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EVELYN TORRE
TAMARA GILL
CONTENTS
1. Capítulo Um
2. Capítulo Dois
3. Capítulo Três
4. Capítulo Quatro
5. Capítulo Cinco
6. Capítulo Seis
7. Capítulo Sete
8. Capítulo Oito
9. Capítulo Nove
10. Capítulo Dez
11. Capítulo Onze
12. Capítulo Doze
13. Capítulo Treze
14. Capítulo Quatorze
15. Capítulo Quinze
16. Capítulo Dezesseis
17. Capítulo Dezessete
18. Capítulo Dezoito
19. Capítulo Dezenove
20. Capítulo Vinte
21. Capítulo Vinte e Um
22. Capítulo Vinte e Dois
23. Capítulo Vinte e Três
24. Capítulo Vinte e Quatro
25. Capítulo Vinte e Cinco
26. Capítulo Vinte e Seis
27. Capítulo Vinte e Sete
28. Capítulo Vinte e Oito
29. Capítulo Vinte e Nove
30. Capítulo Trinta
31. Capítulo Trinta e Um
32. Capítulo Trinta e Dois
33. Capítulo Trinta e Três
34. Capítulo Trinta e Quatro
35. Capítulo Trinta e Cinco
36. Capítulo Trinta e Seis
37. Capítulo Trinta e Sete
38. Capítulo Trinta e Oito
Epilogue
Ela está determinada a vê-lo feliz. Tudo o que ele quer é ela. Apenas um
resultado é certo neste jogo.
V
Londres, 1809
Hampshire, 1811
O
Dunsleigh, 1811
VICTORIA FICOU em seu quarto o máximo que pôde antes que as quatro
paredes e os móveis, por mais bela que a decoração fosse, começassem a
lhe dar nos nervos. Ela tocou a campainha para chamar a criada e ordenou
que o cavalo que Lorde Melvin havia designado para sua estada fosse
selado para um passeio.
Seu medo era infundado. Durante dias, ela ficou preocupada em se
importar mais com Albert do que deveria. Que ela o queria para si, mas não
era o caso. Havia muito para ela ansiar do futuro, não havia necessidade de
se preocupar com a forma como um amigo a fazia se sentir.
Ele a deu prazer. Haviam dado prazer um ao outro, nada mais. Ficar
preocupada com a satisfação que equivale a emoções mais profundas era
uma coisa boba a se fazer. Mulheres mantinham amantes o tempo todo em
Londres. Ela sabia de várias viúvas que gostavam de procurar a companhia
de homens após a morte do marido. Nenhuma delas estava se declarando
tão apaixonada a ponto de querer se casar outra vez.
Ela poderia ser como aquelas mulheres. Não no sentido de ter muitos
amantes, mas de que ela gostaria de estar com Lorde Melvin enquanto ele
permanecesse solteiro.
Sua criada entrou no quarto quando pegava o chicote, avisando-a de que
o cavalo estava selado e esperando nos estábulos.
Victoria caminhou até os estábulos, dispensando a necessidade de um
cavalariço. Ela galopou para fora do pátio, para a floresta circundante em
direção do chalé de caça.
De alguma forma, ela sabia que Albert estaria lá, rabiscando como Lady
Sophie havia dito. Em algum lugar daquela construção, ele escondia sua
persona de autor, seus manuscritos. Se houvesse algum sentimento mais
profundo entre eles, Albert teria revelado esse pequeno segredo. Não havia
sido declarado, e apenas acrescentava outra camada de fortalecimento ao
fato de ela estar errada em se preocupar que Lorde Melvin sentisse mais do
que ela gostaria que ele sentisse.
Que ela sentia mais do que deveria. O ciúme que ela sentia era porque
não queria compartilhá-lo nesse momento. Não com ninguém, não quando
ele podia proporcionar tanta satisfação a ela, enquanto estivesse hospedada
ali.
Contudo, era injusto com ele e com a lady que acabaria por se tornar a
esposa dele. Ela precisava ser mais imune a vê-lo com outras pessoas.
Assim que Albert se casasse com outra, ela sobreviveria. Continuaria com a
vida e seria feliz.
— Eu vou! — ela gritou em voz alta.
Victoria diminuiu a velocidade da montaria ao se aproximar do chalé.
Fumaça saia da chaminé, e ela soube que Albert estava lá. Querendo ver ela
mesma se ele estava escrevendo um livro, ela amarrou o cavalo em uma
árvore um pouco longe da cabana e seguiu pelo caminho restante.
