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Tempo de giro (T) - A Tabela 3 mostra a varia- TABELA 4. Variação de tempo de giro observada duran-
ção de tempo de giro observado durante experi- te nação e sulcamento, com três tipos de
mentação com um, dois e três sulcadores, nos dife- chassi-porta-implementos.
rentes comprimentos de parcelas. Neste caso, a
análise estatística mostrou que houve uma diferen- Chassi-porta- Tempo de gro
i
ça significativa dos valores de tempo de giro, na -i mp lementos Média
parcela com comprimento de 150 m, em compara- Aração Sulcamento
ção a outros, e na parcela de 10 m de comprimen- Multicultor CPATSA 23,94 25.70 24,02
to, em comparação a outros. Isto significa que não Policultor Pontal 23,08 28,20 25,64
existe diferença estatisticamente significativa para Multicultor CPATSA 24,53 26,60 25,56
os valores de tempo de giro, nas parcelas com com-
Média 23,85 26,83 25,34
primento de 20 a 100 m.
A diferença significativa entre os tratamentos
de 150 m e 10 m de comprimento, pode ser atri- experimentação realizada no CPATSA, os valores
buída à magnitude de cansaço dos animais nos per- médios de tempo de giro, observado para as duas
cursos referidos. A Tabela 4 mostra, com base na operações (aração e sulcamento), usando três tipos
de chassi porta-implementos.
TABELA 2. Variação de velocidade de deslocamento As médias gerais dos tempos de giros, durante
observada durante aração e sulcamento com aração e sulcamento foram de 23,85 s e 26,83
três tipos de chassi-porta-implementos. não mostrando diferença significativa entre si e en-
tre os vários tipos de chassi porta-implementos.
Velocidade de Apresentam uma média geral de 25,34 s, não mui-
Chassi-porta- deslocamento (mis) to diferente dn valor observado durante experi-
-implementos Média
mentação no ICRISAT, com mesmo tamanho de
Aração Sulcamento comprimento de parcela.
Multicultor CPATSA 0,88 1,02
Eficiência de tempo (Eft) - Foi feita análise dos
0.95
Policultor Pontal 0,93 091 0,92
discos dos cronógrafos montados nos tropicul-
Multicultor CPATSA II 0,84 0.99 0,92 tores usados nos campos experimentais da pesquisa
operacional no ICRISAT. Os valores de eficiência
Média 0.88 0,97 0,93 de tempos observados para diferentes operações
realizadas encontram-se na Tabela S.
TABELA 3. Variação do tempo de giro para diferentes Esta tabela, além da média de eficiência de
comprimentos de parcelas e números de sul- tempo, mostra os números de observações usados
cadores. para cada operação e a média (em horas) de dura-
ção de trabalho diário.
Tempo de giro Esta duraç-o média de 8 a 9 horas inclui o
Comprimento intervalo de almoço.
de parcela N9s de sulcadores Média Os altos valores de trabalho diário são devidos
ao fato de, algumas vezes, ser comum usar o mes-
1 2 3
mo tropicultor, desde 6 horas da manhã até 6 h0-
10 21,59 17,78 19,23 19,53 ras da tarde, para completar as operações entre
20 19,42 21,56 15,00 18,66 tempo limitado, com substituição da segunda junta
50 22,18 22.42 21,62 22,07 de bois e do operador, após 5 a 6 horas de traba-
75 20,75 26,13 21,84 22,90 1h0 efetivo.
100 12,27 15.98 16,75 15,00
150 26,80 22,90 29,00 26,23
A média de eficiência de tempo varia de 66 a
88%, sendo o mínimo para aração e o máximo pa-
Médias 20,50 21,13 20.57 20,73 ra reforma de sulcamento. Isso depende de refor-
ço requerido para operação, grau de supervisão du-
TABELA S. Médias de eficiência de tempo nos campos de pesquisa operacional de sistema de produçïo do ICRISAT.
rante a época de operação e outros fatores inevitá- A eficiência de tempo é denominada como coe-
veis, como abastecimento de depósitos, particular- ficiente de tempo efetivo, por Frank (1977). Ele
mente, durante a operação de plantio. dá os valores para várias operações usando tratores
O desvio padrão observado na faixa de 10 a 15% na faixa • de 70 a 90% e diz que os coêficientes
indica as possibilidades de limite dos- valores de de tempo efetivo para operações, usando tração
eficiência de tempo durante diferentes operações. animal são inferiores. O alto nível da supervisão
deve ter causado valores elevados de coeficiente de
DISCUSSÃO
tempo (Tabela 5). Nas condições reais de produ-
Os três fatores mais importantes bem como ve- tor, entretanto, estes valores devem variar de 60 a
locidade de deslocamento, tempo de giro e eficiên- 80%.
cia de tempo requeridos para estimar o rendimento Para uso fácil da equação de rendimento opera-
operacional de algumas operações usando chassi cional, com base nas variações dos parâmetros
portaimplementos, variam, respectivamente, de (V, T, Eft e L), observados durante experimenta-
0,8 a 1,1 mis, 15 a 23 s e 66 a 88%, dependendo ções e citados na literatura, foi elaborada a Tabe-
principalmente, do comprimento da parcela e tipo la 6.
de operação. Nesta tabela, são calculados os valores de rendi-
Na literatura, encontra-se uma variação d05 va- mento operacional com variação de um dos parâ-
lores de velocidades de deslocamento para opera- metros, enquanto os outros ficam constantes.
