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Poderes Administrativos

• Na Administração Pública, todo poder - Ex.: a Administração Pública pode alienar bem
corresponde a um dever; imóvel que tenha sido adquirido pelo Estado por
• A Administração não só pode como deve atuar meio de decisão judicial ou dação em pagamento
em nome do interesse público; através de leilão ou licitação. Cabe ao
• Os poderes administrativos (poderes-deveres) administrador, valer-se do instrumento mais
não são poderes em si mesmo, mas instrumentos oportuno a alienação do bem;
de trabalho por meio dos quais os órgãos e - Há casos em que a lei requer uma interpretação
entidades administrativas executam suas por ser vaga, mas isso não configura
tarefas e cumprem funções; discricionariedade, pois a lei já efetivou a
• Não confundir com poderes de Estado escolha a conduta a ser seguida pelo agente;
(Executivo, Legislativo e Judiciário); - O Poder Judiciário não pode fazer uma análise
do mérito da decisão discricionária do
Uso e Abuso de Poder administrador. Somente pode analisar se o ato
está dentro da legalidade;
• Ultrapassar o caráter da instrumentalidade
caracteriza abuso de poder;
• Vinculada:
• São situações em que as autoridades pública - Quando a lei estipula todos os elementos do ato
pratica o ato extrapolando a competência legal; a ser praticado:
• A conduta pode ser comissiva (ação positiva) ou - Preenchidos os requisitos legais, o
omissiva (situações nas quais o agente público administrador é obrigado a praticar o ato
deixa de exercer uma atividade imposta pela lei); previamente definido pelo diploma normativo;
• Enseja a nulidade do ato administrativo; - Ex.: a legislação estabelece que, cumpridos
• Há duas espécies: determinados requisitos, deve ser concedida ao
- Excesso de poder: ocorre em casos nos quais as particular a licença para construção;
autoridades atuam fora dos limites de sua
competência; Poder Normativo ou Regulamentar
- Desvio de poder: presente sempre que o agente • Mecanismo para edição de normas
do Estado praticar o ato, até mesmo dentro dos complementares à lei;
limites, mas visando alcançar outra • Trata-se da prerrogativa dada àAdministração
finalidade daquela estabelecida em lei; Pública de editar esses atos. E permitir sua
efetiva aplicação limitada pela lei;
Discricionariedade e Vinculação • Seu exercício somente pode dar-se secundum
legem, ou seja, em conformidade com o conteúdo
• É a lei que determina se a atuação será
vinculada ou discricionária; da lei e nos limites que esta impuser;
• Há dois tipos de atuação: • Decreto e regulamento fazem referência ao
mesmo ato normativo. O regulamento é o ato
• Discricionária: normativo privativo do chefe do executivo e
- Quando a lei confere possibilidade de escolha do
decreto é a forma. Regulamento é expedido por
agente;
decreto;
- Mérito administrativo = poder de escolha;
• O Poder normativo abarca, além da edição de
- Conveniência e oportunidade são os elementos
regulamentos, a edição de outros atos
nucleares na escolha do poder discricionário;

normativos, como deliberações, instruções e - A súmula do STF n. 510 estabelece que a


resoluções; autoridade coatora é o agente que praticou o ato,
• Regulamentos autônomos: são regulamentos ainda que tenha o feito por delegação;
que atuam substituindo a lei e têm condão de Lei 9784/99, art. 11: “A competência é
inovar o ordenamento jurídico; irrenunciável e se exerce pelos órgãos
- São permitidos no Brasil somente no caso do administrativos a que foi atribuída como própria,
salvo os casos de delegação e avocação legalmente
art.84, VI, CF; admitidos.”
“Compete privativamente ao Presidente da
República:
VI -  dispor, mediante decreto, sobre: Poder Disciplinar
a) organização e funcionamento da • Trata-se da atribuição pública de apuração de
administração federal, quando não implicar infrações e aplicação de sanções àqueles que
aumento de despesa nem criação ou extinção de estejam sujeitos à disciplina do ente estatal;
órgãos públicos;”
• A atuação normativa da Administração Pública • As sanções podem ser aplicadas a todos aqueles
se sujeita ao controle da própria Administração que tenham vínculo de natureza especial com o
(autotutela), do Judiciário e do Legislativo; Estado;
• A função desse poder é sempre aprimorar a

Poder Hierárquico prestação de serviço público;


• A punição administrativa não impede que haja
• Trata-se de atribuição concedida ao
responsabilização pelo mesmo ato na esfera civil
administrador para organizar, distribuir e
e penal;
principalmente escalonar as funções de seus
• O STF aduz a impossibilidade de substituição
órgãos, sendo o Poder que a Administração tem
do mérito administrativo pelo poder judiciário,
de se estruturar internamente;
estando o controle jurisdicional limitado à
• HIERARQUIA: controle interno entre órgãos e
legalidade das sanções aplicadas;
agentes de uma mesma pessoa jurídica;
• Não há, pois, hierarquia entre entes federativos;
• Dentro da estrutura hierarquizada, surgem Poder de Polícia
poderes-deveres, como o de fiscalizar, o de • Nasce do princípio da prevalência do interesse
obedecer as ordem dadas pelos superiores, o público sobre o privado;
controle sobre atividades de órgãos inferiores, • Aplica-se a todos os particulares, sem
delegar e evocar competência; necessidade de vínculo de natureza especial;
• Avocação: desde que a competência não seja • É uma atividade da Administração Publica que
exclusiva do órgão subordinado, o chefe pode se expressa por meio de seus atos normativos e
chamar para si, de forma temporária, a concretos, na forma da lei, na limitação na
atribuição de um agente subalterno. É, pois, a liberdade e da propriedade dos indivíduos,
tomada temporária de atribuições de um agente mediante ações fiscalizadoras, preventivas e
subalterno feita por um superior; repressivas;
• Delegação: é a extensão de atribuições de um • Polícia administrativa X Polícia judiciária:
órgão a outro de mesma hierarquia ou de polícia judiciária visa a repressão e prevenção de
inferior, desde que não sejam exclusivas. Não crimes. Já a Administrativa incide sobre bens e
configura uma transferência, mas sim uma direitos, condicionando-os ao interesse público;
extensão/ampliação, em que o delegante não • A doutrina tradicional entende que o poder de
perde a competência. polícia é discricionário. Porém , há previsão legal
- O ato de delegação deve ser expresso; (vinculados) de alguns atos decorrentes do poder

de polícia, como é o caso da concessão de licenças


de construção;
• Portanto, discricionariedade pode ser uma
característica, mas não uma regra;
• Natureza jurídica: anteriormente, considerava-
se como um poder negativo, mas hoje em dia já se
admite atos positivos decorrentes do poder de
polícia, como é o caso de uma previsão no
Estatuto da Cidade da utilização compulsória de
solo urbano;
• Atos decorrentes de poder dede polícia não podem
ser delegados;

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