Sentindo-se uma ladra no meio da noite, ela foi na ponta dos pés até o
chalé, sem querer fazer barulho. Albert não veio até a porta, e ela esperava
que significasse que ele não a ouvira. O mais devagar que pôde, ela espiou
pela janela de vidro e o observou por vários minutos.
Ele estava curvado na mesa, diante do fogo, as mangas da camisa
arregaçadas, expondo seus antebraços musculosos. A mão estava mesmo
movendo-se com uma velocidade no papel, o que dizia que ele estava
longe, em outro mundo e contando as histórias de lá.
O coração dela deu um pulo porque seu Albert Kester, o marquês
Melvin, precisava ser Elbert Retsek. Não que importasse se ele não fosse.
Contudo, a página que ela encontrou, e o esgueirar-se dele a qualquer hora
do dia e da noite para escrever parecia muita coincidência.
Ela mordeu o lábio, se perguntando como ela iniciaria essa conversa.
Ela era uma pessoa franca. A melhor abordagem talvez fosse ser direta e
sem demora.
Ele recostou-se, espreguiçando-se, e ela saltou para trás, desaparecendo
de vista. Lutou consigo mesma para entrar, para quebrar a concentração
dele quando ele parecia tão envolvido com as palavras.
No entanto, ela precisava falar com ele, longe da mãe e do irmão. Dizer
que ela o decepcionou na noite anterior, e que a perda de concentração dela
não voltaria a acontecer. Que ela não jogaria mais mulheres no colo dele, a
menos que ele quisesse ser apresentado a moça. Ela era amiga dele. Seria
um apoio e não um obstáculo, até o dia que assistisse o casamento dele.
Contudo, ela não conseguia se obrigar a bater na porta. Em vez disso,
ela o observou por vários minutos antes de escapar. Falaria com ele depois
do baile em Camberley. Não havia sentido em falar do assunto agora,
quando Albert estava tão perto de dar prosseguimento à vida, e sem ela para
complicar ainda mais as coisas. Além disso, ele estava ocupado com seu
trabalho. Ela usaria todas as desculpas possíveis para conseguir adiar o
inevitável.
A
CAPÍTULO VINTE E SEIS
VICTORIA NÃO sabia o que dizer. Albert estava sendo tão honesto, tão
aberto com ela, mas ainda assim, ela não podia dar o que ele queria. Partia
seu coração não poder. Ela decerto iria para o inferno por ser uma mulher
tão perversa.
— Não sei o que dizer. — o pânico a assaltou ante a decepção dele. O
que ela poderia dizer? Nada ajudaria na situação em que se encontravam. —
Nossas aulas devem terminar e devemos parar o que estamos fazendo.
Ele balançou a cabeça devagar, absorvendo as palavras dela.
— Nossas aulas precisam terminar, antes que não haja como parar o que
acontece entre nós. Tivemos sorte até agora de não sermos vistos, mas essa
sorte durará pouco tempo.
Ela encontrou o olhar dele, a necessidade e o desejo que leu naqueles
olhos esmagou a alma dela. Ela era uma pessoa terrível. Albert era um dos
melhores cavalheiros que ela conhecia. Um dos melhores que sua família já
conheceu. Qualquer dama da sociedade gostaria de se casar com o marquês,
no entanto, ela não podia.
Não importa quanto prazer eles deram um ao outro, não valia a pena
desistir de todos os sonhos, nem ele dos dele. Um dia Albert perceberia que
o amor nada mais era do que paixão. Quando a mulher certa entrasse na
vida dele, ele saberia que ela fazia a coisa certa por ele hoje, por mais difícil
que fosse acreditar nisso agora. Ele teria filhos para trazerem riso para os
muitos quartos em Rosedale e saberia que Victoria deu este presente para
ele.
— Não o quero machucar, Albert, mas não posso me casar de novo.
Cada vez que penso que posso querer considerar o estado em meu futuro,
minha garganta se fecha e meu estômago me dói de pavor. Morei seis
semanas com um homem antes de ele fugir com uma das minhas criadas.
Ele me fez parecer a maior idiota da Inglaterra. A sociedade teve pena de
mim durante meses e falou de meu marido em bailes e festas com desprezo,
esquecendo-se de que eu estava lá, ouvindo cada palavra dita. Que eu não
poderia me divorciar dele, que estava à mercê dele sendo que Paul não
nutria um grama de misericórdia, eu sabia que nunca mais suportaria tal
constrangimento.
— Não sou Paul, Victoria. — ele afirmou, a voz cheia de emoção.
Ela estendeu a mão, apertando as mãos dele.
