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Hamlet

Pequeno esquema introdutório:


1º ato – Fantasma que aparece a Horácio, Hamlet e aos guardas
Figura medieval e não renascentista (contemporaneidade de
Shakespeare)

- Vem desestabilizar todo o sistema da corte e desencadeia o tema do


Renascimento -> o que se deve acreditar ou não.
- Questão religiosa (tempo de Shakespeare a Inglaterra mudou da
religião católica para protestante) traduz as dificuldades inerentes na
imposição de uma religião nova.

Hesitação de Hamlet de matar -> pode ter a ver com os ensinamentos do cristianismo.

Uma das peças mais conceituais da Europa


Aron Blue coloca Shakespeare num “pedestal” e coloca a obra “Hamlet” como a mais
conceitual do ocidente.

Estilo: Lírico Épico/Narrativo Dramático


Ordens da: Recordação Apresentação Tensão-> Existe um problema que
desencadeia uma ação
Tempo: Presente Passado Futuro que dá o desfecho.
“Phatos” (dramático) -> sentimento, emoção dor (hoje em dia a palavra Stimmung: Estado de
“patologia” deriva desta) Impulsiona a ação ≠ Emoção Lírica -> Não está alma.
necessariamente na origem das ações. Não impulsiona a ação.

Tópicos sobre a obra:


Parecem usar várias morais conflituantes;
Hamlet é uma nova forma de herói -> Duplicidade, pode se dizer tudo de Hamlet (pode
existir várias interpretações diferentes completamente opostas do mesmo
personagem);
Duplicidade: Se deve matar ou não -> Incapacidade de agir;
Ponderar se põe ou não fim à sua vida / A morte inevitável – Temas da obra
Cruza a Idade Média e o Renascentismo -> Crença;
Texto dramático ≠ Obra teatral ≠ Obra cinematográfica;
O trágico convive com a comédia;
Cunho do povo medieval – Gil Vicente em Portugal ≠ Classismo Grego;
Shakespeare é um homem do renascimento, porém nas suas obras existem muitas
influências do medieval;
Nos monólogos, Hamlet filosofa muito e no meio dos pensamentos filosóficos
aparecem pensamentos negativos alterando o seu vocabulário de forma a acompanhar
esses pensamentos mais negativos;
O fantasma que aparece está vestido como o rei esteve na batalha contra Fortimbras o
rei da Noruega -> Contexto político: Crise na questão sucessória na Dinamarca e na
Noruega;
Misturas de estilos (do estilo alto e do baixo);
Drama Romântico: Elementos sublimes convivem com elementos grotescos;
Dinamarca da obra não é a Dinamarca que conhecemos;
Elsinore chegou a ser a capital da Dinamarca;
Luto desempenha um papel importante na peça. Hamlet estava de luto pelo pai (no
momento Shakespeare estava de luto pelo filho, que se chamava Hamnet que morreu
afogado no rio);
Dois pontos que mostram a proximidade da obra a Shakespeare: - Luto; Teatro,
desempenho dessa função;
Estudamos na perspetiva da dramático;

Drama e-dicionário:
é de origem grega, significava "ação" e era associado à representação teatral na
poética distinguindo-se das outras formas literárias como a epopeia.
A obra aristotélica é uma poética do drama ocupando mais a definição de tragédia,
com os elementos que compõem essa imitação:
Constituintes da matéria:
- Espetáculo (opsis);
- Fábula (mythos);
- Os caracteres (ethos);
- Pensamento (dianioa);
Meios de imitação:
- Elocução (lexis);
- Canto(melos);

O drama surge numa dupla articulação entre a literatura e o teatro, tendo variado o
seu sentido e função ao longo dos anos.
A partir do século XVIII, constituiu um género específico de texto "sério" que o teatro
procurava ultrapassar a distinção existente entre tragédia e comédia, conjugando
aspetos característicos de ambos. Criando assim um universo mais próximo do gosto
do novo publico (burguesia).

Em Portugal:
-Surgiu para designar uma obra "Teatro Novo da Correia Garção" (1760).
- Em 1770 "Assembleia" ou "Partida" que mais tarde generalizou-se.
- Foi conceito fulcral do teatro romântico com Victor Hugo.
- Almeida Garret uniu o grotesco ao sublime, adotando a linguagem do quotidiano e
preferindo a matéria histórica, enaltecer o sentimento e a liberdade individual etc.

