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CURSO DE DIREITO
1º GRUPO
DOCENTE:
RESUMO.........................................................................................................................iii
INTRODUÇÃO.................................................................................................................1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................2
CONCLUSÃO...................................................................................................................7
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................................8
RESUMO
Deixar que cada um estabeleça um critério de justiça quando ver seu direito violado não
nos levaria ao estado de civilização ao que nos encontramos. A responsabilidade civil
por factos ilícitos é entendida como a violação voluntária de um direito de outrem ou de
uma disposição legal que tem em vista a protecção de um direito alheio. A principal
consequência dessa violação, quando estiver provada a culpa do agente, é a
indemnização do lesado. A indemnização é feita na proporção do dano causado. Só
quando existir mera culpa é que a indemnização é exigida abaixo dos danos causados ao
lesado. Entretanto, para chegarmos a responsabilidade civil por factos ilícitos é
necessário caminhar pelos pressupostos que preenchem esse tipo jurídico,
nomeadamente: a acção ilícita, ilicitude, culpa e dano. Há necessidade desses quatros
pressupostos estarem reunidos no caso para que se invoque a figura da responsabilidade
civil por factos ilícitos.
O presente trabalho que nas páginas que se seguem apresentamos, procura fazer
uma enquadramento jurídico-legal da figura da responsabilidade civil por factos ilícitos.
No direito moderno esta é uma figura muito recorrida por que substituiu uma prática
que em todo momento se deveria evitar (a vingança privada). Neste trabalho
procuramos dar a entender o que de deve compreender por responsabilidade civil por
factos ilícitos, um breve historial do surgimento desta figura no quadro geral do direito,
o regime jurídico que regula a resolução dos casos ligados a responsabilidade civil por
factos ilícitos, assim como as suas modalidades e a obrigação de indemnizar. O trabalho
conta com um capítulo, uma conclusão e um conjunto de referências bibliográficas no
final.
O maior problema dos nossos dias seria, caso a civilização ocidental não
inventasse a responsabilidade civil por factos ilícitos, com o nosso nível de
esclarecimento sobre as coisas ainda assim praticarmos a vingança privada. Daí que, a
implementação dessa figura jurídica no corpo do Direito como um todo, não apenas no
ramo do direito privado, é um grande ganho para a comunidade humana. Lendo as
páginas abaixo nos convenceremos que é imprescindível compreender a aplicabilidade
desta figura no nosso dia-dia.
1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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mesmo mal que causara a outrem. O "talião" já era praticado pelos sumérios
que passaram tal regra para as tribos semitas nômades. Entretanto a regra da
vingança (pena) proporcional, de equilavência entre ofensa e sanção foi pela
primeira vez positivada juridicamente na Babilônia no § 230 do "Código de
Hamurabi" datado de 1950 a.C., o que transformou a prática em regra de
costume. Os modelos normativos casuísticos contidos nos 282 parágrafos do
Código de Hamurabi versavam sobre os mais diferentes assuntos, tais como:
penas para delitos praticados em processos judiciais; propriedade e uso do
solo, normas sobre comércio e navegação, sobre o uso e conservação de
canais de irrigação, sobre propriedade de escravos, sobre casamento,
concubinato, adultério, filiação e herança, penas para variados tipos de
delitos, exercício de várias atividades profissionais, tabelamento de preços e
salários, contratos diversos e crédito agrícola, etc. Após séculos de aplicação
da pena proporcional a ofensa, foi no Direito Romano que surgiu a
diferenciação entre pena e reparação do mal causado. Neste sentido
desenvolveu-se a idéia de separação entre delitos públicos e privados, sendo
que nos primeiros a pena era imposta contra o ofensor pelo Estado, sendo que
nos demais a reparação pecuniária cabia diretamente ao ofendido, dando
origem as ações de indenização que atualmente conhecemos. O Estado,
titular da função regradora e punitiva legislava e aplicava a norma
exclusivamente. Neste momento, com a diferenciação entre delito público e
privado surge a responsabilidade civil e penal. Com o desenvolvimento da
noção do dever de reparar, surge no direito romano a Lex Áquila que trouxe
consigo a idéia de responsabilização pelo ilícito praticado a partir do
elemento subjetivo "culpa". Passou-se então a falar em responsabilidade
aquiliana ou extracontratual, na qual somente surgiria o dever de reparar pelo
ofensor se comprovada sua culpa pelo evento danoso. Entretanto, foi com o
Código Napoleônico que surgiram os contornos atuais do instituto da
responsabilidade civil operamos nos dias de hoje. Foram abandonados os
critérios e o rol dos casos de reparação obrigatória1, para a instituição do
dever de reparar em todos os casos de dano, independentemente do grau ou
nível da culpa do agente ofensor.
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versem sobre uma determinada matéria do direito, nem sempre os mesmos se
apresentarão num mesmo local de determinado diploma legal, o que significa, que
acrescentaríamos a noção de regime jurídico a ideia de que ele abrange todos os artigos
que de alguma forma regulam aquele assunto em concreto, mesmo que não se
encontram todos dispostos num único lugar do diploma legal.
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que protege um direito subjectivo é que se incorre na ilicitude, (ANTUNES VARELA,
2010, pág. 536). Geralmente essas leis versam sobre os direitos de personalidade dos
lesados, tais como: direito ao nome, direito a cartas missivas, direito à imagem, direito à
reserva sobre a intimidade da vida privada, direito a vida, direito a integridade pessoal,
direito a liberdade e direito à propriedade intelectual, criação cultural e científica,
(SILVA, 2014, págs. 132 a 153).
O quarto pressuposto é o dano. Se o acto ilícito não causar dano a ninguém, então
não há exigência de responsabilidade civil. “O dano é a perda in natura que o lesado
sofreu, em consequência de certo facto, nos interesses (materiais, espirituais ou morais)
que o direito violado ou a norma infringida visam tutelar”, (ANTUNES VARELA,
2010, pág. 598). Este é o dano real, que ao seu lado existe o dano patrimonial, que é o
reflexo do dano real sobre a situação patrimonial do lesado. Dentro do dano patrimonial
cabe, no entendimento de Antunes Varela (2010, pág. 599), não só o dano emergente
(ou a perda patrimonial) assim como o lucro cessante ou lucro frustrado (lucro que se
poderia adquirir se o dano não ocorresse. O mesmo que se disse da culpa, sobre o nexo,
é o que se diz do dano, ou seja, para que haja responsabilidade civil por facto ilícito é
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necessário que o dano causado seja absolutamente resultado do facto praticado pelo
agente lesante.
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CONCLUSÃO
Acreditamos que, com este breve ensaio podemos entender como funciona o
regime jurídico da responsabilidade civil por factos, uma figura jurídica moderna, pois
antes dela, vigorava a vingança privada e a pena igual ao delito, o que não atingia o fim
do direito – a justiça.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Livros
Varela, J.M.A., (2010). Das Obrigações em Geral. Coimbra, Vol. 1, 10.ª Edição
Legislação
Código Civil
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