— Sei que não é nada como ele, e isso é crédito seu, de verdade.
Todavia, eu apenas não posso me casar com você, nem com qualquer outra
pessoa.
Ele balançou a cabeça, um músculo saltando na mandíbula.
— Posso dar um beijo de adeus? — ele perguntou.
Ela encontrou o beijo dele sem hesitação.
Os lábios dele esmagaram os dela, as línguas se enredando. Calor
líquido bombeou pelas veias dela, desceu pelo estômago, e se estabeleceu
entre as pernas.
Ela sentiria falta desta sensação. Dessa fome que ele a fazia sentir cada
vez que se tocavam. Albert seria o último homem com quem ela seria assim
na vida, e ela o beijaria, se fartaria dele até que não houvesse nada além de
lembranças afetuosas e deliciosas do que tiveram para mantê-la aquecida à
noite.
Você é uma idiota, Victoria. — uma vozinha em sua mente provocou.
Ela ignorou a voz, no momento em que Albert se afastou, levantando-
se, caminhando até a mesa e colocando vários papéis em uma bolsa de
couro.
— Deveria ir embora, Victoria. Vá agora, antes que sejamos pegos, seja
forçada a se casar comigo. Não a aceitarei dessa forma.
Ela se levantou, as pernas um pouco instáveis. A rejeição dele apertou
seu coração, mas ela fez o que ele pediu, e caminhou em silêncio para a
porta.
— Sinto muito mesmo, Albert. Pedirei a mamãe para irmos embora.
Direi que recebi uma carta de Alice implorando que voltemos para casa.
Algo a ver com o bebê. Concorda com este plano?
Ele assentiu, a mandíbula tensa, e não se virou para olhá-la. Em vez
disso, ele permaneceu focado nos papéis em sua mesa, os olhos
excessivamente brilhantes e vítreos. Horror apertou o coração dela de que
ele estava magoado, mais do que ela jamais pensou ser possível.
Partiu o coração dele?
Ela respirou fundo para se acalmar, forçando as pernas a se moverem
para fora da porta e em direção ao cavalo. Não olhou para trás.
Victoria encontrou a mãe no quarto, ainda sofrendo com o remorso por
tomar muito champanhe no baile. Sentou-se ao lado da cama, sacudindo um
pouco o braço da mãe para acordá-la.
— Mamãe, estou de volta do meu passeio à cavalo, e recebi uma carta
de Alice solicitando que voltássemos para casa. Não há nada de errado, mas
ela gostaria que estivéssemos perto, o bebê nasce em apenas algumas
semanas.
A mãe se ajeitou nas inúmeras almofadas às costas, piscando para
afastar a sonolência.
— Alice escreveu de novo? Recebi uma carta ontem informando que
tudo estava bem.
Victoria deu de ombros, não gostando do fato de estar mentindo para a
querida mãe, mas sabendo ser necessário.
— Não sei da carta que recebeu. Só sei da que chegou hoje. — ela se
levantou, indo até a cordinha da campainha. — Devo chamar sua criada
para começar a fazer as malas? Já instruí a minha a preparar meus
pertences.
A mãe afastou os cobertores, e Victoria soube estarem indo para casa.
Se havia algo de que a mãe se orgulhava bastante era do papel de mãe, e se
um filho precisasse dela, maquiada ou não, ela voltaria para casa e seria a
mãe coruja por semanas.
— Claro, toque a campainha, querida. Devemos partir hoje. Ainda não é
meio-dia, e se nos apressarmos, estaremos em casa logo após o anoitecer.
Victoria tocou a campainha, mais do que pronta para voltar para casa,
para Dunsleigh.
Ora, a quem estava enganando. Ela não voltaria para Dunsleigh. Fugiria
como a covarde que era. E não apenas sabia, mas estava certa de que Albert
também o sabia.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
A
A Temporada, 1810
VICTORIA OLHOU por baixo do nariz para Gerald o melhor que pôde,
considerando que o homem era vários centímetros mais alto do que ela, não
foi uma proeza fácil. Mesmo assim, Albert ao seu lado, um pilar de força, a
fazia se sentir segura e acima do incômodo de um homem que ela
costumava chamar de família. Após a traição de Paul, ele debochou dela, a
provocou dizendo ser culpa dela o irmão dele ter fugido para a Europa.
Como ela odiava o homem tanto quanto aquele com quem se casou.
A antipatia de Albert por Gerald irradiava dele, e ela ficou surpresa que
o homem não fugiu.
— Sr. Armstrong. — disse ela, dando-lhe a mão. — Onde está Bertha
esta noite? Eu não a vejo com você.
