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Impactos da crise da COVID-19 na segurança alimentar do brasileiro

Larissa Gonçalves Ribeiro


goncalves.ribeiro@aluno.ufca.edu.br
Vitória Régia Oliveira Almeida
vitoria.oliveira@aluno.ufca.edu.br
Úrsula Raianny Lacerda da Silva
ursula.silva@aluno.ufca.edu.br
Francisco Caio Amorim dos Santos
caio.amorim@aluno.ufca.edu.br
Jeully Pereira Pires
jeully.pereira@aluno.ufca.edu.br
Modesto Rolim Neto
modesto.neto@ufca.edu.br

Resumo

A pandemia de COVID-19 surtiu efeitos negativos na economia brasileira. A pressão


inflacionária e o aumento da taxa de desemprego restringiram o acesso a alimentos de
qualidade e agravaram o contexto da fome . Nessa conjuntura, estabeleceu-se um quadro de
insegurança alimentar, principalmente nos lares com crianças e adolescentes de famílias
vulneráveis e socialmente marginalizadas. A carência nutricional induziu hábitos alimentares
por vezes inadequados, como o aumento no consumo de produtos industrializados de baixo
valor nutritivo, que amplificam os riscos de desenvolvimento de doenças nutricionais.
Ademais, a população carente se viu mais desamparada diante da crise sanitária instaurada,
uma vez que as medidas de ajuda financeira oferecidas pelo governo brasileiro foram
insuficientes para sanar tal problemática. Faz-se necessário, portanto, que aquelas pessoas em
situação de vulnerabilidade socioeconômica recebam uma assistência governamental ampla e
eficaz para que desigualdades sejam amenizadas, permitindo a todos o acesso a uma
alimentação saudável e de qualidade.

Palavras-chave: Insegurança alimentar, Coronavírus, crianças e adolescentes, desigualdade


socioeconômica, nutrição, assistência governamental
Esta carta ao editor tem como objetivo discorrer sobre os impactos da crise do coronavírus na
segurança alimentar dos brasileiros, traçando um paralelo entre os cenários atual e pré-
pandêmico, identificando as causas do aumento da insegurança alimentar, os grupos
populacionais mais afetados, os efeitos específicos na saúde e desenvolvimento de crianças e
adolescentes e as medidas governamentais adotadas para a resolução do problema.

A pandemia de COVID-19 estabeleceu um cenário sem precedentes na economia brasileira.


Se por um lado, distanciamento social, elevação da taxa de desemprego e retração da
atividade econômica deflacionaram os preços de diversos serviços. Por outro, depreciação
cambial e programas de transferência de renda pressionaram os preços dos alimentos (Banco
Central do Brasil, 2020). Conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (2021), a renda
individual média do brasileiro encontrava-se 9,4% abaixo do nível obtido ao final de 2019. O
índice de Gini, coeficiente que mede o grau de concentração de renda no país, atingiu o valor
de 0,640 no segundo trimestre de 2021, acima de toda a série histórica pré-pandemia.
Segundo informações da Food and Agriculture Organization of the United Nations - FAO
(2021), a elevação nos preços de itens perecíveis, associada à redução da renda familiar
média contribuiu para a procura de alimentos mais baratos, altamente processados e de maior
durabilidade. A pesquisa também evidenciou desigualdades sociodemográficas, sendo
populações mais pobres, indivíduos que perderam seus empregos durante a pandemia, negros
e habitantes da região nordeste os mais impactados. Além da situação de vulnerabilidade
observada nos grupos citados anteriormente, o Inquérito Nacional sobre Insegurança
Alimentar realizado entre 5 e 24 de dezembro de 2020, demonstrou que cerca de 50% dos
entrevistados tiveram sua renda familiar reduzida durante a pandemia, gerando cortes nas
despesas essenciais. Como consequência, essas condições provocaram a transição de muitas
famílias brasileiras de um status de estado nutricional adequado para insegurança alimentar
(Rede PENSSAN, 2021).

