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A MÚSICA NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

Brunna Hofmann Schramm


Denise Parisotto Pimentel
Júlia Bonzatto Oliveira
Larissa Capustan Lovatto
Vitória Corrêa da Rosa¹
Micheli Machado de Souza²

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem a finalidade de apresentar a importância e de que forma a musicalização faz parte da vida e do desenvolvimento da criança.

Abordamos os benefícios da utilização da música desde o início da vida escolar.

Quando pensamos na relação da música com os bebês e as crianças, podemos não perceber, mas sempre esteve presente, desde antes do nascimento o

bebê já é envolvido com o universo sonoro, na fase intrauterina os sons provocados pelo corpo da mãe e a voz materna. Depois de nascido, as primeiras cantigas

com intuito de ninar e acalmar o bebê, é com base nessa voz do adulto que a criança começa a narrar a sua própria história.

Como diz as autoras Rosset et. al. (2017, p. 147), “Primeiro, o adulto empresta a voz para inseri-la no cotidiano familiar, nas narrativas e no contexto

da cultura. Depois a criança se arrisca com a própria voz, brincando, imitando e entoando trechos de palavras e canções.”

A música contribui para a aprendizagem e o desenvolvimento de todas as crianças, favorecendo o desenvolvimento sócio afetivo, linguístico,

cognitivo e o psicomotor.

Durante a apresentação do trabalho, teremos autores, pesquisas e citações que serviram como base para o desenvolvimento do mesmo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Brito (2003, p.17):

A música é uma linguagem universal. Tudo o que o ouvido percebe sob a forma de movimentos vibratórios. Os sons que nos cercam são
expressões da vida, da energia, do universo em movimento e indicam situações, ambientes, paisagens sonoras: a natureza, os animais, os seres
humanos traduzem sua presença, integrando-se ao todo orgânico e vivo deste planeta.

Dentre as diversas linguagens que nós seres humanos usamos para transmitir informações, pensamentos, sentimentos e ideias uns aos outros, a

linguagem musical, é um “poderoso meio de interação social, um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima, e do

autoconhecimento” (RCNEI, 1998).

Segundo o documento RCNEI (1998) a linguagem musical tem estrutura e características próprias, sendo considerada como:

produção — centrada na experimentação e na imitação, tendo como produtos musicais a interpretação, a improvisação e a

composição;
apreciação — percepção tanto dos sons e silêncios quanto das estruturas e organizações musicais, buscando desenvolver, por meio

do prazer da escuta, a capacidade de observação, análise e reconhecimento;
reflexão — sobre questões referentes à organização, criação, produtos e produtores musicais.

Brito (2003) nos aponta que o desenvolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intrauterina os

bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação do intestino.

O processo de musicalização é espontâneo no cotidiano dos bebês e crianças, uma vez que balbuciam e cantarolam, imitando o que ouvem dos

adultos, segundo Lino (2006):

O papel que a música tem na aprendizagem da criança se mostra fundamental, pois é preciso entender que a criança precisa de sons e músicas
para o desenvolvimento da fala, da imaginação e da construção de demonstrações de dores ou sentimentos. Na iniciação da fala, por exemplo, a

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC15896PED) – Prática do Módulo I - 11/10/23
2

criança costuma brincar com sons para criar novas palavras, balbuciar, gorgolejar, realizando emissões vocais em diferentes situações, imitando o
fraseado rítmico e melódico de adultos e de outras crianças.

A presença da música em situações do cotidiano, ou o próprio ambiente sonoro ajuda no desenvolvimento dos bebês e crianças, que dão início a

musicalização de forma intuitiva. Sendo reproduzido por brinquedos sonoros, a escuta de sons distintos ou ambiente doméstico se torna fonte de observação e

descobertas, resultando em respostas para os pequenos (SANTOS et al., 2016).

