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Mestre em História pela Universidade de Passo Fundo – UPF. Doutorando no PPGH da Universidade
do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Professor do Curso de História da Universidade Federal da
Fronteira Sul.
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Professora de História das redes particular e estadual de Santa Catarina.
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Do tupi, “caá, mato, monte, selva, e boc, retirado, saído, provindo, oriundo”. CASCUDO, Câmara.
Dicionário do folclore brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972. p. 193.
2
Gilberto Freyre reporta-se várias vezes ao caboclo, principalmente no livro Sobrados e mucambos (3
ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1961), descrevendo-o como não branco e morador dos cortiços. Cha-
ma a atenção que nestes lugares moravam também brancos, quando “integrados na situação social de
caboclo”.
3
O termo é de Arlene Renk, em seu Dicionário nada convencional sobre a exclusão no Oeste Catari-
nense. Chapecó: Editora Universitária Grifos, 2000.
4
Jornal Voz d’Oeste. Cidade de Cruzeiro, ano 1, n. 56, 19 ago. 1939, p. 4.
6
FLORES, Maria Bernardete Ramos. Oktoberfest: turismo, festa e cultura na estação do chopp. Floria-
nópolis, SC: Letras Contemporâneas, 1997; VOIGT, André Fabiano. A invenção do teuto brasileiro.
Blumenau: Liquidificador Produtos Culturais, 2013.
7
A Constituição brasileira de 1988, em seu artigo 215, § 1º determina que: “O Estado protegerá as ma-
nifestações das culturas populares, indígenas, afro-brasileiras, e de outros grupos participantes do pro-
cesso civilizatório nacional”. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN): “Os Bens Culturais de Natureza Imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida
social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cêni-
cas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam prá-
ticas culturais coletivas). [...] O Patrimônio Cultural Imaterial é transmitido de geração a geração, cons-
tantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a
natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para pro-
mover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. É apropriado por indivíduos e grupos so-
ciais como importantes elementos de sua identidade” (Disponível em: www.iphan.gov.br). Exemplos
de patrimônio imaterial registrados pelo IPHAN: Roda de capoeira, dança do frevo, fabricação arte-
sanal do queijo de minas.
8
Para entender melhor o processo de ocupação das terras no Brasil, ver: Maurício de Almeida Abreu.
A apropriação do território no Brasil Colonial. In: CASTRO, Iná Elias de (Org.). Explorações geográ-
ficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
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A colonização das terras do oeste catarinense passou a ser incentivada pelo governo do Estado, espe-
cialmente após a Guerra do Contestado (1912-1916). Sobre a colonização e a atuação das companhias
colonizadoras ver: VICENZI, Renilda. Mito e história na colonização do oeste catarinense. Chapecó:
Argos, 2008. WERLANG, Alceu Antonio. Disputas e ocupação do espaço no oeste catarinense. 2. ed.
Chapecó: Argos, 2006. RADIN, José Carlos. Representações da colonização. Chapecó: Argos, 2009.
10
RENK, Arlene. A luta da erva: um ofício étnico da nação brasileira no oeste catarinense. 2. ed. rev.
Chapecó: Argos, 2006. Sobre a violência na região, ver também: HASS, Mônica. O linchamento que
muitos querem esquecer. 3. ed. rev. Chapecó: Argos, 2013.
15
Dona Emília (in memoriam), nascida em 1925, em Não-Me-Toque, RS, passou a residir ainda moça
em Xanxerê. Foi entrevistada ao longo do ano 2007, em projeto de pesquisa intitulado “Caboclos:
uma nova visão” (PIBIC/UNOESC), realizado pelos autores desse texto, e cujo relatório encontra-se
depositado na Biblioteca da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC, Campus de Xanxerê.
16
Cf. Portal do IPHAN: <www.iphan.gov.br>.
17
Relativo à Reforma Protestante. Ver: COLLINSON, Patrick. A reforma. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
(Col. História Essencial)
18
Inventário da cultura imaterial cabocla... Op. cit.
19
Alguns estudiosos diferenciam religião de religiosidade, sendo a religião o conjunto de doutrinas e prá-
ticas institucionalizadas. Por religiosidade pode-se entender que seja “um atributo humano de busca do
sagrado, sem especificar o que seja esse sagrado, tanto como fuga, quanto como explicação para o real
vivido, ou ainda mesmo para negociações e entendimentos com a ou as divindades na procura de reso-
luções de problemas cotidianos”. MANOEL, Ivan Aparecido. História, religião e religiosidade. Revis-
ta Brasileira de História das Religiões – Dossiê Identidades Religiosas e História, ano 1, n. 1, p. 18-33,
maio de 2008.
23
A Teologia da Libertação propõe uma interpretação muito própria das Escrituras Sagradas, em que os
povos citados nas narrativas bíblicas teriam vivenciado lutas comuns aos mais pobres de hoje, como a
luta pela terra, e encara o atual “Povo de Deus” como sujeito também dessa caminhada, a “Caminhada
da Igreja”, como diz Elisabet. Essa reflexão teológica teve início nos anos 1970, com um grupo de pa-
dres latino-americanos, cujo destaque foi Gustavo Gutierrez, com a obra Teologia da Libertação:
perspectivas (São Paulo: Loyola, 2000). Ver também: BOFF, Leonardo; BOFF, Clodovis. Como fazer
teologia da libertação. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1986.
Considerações finais
Referências
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do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, n. 37, p 237-260, 2008.
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Zeny (Org.). Geografia cultural: um século (3). Rio de Janeiro: EdUERJ, 20002.
CANDIDO, Antonio. Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação
dos seus meios de vida. 31. ed. São Paulo: Duas Cidades, 2001.
CASCUDO, Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972. p.
193.
COLLINSON, Patrick. A reforma. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. (Col. História Essencial)
DIEL, Paulo Fernando. A reforma católica e o catolicismo popular caboclo no Oeste de Santa Cata-
rina e Sudoeste do Paraná (1903-1958). Revista Cultura Teológica, n. 15, 1996. ISSN (impresso)
01040529, (eletrônico) 23174307.
GALLO, Ivone Cecília D’Ávila. O contestado: o sonho do milênio igualitário. Campinas: Editora
da UNICAMP, 1999.
GEHLEN, Ivaldo. Identidade Estigmatizada e cidadania excluída: a trajetória cabocla. In: ZARTH,
Paulo Afonso et. al. Os caminhos da exclusão social. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 1998.
INVENTÁRIO da cultura imaterial cabocla no oeste de Santa Catarina. Chapecó: Ceom/Argos, 2008.
JENKINS, Keith. A história repensada. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2001.