O retrato da fome no Brasil destaca-se pelo quadro de anemia ferropriva que acomete cerca
de 1⁄3 das crianças, um aumento no consumo de pés de galinha e macarrão instantâneo, o
menor consumo de carne bovina em 26 anos e o fato de o auxílio emergencial ser insuficiente
para cobrir os custos de uma única cesta básica (BBC, 2021). Antes do início da pandemia
em decorrência do Sars-Cov-2, o Brasil já enfrentava turbulências no âmbito da alimentação,
aproximando-se cada vez mais do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas, do
qual já havia saído ainda em 2014 (Brasil, 2014). Este fato só foi possível por meio de
políticas públicas eficientes aliadas ao programa Fome Zero, os quais levaram ao percentual
de 98,3% da população brasileira provida de segurança alimentar (FAO, 2021). Entretanto, há
alguns anos um retrocesso instaurou-se sobre a nação brasileira. Segundo dados da Pesquisa
de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) realizada entre 2018 e 2020, houve acentuado crescimento na insegurança alimentar
grave no referido período. Em outras palavras, nesse intervalo de dois anos, cerca de mais de
9 milhões de pessoas passaram ou voltaram a vivenciar a fome em seu cotidiano. A chegada
da crise do coronavírus debilitou ainda mais uma nação assolada pela falta de alimentação e
carente de ações governamentais eficazes. Em 2021, apenas 44,8% dos domicílios brasileiros
se encontravam em estado de segurança alimentar, colocando mais de 116 milhões de
cidadãos em algum nível de carência alimentícia (Rede PENSSAN, 2021).

Imagens como a de pessoas vasculhando caminhões em busca de ossos, amplamente


divulgadas pela mídia, retratam a situação crítica presente no Brasil ( Phillips 2021). Diante do
cenário epidemiológico adverso, agricultores também enfrentam desafios que acabam
refletindo no preço dos alimentos, dificultando seu acesso a todos ( Pathirana, 2021). Famílias
com apenas um responsável pela geração de renda representam 66,3% do percentual de
insegurança alimentar, chegando a 73,8% se a responsável for uma mulher, 70,6% nas
residências com crianças de até 4 anos, sendo essa distribuição maior também nas regiões
Nordeste (73,1%) e Norte (67,7%) e nas áreas rurais (75,2%) (Galindo et al., 2021). A
população pobre no Brasil subiu de 9,5 milhões, em 2020, para mais de 27 milhões, em 2021,
evidenciando a escassez de alimentos como uma preocupação para aqueles que mais
necessitam (G1, 2021). Médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde relataram o
atendimento a pacientes que acreditavam estar doentes, quando na verdade estavam famintos
(Benites, 2021). Nesse contexto, faz-se necessário um olhar cauteloso para aqueles que estão
em situação de rua, cujo perfil têm sido modificado com o agravamento da crise econômica e
social que assola o território nacional, tendo em vista que mulheres (mães, pretas e pardas),
crianças, adolescentes, adultos com baixa escolaridade e desempregados passaram a integrar
essa crescente parcela da população ( Figueiredo et al, 2021). Estima-se que entre fevereiro e
março de 2020 havia 221 mil pessoas em situação de rua no país (Gameiro, 2021).

O impacto da crise sanitária pelo vírus Sars Cov-2 levou a dificuldades no transporte de
insumos, aumento dos preços dos alimentos e perda de renda, o que elevou o risco de
insegurança alimentar entre crianças e adolescentes de famílias economicamente vulneráveis
(Dubowitz et al., 2021). Em pesquisa realizada pela UNICEF (2020), foi revelado que entre
as famílias brasileiras que recebiam até um salário mínimo, 42% deixaram de ter acesso à
merenda escolar durante a pandemia e 61% das famílias com crianças e adolescentes
apresentaram redução de renda, sendo a queda mais evidente nas famílias mais pobres (69%).
Além disso, outros 6% relataram ter sentido fome e não conseguiram se alimentar por falta
de dinheiro para comprar comida (percentual maior entre aqueles que vivem com crianças e
adolescentes (10%). Episódios de compulsão e aspectos alimentares patológicos podem
também estar associados a consequências para a saúde de crianças em períodos de
crescimento e desenvolvimento (Paskalis, Dimitropoulos, Katzman, 2021). Por outro lado, a
desnutrição em crianças tende a ser mais devastadora em menores de 5 anos, pois nesta fase
da vida o sistema imunológico encontra-se ainda fragilizado e menos resistente às doenças. Já
em casos de desnutrição crônica, a diminuição de estatura merece atenção (Neumam, 2021).
Uma alimentação inadequada, tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo, com a
falta ou excesso de macro ou micronutrientes, leva a um desequilíbrio metabólico na criança
que pode ter repercussões anos depois na vida adulta, desencadeando enfermidades como
obesidade, diabetes, hipertensão e morte prematura por Doenças Crônicas Não
Transmissíveis na vida adulta. (Albuquerque, 2021). Logo, pode-se inferir que a nutrição e a
segurança alimentar em crianças e adolescentes estão relacionadas fortemente a fatores
socioeconômicos (Lukwa et al., 2020).

