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é ilegítimo o exercício do poder

Nem toda lei admite regulamentar sobre leis de direito


regulamentação privado ou que só disciplinem
relações jurídicas entre particulares

O poder regulamentar é
subjacente à lei e pressupõe a
existência desta. É com esse
enfoque que a Constituição
autorizou o Chefe do Executivo a
expedir decretos e regulamentos:
viabilizar a efetiva execução das
leis (art. 84, IV)
Lei e poder regulamentar
Não pode haver regulamentação
contra legem

Porém, é possível a fixação de


obrigações subsidiárias (ou
derivadas) – diversas das
obrigações primárias (ou
originárias) contidas na lei

Só por lei se regula liberdade e


propriedade; só por lei se impõem
obrigações de fazer ou não fazer, e
só para cumprir dispositivos legais
é que o Executivo pode expedir
decretos e regulamentos, de modo
que são inconstitucionais
regulamentos produzidos em
forma de delegações disfarçadas
oriundas de leis que meramente
Poder regulamentar, lei, legalidade transferem ao Executivo a função
e previsão legal de disciplinar o exercício da
liberdade e da propriedade das
pessoas.

O exercício do poder regulamentar


independe de previsão na lei a ser
regulamentada.

a omissão regulamentadora é
A lei dispõe que o Poder Executivo inconstitucional, visto que, em
deve proceder a sua última análise, seria o mesmo que
regulamentação. atribuir ao Executivo o poder de
legislação negativa em contrário

o legislador está implicitamente


admitindo que a lei precisa ser
complementada para merecer
devida e correta aplicação

Nesse prazo, a lei ainda não se


Lei pendente de regulamento torna exequível enquanto não
editado o respectivo decreto ou
regulamento, e isso porque o ato
regulamentar, nessa hipótese,
figura como verdadeira condição
deve necessariamente apontar o suspensiva de exequibilidade da
prazo fixado para ser expedido o lei.
ato de regulamentação

ultrapassado o prazo de
os titulares de direitos previstos na
regulamentação sem a edição do
lei passam a dispor de ação com
respectivo decreto ou
vistas a obter do Judiciário decisão
regulamento, a lei deve tornar-se
que lhes permita exercê-los
exequível

Competência exclusiva do
Congresso Nacional “sustar os atos
normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder
Controle da regulamentação regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa”

Controle judicial Controle de legalidade

Nos termos do art. 84, IV, da


Constituição Federal, a
Competência
competência regulamentar é
privativa dos chefes do Executivo.

Entretanto, o parágrafo único do organização e funcionamento da


art. 84 da Constituição Federal administração federal, quando não
prevê a possibilidade de o implicar aumento de despesa nem
Presidente da República delegar criação ou extinção de órgãos
São indelegáveis os regulamentos
Indelegabilidade aos Ministros de Estado, ao públicos
executivos (art. 84, IV, da CF).
Procurador-Geral da República ou
ao Advogado-Geral da União a
competência para dispor, mediante extinção de funções ou cargos
decreto, sobre: públicos, quando vagos

manifestação de anuência aposta


pelo Ministro de Es­tado nos atos e
decretos presidenciais que versem
sobre matéria relacionada ao
respectivo ministério

A referenda recai sobre leis,


decretos e medidas provisórias que
o chefe do Executivo sancionar
Referenda ministerial ou secretarial (leis) ou editar (decretos e medidas
provisórias).

a falta de referenda não interfere


na existência, validade ou eficácia
do decreto

Mas pode haver responsabilização


do Ministro/Secretário.

Tecnicamente, o termo
“regulamentar” significa editar um
regulamento (ato administrativo
privativo do chefe do Executivo).
Assim, neste âmbito, é um erro
afirmar que leis “regulamentam”.

importante observar que só se


considera poder regulamentar
Apenas regulamenta a lei. típico a atuação administrativa de
complementação de leis, ou atos
Conceito: poder de editar atos
análogos a elas
gerais de complementação das leis
indispensáveis a sua efetiva
Poder regulamentar aplicabilidade. Não pode alterá-la.
Poder normativo
Decorrente do poder hierárquico,
o poder regulamentar consiste na
possibilidade de os chefes do
Poder Executivo editarem atos
administrativos gerais e abstratos,
ou gerais e concretos, expedidos
para dar fiel execução à lei.

