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MARINHA DO BRASIL

RESUMO
Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05

SÉRIES E SEQUÊNCIAS
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

ÍNDICE
1. Limites e Critérios de Convergência……………………………………………………………………… 2
1.1 Diferença Entre Sequência e Série……………………………………………………………………………. 2
1.2 Progressão Geométrica……………………………………………………………………………………………. 2
1.3 Séries Harmônicas e Alternadas………………………………………………………………………………..4
1.3.1 Séries Harmônicas…………………………………………………………………………………………………. 4
1.3.2 Séries Alternadas…………………………………………………………………………………………………… 7
1.4 Condições para Convergência/Divergência………………………………………………………………. 7
1.4.1 Teorema: Condição Necessária para Convergência………………………………………………. 7
1.4.2 Teste para Divergência………………………………………………………………………………………….. 8
1.4.3 Teste da Comparação do Limite……………………………………………………………………………. 8
1.4.5 Teste da Raiz…………………………………………………………………………………………………………11

Heros
2. Integração e Diferenciação Scaylier Lima Dutra
de Séries………………………………………………………………….. 12
herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05
3. Séries de Potência………………………………………………………………………………………………. 13

4. Expansão de Funções por Séries…………………………………………………………………………..16


4.1 Expansão em Série de Taylor…………………………………………………………………………………..16
4.2 Série de MacLaurin…………………………………………………………………………………………………. 17
4.3 Séries de Fourier…………………………………………………………………………………………………….. 18

1
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

1. Limites e Critérios de Convergência

1.1 Diferença Entre Sequência e Série

Uma sequência é uma lista ordenada de números enquanto uma série é uma soma infinita
dos termos de uma sequência. As somas parciais de uma série também formam uma
sequência que pode convergir ou divergir.

Exemplo: A sequência {1,1/2,1/4,1/8,1/16,...} é uma progressão geométrica (PG) infinita de


primeiro termo 1 e razão 1/2. As somas finitas parciais dessa PG são dadas por:

e a sequência obtida é {3/2,7/4,15/8,31/16,63/32,...} O limite dessa sequência para 𝑛 → ∞ é


a soma da sequência original. Se essa soma for um número finito, a série converge
(convergente), se a soma tender a ± ∞ , ela diverge (divergente).
Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
1.2 Progressão Geométrica
007.976.172-05
Progressão Geométrica (PG) corresponde a uma sequência numérica cujo quociente (q) ou
razão entre um termo e o anterior (exceto o primeiro) é sempre igual.

Em outras palavras, cada termo multiplicado pela razão (q) estabelecida na sequência dá
origem ao próximo termo, por exemplo:

PG: (2,4,8,16, 32, 64, 128, 256...)

A soma de uma PG infinita converge se sua razão r for tal que:

|𝑟| < 1

Nesse caso ela converge para

𝑛
Onde 𝑎𝑛 = 𝑟 e 𝑎1 é o primeiro termo da PG.

2
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Vamos ver na prática.

QUESTÃO 01 - 2013

𝑘 𝑘
𝑚𝑥
Se 𝑚 ϵ ]0, 1[ e 𝑓(𝑥) = Σ𝑘 ≥ 1 𝑘
, − 1/𝑚 < 𝑥 < 1/𝑚, então 𝑓'(1) é igual a:

a) 𝑚
b) 0
c) 𝑚/(1 + 𝑚)
d) 1/(1 − 𝑚)
e) 𝑚/(1 − 𝑚)

Comentários:
Expandindo nossa série temos:

Heros Scaylier Lima Dutra


herosdutra@hotmail.com
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Atribuindo então 𝑥 = 1 em nossa 𝑓'(𝑥) teremos:

Sabemos da série geométrica que:

Note que nossa 𝑓'(1) tem quase o mesmo formato que a série geométrica, exceto pelo
primeiro termo, portanto podemos concluir que:

Resposta: Letra E

3
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

1.3 Séries Harmônicas e Alternadas

Confira duas séries típicas muito importantes em aplicações de séries.

1.3.1 Séries Harmônicas

Uma série do tipo:

Com 𝑝 real é chamada série harmônica. Uma série harmônica converge se 𝑝 > 1 e diverge
se 𝑝 ≤ 1.