Dos primeiros anos de vida, ao terceiro, os bebês ampliam conquistas vocais e corporais. Podendo reproduzir sons, letras, refrões e explorar o gesto

sonoro de seus corpos. Nesta fase, se nota que as crianças se interessem por toda fonte sonora que estiver ao seu alcance, explorando quaisquer atividades sem

preferência, um piano pode se tornar igualitário a uma cesta ou uma caixa. O interesse e o foco estão na produção do som (SANTOS et al., 2016).

Improvisar é criar instantaneamente orientando-se por alguns critérios. Se para falar de improviso é preciso ter em mente o assunto, o domínio de um

vocabulário, ainda que pequeno, assim como algum conhecimento de gramática, algo semelhante ocorre com a música. (BRITO, 2003, p. 57).

Nesse estágio está presente apenas a produção do som e as suas qualidades, que são: altura, duração, intensidade e timbre. A ênfase nos aspectos

intuitivo e afetivo como a exploração (sensório-motor) dos materiais sonoros, é integrado a música nas brincadeiras, cantam enquanto dançam, brincam, jogam,

pulam e se movimentam, é comum o movimento de dramatizar a brincadeira, fazendo o som do seu próprio carro, criando assim personalidade nas brincadeiras

(SANTOS et al., 2016).

A maioria das crianças nessa faixa etária são pré-verbais, mas isso não significa que seus cérebros não estejam intensamente interessados na

linguagem. A música pode acalmar bebês e crianças enquanto dá a seus cérebros a chance de trabalhar com sons que são essencialmente a matéria-prima da

linguagem. “Ao ouvir uma música, o corpo é automaticamente convidado a se conectar, seja pela letra, melodia, seja por lembranças a que a música remete”

(ROSSET et. al., 2017, p. 148)

Santos et al. (2016) descrevem que quando a faixa etária já é mais elevada, entre os quatro e seis anos, as crianças podem compor pequenas canções,

o contato com a música agora pode ser feito por apreciação, somente ouvindo com atenção, já que os estímulos cerebrais são intensos.

Segundo Rose (1990) com a música a criança mostra seus sentimentos e se encontra em concepção de si mesmo, passando a demonstrar e expressar

com clareza seus sentimentos e sua forma de agir. A música faz com que as crianças percebam o seu próprio sentir e novas descobertas e também sua expressão e

emoção.

“A potência comunicativa que a música carrega tem valor educativo próprio. O acesso às diferentes experiências estéticas e artísticas que ela

promove contribui efetivamente para o processo de constituição do sujeito” (ROSSET et al., 2017, p.147)

A música está associada ao desenvolvimento motor e linguístico, ajudando a desenvolver a fala, audição e a percepção do meio cultural onde está

inserida, desenvolvendo um acervo linguístico da criança (MARTINS, 2004).

Conforme Bréscia (2003) afirma a música é um meio muito eficaz de educação dos sentidos, desenvolve a sensibilidade, a emoção, a compaixão,

pois “é uma linguagem expressiva e as canções são vínculos de emoções e sentimentos e podem fazer com que a criança reconheça nelas seu próprio sentir”,

proporcionando união, alegria, sintonia, afeto, amizade, ternura e amor.

Na escola é crucial uma abordagem musical que contemple o trabalho vocal, interpretação e criação de canções, brinquedos cantados e rítmicos,
jogos que reúnem sons, movimentos e dança, jogos de improvisação, sonorização de histórias, elaboração e execução de arranjos, construção de
instrumentos e objetos sonoros, dentre outros (SANTOS et al., 2016).
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As autoras Rosset et. al. (2017, p. 160 e 161) explicam como a brincadeira de roda é uma ótima opção de atividade onde a linguagem musical aparece

e envolve o reconhecimento do próprio corpo, do outro, a imitação, é um excelente meio para o desenvolvimento da expressão e do equilíbrio, favorece as

relações interpessoais.

O autor (Bréscia, 2003) reforça a ideia da contribuição da música na aprendizagem, desenvolvimento e bem-estar da criança, onde o ato de cantar

contribui na socialização, na aprendizagem de conceitos, na descoberta do mundo, atuando como instrumento que auxilia na memorização, compreensão e

expressão das emoções.