A relação com a literatura, é referido como modo dramático tal como o lírico e o épico.
Esta separação em 3 géneros foi a partir do Renascimento e durante algum tempo
incorretamente atribuída a Aristóteles, pois trata-se de uma elaboração teórica
posterior à poética.
Ao contrário dos outros géneros literários, o drama ou era menorizado (era entendido
como incompleto sem a realização cénica, visto como um rascunho) ou era
engrandecido (foi defendido por alguns afirmando a importância da articulação de
uma voz com outra que não a assumida expressão direta do sujeito poético).
Personagens; Diálogo; Ação; -> são os elementos básicos de um universo ficcional que,
diferente do narrativo, é composto para ser representado em palco.
Esta divisão dos elementos básicos foi associada a Aristóteles, porém foi fabricada no
renascimento, sendo dominante na composição do drama neoclássico.
Hegel e Etienne Souriau definiram que o drama representa exemplarmente, e de
forma objetiva, uma colisão de forças e uma situação de crise e exaltação.
Etienne posiciona o drama entre a vida e a consciência.
Hegel localiza na tragédia a colisão de direitos e valores postos, mas igualmente
legítimos.
para outros, o drama é uma forma privilegiada de comentar a natureza humana, pelo
que por ele o homem se engrandece ao adquirir uma consciência mais lúdica.

Aspetos formais:
- Peripécia;
- Catástrofe;
- Coro;
- Prólogo;
- Epílogo;
- Solilóquio;
- Aparte;
Outros géneros e subgéneros do drama:
- Tragédia;
- Comédia;
- Drama satírico;
- Drama litúrgico;
- Entremez;
- Trágica comédia;
- Drama histórico;
- Farsa;
- Comédia de costumes;
- Comédia lacrimosa;
- Melodrama;
- Vaudeville;
- Comedia de boulevard;
- Comédia-bem-feita;
- Drama estático;
- Music-hall;
- Teatro épico;
- Comédia negra;
- Farsa absurda;

Tal como no campo literário existem diversas alterações ao longo dos anos o mesmo
acontece no campo teatral que sente diversas alterações na forma como se realiza
com o passar dos anos.
Edward Gordon Craig defendia a arte do teatro verdadeiramente criadora e não
apenas uma técnica interpretativa de textos, visionando a criação de obras teatrais a
partir de elementos cénicos de que o espetáculo se dispõe -> conjugando a ação, as
palavras, a linha, a cor e o ritmo.
Antonin Artaud (idêntico ao Edward) no "teatro de crueldade" argumenta em favor
das potencialidades visuais e expressivas do teatro, recusando a primazia da literatura
e da palavra, sobrevalorizando a fisicalidade do ator para cumprir melhor a sua visão
de um teatro metafísico.
A partir dos anos 60 existe uma consideração mais generalizada interpretando em
palco qualquer género literário como lírico e narrativo até mesmo ensaios do campo
da filosofia, da psicologia ou da sociologia. Pode livremente interpelar todos os
materiais que o teatro admite tanto no campo literário como no campo teatral, num
jogo que pendularmente convoca a aceitação e subversão do horizonte de expectativa
que o dramático institui.

Personagem e partes da história:


Devido a fragilidade na questão religiosa sentida durante o período de transação da
religião católica para a protestante, Shakespeare falava da sua época de forma indireta
para se prevenir.

O Hamlet como nova forma de herói: Desgosto por ter uma mão poluída e ser um
filho que não aceita ter uma mãe poluída, criando assim, um temor pela sexualidade
feminina presente na obra.
- Fala coisas que não deve falar à namorada ou à mãe -> Não é possível defender as
suas ações;
- A comida do velório do seu pai foi servida no casamento da sua mãe com o seu tio;
- Hamlet é um malvado absoluto representando perigo para os outros (lado
indomável);
- Horácio é uma espécie de duplo de Hamlet;
- Pode ser virtuoso, mas basta uma falha que prevalece apenas a falha;
- Phatos que move o Hamlet é a vingança colocada pelo seu pai falecido;
- Hamlet é melancólico (dependendo da Interpretação);
- Hamlet é manipulador;
- Polónio tem algo a mais do que um velho bajulador;
- Não teve um amor conjugal entre a Rainha Mãe e Cláudio, pois esta casou-se com o
seu cunhado assassinando o marido;

Dimensão Aristotélica:
Vida
Contemplativa Ativa
- Os pensadores, artistas, - Das pessoas que agem,
Filósofos – Hamlet políticos, ativistas