Vamos ver na prática.

QUESTÃO 02 - 2011 Heros Scaylier Lima Dutra


𝑛 𝑛
herosdutra@hotmail.com
∞ 5 𝑥
A série Σ 𝑛
converge se, e só007.976.172-05
se:
𝑛=1

−1 −1
a) 5
<𝑥< 5

−1 −1
b) 5
≤𝑥< 5

−1 −1
c) 5
<𝑥≤ 5

−1 −1
d) 5
≤𝑥< 5

e) 𝑥 = 0

Comentários:
Para determinar os valores para os quais uma série converge, usamos o teste da razão.
Seja:

4
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

E:

Realizando as simplificações temos:

Tomando o módulo então obtemos:

Heros Scaylier Lima Dutra


herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05
Como 𝑛 ϵ 𝑁 temos que 𝑛 só assume valores positivos, e 𝑥 pode assumir qualquer valor real,
então vale a seguinte passagem:

Tomando então o limite de 𝑛 → ∞ teremos:

| 𝑎𝑛+1 | 𝑛
| 𝑎 | = lim 5|𝑥| •
| 𝑛 | 𝑛→∞ 𝑛+1

Como 𝑥 se comporta como uma constante em relação a variável 𝑛 temos:

𝑛 𝑛
lim 5|𝑥| • 𝑛+1
= 5|𝑥| • lim𝑛+1
𝑛→∞ 𝑛→∞

Tomando então o limite, temos que:

𝑛
5|𝑥| • lim = 5|𝑥|∙1 = 5|𝑥|
𝑛→∞ 𝑛+1

5
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Pelo teste da razão, sabemos que:


| 𝑎𝑛+1 |
| 𝑎 |= 𝐿
| 𝑛 |

A série então será convergente se e somente se 𝐿 < 1

Sabemos que:
𝐿 = 5|𝑥|

Então para que essa série convirja temos que:

1
|𝑥| < 5
1 1
− 5
< 𝑥 < 5

Sabemos que nossa série converge dentro deste intervalo, mas não sabemos o que
acontece nos extremos. Para sabermos isso devemos substituir os extremos em nossa
série de potências e então analisar a convergência da série numérica.

Para 𝑥 = 1/5 temos: Heros Scaylier Lima Dutra 𝑛


∞ 1 𝑛 ∞ 5𝑛• (1)
5 •( 5 )
𝑛
herosdutra@hotmail.com (5)
𝑛

∑ = ∑
𝑛=1
007.976.172-05
𝑛
𝑛=1
𝑛

Simplificando então temos:


𝑛
∞ 𝑛 (1) ∞
5 •
(5)
𝑛
1
∑ 𝑛
= ∑ 𝑛
𝑛=1 𝑛=1

Sabemos que esta é uma série divergente pois é uma série harmônica.

Para 𝑥 =− 1/5 temos:


𝑛
∞ −1 𝑛 ∞ 𝑛 (−1)


𝑛
5 • ( )
5
= ∑
5 • 𝑛
(5)
𝑛 𝑛
𝑛=1 𝑛=1

Realizando as simplificações sobrará:


∞ 𝑛
(−1)
∑ 𝑛
𝑛=1

Sabemos que esta é uma série convergente pois é uma série harmônica alternada, que
converge pelo critério de Leibniz.

6
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Portanto os valores que 𝑥 assume para os quais a série de potências é convergente são:

1 1
− 5
≤𝑥 < 5
Resposta: Letra D

1.3.2 Séries Alternadas


𝑛
Uma série do tipo ∑ (− 1) 𝑎𝑛, com 𝑎𝑛 positivos é chamada alternada, pois os sinais dos
𝑛=1
termos alternam-se entre negativos e positivos.

Em uma série alternada. Se a sequência 𝑎𝑛 for decrescente e se 𝑎𝑛→0 , então a série é


convergente. Por exemplo, a série harmônica alternada abaixo é convergente:

∞ 𝑛+1
(−1)
∑ 𝑛
= 𝑙𝑛 2
𝑛=1

1.4 Condições para Convergência/Divergência


Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
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Observe os testes para convergência e divergência de séries mais conhecidos, ressalta-se
que não é NECESSÁRIO conhecer todos os métodos, mas sim saber aplicá-los em
determinadas situações.

