA SEGUINTE.

- Se a segunda palavra começar com “r” ou “s” e a última


letra do prefixo for uma vogal, essa consoante dobra e
não há hífen: antirreligioso, minissaia, microssistema.

- Se a segunda palavra for igual (“r” ou “s”) a última letra


do prefixo, há hífen: hiper-requintado, super-revista.
“Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios
‘bem e mal’, quando estes formam com o elemento que
se lhes segue uma unidade sintagmática e semântica e
tal elemento começa por vogal ou h.”
ex: “bem-vindo” ou “bem-sucedido”

Existem alguns macetes para descobrir se o termo “bem”


é só um advérbio:
Lucas foi bem educado pelos pais. > Lucas foi educado bem
pelos pais.

Se o termo “bem” for uma unidade sintática, a frase pode


ficar estranha:
Um menino bem-arrumado está esperando na
porta. > Um menino arrumado bem está esperando na porta.
Uma pessoa mal-educada sabe o que está por vir. > Uma
pessoa educada mal sabe o que está por vir.
>> Causa confusão de sentido.

Outro macete é trocar por um adjetivo simples, isso


costuma funcionar porque na maioria das vezes o “bem”, o
“mal” e o particípio juntos vão formar uma unidade semântica
com valor de adjetivo, ou seja, que vai qualificar alguma
coisa.

No exemplo anterior a gente pode dizer que uma pessoa é


“grosseira”, “rude” ou "ignorante" ao invés de dizer que ela é
“mal-educada”.
Ou a gente pode dizer que uma pessoa é “próspera”, “rica” ou
“vitoriosa” ao invés de dizer que ela é “bem-sucedida”.

Isso ajuda a ver que “mal-educada” e “bem-sucedida”


tem valor de adjetivo.

- Quando o advérbio "bem" forma uma unidade adjetiva


com um particípio, essa junção ganha um hífen.

- Quando o advérbio “mal” forma uma unidade adjetiva


com um particípio, essa junção ganha um hífen caso a
segunda palavra comece com vogal ou “h”.

Se não, o correto é escrever junto: malconstruído, malfeito,


malsucedido, maldisposto, malnutrido.

“Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas,


adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou
conjuncionais, não se emprega em geral o hífen.”
ex: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar

Mas também afirma que tem expressões consagradas


pelo uso que têm o direito de manter o sinalzinho.
ex: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa

Tem algumas regras fáceis, como, por exemplo, é uma


espécie botânica ou zoológica, possui hífen, mesmo as
que possuem preposição, em geral, esse tipo de
construção perdeu o hífen.
ex: couve-flor, erva-doce, andorinha-do-mar,
lesma-de-conchinha

Porquês
O uso dos “porquês” não é definido pela natureza da frase, e
sim pela função que eles exercem.

Uma boa dica é tentar substituir por expressões ou locuções


que possuem funções parecidas.

Por exemplo, o “por que” que pode ser substituído pelas


expressões ou locuções: “por qual motivo” ou “por qual razão”.
Por que você comprou este casaco?
Queria saber por que você comprou este casaco.
(RAZÃO OU MOTIVO)

O “porque” que pode ser substituído pelas expressões ou


locuções: “pois”, “já que” ou “uma vez que”
Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?
(RESPOSTAS OU EXPLICAÇÕES)

O “por quê” que pode ser substituído pelas expressão: “por


qual motivo” > Aparece sempre no final da frase, seguido de
ponto de interrogação ou de um ponto final.
Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
(MOTIVO, CAUSA OU RAZÃO)
O “porquê” é um substantivo, sinônimo de “motivo”, “causa” e
“razão”. Aparece quase sempre junto de um artigo definido (o,
os) ou indefinido (um, uns), podendo também aparecer junto
de um pronome ou numeral.
Não consigo entender o porquê (motivo) de sua ausência.
Você não vai à festa? Pode me dizer ao menos um porquê
(motivo)?

Coerência e Coesão
A diferença entre ambos os termos nem sempre é clara,
especialmente porque ambos precisam trabalhar juntos.

Mas a gente pode dizer que a coesão é um auxílio textual


para memória do leitor, é o que permite que um texto seja
bem costurado, isso é feito geralmente usando elementos
de referenciação, ou seja1, itens que retomam o que já foi
mencionado antes; alguma ideia, algum personagem, um
conceito, algo que o leitor precisa lembrar que existiu para
continuar acompanhando o fluxo de raciocínio do texto.

Os principais recursos de coesão são: pronomes


demonstrativos, pronomes pessoais e as conjunções
(papel de conectar as orações e deixar clara as relações entre
elas). Os sinônimos também costumam ajudar.

1
Isto é, ou seja, ou melhor… isso vem entre vírgulas? Quando essas expressões introduzem uma
explicação, costuma-se isolá-las por vírgulas.
Já a coerência diz muito mais a respeito ao conteúdo do
que a forma, ou seja, enquanto a coesão é garantida por meio
de recursos formais, textuais, a coerência está mais no
campo da abstração e diz respeito à forma como as ideias
se encadeiam e se associam, apesar da incoerência também
ser causada por questões formais.

RECURSOS TEXTUAIS ≠ GRAMÁTICA

Tudo passa pela semântica, pelo sentido, pela mensagem. É


possível escrever um texto gramaticalmente perfeito que não
faz sentido nenhum. A diferença é que os elementos de
coesão podem ser identificados, localizados no texto, enquanto
a coerência se manifesta de maneira global, presente no texto
todo, enquanto um sistema.

Como não tem uma receita fixa para verificar se um texto


está coerente ou coeso, então o que a gente tem que fazer
é prestar atenção nos conectores, ver se eles realmente
estão exercendo uma função expressiva naquela oração
ou se eles são dispensáveis, se eles passam a ideia
correta ou se poderiam ser substituídos por outros de
significado mais correto. Precisamos ficar atentos também
às informações passadas: Elas são complementares ou se
contradizem em algum momento? O redator deixou alguma
explicação incorreta? O texto é lógico? Faz sentido? O fluxo de
raciocínio é bem fundamentado? É compreensível? As
informações são óbvias demais ou estão sendo repetidas?

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