Notas: - Ver o filme de Laurence Oliver 1948 / 1964


-Ler o livro de Eric Aurerbach “o príncipe cansado” , Mimeses – A
Representação da Realidade na Literatura Ocidental, São Paulo, Editora Perspetiva,
1971”
- Ler Vitor Hugo, prefácio e Camvel e outros prefácios, trad. Joana Maim Fias,
Lisboa, Imprensa Nacional, casa da moeda, 2018
- Ver e-dicionário de termos literários (Drama)
- Ler Emil Staiger, conceitos fundamentais da poética, São Paulo, 1977,
“Dramático: A Tensão”
- Ler o artigo da Helena Serôdia “Drama” no e-dicionário de Carlos Leia
- O essencial de William Shakespeare
Lista das mortes da obra:
- Rei Hamlet (velho) envenenado pelo irmão Cláudio tendo sido inventado a farsa de
que Hamlet foi picado por uma cobra venenosa;
- Polónio morto por Hamlet por estar a ouvir a conversa entre Hamlet e a Rainha
escondido atrás da cortina;
- Gui e Ros, mortos por Hamlet por traição;
- Ofélia afogada no riacho;
- Rainha envenenada com o vinho que era para Hamlet;
- Laertes morto envenenado no duelo com Hamlet;
- Rei Claúdio envenenado pelo Hamlet com a espada que Laertes tinha e Hamlet usou;
- Hamlet envenenado com a espada que Laertes usou no duelo;

Análise dos atos da obra:


1.1
“A coisa” é a primeira referência ao fantasma que temos na obra;
Horácio pensa que é mera fantasia;
Nas crenças populares os fantasmas vêm à terra pois têm questões por resolver que
não conseguiram em vida, o mesmo acontece na obra em que o Fantasma (rei da
Dinamarca morto) vem à terra porque tem questões a resolver, permanecendo no
purgatório e não no inferno;

Os fantasmas na época de Hamlet, ao contrário da ideia que temos nos dias de hoje de
ser a alma da pessoa morta, eram espíritos que roubavam a aparência de outras
pessoas, por isso Horácio pergunta “Quem és tu fantasma que usurpaste os traços do
Rei?” e o Hamlet mesmo depois de conversar com o fantasma tem dúvidas se é
mesmo seu pai, pedindo provas concretas, tendo as encontrado no teatro.
1.2
Utilização do plural majestático: “Rainha Nossa”;
Fortimbras foi morto na guerra e terras da Noruega foram anexadas à Dinamarca;
Com a morte de Fortimbras o seu sobrinho assume o trono e está a organizar um
exército para recuperar as terras que foram retiradas -> tensão política entre os dois
países, estavam em guerra;
Logo após a morte do rei, o seu irmão casa-se com a rainha (viúva do rei morto –
cunhada do novo rei) usando a desculpa de que o estado tem de se sobrepor as
questões sociais para se casar o mais rápido possível torando-se rei.
O rei da Dinamarca manda que informem o rei da Noruega que se tiver guerra será o
povo da Noruega a arcar com os custos da mesma através dos aumentos de impostos -
> forma de tentar travar a guerra;
Confusão de parentescos devido ao casamento realizado apos a morte do rei entre
cunhados;
Foca num dos temas -> A morte inevitável;
Hamlet confronta o tio/padrasto e a mãe afirmando que sente o luto de verdade ao
invés de apenas aparentar sentir como certas pessoas. Qualquer um pode aparentar
estar em luto, mas não está (indireta para o tio) -> Diz que a partir daqui a adiante vai
passar a representar;
Aparece Horácio na cena e fala acerca do fantasma que viu para Hamlet:
- Fala com o seu pai (fantasma) descobre que quem o matou foi o tio de Hamlet com
veneno no jardim inventando a desculpa de que foi picado por uma serpente e
promete vingar a morte do pai;
Hamlet está a cortejar Ophelia, quem conta é o irmão de Ophelia, o Laerie antes de ir
para França:
- Diz para a irmã ter calma pois, por muito que Hamlet a possa amar, ele não poderá
exceder o que a Dinamarca disser;
- Diz que ela tem de ser virtuosa e não pode se entregar, pois, ele será rei um dia.
Afirma que ela terá de se manter virgem;
- A irmã indica que entendeu o recado e pede que ele faça o mesmo que está a dizer
para ela fazer na França;
O Fantasma fala com Hamlet e explica que o rumor da sua morte é falso e que não foi
picado por uma serpente, mas sim foi envenenado pelo seu irmão;
- Pede para o vingar, mas não se vingar da mãe e deixar que ela se corroa por dentro;
- Deste momento para a frente há uma série de julgamentos seguidos:
. Hamlet jura ao seu pai morto o vingar;
. Os companheiros juram a Hamlet que não contaram a ninguém o que viram e o
que aconteceu e que não sabem de nada do comportamento estranho que Hamlet
começará a ter;
- “Camarada da cave” Forma como Hamlet trata o fantasma;
- Hamlet torna-se irónico e juncoso devido ao desespero que se encontra;
- Página 63 -> filosofia: Estoicismo, não acredita em nada que não tenha uma prova
em mãos;
- Tempo desconcertou-se: tempo saiu do percurso -> Hamlet lastima-se por ter que
concertar tudo;
- Trágico: Desproporção do que se pede a alguém que faça algo que ninguém
consegue fazer sozinho;
- Hamlet afirma que daqui para a frente todo o seu comportamento será teatro;