1.4.1 Teorema: Condição Necessária para Convergência


Se a série ∑ 𝑎𝑛 converge, então 𝑎𝑛→0 .
𝑛=1

A condição 𝑎𝑛→0 . É necessária, mas não é suficiente para que uma série convirja. Por
exemplo, a série harmônica.

1
∑ 𝑛
𝑛=1

1
É tal que 𝑛
→0 , mas a série é, de fato, divergente.

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

1.4.2 Teste para Divergência



Se 𝑎𝑛→𝐿≠0 ou se o limite não existir, então a série ∑ 𝑎𝑛 é divergente.
𝑛=1

𝑛 𝑛
A série do tipo ∑ (− 1) não vai a ±∞, mas é divergente porque o limite (− 1) não existe.
𝑛=1

1.4.3 Teste da Comparação do Limite

∞ ∞
Considere duas séries ∑ 𝑎𝑛 e ∑ 𝑏𝑛 tais que 𝑎𝑛 > 0 𝑒 𝑏𝑛 > 0 a partir de um dado termo
𝑛=1 𝑛=1
das sequências. Seja o limite
𝑎𝑛
𝑏𝑛
=𝐿

➢ 𝐿 > 0, e real, então ou ambas as séries convergem, ou ambas divergem.


∞ ∞
➢ 𝐿 = ∞, se ∑ 𝑏𝑛 diverge, então
Heros 𝑛
diverge.
∑ 𝑎Scaylier Lima Dutra
𝑛=1 𝑛=1


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➢ 𝐿 = 0, se ∑ 𝑏𝑛 converge, então ∑007.976.172-05
𝑎 converge.
𝑛
𝑛=1 𝑛=1

1.4.4 Teste da Razão


Considere a série ∑ 𝑎𝑛 com 𝑎𝑛 > 0 a partir de um certo termo da sequência. Se o limite
𝑛=1
𝑎𝑛+1
𝑎𝑛

Existir, finito ou infinito, então:

➢ 𝐿 < 1, a série é convergente.

➢ 𝐿 > 1 ou 𝐿 = ∞, a série é divergente.

➢ 𝐿 = 1, o teste nada revela.

Vamos ver na prática.

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

QUESTÃO 3 - 2009

Determine os valores de 𝑥 ∈ 𝑅 para os quais a série

𝑚
𝑥
∑ 𝑚+1
𝑚≥0
converge (𝑚∈𝑁).

Comentários:
Para determinar os valores para os quais uma série converge, usamos o teste da razão.

Seja:
𝑚
𝑥
𝑎𝑚 = 𝑚+1
𝑚+1
𝑥
𝑎𝑚+1 = (𝑚+1)+1
Heros Scaylier Lima
𝑚 Dutra
𝑥 ∙𝑥
𝑎𝑚+1 = 𝑚+2
herosdutra@hotmail.com
Seja: 007.976.172-05
𝑚
𝑥 ∙𝑥
𝑎𝑚+1 𝑚+2
𝑎𝑚
= 𝑥
𝑚

𝑚+1
𝑎𝑚+1 𝑚
𝑥 ∙𝑥 𝑚+1
𝑎𝑚
= 𝑚+2
• 𝑚
𝑥

Realizando as simplificações temos:


𝑎𝑚+1 𝑥∙(𝑚+1)
𝑎𝑚
= 𝑚+2

Tomando o módulo então obtemos:

| 𝑎𝑚+1 | | 𝑥∙(𝑚+1) |
| 𝑎 | = | 𝑚+2 |
| 𝑚 |

Como 𝑚∈𝑁 temos que 𝑚 só assume valores positivos, e 𝑥 pode assumir qualquer valor
real, então vale a seguinte passagem:

| 𝑎𝑚+1 | 𝑚+1
| 𝑎 | = |𝑥| •
| 𝑚 | 𝑚+2

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Tomando então o limite de 𝑚→∞ teremos:

| 𝑎𝑚+1 | 𝑚+1
| 𝑎 | = lim |𝑥| •
| 𝑚 | 𝑚→∞ 𝑚+2

Como 𝑥 se comporta como uma constante em relação a variável 𝑚 temos:

𝑚+1 𝑚+1
lim |𝑥| • 𝑚+2
= |𝑥| • lim
𝑚→∞ 𝑚→∞ 𝑚+2

Tomando então o limite, temos que:

𝑚+1
|𝑥| • lim = |𝑥|∙1 = |𝑥|
𝑚→∞ 𝑚+2

Pelo teste da razão, sabemos que:

| 𝑎𝑚+1 |
| 𝑎 |= 𝐿
| 𝑚 |
Heros Scaylier Lima Dutra
A série então será convergente se e somente se 𝐿 < 1
herosdutra@hotmail.com
Sabemos que:
007.976.172-05
𝐿 = |𝑥|

Então para que essa série convirja temos que:

|𝑥| < 1
−1<𝑥<1

Sabemos que nossa série converge dentro deste intervalo, mas não sabemos o que
acontece nos extremos. Para sabermos isso devemos substituir os extremos em nossa
série de potências e então analisar a convergência da série numérica.

Para 𝑥 = 1 temos:
𝑚
1
∑ 𝑚+1
𝑚≥0

𝑛=𝑚 +1
𝑛+1
1
∑ 𝑛
𝑛≥1

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Sabemos que esta é uma série divergente pois é uma série harmônica.

Para 𝑥 =− 1 temos:
𝑚
(−1)
∑ 𝑚+1
𝑚≥0

𝑛=𝑚 +1
𝑛+1
(−1)
∑ 𝑛
𝑛≥1

Sabemos que esta é uma série convergente pois é uma série harmônica alternada, que
converge pelo critério de Leibniz.

Portanto os valores que 𝑥 assume para os quais a série de potências é convergente são:

− 1≤𝑥 < 1

1.4.5 Teste da Raiz


Heros Scaylier Lima Dutra

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Considere a série ∑ 𝑎𝑛 com 𝑎𝑛 > 0 sempre. Se o limite
𝑛=1 007.976.172-05
1/𝑛
(
lim 𝑎𝑛
𝑛→∞
) =𝐿

Existir, finito ou infinito, então:

➢ 𝐿 < 1, a série é convergente.


➢ 𝐿 > 1 ou 𝐿 = ∞, a série é divergente.
➢ 𝐿 = 1, o teste nada revela.

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

2. Integração e Diferenciação de Séries


Quando a função não tiver uma cara parecida com a de uma série geométrica, o que
podemos fazer é manipular as funções (derivado e integrando) de forma que ela fique mais
próxima de uma série.

Exemplo:
Observe a função
𝑓(𝑥) = 𝑙𝑛⁡(1 + 𝑥)

Derivando a função:
1
𝑓'(𝑥) = 1+𝑥

Escrevendo a função derivada como série de potências

' 1 1
𝑓 (𝑥) = 1+𝑥
= 1−(−𝑥)

Como a razão é (− 𝑥), temos:



Heros
' Scaylier
𝑛 Lima Dutra
𝑓 (𝑥) = ∑ (− 𝑥) , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 |𝑥| < 1
herosdutra@hotmail.com
𝑛=0
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Agora, integrando ambos os lados da igualdade acima:


𝑛
∫ 𝑓'(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ ∑ (− 𝑥) 𝑑𝑥
𝑛=0
∞ 𝑛 ∞
𝑛 𝑛 𝑛
𝑓(𝑥) = ∫ ∑ (− 1) (𝑥) 𝑑𝑥 = ∑ ∫ (− 1) (𝑥) 𝑑𝑥
𝑛=0 𝑛=0

Assim, resolvendo essa integral, encontramos uma representação em série para 𝑓(𝑥). É
como se estivéssemos integrando cada termo do somatório que representa 𝑓’(𝑥) . Veja:

∞ 𝑛 𝑛+1
(−1) 𝑥
𝑓(𝑥) = 𝑙𝑛 (1 + 𝑥) = ∑ 𝑛+1
𝑛=0

Essa estratégia de derivar a função para depois integrar será muito útil para representar
funções por séries.

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

3. Séries de Potência
As Séries de Potência são um caso particularmente importante das séries de funções, com
inúmeras aplicações tanto teóricas como práticas.