É a roupa da lei.

Prerrogativa de direito público aos


órgãos incumbidos de sua gestão.

leis propriamente ditas, emanando


da Constituição

Natureza Natureza originária/primária casos que a Constituição autoriza


determinados órgãos a produzirem
atos que, tanto como as leis,
emanam diretamente da Carta e
têm natureza primária

somente é exercido à luz de lei


Natureza derivada/secundária
preexistente

estabelecer detalhamentos quanto


ao modo de aplicação de
dispositivos legais, dando maior
concretude, no âmbito interno da
Função Administração Pública, aos
comandos gerais e abstratos
presentes na legislação

Dar fiel execução à lei.

disciplinam questões internas de


estruturação e funcionamento da
regulamentos administrativos ou
Administração Pública ou relações
de organização
jurídicas de sujeição especial do
Poder Público perante particulares

Poder Legislativo delega ao


O Poder Legislativo delega
Executivo a disciplina de matérias
temporariamente ao Executivo
regulamentos delegados, reservadas à lei, transferindo
Não existe no Brasil matérias que seriam de
autorizados ou habilitados temporariamente competências
competência de lei. É diferente da
legislativas para a Administração
"reserva de regulamento".
Pública.

único objetivo de estabelecer qual


entre as possíveis interpretações
da lei é aquela que passará a ser
obrigatória para a estrutura
administrativa vinculada à
regulamentos comuns expedidos obediência do decreto
sobre matéria anteriormente
regulamentos executivos
disciplinada pela legislação
Espécies as disposições gerais e abstratas
permitindo a fiel execução da lei.
da lei têm seu campo de
discricionariedade reduzido pelo não é a mesma coisa
decreto a uma única forma válida
de aplicação no âmbito da
Administração Pública.

Constitucionalidade duvidosa e
controvérsia doutrinária.

Só podem existir em determinado


ordenamento mediante expressa organização e funcionamento da
atos destinados a prover sobre previsão constitucional porque administração federal, quando não
regulamentos autônomos ou situações não contempladas na lei pressupõem uma “reserva de No Brasil, a Emenda Constitucional implicar aumento de despesa nem
independentes (temas não disciplinados na regulamento”, isto é, um conjunto n. 32/2001 definiu dois temas que criação ou extinção de órgãos
legislação). de temas que o texto só podem ser disciplinados por públicos
constitucional retirou da decreto do Presidente da
competência do Legislativo e República:
atribuiu, reservou ao Poder extinção de funções ou cargos
Executivo para disciplina via públicos, quando vagos
decreto.

decreto constitui uma forma de ato


Decretos
administrativo
Atos de regulamentação de Decreto é o veículo introdutor do
primeiro grau regulamento.
regulamento representa o
Regulamentos
conteúdo do ato

instruções normativas, resoluções,


portarias etc.

Tais atos têm círculo de aplicação


mais restrito, mas, veiculando
normas gerais e abstratas para a
explicitação das leis, não deixam
de ser meios de formalização do
poder regulamentar.

Forma/Formalização referida delegação não é completa


Outros e nem integral. Ao contrário,
sujeita-se a limites

Ao exercê-la, o legislador reserva


para si a competência para o
regulamentação técnica regramento básico (lei), calcado
nos critérios políticos e
administrativos, transferindo tão
somente a competência para a
regulamentação técnica mediante
parâmetros previamente
enunciados na lei (pelo legislador).

Diversas categorias de atos


abstratos, tais como: regimentos,
instruções, deliberações,
resoluções e portarias.

art. 84, IV; “compete


privativamente ao Presidente da
República: IV – sancionar,
promulgar e fazer publicar as leis,
bem como expedir decretos e
Art. 84 da Constituição Federal regulamentos para sua fiel
execução”

estende-se por simetria a


Governadores e Prefeitos.
Poder regulamentar Poder normativo
1. Conceito: poder de editar atos gerais de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva aplicabilidade.
1.1. Tecnicamente, o termo “regulamentar” significa editar um regulamento (ato administrativo privativo do chefe do Executivo). Assim, neste âmbito, é um erro afirmar que leis “regulamentam”.