2.1
- Neste capítulo da para compreender melhor o personagem Polónio;
- Bajulador do Rei Claúdio, para se manter à tona;
- Polónio acha que os meios justificam os fins adota os seus comportamentos tendo
em vista os objetivos;
- Hamlet goza com ele por causa dessa bajulação toda pois antes de Claúdio se tornar
rei Polónio falava mal dele pelas costas;
- Polónio preocupa-se com os filhos -> Pede a Reinaldo para se infiltrar onde o filho de
polónio vai ficar em França; -> Ophelia recebe visita de Hamlet desconcertado (já
estava a atuar);

- A relação amorosa entre Ophelia e Hamlet é amorosa e genuína -> Romance típico de
Shakespeare (autor de Romeu e Julieta) -> Há uma conjuntura que impede o amor: A
crise política e a aparição do fantasma -> Hamlet não conta nada sobre o ato anterior a
Ophelia e ela desconfia do seu comportamento;
- Polónio como é preocupado com os filhos, desconfia do comportamento de Hamlet e
acha que ele está muito apaixonado pela sua filha e louca por ela ter-lhe repelido as
cartas. Polónio lastima-se, pois, foi ele que ordenou à filha para repelir as cartas de
Hamlet;

2.2
- Rei Claúdio chama dois amigos de Hamlet da época da faculdade, pede para
permanecerem no castelo e tentarem aproximar-se de Hamlet e descobrir o porquê do
seu comportamento;
- Troca de ideias entre o Rei, Polónio e a Rainha sobre o porquê do comportamento:
-> Polónio diz que Hamlet está assim porque está desconcertado por Ophelia;
-> Rainha diz que é pelo luto do seu pai e pela sua mãe ter casado com o seu tio;
-> Rei suspeita que é teatro por parte de Hamlet;
Há o encontro entre Gui, Ros e Hamlet, mas não dá em nada pois Hamlet já entendeu
que estão a ser usados pelo seu inimigo (tio);
Hamlet recebe-os com cordialidade e discutem sobre o seu comportamento, pergunta
se eles estão a mando do Rei e eles confirmam.
Hamlet diz a razão do seu comportamento num discurso melancólico (devido ao
sentimento que permanece com ele proveniente da vingança) -> Afirma que está em
um estado melancólico e que só pensa na morte (tenta enganá-los, pois, sabe que eles
vão contar ao rei);
Chegam os atores e Hamlet recebe-os, levantando o véu pois, demonstra que sabe
quando ser louco ou não;
Polónio é um verdadeiro amante da literatura e da arte e indica a Hamlet que estes
atores são os melhores a nível mundial e em todos os géneros de arte;
Hamlet lê as cartas que mandou a Ophelia ao rei e interpreta-as;
Polónio foi ator e interpretou Júlio Cesar (mesmo papel que Shakespeare interpretou /
parte cómica pois a obra mais satirizada é a obra que Shakespeare interpretou);
Hamlet descartou Ofélia pois para cumprir o seu objetivo não podia ter outras
distrações, além que depois descobriu que Ofélia fazia o jogo com o seu pai (Rei
Cláudio), pela mesma segunda razão descarta e despreza Gui e Ros.
Modo como o teatro tem uma finalidade definida em Hamlet: pág 103 – Os atores são
a crónica do tempo e o teatro revela as características dos hábitos. -> Ver os atores
despertou nele a noção das suas ações e confessou-se perante todos

3.1
Página 111/112 -> Ser ou não ser eis a questão, duas interpretações:
- Se vale a pena continuar em vida se a vida é adversa -> na pior das hipóteses morrer
é dormir, porém não sabemos se sonhamos: desconhecimento da morte;
- Oposição entre: -> sofrer no espírito (passivamente, calado, sem agir);
-> afrontar os males e agir de forma violenta;
Qual destes é o mais nobre? -> Questão da morte e do suicídio -> morte é a
escapatória do sofrimento -> Há qualquer coisa que nos faz parar (consciência – o
responsável pelo modo polido de pensar, trava-nos/ saber que as ações têm
consciência e que não se deve agir sem pensar nelas) -> temor do desconhecido após a
morte
Ser ou não ser eis a questão -> Agir ou não agir tendo em conta a consciência para
chegar aos objetivos -> Estratégia de se fazer de maluco para escolher a ocasião certa
para afastar o Rei Cláudio e tomar o trono.
Hamlet quer matar o Rei, mas não pode pois seria acusado de regicídio e não poderia
tomar o trono
VS
Rei quer matar o Hamlet, mas não pode que seria acusado de assassino e perderia a
reputação
->Ambos querem o trono

