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Estatística Aplicada à Indústria

April 8, 2021

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Disponibilidade de Equipamentos

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Um dos maiores desafios para os gestores responsáveis pela
manutenção de equipamentos é decidir quais fatores devem ser
priorizados na sua gestão.

Além das atividades particulares do seu setor, é necessário pensar


também em como agir de acordo com as prioridades da empresa.

É natural que administradores queiram que os equipamentos


adquiridos estejam disponíveis para funcionar plenamente em todos
os momentos do dia, ou seja, contribuindo com a obtenção de lucros
para a empresa.

Mas existem fatores que impossibilitam o funcionamento contínuo de


um equipamento. Cito como exemplos o tempo de paradas
programadas pela produção para limpeza e as paradas para
manutenção corretiva.

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E agora? Como explicar a porcentagem de tempo em que um
equipamento está disponível para exercer a sua função?

A equipe de PCM (Planejamento e Controle de Manutenção) tem a


missão de garantir o funcionamento e elevar a disponibilidade e
confiabilidade dos ativos, para aumentar a produtividade.

Desse modo, e para cumprir essa missão, um conhecimento mais


aprofundado em indicadores e avaliadores de desempenho dos
equipamentos gerenciados pode ser um aliado e tanto.

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A disponibilidade, ou medida do desempenho de disponibilidade, é um
indicador de gerenciamento que permite medir a capacidade de
operação de um equipamento.

Sendo assim, também pode ser descrita como o cálculo da


probabilidade de que um equipamento esteja operacionalmente
disponível, quando acionado de uma forma aleatória num ponto do
tempo.

Segundo a norma NBR 5462, disponibilidade é a “capacidade de um


item de estar em condições de executar uma certa função em um
dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado,
levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade,
manutenibilidade e suporte de manutenção, supondo que os recursos
externos requeridos estejam assegurados”.

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Com a evolução da automação industrial, a manutenção passou a ser
definida como uma associação de sua missão: garantir a
disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a
atender um processo de produção ou de serviço, com confiabilidade,
segurança, preservação do meio ambiente e custos adequados.

Para que o funcionamento do equipamento, dentro das especificações


estabelecidas, seja gerenciado de maneira eficaz é imprescindível
investigar o potencial de ocorrência de falhas que podem interferir na
sua disponibilidade operacional, fator que impacta diretamente na
produtividade.

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Cálculo de disponibilidade (A)
A disponibilidade é associada aos fatores de confiabilidade,
manutenibilidade e pode ser explicada por outras expressões
relacionadas como: funcionamento regular, condições de uso
operacional, atendimento continuado às funções especificadas e
desempenho das funções as quais o equipamento foi projetado.

Uma política adequada de manutenção deve, então, manter a


capacidade e a disponibilidade da máquina, evitando quebras (fator
que aumenta a confiabilidade) e criando condições de uma
intervenção corretiva rápida e eficaz, quando a falha ocorrer (aumento
da manutenibilidade).

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Dentro desse contexto, é importante ter o cálculo de disponibilidade
de todos os equipamentos que compõem o escopo da manutenção.

Por isso, para calcular a disponibilidade de um equipamento, é


necessário que você conheça dois dos principais indicadores dentro
da manutenção de ativos.:
o Tempo Médio entre Falhas (MTTF)
e o Tempo Médio de Reparo (MTTR)
Assim, temos a seguinte aproximação:

MTTF
A=
MTTF + MTTR

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Quais são as classificações de disponibilidade?
Todos os equipamentos com possibilidade de reparo se enquadram
nos cálculos de disponibilidade. A inatividade de um equipamento
também é considerada nesses cálculos.

Podemos considerar a disponibilidade em três classificações:

1. Disponibilidade Inerente: Probabilidade de que um equipamento


estará disponível, quando acionado de uma forma aleatória, num
ponto do tempo, num ambiente de suporte logístico ideal.

2. Disponibilidade Obtida: Probabilidade de que um equipamento


operará satisfatoriamente, em qualquer momento que for acionado,
num ambiente de suporte logístico ideal.

3. Disponibilidade Operacional: A probabilidade de que um sistema


estará disponível, quando acionado de uma forma aleatória, num
ponto do tempo, num ambiente de suporte logístico real.