1.2. Apenas regulamenta a lei.

1.2.1. importante observar que só se considera poder regulamentar típico a atuação administrativa de complementação de leis, ou atos análogos a elas

1.3. Não pode alterá-la.


1.4. Decorrente do poder hierárquico, o poder regulamentar consiste na possibilidade de os chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei.

1.5. É a roupa da lei.


2. Natureza
2.1. Prerrogativa de direito público aos órgãos incumbidos de sua gestão.

2.2. Natureza originária/primária

2.2.1. leis propriamente ditas, emanando da Constituição

2.2.2. casos que a Constituição autoriza determinados órgãos a produzirem atos que, tanto como as leis, emanam diretamente da Carta e têm natureza primária

2.3. Natureza derivada/secundária

2.3.1. somente é exercido à luz de lei preexistente

3. Função
3.1. estabelecer detalhamentos quanto ao modo de aplicação de dispositivos legais, dando maior concretude, no âmbito interno da Administração Pública, aos comandos gerais e abstratos presentes na legislação

3.2. Dar fiel execução à lei.

4. Espécies
4.1. regulamentos administrativos ou de organização

4.1.1. disciplinam questões internas de estruturação e funcionamento da Administração Pública ou relações jurídicas de sujeição especial do Poder Público perante particulares

4.2. regulamentos delegados, autorizados ou habilitados

4.2.1. Não existe no Brasil

4.2.1.1. Poder Legislativo delega ao Executivo a disciplina de matérias reservadas à lei, transferindo temporariamente competências legislativas para a Administração Pública.

4.2.1.1.1. O Poder Legislativo delega temporariamente ao Executivo matérias que seriam de competência de lei. É diferente da "reserva de regulamento".

4.3. regulamentos executivos

4.3.1. regulamentos comuns expedidos sobre matéria anteriormente disciplinada pela legislação permitindo a fiel execução da lei.

4.3.1.1. único objetivo de estabelecer qual entre as possíveis interpretações da lei é aquela que passará a ser obrigatória para a estrutura administrativa vinculada à obediência do decreto

4.3.1.2. as disposições gerais e abstratas da lei têm seu campo de discricionariedade reduzido pelo decreto a uma única forma válida de aplicação no âmbito da Administração Pública.

4.4. regulamentos autônomos ou independentes

4.4.1. atos destinados a prover sobre situações não contempladas na lei (temas não disciplinados na legislação).

4.4.1.1. Constitucionalidade duvidosa e controvérsia doutrinária.

4.4.1.2. Só podem existir em determinado ordenamento mediante expressa previsão constitucional porque pressupõem uma “reserva de regulamento”, isto é, um conjunto de temas que o texto constitucional retirou da competência do Legislativo e atribuiu, reservou ao Poder Executivo para disciplina via decreto.

4.4.1.2.1. No Brasil, a Emenda Constitucional n. 32/2001 definiu dois temas que só podem ser disciplinados por decreto do Presidente da República:

4.4.1.2.1.1. organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos

4.4.1.2.1.2. extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos

5. Forma/Formalização
5.1. Atos de regulamentação de primeiro grau

5.1.1. Decreto é o veículo introdutor do regulamento.

5.1.1.1. Decretos

5.1.1.1.1. decreto constitui uma forma de ato administrativo

5.1.1.2. Regulamentos

5.1.1.2.1. regulamento representa o conteúdo do ato

5.2. Outros

5.2.1. instruções normativas, resoluções, portarias etc.

5.2.2. Tais atos têm círculo de aplicação mais restrito, mas, veiculando normas gerais e abstratas para a explicitação das leis, não deixam de ser meios de formalização do poder regulamentar.