O erro fatal de Hamlet foi matar o Polónio pensando que fosse o Rei e usando a
desculpa de pensar que era um rato, pois se fosse o rei teria um alibi pois se fosse o rei
este estaria a espiar e o Hamlet poderia dizer que podia ser um inimigo.
4.7
Rei e Laertes tornam-se aliados;
Hamlet envia carta ao rei para voltar à corte;
Hamlet volta à corte
Rainha avisa que Ofélia morreu afogado.
5
Com este erro, Cláudio tinha o Hamlet nas mãos, afastando-o da corte enviando-o para
Inglaterra com Gui e Ros dando-lhes a missão de executar o Hamlet quando
chegassem.
Porém são impedidos por um navio pirata e Hamlet enviou uma carta ao rei a informar
a morte de Gui e Ros por traição
Duelo entre Laertes e Hamlet foi um pretexto criado pelo rei para Laertes matar
Hamlet de forma discreta tendo um alibi.
Hamlet chamado por Laertes para duelar
Rainha pede para Hamlet se desculpar pela morte do pai a Laertes antes do duelo,
Hamlet aceita a ordem e pede desculpas aceitando o duelo-> A morte vai sempre
ocorrer, seja agora, seja depois e está sempre preparado para a morte
Hamlet pensa em Ofélia e o preço de a ter perdido é superior a outra dor e ter lutado
cegamente para conseguir subir ao trono pondo em causa a vida de Ofélia foi a maior
dor -> Esta dor que Hamlet diz sentir e explica o motivo como dito a cima, Horácio
interpreta de forma diferente e diz que essa dor é um mau pressentimento de Hamlet
sobre o duelo
O duelo foi logo depois do enterro de Ofélia
O Rei colocou veneno na ponta da espada que Laertes usa no duelo e caso o Hamlet
estivesse a ganhar o mesmo, tinha uma taça de vinho envenenada para ele
No meio do duelo tendo ambos já ferimentos, Laertes deixa cair a espada e trocam as
mesmas sem querer, continuaram a duelar e Hamlet envenena Laertes sem querer.
A rainha no meio do duelo toma a taça de vinho envenenado e morre
Hamlet percebe que tem veneno na espada pela morte da mãe e de Laertes que morre
depois da rainha e antes de morrer mata o Rei com a espada envenenada
Horácio sobrevive, pois, é impedido pelo amigo Hamlet, pois se o Horácio sobreviver
contaria a história de Hamlet para o mundo e faria justiça, ou seja, Horácio sobrevive
para explicar tudo.
Começa com o diálogo entre dois coveiros.
Vários registros da língua e da linguagem e a convivência entre a dramática e o cómico:
- No clássico não se misturava o trágico e a comédia, em Hamlet existe essa mistura.
Iguala o coveiro a Hamlet (coveiro entra pela piada grosseira, nível baixo) / (Hamlet
nível alto)
Piada de quem constrói as melhores casas (pág 207) ->Wit -> por mais que seja
superior em vida, em morte vão todos parar ao mesmo lugar, a cova;
Coveiro fala com Hamlet mas não sabe que é ele, Hamlet repara que o coveiro chuta
uma caveira e diz que podia ser a caveira podia ser a cabeça de um politico (pág209);
Página 209:
Hamlet fala quem poderia ser aquela caveira;
Nota: O corpo de um curtidor demora mais a decompor que os outros porque o seu
ofício fez a sua pele ser mais resistente à água (resposta do coveiro à pergunta de
Hamlet);
Página 217:
Padre recusa enterrar a Ofélia com os cultos religiosos pois esta suicidou-se, surgindo
assim uma discussão entre o mesmo e Laertes que quer os cultos no enterro da irmã;
Laertes salta para dentro da cova;
Laertes deseja ser enterrado vivo junto com a irmã e que o monte de terra que os vai
cobrir seja maior que dos montes mitológicos, Hamlet atira-se para a cova depois e diz
o mesmo.
1ª vez que Hamlet fala dos seus sentimentos por Ofélia de forma aberta;
Hamlet é relativamente brando com a mãe;
As palavras rudes que Hamlet dirige a Ofélia contrastam com o sentimento que expõe
sendo uma dor superior ao irmão, as palavras faziam parte do teatro;
Hamlet não conta a Ofélia o plano pois percebe que ela é muito submissa ao pai e que
participa do jogo do pai (a Ofélia entrega as cartas que Hamlet lhe escreveu ao pai);
-----------
Hamlet ao ser chamado para duelar conversa com Horácio, Hamlet diz que sente que
vai ganhar (uma dor pela morte da Ofélia) e Horácio discorda, fala que esse
sentimento pode ser uma pressuposição de que Hamlet já sente que vai ser
enganado/traído -> pode interpretar-se que essa dor representa a mudança de Hamlet
que aceita a própria morte.
Ideia de destino já traçado. Se Hamet acredita-se não se tinha dado tanto ao trabalho
já que o destino já tratava disso;
Há uma ordem das coisas e é preciso estar preparado e aceitar o que vier. Quando vier
a morte só temos de estar preparados;
Vemos o Hamlet mais frágil, está do lado de deixar acontecer (ser ou não ser);
No duelo morrem todos;
- Rainha morre envenenada com o vinho que o rei preparou para Hamlet;
- Troca acidental das espadas e sem querer Hamlet mata Laertes;
- Ao perceber-se que a espada estava envenenada mata o rei;
- Antes de morrer, (já estava envenenado com os golpes de Laertes) diz ao Horácio
para não se matar;
- Hamlet morre;
Entra Fortimbras/Claúdio consegue a paz entre a Dinamarca e a Noruega pois deixa
Fortimbras passar pela Dinamarca para invadir terras da Polónia -> Hamlet critica a
decisão de Cláudio pois este sacrificou terras da Polónia para conseguir a segurança da
Dinamarca;
Fortimbras chega sem qualquer resistência e vê apenas cadáveres -> Inversão da