Uma série de potências centrada em 𝑥0 é uma série da forma:


(
∑ 𝑎𝑛 𝑥 − 𝑥0
𝑛=0
)𝑛 = 𝑎0 + 𝑎1(𝑥 − 𝑥0) + 𝑎2(𝑥 − 𝑥0)2 + …

Caso o resultado deste somatório convergir para um valor finito para um dado valor de 𝑥, a
série é dita convergente neste ponto 𝑥. Caso o resultado do somatório for ±∞, a série é
dita divergente neste ponto.

De modo geral, uma série converge se o seguinte limite:

𝑚
(
∑ 𝑎𝑛 𝑥 − 𝑥0
𝑛=0
)𝑛 = 𝐿
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existir. A série sempre irá convergir em 𝑥 = 𝑥0. Porém, para os demais valores de 𝑥, a série
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pode convergir para qualquer 𝑥 ou 007.976.172-05
pode convergir somente para determinados valores de
𝑥. Neste caso, a convergência está limitada a um intervalo definido. Normalmente, a série é
centrada no ponto 𝑥0 = 0, de modo que pode ser expressa como:

𝑚
𝑛 𝑚
∑ 𝑎𝑛(𝑥) = 𝑎0 + 𝑎1𝑥 + 𝑎2𝑥² + 𝑎3𝑥³ + … + 𝑎𝑚𝑥
𝑛=0

Uma das principais vantagens da utilização de séries de potência é que elas são facilmente
manipuláveis. Algumas propriedades úteis das séries de potência são as seguintes:

➢ Soma e subtração termo a termo: Duas séries de potência em torno do mesmo ponto 𝑥0
podem ser adicionadas ou subtraídas termo a termo. Se as duas séries forem
convergentes, então a soma ou subtração delas também será convergente.

➢ Diferenciação e integração termo a termo: Como os operadores diferencial e integral


são operadores lineares, pode-se remover as constantes dos operadores e separar
diferentes termos. Por exemplo, considere a função 𝑓(𝑥) definida em termos de uma série
de potências:
∞ ∞ ∞
𝑛 𝑑𝑓 𝑑𝑥 𝑛 𝑛−1
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑎𝑛𝑥 → 𝑑𝑥
= ∑ 𝑎𝑛 𝑑𝑥 = ∑ 𝑎𝑛𝑛𝑥
𝑛=0 𝑛=1 𝑛=1

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Obs.: Ao derivar, o termo 𝑎0 some do somatório, pois 𝑎0 é uma constante. Assim, o


somatório inicia-se em 𝑛 = 1.

Isto implica que uma série pode ser integrada ou derivada termo a termo.

➢ Igualdade entre duas séries: Para que duas séries de potência sejam consideradas
iguais, elas devem ser centradas em torno do mesmo ponto 𝑥0 e cada um dos coeficientes
de ordem 𝑛 devem ser equivalentes. Por exemplo, considere que:

∞ ∞
𝑛
(
∑ 𝑎𝑛 𝑥 − 𝑥0
𝑛=0
) (
= ∑ 𝑏𝑛 𝑥 − 𝑥0
𝑛=0
)𝑛
Esta igualdade só é verdadeira se para cada valor de 𝑛, a relação 𝑎𝑛 = 𝑏𝑛 seja válida. Em
particular, fazendo 𝑏𝑛 = 0 temos que:


(
∑ 𝑎𝑛 𝑥 − 𝑥0
𝑛=0
)𝑛 = 0
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Esta relação só é satisfeita se 𝑎𝑛 = 0 para todos os valores de 𝑛
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➢ Deslocamento do índice do somatório: O índice 𝑛 utilizado no somatório é uma variável
auxiliar que não possui um significado físico. Por isso, pode-se fazer mudanças nesta
variável conforme for conveniente. Por exemplo, considere a série:


𝑛
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑎𝑛𝑥
𝑛=0

Definido um índice 𝑘 = 𝑛 − 2, de modo que 𝑛 = 𝑘 + 2, a série pode ser definida como:

∞ ∞
𝑘+2 𝑘+2
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑎𝑘+2𝑥 = ∑ 𝑎𝑘+2𝑥
𝑘+2=0 𝑘=−2

➢ Existe um número 𝑅 > 0 tal que a série é absolutamente convergente para todos os
valores de 𝑥 para os quais |𝑥| < 𝑅 e, a série é divergente para todos os valores de 𝑥 para
os quais |𝑥| > 𝑅.

