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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Disciplina: Responsabilidade Civil


Professor: Daglie Colaço
Acadêmico: Luciana Maria Macedo da Silva
Palhoça, 12/03/2019

A Evolução Histórica da Responsabilidade Civil

O presente trabalho tem como objetivo delinear os marcos históricos


quanto a evolução da responsabilidade civil e suas consequências para o sistema
jurídico moderno bem como suas previsões para o futuro.
A reparação do dano é algo que está presente na sociedade desde de
muitos anos. A lei de Talião (Lei das XII Tábuas), a mais antiga lei escrita da história,
representava a responsabilidade de indenização como uma ideia de vingança, seja
ela privada ou coletiva, não havendo ainda, necessidade de comprovar a culpa para
responsabilizar o outro. De acordo com Roberto Lisboa (2002, pg. 422), a Lei de Talião
era a tentativa de reparar o dano com a prática de outro dano.
Com o surgimento da Lex Aquília de Damno, houve um avanço quanto a
ideia da responsabilização proporcionalmente ao dano causado, cabendo indenização
à vítima com o pagamento de uma certa quantia em dinheiro. Aqui, a culpa é
configurada como subjetiva, sendo necessário a comprovação da intenção em querer
praticar o ato, ou seja, é a responsabilização extracontratual fundada na culpa.
O primeiro salto no sistema jurídico veio com o Código Napoleônico, que
trouxe a ideia sobre a responsabilização de acordo com a culpa presumida, dessa
forma, não haveria mais necessidade de comprovar a intenção em causar o dano,
essa ideia surgiu devido as transformações econômicas e sociais durante o período
da Revolução Industrial. A responsabilidade objetiva foi alvo de muitas discussões por
muitos juristas que defendiam suas teses baseado na mais nova ideia: a teoria do
risco.
No Brasil, houve uma forte influência no que tange os pensamentos a
respeito da responsabilidade civil objetiva. O Código Civil, a Constituição Federal,
Código de Defesa do Consumidor, Direito Ambiental entre tantos outros consagram a
ideia de responsabilização independentemente de culpa, como por exemplo ao Poder
Público, devido a sua forte intervenção na vida das pessoas, aos prestadores de
serviços e fornecedores com o objetivo de defender o consumidor na relação de
consumo, e no Direito Ambiental, o famoso princípio do poluidor-pagador.
Para uma nova corrente, a responsabilidade civil está em fase de mutação.
Há entre os doutrinadores uma discussão sobre a responsabilidade pressuposta, que
é primeiramente a busca em indenizar a vítima pelo prejuízo e depois a investigação
do culpado. O conceito ainda não está solidificado, mas será uma das matérias
principais de discussão entre os juristas e acadêmicos.
Foi possível perceber os três grandes saltos da responsabilidade civil
durante toda a história. Essa evolução nada mais é do que a busca em se fazer justo
quanto a necessidade de reparação do prejuízo no tempo devido em respeito
principalmente ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (Tartuce,
2014, pg. 230).

Bibliografias:

TARTURCE, Flávio. Direito civil, Direito das obrigações e responsabilidade civil;


9. ed. – Rio de Janeiro, 2014.

LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil : obrigações e


responsabilidade civil - 3 ed. São Paulo, 2004.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil : Responsabilidade Civil – 6 ed. São Paulo,
2006.

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