História: Dinamarca vence a Noruega com o antigo Rei Hamlet e agora deixa de ter
governo e a Noruega consegue anexar a Dinamarca;
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Cromwell
3 idades:
Primitiva: - Mundo acabado de nascer;
- A poesia nasce com o mundo numa sociedade comunitária, pastoral,
nómada e patriarcal formada por tribos;
- 1º homem foi o 1º poeta, jovem e lírico -> Estado de espírito da ode
(celebração) -> Espécie de utopia primitiva;
Antiga: - Teocrática sucede ao nómada, família, monarquia imperial, tempo de guerras,
de choque de impérios;
- Estado de espírito era guerreiro (idade do épico) -> mesmo o drama era
épico;
- O teatro era grandioso, pontificado e épico -> os teatros tinham funções
sociais -> faziam ritos;
Idade Média: - Havia uma religião que vai substituir o paganismo -> o cristianismo
dando o estado de espírito de melancolia.
- O cristianismo, deu uma época de transição (de longino pagão a Stº
Agostinho cristão -> pai da igreja católica)
- Com o cristianismo vem a melancolia, sentimento desconhecido pelos
antigos como o espírito analítico
Moderna: - Cristianismo encaminha a poesia para a verdade
- Musa moderna verá as coisas com olhar mais alterado, não vê tudo como
belo, vê também o feio e o mal. Não há um ideal do belo, mistura do belo e do feio ->
Natureza dualista do cristianismo (corpo e alma)
- A arte tornou-se diferente da arte dos antigos e dos clássicos
- A literatura romântica
- O feio e o grotesco convivem com o belo e o sublime -> o drama romântico
é o género que diz melhor esta dualidade -> contra a “unidade de tom” prescrita nas
poéticas clássicas e neoclássicas – de Aristóteles e Boileau – o drama romântico
mistura o trágico e o cômico -> na Tragicomédia -> Principal característica que
diferencia o antigo do romântico
- “unidade de tom” -> o trágico é o trágico e o drama é o drama, não se
misturam
Defende que devem imitar tudo e não apenas o belo
Dama Djudja
Alarde: ostentação, uma coisa que é exibida
Utiliza uma linguagem figurada
As personagens falam em Criolo, a narradora fala o que eles dizem como eles dizem ->
os nomes não têm feminino e masculino, então vemos cão macho, cão fêmea na obra.
O cão é uma cadela
2 homens que chegam a casa e dão a notícia ao segurança, o Manel
A narradora deixa o guarda dormir na garagem
Nesse dia é abordado por 2 homens a dizer que o seu genro morreu (morreu de morte
violenta)
Narradora afirma que ele se suicidou (mas foi um assassinato em legitima defesa)
Deixava-o ficar por presunção e cerimónia que tinha a ver com a lenda, a sua
personalidade lendária
A narradora está a tentar reconstituir a história com dificuldade (não me lembro das
circunstâncias), dá algumas ideias de localização onde decorre a narrativa: a casa situa-
se na periferia de alguma cidade, à frente da casa à um monte que antes tem uma
rotina e dá para ver o monte vermelho da casa dela tem um bairro alcandorado no
monte Sahel -> Norte de África
E foi nesse bairro que aconteceu o assassinato
(A parte do final da página 10 utiliza um discurso indireto livre)
No 2º dia o guarda noturno (Manel) volta no dia seguinte atrasado (é uma personagem
tosca com um chapéu de orelhas e um arpão para apanhar atum -> conserva algo que
identifica a sua origem de um pescador de Cabo Verde que veio para Portugal
Patranho, gadanhar -> averiguar o que ia acontecer ás netas
Está preocupado com as filhas da filha pois já não tem ninguém para gadanhar as
notas pois o genro morreu
Seria um luxo afeiçoar-se ás meninas, pois já tem as filhas criadas e o trabalho ocupa e
não pode ser ele a cuidar delas
O defunto estava bêbado e bateu na filha como era normal -> tem o testemunho das
crianças
Tesoura foi o instrumento do crime, como podemos associar uma tesoura a um
suicídio? Não dá. A tesoura estava na casa da narradora, o que implica mais a
narradora neste caso
Não há testemunhos que possam falar em tribunal (as crianças não podem)
Lucinda diz que a família do morto quer levar as crianças pois o Manel não pode e a
filha deve ser presa, por isso as filhas vão precisar de uma guarda que seria a família do
pai
1º dia:
-Informam o Manel de que o seu genro morreu, mas não se sabe o porquê
-A narradora acorda com o barulho, casa desempenha funções, caracteriza a dona
(narradora). De frente para a casa tem uma ravina, depois um monte vermelho com
uma vila cheia de pó, onde moram os cabo-verdianos
2º dia:
-Manel chegou atrasado e pede à narradora uma coisa e ao mesmo tempo vem tentar
perceber quem vai ficar com as netas, tenta ajudar na defesa da filha que não foi um
homicídio e sim um suicídio.
-Queixa-se que não tem condições de cuidar das netas
-Fala com Lucinda que tira-lhe a ideia de ir a tribunal apenas o testemunho das netas
que são muito novas, além disso tem a prova da tesoura no corpo do morto,
normalmente não se suicida com uma tesoura
Página 12
1º parágrafo: Discurso indireto livre, a partir de uma parte “Dona podia, mas falar não
consegui” é a narradora que fala, mas como ela, como se ela fala-se com ele
2º parágrafo: A casa parece que tem vida própria. As luzes ligam-se sozinhas no
momento da tragedia acontecer. A casa ajuda a caracterizar a narradora. Não quer
meter-se em confusões. A narradora diz que está de passagem na casa. A casa é
personificada