➢ Se uma série de potências é convergente para valores de |𝑥| < 𝑅 com 𝑅 > 0 então 𝑅 é
chamado de raio de convergência

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RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

|𝑎𝑛|
𝑅= |𝑎𝑛+1|

Exemplo:
Dada a seguinte série de potência:


𝑛=0 𝑛
( )𝑥
𝑛!
𝑛
𝑛

O seu Raio de convergência é dada pela fórmula:

𝑛+1 𝑛+1
𝑛! (𝑛+1) 1 (𝑛+1)
𝑅= 𝑛 • (𝑛+1)!
= 𝑛 • 𝑛+1
𝑛 𝑛

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15
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

4. Expansão de Funções por Séries


Em matemática, uma função pode ser calculada através da sua expansão em séries, assim
uma série expandida limitada a número finito de termos pode produzir uma aproximação
da função trabalhada. Quanto menos termos da sequência forem usados, mais simples
será a aproximação e, por consequência, menos precisa. Observe as três séries mais
conhecidas e utilizadas:

Série de Taylor: uma série de potências baseada em derivadas de uma função em um


simples ponto.
Série de Maclaurin: um caso especial de uma série de Taylor, centrada em zero.
Série de Fourier: descreve funções periódicas como uma série de
funções senos e cossenos. Em acústica, por exemplo, o tom fundamental e
os sobretons formam juntos um exemplo de uma série de Fourier.

4.1 Expansão em Série de Taylor

A expansão em séries de Taylor é uma forma de representar uma função 𝑓(𝑥) qualquer na
Heros Scaylier Lima Dutra
forma de uma série de potências. A expansão é feita através da representação da função
em um ponto 𝑥 qualquer com herosdutra@hotmail.com
base no valor da função em outro ponto 𝑥0 e das derivadas
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de ordem 𝑛 da função no ponto 𝑥0. A expansão em série de Taylor de uma função 𝑓(𝑥) em
torno de um ponto 𝑥0 é dada como:

'' ''' ∞ 𝑛
' ( )
𝑓 𝑥0 2 𝑓 𝑥0 ( ) 3 ( )
𝑓 𝑥0
( ) ( )(
𝑓(𝑥) = 𝑓 𝑥0 + 𝑓 𝑥0 𝑥 − 𝑥0 + ) 2! (𝑥 − 𝑥0) + 3! (𝑥 − 𝑥0) +…= ∑
𝑛=0
𝑛! (𝑥 − 𝑥0)𝑛

Se todos os termos da série forem considerados, esta expansão não representa uma
aproximação, mas sim o valor exato da função. Na maioria dos casos, a expansão é feita
nas vizinhanças do ponto 𝑥0, de modo que (𝑥 − 𝑥0) é relativamente pequeno. Por isso, os
termos de alta ordem (derivadas de ordem maior ou igual a 2) costumam ser muito
pequenos, de modo que a expansão pode ser truncada após alguns termos. Por exemplo,
𝑥 0
considere que se deseja avaliar 𝑒 em 𝑥 = 1 com base no valor em 𝑥 = 0 (𝑒 = 1).

Substituindo na expansão:

0 0 0
1 0 0 𝑒 2 𝑒 3 𝑒 4 1 1 1
𝑒 = 𝑒 + 𝑒 (1 − 0) + 2
(1 − 0) + 6
(1 − 0) + 24
(1 − 0) + … = 2 + 2
+ 6
+ 24
+…

Considerando 5 termos, o valor encontrado é de 𝑒 = 2. 70833, sendo que o valor exato é


de 𝑒 = 2. 71828, apresentando assim um erro de 0.366%.

16
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

𝑥 0
De forma geral, a função 𝑒 pode ser expressa com base em 𝑒 da forma:

2 3 4
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥
𝑒 =1+𝑥+ 2!
+ 3!
+ 4!
+…

Neste caso pode-se observar um padrão nos termos da série, que podem ser
generalizados como:
∞ 𝑛
𝑥 𝑥
𝑒 = ∑ 𝑛!
𝑛=0

Esta expressão é, de fato, uma forma de definir a função exponencial.

