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Brasil tem sido uma boa notícia para a economia mundial', diz número um do FMI

Kristalina Georgieva elogia reformas, vê país bem posicionado para transição ecológica e
afirma que há espaço para melhora do gasto.

a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, diz que o


país “tem sido uma boa notícia para a economia mundial”, por ter superado as projeçõe s de
crescimento dos últimos anos, inclusive as do Fundo. Para ela, o Brasil está bem posicionado
no front fiscal, com um pacote “muito determinado” de reformas, citando entre elas a
mudança do sistema tributário, que deve elevar o crescimento potencial ao longo do tempo e
a iniciativa que busca ampliar a oferta de proteção cambial para projetos ambientalmente
sustentáveis, lançada na segunda-feira. Georgieva também vê com bons olhos o novo
arcabouço fiscal.

Em entrevista ao Valor, a economista búlgara afirma ainda que o Brasil “tem uma enorme
vantagem comparativa na nova economia do clima e está posicionado para uma
transformação ecológica que pode criar novas oportunidades industriais”, além de elogiar a
condução da política monetária pelo Banco Central (BC) brasileiro. Georgieva veio a São Paulo
para participar da reunião dos ministros de Finanças e presidentes dos BCs do G20, que ocorre
nesta semana.

Na visão de Georgieva, porém, o atual ritmo de crescimento do Brasil “não é suficiente para a
ambição e o potencial do Brasil”— o país cresceu cerca de 3% em 2023 e deve avançar 2% ou
um pouco menos neste ano, segundo analistas. Para ela, a qualidade do gasto público pode
melhorar, sendo também essencial que a arrecadação “seja justa, que as brechas sejam
fechadas e que a tributação distribua o peso das receitas de forma.

justa por toda a sociedade”. Além disso, Georgieva avalia que “o país pode fazer mais,
especialmente para atrair capital para investimento e aproveitar as fontes de competitividade,
entre as quais a energia verde abundante”.

Ao falar da economia global, Georgieva diz que o mundo parece caminhar para um pouso
suave — a inflação tende a voltar para as metas perseguidas pelos BCs sem uma recessão.
Ainda há, porém, países em que a inflação não está domada, o que exige cautela dos bancos
centrais. Segundo ela, é fundamental ainda manter “a casa fiscal em ordem”, para que os
pComo a senhora avalia as perspectivas para a economia global em 2024? A inflação voltará às
metas sem uma recessão? Em outras palavras, os bancos centrais conseguirão criar um pouso
suave?

O que vemos é uma notável resiliência na economia mundial, apesar das altas taxas de juros. E
isso se traduz em uma expectativa de que, de fato, um pouso suave ocorrerá este ano. Mas
temos que reconhecer que a luta contra a inflação não foi totalmente vencida em todos os
lugares. Aqui no Brasil, vocês estão à frente. Vocês estavam à frente no combate à inflação por
meio do aumento dos juros e estão à frente na capacidade de ver a inflação baixar a ponto de
poder reduzir as taxas. No entanto, esse não é o caso e m todos os lugares e, portanto, os
bancos centrais precisam continuar a ser muito cautelosos quanto ao tempo de agir, guiados
pelos dados.

Em segundo lugar, embora o crescimento permaneça em territórioaíses estejam preparados


para enfrentar eventuais novos choques.

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