A casa tem muitas memórias, e é dessas memórias que a narradora vai fugir
Códigos secretos que lembram antigos: os códigos atuais são baseados nos antigos,
porque pela situação que fez despontar essas memórias
Cadê: Mais novo irmão
Manel pede à narradora que como ela é grande que vá à prisão pedir que o bebe fique
com a mãe caso fosse presa
Narradora responde que vai ajudar, mas não dá garantias pois o caso é grave. Se
tivesse sido ela a narradora teria deixado o homem como já deixou dois -> sabemos
desse passado que a casa guarda que levou a separação por parte da narradora que faz
ela se cansar do caso e não querer se envolver
2ª Parte do conto: Onde os acontecimentos se precipitam -> nojo=luto; carpido= choro
– carpideira eram mulheres pagas para chorar em funerais; Querela=Discussão
Descrição dentro e fora da prisão, vê-se os detidos a jogar bola. A prisão é retangular
Narra-se o caminho guiado pelo guarda que é um personagem secundário, mas
importante. Oficial que se ofereceu para levar. Foram para falar sobre os bebés
ficarem com a mãe e para o pai ser procurador da família
A Djudja aparece pela 1ª vez, pequena, magra, tremula, e não sabe nem assinar o
próprio nome, ignorante e analfabeta. Não quer as filhas na prisão
O oficial tem importância, pois sem ele não conseguíamos localizar este texto num pós
25 de abril “que se lembrava de ter feito a tropa” presente pós guerra colonial. Implica
a imigração de Cabo Verde para cá
A narradora acha-se superior por abrir a porta ao Manel (presunção: início do texto)