— Gerald, minha querida. Afinal, somos família.
— Éramos família, senhor. Não mais. — ela respondeu, o tom
entediado. — Não respondeu minha pergunta. Onde está sua esposa? Está
tão desiludido por ser casado como seu irmão que já a trancou no campo?
As bochechas do homem ficaram vermelhas, e ela ficou feliz com isso.
Ele a envergonhou por meses antes de Paul ser morto em um duelo. Ela não
devia nenhuma amizade ou respeito para com ele.
— Ela não queria comparecer à Temporada. Tem poucos motivos para
estar aqui.
— Mesmo? — Victoria sorriu. — Por favor, transmita meus
cumprimentos da próxima vez que a vir.
Os olhos do Sr. Armstrong estreitaram-se. Albert riu e encobriu a risada
com uma tosse.
— Lorde Melvin. Vejo que passou a grudar nas saias da minha cunhada.
Não é um imbecil que não pode falar com uma dama sem, é… — disse ele,
dando um tapa na testa. — eu me esqueci. Não fala nada para começar, para
fazer papel de bobo ainda mais. — Gerald soltou uma gargalhada berrante e
falsa, atraindo a atenção dos outros convidados.
Victoria cerrou os dentes, não querendo que a pequena doninha
escapasse com tal grosseria.
— Seu irmão foi um tolo por deixar uma pedra preciosa tão rara para
trás, e estou feliz em vê-lo aqui esta noite para que eu reconheça a loucura
de seu irmão na sua cara. — disse Albert, inclinando-se para o Sr.
Armstrong para que apenas ele ouvisse as últimas palavras. — Sua presença
aqui não é bem-vinda. — ele adicionou, seu tom mortal.
Gerald olhou entre eles, e Victoria podia ver o olhar calculista captando
tudo o que ele via. Então, como Paul, sempre querendo causar problemas e
contendas.
— Não irá muito longe com esta aí. — disse Gerald, gesticulando para
ela. — Ela é espinhosa, fria, ausente e uma péssima trepada, foi o que meu
irmão declarou. Teria que fazer crescer pelos, latir e relinchar para ela
gostar de você.
O barulho de osso batendo em osso soou antes que Victoria tivesse
qualquer ideia do que havia acontecido. Ela olhou para o local vago à sua
frente que até instantes antes era ocupado por Gerald.
Ela olhou para baixo, vendo-o esparramado no chão, com o nariz
sangrando para transtorno dele. Ele gemeu, mas fez pouco mais. Victoria
olhou para trás, para Albert, não tendo esperado que ele agisse de maneira
tão heroica.
Não esperava que seu ato fizesse o pulso dela disparar.
— Você o acertou. — ela riu, cobrindo a boca com a mão.
Nunca era educado rir da desgraça de outra pessoa, mas para Gerald ela
abriria uma exceção.
— Faria mais do que isso se ele ousar falar com você de novo. — disse
Albert, virando-se para ela. — Eu mataria qualquer um que maltratasse ou a
maldissesse.
Victoria olhou para Albert, e os meses pareceram sumir, e eles estavam
mais uma vez sozinhos em Rosedale. A doçura dele tocou uma parte dela
que ninguém mais havia tocado, e era hora de ela admitir essa emoção, pois
tinha um nome. E uma vez falado, não havia como desdizer.
Sem arrancá-la do homem para quem ela falasse tais palavras.
Nunca.
V
CAPÍTULO TRINTA E OITO
V
O Grande Canal, Veneza 1817
Traduções portuguesas
Lordes de Londres
Como Atormentar um Duque
Como Enlouquecer um Marquês
Como Tentar Um Conde
Como Confundir um Visconde
Como Desafiar uma Duquesa
Como se Casar Com uma Marquesa
Viagem no tempo
Uma Temporada Roubada
SOBRE A AUTORA
Tamara é uma autora australiana que cresceu em uma antiga cidade mineira no sul da Austrália, onde
seu amor pela história surgiu. Tanto que ela fez seu querido marido viajar para o Reino Unido em sua
lua de mel, e o arrastou por diversos monumentos históricos castelos.
Seus três filhos, dois cavalheiros em formação e uma futura lady (ela espera), e um emprego de
meio período a mantêm ocupada no mundo real, mas sempre que consegue um momento de paz ela
adora escrever romances em uma gama de gêneros, incluindo o período regencial, medieval e livros
do gênero paranormal.
Tamara adora saber de seus leitores e outros escritores. Você pode contatá-la através de seu site, e
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