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De todas as classificações, a mais relevante e que tem impacto direto
na engenharia de manutenção é a disponibilidade inerente.

A disponibilidade inerente é a disponibilidade de estado estável,


quando se considera apenas o tempo de inatividade do equipamento
por paradas para manutenção corretiva.

Desse modo, esta classificação exclui o tempo de inatividade causado


pela manutenção preventiva e outros fatores de parada, considerando
apenas o tempo por inatividade por manutenção corretiva.

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Por que calcular a disponibilidade?
Bom, agora que já definimos os conceitos, vamos entender o porquê
do cálculo de disponibilidade ser tão importante!

Sem saber por quanto tempo você tem um equipamento disponível


para uso e operação é complicado planejar com precisão qual a
produtividade pode se esperar e o quão confiável o equipamento é.

Por isso, calculando a disponibilidade é possível também prever


melhor os investimentos que serão necessários para fazer um melhor
gerenciamento de manutenção.

A diminuição de desempenho de um equipamento, que traz por


consequência a diminuição de qualidade e de produtividade, pode ser
evitada com planos adequados de manutenção que garantam a
eficiência do equipamento.

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Sendo assim, a falta de um plano de manutenção que calcule as
disponibilidades dos equipamentos pode acarretar em paradas
completas, o que significa tornar um equipamento indisponível.

Após calcular o desempenho das funções as quais o equipamento foi


projetado, surge a dúvida: é possível fazer algo para melhorar os
resultados?

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Como elevar a disponibilidade?
É possível sim elevar a disponibilidade de um equipamento. Em
termos técnicos, a fórmula é: sempre aumentar o Tempo Médio entre
Falhas (MTTF) e reduzir o Tempo Médio de Reparo (MTTR).

Bom, parece uma receita simples, mas na prática existem muitos


fatores que tornam essa operação muito complicada.

A missão de reduzir o MTTF não é impossível. Tal missão pode ser


alcançada, utilizando, adequadamente, Políticas Básicas de
Manutenção.

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POLÍTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Corretiva
É a manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane ou de uma
falha destinada a recolocar um item em condições de executar uma
função requerida (NBR 5462:1994).

Existem duas condições especificas que levam a realizar uma


manutenção corretiva, que são: desempenho deficiente apontado pelo
acompanhamento das variáveis operacionais ou de funcionamento do
equipamento (mecânicas, elétricas, etc.) e a ocorrência da falha.

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POLÍTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Corretiva
O problema dessa política não está em fazer intervenções corretivas,
mas em que sua aplicação isolada requer enormes estoques de peças
para suportar as sucessivas quebras, tornando o trabalho imprevisível
e, portanto, sem um plano capaz de equacionar os custos.

Entretanto, levando-se em consideração a importância do


equipamento no processo, o seu custo e as conseqüências da falha,
pode-se chegar à conclusão de que qualquer outra opção que não a
corretiva pode significar custos excessivos.

Em outras palavras, a manutenção corretiva é a melhor opção quando


os custos da indisponibilidade são menores do que os custos
necessários para evitar a falha.

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POLÍTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Preventiva
O termo manutenção preventiva é muito abrangente e deve significar
um conjunto de ações que visam prevenir a quebra.

A manutenção preventiva está baseada em intervenções periódicas


geralmente programadas segundo a freqüência definida pelos
fabricantes dos equipamentos.

Essa política, em muitos casos, leva a desperdícios, pois não


considera a condição real do equipamento.

O simples fato de a manutenção preventiva reduzir o risco de paradas


não programadas devido a falhas no equipamento já a coloca como
uma opção melhor do que a manutenção corretiva em máquinas
ligadas diretamente ao processo.

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POLÍTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Preventiva
É importante ressaltar que ela possui alguns pontos a serem
considerados. O primeiro é o fato de que a troca de um item por tempo
de uso apenas pode ser considerada naqueles que sofrem desgaste.

Outro ponto, mesmo nos itens que sofrem desgaste, é a


imprevisibilidade, ou seja, o ritmo de desgaste pode não ser uniforme
e está sujeito a muitas variáveis.

Da mesma forma que é possível trocar uma peça ainda com muito
tempo de vida, pode ocorrer falha antes do tempo previsto.

Essa imprevisibilidade requer estoques de peças de reposição,


elevando os custos relativos.

