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PSIQUIATRIA – M8

AULA 1:
MODELOS DE ATENÇAO
Pela portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, foi instituı́da a Rede de Atençã o
Psicossocial (RAPS), estabelecendo referê ncias para o atendimento e a atençã o, no
â mbito do Sistema Unico de Saú de, à s pessoas que convivem com transtornos
mentais, psicose ou que fazem uso nocivo de á lcool e outras drogas.
A RAPS é composta por dispositivos variados:
Os centros de atençã o psicossocial (CAPS).
Os serviços residenciais terapê uticos (SRT).
As unidades de acolhimento (UAs).
Os leitos de atençã o integral (em hospitais gerais ou nos CAPS III).

Núcleo de apoio à Saúde da Família (NASF)

A criação do NASF ocorreu no intuito de aumentar o grau de resolubilidade da Comentado [J1]: O Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF) foi criado em 2008 pela Portaria GM/ MS nº 154 de
atenção básica, visando ao compartilhamento das decisões e condutas a serem 24 de junho de 2008 (revogada pela Portaria GM/ MS nº
2.488 de 21 de outubro de 2011), com o obje vo de
adotadas nesse nível de atenção, aumentando, assim, o grau de resolubilidade. O aumentar a resolu vidade e capacidade de resposta das
equipes de saúde da família aos problemas da população.
NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes
áreas de conhecimento, para atuarem em parceria com os profissionais da estratégia
de Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sobre sua
responsabilidade.

A saú de mental é uma das atividades estraté gicas em que as equipes de Saú de da
Famı́lia contam com o apoio dos NASF. O processo de trabalho entre NASF e a
estraté gia de Saú de da Famı́lia constitui-se a partir de açõ es compartilhadas entre
ambas as equipes, que podem abranger discussõ es de casos de sujeitos ou de Comentado [J2]: Matriciamento ou apoio matricial é um
novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes,
demandas do territó rio, atendimento e realizaçã o de grupos. Para a realizaçã o num processo de construção compar lhada criam uma
proposta de intervenção pedagógico-terapêu ca. Essa
dessas açõ es, sã o utilizadas diversas ferramentas, entre as quais o apoio matricial se proposta visa integrar os profissionais da equipe de saúde da
família com profissionais especialistas de forma que os
destaca como a principal utilizada pelo NASF. O apoio matricial ou matriciamento primeiros tenham um suporte para a discussão de casos e
intervenções terapêu cas. O matriciamento visa transformar
propõ e a construçã o de uma relaçã o horizontal entre os pro issionais, a lógica tradicional dos sistemas de saúde:
encaminhamentos, referências e contrarreferências,
proporcionando troca de conhecimentos e possibilitando, dessa forma, a ampliaçã o protocolos e centros de regulação, por meio de ações mais
horizontais que integrem os componentes e seus saberes nos
do olhar sobre os problemas relacionados à saú de mental do indivı́duo. diferentes níveis de assistência (CHIAVERINI, 2011). Hoje, a
principal estratégia desenvolvida para apoio matricial é a
equipe de Nasf (núcleo de apoio à saúde da família). Entre os
instrumentos do processo do matriciamento estão:
elaboração de PTS, interconsulta, consulta conjunta, visita
domiciliar conjunta, grupos, educação permanente,
abordagem familiar, entre outros.
Atenção psicossocial

Os centros de atenção psicossocial (CAPS) são serviços de saúde aberto e


comunitários, local de referência para o tratamento de pessoas que sofrem com
transtornos mentais, sendo um dispositivo de atenção diária, personalizado e
promotor da independência dos usuários, assim como auxiliar na reinserção social.
Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, álcool e drogas (CAPSad) e infanto-juvenil
(CAPSi).

CAPS I

Promove o atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e


persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas. Atende cidades e ou
regiões com população entre 20 mil e 70 mil habitantes.

CAPS II

Serviço de atenção psicossocial que promove o atendimento a todas as faixas etárias,


para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias
psicoativas, em municípios com população entre 70 mil e 200 mil habitantes.

CAPS III (24 horas)

Serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em


municípios com população acima de 150 mil habitantes, que possui acolhimento
noturno, nos feriados e finais de semana, caso haja necessidade de observação do
usuário.

CAPSi

Atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais graves e


persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas. Atende cidades e ou
regiões com pelo menos 70 mil habitantes.

CAPSad - Álcool e drogas (CAPS AD III – 24H)


Atendimento a todas as faixas etárias, especializado em transtornos pelo uso de
álcool e outras drogas.

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CLASSIFICAÇAO EM PSIQUIATRIA: CID – 11 (OMS) DSM – 5 (APA)
Para o diagnó stico formal de um transtorno mental atualmente, existem sistemas de
classi icaçã o de transtornos mentais: a Classi icaçã o Estatı́stica Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saú de (CID-11, 11ª ediçã o) e o Manual Diagnó stico e Estatı́stico
de Transtornos Mentais (DSM-5, 5ª ediçã o) da Associaçã o Psiquiá trica Americana.
Por meio da identi icaçã o de caracterı́sticas clı́nicas que ocorrem regularmente juntas,
conseguimos efetuar um diagnó stico segundo as classi icaçõ es atuais e podemos tentar
prever o desfecho clı́nico e a resposta ao tratamento daquele paciente.

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


Mentais (DSM)

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou DSM é uma


classificação da Associação Americana de Psiquiatria (American Psychological
Association - APA). A organização dos critérios diagnósticos por meio do DSM foi
iniciada em 1980, a partir do lançamento do DSM-III. Isso foi de grande importância
para superar dificuldades históricas da nosologia psiquiátrica, como a ausência de
uma linguagem comum para classificação das condições psiquiátricas e, portanto,
baixa concordância diagnóstica entre avaliadores.

Tal progresso da nosologia psiquiátrica foi em grande parte responsável pela


melhoria do sistema diagnóstico, permitindo uma comunicação mais adequada
entre os profissionais de saúde e pacientes, além de estar relacionada aos avanços
nas áreas de pesquisa em saúde mental. A última versão do DSM foi publicada em
2013, trata-se da quinta edição desse manual (APA, 2013).

Classificação Internacional de Doenças

A Classificação Internacional de Doenças ou CID é uma classificação da Organização


Mundial de Saúde (OMS) para todas as doenças, com a primeira edição publicada em
1893. Desde então, vem sendo periodicamente revisada.

Em 1993, a classificação de transtornos mentais foi incorporado na CID com o


propósito de se aproximar do DSM. A CID é uma das principais ferramentas
epidemiológicas do cotidiano médico do Brasil. A principal função dessa
classificação é monitorar a incidência e a prevalência de doenças, mediante uma
padronização universal de doenças, sinais e sintomas, queixas, problemas de saúde
pública e circunstâncias sociais. Dessa forma, essa classificação contribui para
apresentar um panorama amplo da situação em saúde dos países e suas populações.

A seção de Psiquiatria dessa classificação está disponível em três modalidades:

I. Para a prática clínica: Descrição das características dos casos típicos e


critérios diagnósticos.
II. Para atenção primária: Inclui apenas diagnó sticos mais frequentes na atençã o
primá ria e fornece descriçã o de casos e crité rios diagnó sticos.
III. Para pesquisa: Contém critérios operacionais.

Após revisão da CID-10, foi lançada a CID-11 em 2022, que aumentou de 407 (CID-
10) para 718 (CID-11) códigos de transtornos mentais e de comportamento.

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