4.2 Série de MacLaurin

A série de MacLaurin, nada mais é do que a série de Taylor ao redor de 𝑥 = 0; isto é,

∞ (𝑛)
𝑓 (0) 𝑛
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑛!
𝑥
𝑛=0
Exemplo:
Heros Scaylier
Encontrar a série de MacLaurin da função
Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05
𝑓(𝑥) = (1 − 𝑥)
−2

𝑛
Precisamos primeiro achar (conjecturar) uma expressão geral para 𝑓 (0). Para isso,
𝑛
calculamos 𝑓 (0).para alguns valores de 𝑛.

(0) (0) 1
Sabemos que 𝑓 = 𝑓, logo 𝑓 (0) = 𝑓(0) = 2 =1
1−(0)

'
(1)
Para 𝑛 = 1, 𝑓 (𝑥) = 𝑓 (𝑥) =
'
( (1−𝑥)
1
2 )= 2
(1−𝑥)
3
'
⇒ 𝑓 (0) = 2.
(2) '' 3∙2 ''
Para 𝑛 = 2, 𝑓 (𝑥) = 𝑓 (𝑥) = 4 ⇒ 𝑓 (0) = 3∙2
(1−𝑥)
(3) 4∙3∙2 '''
Para 𝑛 = 3, 𝑓 (𝑥) = 5 ⇒ 𝑓 (0) = 4∙3∙2
(1−𝑥)

Resumidamente

(𝑛) (𝑛+1)!
Esses cálculos já são suficientes para conjecturar que 𝑓 (𝑥) = 𝑛+2
(1−𝑥)

17
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Portanto,
(𝑛)
𝑓 (0) = (𝑛 + 1)!

Para todo 𝑛≥0

Assim, substituindo na equação da série de MacLaurin:

∞ ∞ ∞
(𝑛+1)! 𝑛 (𝑛+1)𝑛! 𝑛 𝑛
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑛!
𝑥 = ∑ 𝑛!
𝑥 = ∑ (𝑛 + 1)𝑥
𝑛=0 𝑛=0 𝑛=0

4.3 Séries de Fourier

Série de Fourier é uma forma de série trigonométrica usada para representar


funções infinitas e periódicas complexas dos processos físicos, na forma de funções
trigonométricas simples de senos e cossenos. A qual possui como forma Geral a seguinte
equação:
𝑎0 ∞
𝑇(𝑡) = 2
+ ∑ ⎡⎢𝑎𝑛 ∙𝑐𝑜𝑠
𝑛=1⎣
( ) + 𝑏 ∙𝑠𝑒𝑛( )⎤⎥⎦
𝑛π𝑡
𝐿 𝑛
𝑛π𝑡
𝐿

Heros Scaylier Lima Dutra


em que os coeficiente 𝑎0, 𝑎𝑛herosdutra@hotmail.com
𝑒 𝑏𝑛 são números que variam de acordo com a função que
007.976.172-05
será representada, de período fundamental 2𝐿. Esses coeficientes são as amplitudes de
cada onda em série, que são calculadas com as seguintes fórmulas:
𝐿
1
𝑎0 = 𝐿
∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
−𝐿

𝐿
𝑎𝑛 =
1
𝐿
∫ 𝑓(𝑡)𝑐𝑜𝑠
−𝐿
( )𝑑𝑡
𝑛π𝑡
𝐿
𝐿
𝑏𝑛 =
1
𝐿
∫ 𝑓(𝑡)𝑠𝑒𝑛
−𝐿
( )𝑑𝑡
𝑛π𝑡
𝐿

Vamos ver na prática.

QUESTÃO 05 – 2008

Seja 𝐻: [− π, π]→𝑅, definida por 𝐻(𝑥) =− 1, se − π≤𝑥≤0, 𝐻(𝑥) = 1, se 0≤𝑥≤π. Determine a


expansão em série de Fourier de 𝐻(𝑥).