Nós sabemos os embargos da ilha, a dificuldades de cabo verde


Em discurso indireto livre, o guarda lembrava-se da raiva e do medo louco passado na
guerra e estranha uma mulher tão franzina que teve a capacidade de matar um
homem
Podemos alegar que foi por legitima defesa
Decorre no monte vermelho
Paragrafo final da pág 13: Moralidade do texto na voz da Lucinda, mostra a sua ideia
sobre relação, amar, etc
Diz que pede-se ao homem que trabalhe, limpo e alimentado, tenha algo de seu, cuide
dos filhos e sabura -> o sabor do baile, alguém que baile connosco que ri, e que o
homem bravo não dá -> esta é a moralidade
As mulheres cabo-verdianas deixam as filhas com outros familiares mais facilmente
que as portuguesas
Deixa o filho com o pai, mas ele volta sem nada
Este lado de Lucinda (parecido à narradora) são diferentes porque é mais prática ao
contrário da narradora que pensa sobre a vida e que ainda se ilude
Elas duas tinham qualquer coisa, mas não falam disso e lamentam a morte do homem,
moram juntas perto do monte vermelho, que nada de verde despontou (não tinha
nada de verde) pois tinha muito pó, gafanhoto, etc
Neste texto não há um narratário explicito a quem o narrador se dirige
Viagens à minha terra, conta a viagem a um amigo, esse amigo é o narratário
A narratário do texto não está explicito, mas que sabe dos acontecimentos. Se viesse
do polo norte não seria o narratário
O discurso do narrador do narrador é mais importante que a intriga
História de uma senhora cabo Verdiana, ignorante e pobre, e que em situações não
comprovadas mata o marido e é presa, o pai tenta soltar e se não conseguir quer
tentar tornar-se procurador da filha para a tentar ajudar. Termina com o enterro do
homem.
Narradora, Manel e Lucinda -> personagens principais
Dama Djudja, oficial e parentes -> personagens secundárias

Dama Djudja: Narrador participante



Iniciais: Narrador não participante

Perspetiva é importante para a narrativa pois é na perspetiva dela que conhecemos a


história
Iniciais: Quase único, vemos o mundo na consciência do F, o conto está narrado na
perspetiva dela, é em função dela que vemos a casa, conhecemos os personagens. No
final muda a perspetiva passa a ser de J -> esta mudança é importante
3 tipos de narrativa:
1ª pessoa: Consciência do narrador face a sua perceção dos momentos quando
ocorrem
3ª pessoa: Jogo de vocalizações é mais forte. Fala das pessoas na 3ª pessoa e coloca as
falas dos mesmos. Focaliza os eventos na consciência de 1 ou mais personagens é
importante esta mudança de perspetiva
Narrador Omnisciente: Conta toda a história, sabendo de tudo, de todos, entra na
cabeça de todas as personagens, deita a mesma luz sobre os eventos e as perspetivas
de todos os personagens
Iniciais
Duas gerações representadas: Homem e mulher que cada um tem um filho. F é mãe de
J, N é pai de T. Eles têm vontade de se juntar e faz o menino e a menina começarem a
tratar-se como irmãos
A menina mata o Hamster, N pede que T seja institucionalizada que esteve antes
porque o seu pai foi viajar e a mãe suicidou-se
O tema dos contos da Mariana Rocha, é muito parecido ao neorrealismo, não temos
uma narrativa neorrealista, mas sim temas
Neorrealistas lutaram contra o fascismo, onde é muito importante os aspetos sociais e
políticos da obra
Racismo presente, mas o principal é desfazer a família tradicional
T maltratada por N
No final tem uma espécie de tribunal familiar
T traumatizada pelo suicídio da mãe e da vida que tem com o pai
A morte é um dos temas deste conto
J quando criança fazia enterro de abelhas e a narradora participava “comigo”. Ele fazia-
os pela explicação da morte que F deu-lhe
A era mulata e empregada, racismo de sempre a tratar por mulata
Ama Judia -> Ester
Contado em focalização em F ex. pág 19 “F sentara-se”/ pág 20 “Fiteira é, pensou F”
Mudou para J, pág 23, último parágrafo vemos a menina sair de casa, mas aos olhos de
J
J é mais brando com T do que com F e N, as responsabilidades dos atos não devem ser
das crianças, mas sim dos pais. Não seria justo abandonar uma criança por matar um
Hamster
Narrador não está presente, é testemunha, ouviu dizer, etc. Narrador exterior. A faz
parte de um núcleo familiar. Focalização interior F e no final muda o foco para J, em
várias ocasiões transmite a sua opinião.

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