FIGURA 1 - BENEFÍCIOS DA MÚSICA

FONTE: Bateras Music School

A figura acima mostra alguns benefícios da música na vida das crianças tanto no desenvolvimento cognitivo, físico, motor, quanto no

desenvolvimento psicológico, social e emocional.

3. METODOLOGIA

Para a produção deste trabalho, utilizamos a pesquisa de natureza básica com uma abordagem qualitativa, onde utilizamos o procedimento

bibliográfico, baseado no estudo de autores. Utilizamos como fonte de pesquisa artigos científicos, livros eletrônicos e sites educativos encontrados no google

acadêmico e na trilha de aprendizagem da Uniasselvi.

Apresentamos os métodos e benefícios da musicalização nas faixas etárias desde o ventre aos três anos e dos quatro aos seis anos. Os autores que

fundamentam esse estudo foram: Brito (2003), Lino (2006), Santos et. al. (2016), Rose (1990), Bréscia (2003), Martins (2004), e também utilizamos o documento

RCNEI (1998).
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Percebeu-se com a realização deste trabalho, a importância que a música tem na aprendizagem da criança, pois segundo Lino (2006) precisamos

entender que a criança precisa dos sons e músicas para seu desenvolvimento.

Abordamos também, a importância que a música tem na trajetória da criança, que começa desde o ventre da mãe, até os primeiros anos de vida, pois

segundo Brito (2003) o desenvolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, os bebês já convivem com um ambiente de sons

provocados pelo corpo da mãe.

Podemos perceber que a música inserida na vida da criança ativa também outras funções, como linguagem, criatividade, raciocínio, traz sentimentos,

sensações e emoções que convocam o corpo. Como citamos anteriormente a música tem um valor educativo próprio.

Com base no que foi pesquisado, podemos concluir que a musicalidade tem como objetivo principal em sala de aula trabalhar a coordenação motora,

estimular habilidades essenciais para a educação socioemocional, auxiliar a percepção sonora, desenvolver criatividade, raciocínio e entre outras habilidades que

auxiliam no desenvolvimento da criança.

REFERÊNCIAS

A Importância da Musicalização na Educação Infantil. Disponível em:

file:///C:/Users/UsuariO/Downloads/TRABALHO_EV174_MD1_ID10163_TB230_14062022102709.pdf. Acesso em 28 de Setembro de 2023.

Benefícios da música. Bateras Music School. Disponível em: https://baterastatuape. com.br/musicalizacao-infantil/ . Acesso
em 24 de setembro de 2023.

BRITO, Teca Alencar. Música na Educação Infantil: Propostas para a formação integral da criança. 2 ed. São Paulo: Petrópolis, 2003.

BRÉSCIA, Vera L. Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. 1 ed. São Paulo: Átomo, 2003.

LINO, Dulcimarta Lemos. Música é... cantar, dançar... e brincar! Ah, tocar também. In: CUNHA, Susana Rangel Vieira da. (Org.). Cor, som e movimento: a

expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. 6 ed. Porto Alegre: Mediação, 2006. 130p.

Metodologia Científica. https://trilhaaprendizagem.uniasselvi.com.br/


Disponível em:

PED101_pratica_interdisciplinar/materiais/metodologia_cientifica_(1)%20(2).pdf . Acesso em 28 de
setembro 2023.

RCNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de Mundo. Brasília, v. 3, p. 48. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ volume3. Acesso em 20 de setembro de 2023.


ROSSET, Joyce M., WEBSTER, Maria H., FUKUDA, Joyce E., ALMEIDA, Lucila. Práticas Comentadas para Inspirar: Formação do professor de Educação

Infantil. Editora do Brasil. 1 ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2017.

SANTOS, Ana S. SILVA, Elenice de S. BARROSO, Gardênia de O. CRUZ, Rita de C. S. L. A importância da música na Educação Infantil. 2016. Portal da

Faculdade São Luis de França. Disponível em: https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/A-IMPORTANCIA-DA-MU SICA.pdf. Acesso em: 21 de

setembro de 2023.

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