18
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

Comentários:
Sabemos que é preciso encontrar a seguinte expressão:

𝑎0 ∞
𝑓(𝑥) = 2
+ ∑ 𝑎𝑛∙𝑐𝑜𝑠
𝑛=1
( ( 𝑛π∙𝑥
𝐿 ) + 𝑏𝑛∙𝑠𝑒𝑛 ( 𝑛π∙𝑥
𝐿 ))
Então, é necessário calcular os coeficientes: 𝑎0, 𝑎𝑛 e 𝑏𝑛

Sendo:
𝐿
𝑎𝑛 =
1
𝐿
• ∫ 𝑓(𝑥)∙𝑐𝑜𝑠
−𝐿
( 𝑛π∙𝑥
𝐿 ) 𝑑𝑥, 𝑛 = 0, 1, 2, 3 …
𝐿
𝑏𝑛 =
1
𝐿
• ∫ 𝑓(𝑥)∙𝑠𝑒𝑛
−𝐿
( 𝑛π∙𝑥
𝐿 ) 𝑑𝑥, 𝑛 = 1, 2, 3 …

Sabemos que o período será dado por:


𝑝 = 2π = 2𝐿

𝐿= 2

Heros Scaylier Lima Dutra


Achando o 𝑎0:
herosdutra@hotmail.com
𝐿
𝑎 007.976.172-05
1
= • ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0
0 𝐿
−𝐿

Pois 𝑓(𝑥) é uma função ímpar

Achando o 𝑎𝑛:
𝐿
𝑎𝑛 =
1
𝐿
• ∫ 𝑓(𝑥)∙𝑐𝑜𝑠
−𝐿
( 𝑛π∙𝑥
π ) 𝑑𝑥 =0

Pois 𝑓(𝑥) é uma ímpar e 𝑐𝑜𝑠 ( 𝑛π∙𝑥


π ) é uma função par, e o produto de uma função ímpar por
uma função par resulta em uma função ímpar.

Então resta calcular o termo 𝑏𝑛 que é dado pela seguinte expressão:

π
𝑏𝑛 =
1
π
• ∫ 𝑓(𝑥)∙𝑠𝑒𝑛
−π
( 𝑛π∙𝑥
π ) 𝑑𝑥
0 π
1 ⎡ ⎤
𝑏𝑛 = • ⎢− ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑛∙𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑛∙𝑥) 𝑑𝑥 ⎥
π ⎢ −π ⎥
⎣ 0 ⎦

19
RESUMO DO ASSUNTO | SÉRIES E SEQUÊNCIAS

0 π

𝑏𝑛 =
1
π
• ⎢− ⎡
⎣ ⎣
( −𝑐𝑜𝑠 (𝑛𝑥)
𝑛 )⎤⎦|−π
+⎡
⎣ ( −𝑐𝑜𝑠 (𝑛𝑥)
𝑛 )⎤⎦| ⎤⎥⎦
0

𝑏𝑛 =
1
π ⎣ (
• ⎡− −
1
𝑛
+
𝑐𝑜𝑠 (−𝑛π)
𝑛 ) + (− 𝑐𝑜𝑠 (𝑛π)
𝑛
+
1
𝑛 )⎤⎦
Simplificando então, temos que:
2 1−𝑐𝑜𝑠 (𝑛π)
𝑏𝑛 = •⎡ ⎤
π ⎣ 𝑛 ⎦

Analisando os argumentos dos cossenos, se 𝑛 for par temos que:

𝑏𝑛 = 0

Se 𝑛 for ímpar
4 1 4
𝑏𝑛 = π
• 𝑛
= π𝑛

Substituindo então em nossa função temos que:


Heros
𝑎0 Scaylier𝑛π∙𝑥
Lima Dutra
𝑓(𝑥) = 2
+ ∑
𝑛=1
𝑎𝑛 (
∙𝑐𝑜𝑠 𝐿
+ 𝑏𝑛∙𝑠𝑒𝑛
herosdutra@hotmail.com ( ) ( 𝑛π∙𝑥
𝐿 ))
007.976.172-05

𝑓(𝑥) =
4

𝑛=í𝑚𝑝𝑎𝑟
( )∙𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)
π𝑛

4 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)
𝑓(𝑥) = π
• ∑ 𝑛
𝑛=í𝑚𝑝𝑎𝑟

Colocando então só os termos ímpares teremos:


4 𝑠𝑒𝑛 [(2𝑛−1)𝑥]
𝑓(𝑥) = π
• ∑ 2𝑛−1
𝑛=1

20

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