Uma a cada duas crianças em idade escolar obtinham refeições nutritivas nas escolas todos os
dias, porém o fechamento das salas de aula devido às medidas de isolamento social impostas
pela pandemia de COVID-19, privou milhões de jovens, daquela que para muitos era a única
refeição do dia (World Food Programme, 2021). Mesmo com o avanço da campanha de
vacinação e reabertura das escolas, o cenário de insegurança alimentar entre crianças e
adolescentes atingiu níveis preocupantes em 2021, evidenciados pelas notícias veiculadas na
mídia. Professores da rede de ensino público brasileira relataram perda de motivação,
agressividade e até mesmo episódios de síncope entre seus alunos, associados à fome ou dieta
inadequada (Carrança, 2021). Esses estudantes enfrentam os efeitos da crise econômica que
se instaurou no país, tendo sua alimentação prejudicada pelo comprometimento da renda
familiar, em virtude de fatores como o desemprego dos pais e a perda dos avós para a
COVID-19, cujas aposentadorias eram, muitas vezes, a principal fonte de sustento da família
(Machado, 2020).
O Brasil possui uma Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) criada em 1999 e
atualizada em 2013. Essa política objetiva a melhoria das formas de alimentação, nutrição e
saúde da população brasileira por meio de políticas públicas alimentares e de cuidado aos
agravos relacionados à nutrição e alimentação em busca de garantir a Segurança Alimentar e
Nutricional da população brasileira. Nesse contexto, o PNAM, através de uma comissão
intersetorial com participação popular, possibilitava a construção democrática e abrangente
no processo de atualização da política pública (Castro, 2019; Brasil, 2013). Contudo, em
2019 a nova gestão do governo federal brasileiro determinou a extinção do Conselho
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA (Brasil, 2019). Este órgão,
importante no combate à fome no país, configurava-se como um órgão consultivo ligado
diretamente à Presidência da República que contava com a participação da sociedade civil na
elaboração e avaliação das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional (Brasil,
2019a). Além disso, em 2021 houve mudanças na Câmara Interministerial de Segurança
Alimentar e Nutricional do governo federal, cuja composição passou a ser essencialmente
governamental, deixando, portanto, de possuir participação da sociedade civil (Brasil, 2007;
Brasil, 2021). Diversos especialistas consideram que o CONSEA teve papel fundamental
para garantir o direito de uma alimentação adequada à população. Por conseguinte, o
CONSEA foi responsável pela formulação da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e do
Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, de 2013. Com sua extinção, a
composição intersetorial e interdisciplinar, o controle social na formulação, execução e
monitoramento das políticas de segurança alimentar e nutricional, bem como as proposições e
a fiscalização das políticas públicas sofreram impacto considerável, além de enfraquecer o
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN (Castro, 2019; Brasil,
2019a).

Com a pandemia de COVID-19 o governo brasileiro não respondeu ao momento


satisfatoriamente, diversas vezes menosprezou a situação e criticou os governantes de estados
e municípios que impuseram medidas sanitárias mais restritivas contra o avanço do vírus. O
auxílio emergencial, benefício distribuído à população desempregada do país, foi importante
por certo período. Entretanto, após sua vigência, milhões encontram-se em situação de
vulnerabilidade. Um contraponto a esse cenário é que as famílias vulneráveis dependem mais
das ações comunitárias do que das ações do governo federal. A falta de coordenação
nacional provocou prejuízos de longo prazo às populações mais pobres, que pode ser
observado na diminuição do poder de compra dos brasileiros, com o aumento da inflação, e a
falta de medidas governamentais para mitigá-la. As crianças de baixa renda foram as mais
prejudicadas por não possuírem meios necessários ao acesso às aulas a distância, o que
aprofunda as desigualdades socioeducacionais, além da insegurança alimentar decorrente do
fechamento das escolas, que, no Brasil, provêm alimentação gratuita nas escolas públicas
(Londoño, 2021; Biller and Jeantet, 2021). Nesse contexto, faz-se necessário a adoção de um
conselho intersetorial democrático e diversificado para atender às demandas da sociedade
civil, auxiliar os órgãos governamentais na tomada de decisões técnicas e participar da
construção de políticas públicas que atendam as necessidades das famílias menos favorecidas
e, consequentemente, das crianças.

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