5.2.3. regulamentação técnica

5.2.3.1. referida delegação não é completa e nem integral. Ao contrário, sujeita-se a limites

5.2.3.2. Ao exercê-la, o legislador reserva para si a competência para o regramento básico (lei), calcado nos critérios políticos e administrativos, transferindo tão somente a competência para a regulamentação técnica mediante parâmetros previamente enunciados na lei (pelo legislador).

5.3. Diversas categorias de atos abstratos, tais como: regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias.
6. Art. 84 da Constituição Federal
6.1. art. 84, IV; “compete privativamente ao Presidente da República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”

6.2. estende-se por simetria a Governadores e Prefeitos.

7. Referenda ministerial ou secretarial


7.1. manifestação de anuência aposta pelo Ministro de Es­tado nos atos e decretos presidenciais que versem sobre matéria relacionada ao respectivo ministério
7.2. A referenda recai sobre leis, decretos e medidas provisórias que o chefe do Executivo sancionar (leis) ou editar (decretos e medidas provisórias).

7.3. a falta de referenda não interfere na existência, validade ou eficácia do decreto


7.4. Mas pode haver responsabilização do Ministro/Secretário.

8. Indelegabilidade
8.1. São indelegáveis os regulamentos executivos (art. 84, IV, da CF).

8.1.1. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal prevê a possibilidade de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União a competência para dispor, mediante decreto, sobre:

8.1.1.1. organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos

8.1.1.2. extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos

9. Competência
9.1. Nos termos do art. 84, IV, da Constituição Federal, a competência regulamentar é privativa dos chefes do Executivo.

10. Controle da regulamentação


10.1. Competência exclusiva do Congresso Nacional “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”

10.2. Controle judicial

10.2.1. Controle de legalidade

11. Poder regulamentar, lei, legalidade e previsão legal


11.1. Nem toda lei admite regulamentação

11.1.1. é ilegítimo o exercício do poder regulamentar sobre leis de direito privado ou que só disciplinem relações jurídicas entre particulares

11.2. Lei e poder regulamentar

11.2.1. O poder regulamentar é subjacente à lei e pressupõe a existência desta. É com esse enfoque que a Constituição autorizou o Chefe do Executivo a expedir decretos e regulamentos: viabilizar a efetiva execução das leis (art. 84, IV)

11.2.2. Não pode haver regulamentação contra legem

11.2.3. Porém, é possível a fixação de obrigações subsidiárias (ou derivadas) – diversas das obrigações primárias (ou originárias) contidas na lei
11.3. Só por lei se regula liberdade e propriedade; só por lei se impõem obrigações de fazer ou não fazer, e só para cumprir dispositivos legais é que o Executivo pode expedir decretos e regulamentos, de modo que são inconstitucionais regulamentos produzidos em forma de delegações disfarçadas oriundas de leis que meramente transferem ao Executivo a função de disciplinar o exercício da liberdade e da propriedade das pessoas.

11.4. O exercício do poder regulamentar independe de previsão na lei a ser regulamentada.


11.5. Lei pendente de regulamento

11.5.1. A lei dispõe que o Poder Executivo deve proceder a sua regulamentação.

11.5.1.1. a omissão regulamentadora é inconstitucional, visto que, em última análise, seria o mesmo que atribuir ao Executivo o poder de legislação negativa em contrário

11.5.2. o legislador está implicitamente admitindo que a lei precisa ser complementada para merecer devida e correta aplicação

11.5.3. deve necessariamente apontar o prazo fixado para ser expedido o ato de regulamentação

11.5.3.1. Nesse prazo, a lei ainda não se torna exequível enquanto não editado o respectivo decreto ou regulamento, e isso porque o ato regulamentar, nessa hipótese, figura como verdadeira condição suspensiva de exequibilidade da lei.

11.5.3.2. ultrapassado o prazo de regulamentação sem a edição do respectivo decreto ou regulamento, a lei deve tornar-se exequível

11.5.3.2.1. os titulares de direitos previstos na lei passam a dispor de ação com vistas a obter do Judiciário decisão que lhes permita exercê-los

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