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POLÍTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Preventiva
Além do estoque elevado para cobrir a imprevisibilidade das falhas, a
manutenção preventiva apresenta o inconveniente de intervenções
muitas vezes desnecessárias, que reduzem a produtividade e elevam
o custo operacional total.

No entanto, esse tipo de manutenção pode ser a melhor alternativa


para equipamentos e/ ou peças que apresentam desgaste em ritmo
constante e que representam um custo baixo, em comparação com o
custo da falha, podendo-se prever estoques adequados e seguros.

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POLÍTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Preditiva
A manutenção preditiva caracteriza-se pela medição e análise de
variáveis da máquina que possam prognosticar uma eventual falha.

Com isso, a equipe de manutenção pode se programar para a


intervenção e aquisição de peças (custo da manutenção), reduzindo
gastos com estoque e evitando paradas desnecessárias da linha de
produção (custo da indisponibilidade).

Por ser uma manutenção de acompanhamento, a preditiva exige uma


mão-de-obra mais qualificada para o trabalho e alguns aparelhos ou
instrumentos de medição.

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POLÍTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO

Manutenção Preditiva
Seu aparente alto custo é plenamente recompensado por seus
resultados, situando-se mais próximo do ponto ótimo da relação
custo-benefício em equipamentos cuja parada traz grandes prejuízos
ao processo e em que o custo do estoque de equipamento/ peça
também é elevado.

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Exemplos

Exemplo 1
Um equipamento apresenta tempos até a falha e tempos até o reparo
exponencialmente distribuídos, com funções densidade de
probabilidade dadas, respectivamente por:

w(t) = λe−λt

e
g(t) = µe−µt
Deseja-se determinar a disponibilidade assintótica A do equipamento,
ou seja, a disponibilidade quando t → ∞.

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Exemplos

Exemplo 1
O valor esperado das variáveis representadas pelas distribuições
dadas são: E(X) = λ1 e E(R) = µ1 .
1
Observe que M T T F = λ e M T T R = µ1 .

Utilizando a expressão:
MTTF
A = A∞ =
MTTF + MTTR
Temos,
1
λ
A= 1 1
λ + µ

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Exemplos

Exemplo 2
Suponha que os parâmetros das funções de densidade apresentadas
no Exemplo 1 sejam dadas por: λ = 5 × 10−4 falhas/hora e
µ = 3 × 10−2 .

Determine a disponibilidade (A) do equipamento.


1 1
λ 5×10−4
A= 1 1 = 1 1 = 0, 9836
λ + µ 5×10−4
+ 3×10−2

Pensando na disponibilidade como percentual do tempo que o


equipamento estava trabalhando, comparado ao total do tempo
disponível para sua utilização, temos:
Disponibilidade% = (Tempo produzindo/Tempo programado para
produzir) × 100

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Exemplos

Exemplo 3
Nos últimos seis meses, ocorreram 10 falhas em uma máquina
perfiladeira.

Os dias em que ocorreram as falhas, os tempos até a falha e o tempo


(em dias) para reparo do equipamento são apresentados na tabela a
seguir.

Suponha tempos até a falha e tempos até o reparo exponencialmente


distribuídos.

Determine:
(i) as estimativas do MTTF e do MTTR do equipamento.
(ii) a disponibilidade assintótica do equipamento.

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Exemplos
Exemplo 3
Table: Dados do Exemplo 3

Falha Tempo Ocorrência Tempo até a falha Tempo até o reparo


1 6 5,8 0,2
2 39 32,8 0,6
3 42 3,1 0,4
4 56 13,2 1,9
5 65 7,4 0,3
6 68 2,6 0,9
7 92 23,1 0,1
8 124 31,9 3,7
9 150 22,1 3,3
10 179 16,9 0,1
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Exemplos

Exemplo 3
(i) as estimativas do MTTF e do MTTR do equipamento.
1 1
MTTF = = (5, 8 + 32, 8 + · · · + 22, 1 + 16, 9) = 15, 9 dias
λ 10

1 1
MTTR = = (0, 2 + 0, 6 + · · · + 3, 3 + 0, 1) = 1, 2 dia
µ 10
(ii) a disponibilidade assintótica do equipamento.
MTTF 15, 9
A= = = 0, 9324
MTTF + MTTR 15, 9 + 1, 2

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