ções de campo usando tração animal. International Como se esperava, com base na equação do ren-
Crops Research Institute for the Semi-And trops dimento operacional, esta tabela mostra que, com
(1981), l-Ioppen (1969) e Munzinger (1982) citam, outros parâmetros constantes, o rendimento ope-
respectivamente, estes valores na faixa de 2,5 a racional diminui com o aumento de velocidade de
3,5 km/h, 0,6 a 0,85 mis e 2,3 kmjh, principal- deslocamento, do tempo de giro e com redução da
mente para os bois. eficiência de tempo e comprimento da parcela.
A respeito do tempo de giro, não se encontra Supondo-se, durante uma operação de aração
nenhuma nferência. Isso pode depender muito do medida por acaso (médias de cinco a seis observa-
treinamento dos animais, do operador e das condi- ções), encontram-se os seguintes valores de diferen-
ções existentes nas extremidades de parcela. Du- tes parâmetros:
rante as experimentações descritas neste trabalho,
existia espaço suficiente para manobrar facilmente. a. velocidade de deslocamento= 0,9 mis
Condições diferentes, bem como a presença de b. tempo de giro- 25s
um dreno ou de uma taipa, podem aumentar estes c. comprimento da parcela (média) = 60 m
valores significativamente. d. eficiência de tempo- 80%
TABELA 6. Rendimento operacional estimado com base nas combinções de diferentes valores representativos de V,
T, L e Eft.
0.5 25 60 80 66,2
0,6 25 60 80 64,0
0,8 25 60 80 60,0
0,9 25 60 80 58,2
1,0 25 60 80 56,4
1,1 25 60 80 54,8
0,8 15 60 80 66,6
0,8 20 60 80 63,3
0,8 25 60 80 60,0
0,8 30 60 80 57,1
0,8 35 60 80 54,5
0,8 40 60 80 52.2
0,8 50 60 80 48,0
1,0 20 40 80 53,3
1,0 20 50 80 57,1
1.0 20 60 80 60,0
1,0 20 70 80 622
1,0 20 80 80 64,0
1,0 20 90 80 65,5
1.0 20 60 60 45,1
1,0 20 60 70 52,6
1,0 20 60 80 60,2
1,0 20 60 90 67,7
1,0 20 60 100 75,2
* 11v
Modelo matemático Ro
1T 1
V L Eft
90%, durante operações feitas sob boa supervisão lndia. Annual report farming systems program,
1976-7. llyderabad, India, 1978. 104p. (An
RECOMENDAÇÕES
Informal Report).
INTERNATIONAL CROPS RESEARCH INSTITUTE
- 11V FOR THE SEMI-ARID TROPICS. Hyderabad, India.
AequaçaoRo= Farm power and equipnient. Aanual report 1978-
79. Patancheru P0. Andhra Pradesh, India, 1980.
V L Eft p.l9l-ó.
para estimação do rendimento operacional é muito INTERNATIONAL CROPS RESEARCII INSTITUTE
útil para os agricultores, extensionistas e planeja- FOR THE SEMI-ARIDE TROPICS. Hyderabad,
India. The animal-dxawn Wheeled tool carrier.
dores por causa dos parâmetros mensuráveis Andhra Pradesh, India, 1981. (ICRISAT. Informa-
e porque evita acompanhamento da operação tion Bullètin, 8).
durante toda a jornada.
Para facilitar ainda mais o uso da equação (Xl) LAL, H. Desempenho operacional do chassi-porta-imple-
mentos em sistema de cultivo em sulcos e camalhões
d0 rendimento operacional e equação (XIII) da de 1,5 m. s.n.t. Trabalho apresentado no Xl Con-
capacidade operacional do campo, é conveniente gresso Brasileiro de Engenharia Agrícola. Brasília,
elaborar os monogramas em N para obtenção dos 22 a 27 de junho, 1981.
seus valores em relação aos outros parâmetros. LAL, H. & NUNES, P.F. Como constituir o "Multicultor
CPATSA", numa oficina local. Petrolina-PE.,
EMBRAPA-CPATSA, 1980. 22p. (EMBRAPA-
AGRADECIMENTOS
CPATSA, Comunicado Técnico, 3).
LAL, H. & NUNES, P.F. Multicultor CPATSA. Fabrica-
ção e uso. Petrolina-PE. EMBRAPA-CPATSA, 1981.
Ao Coordenador do Convênio Instituto Intera- 96p. (EMBRAPA-CPATSA. Circular Técnica, 6).
mericano de Cooperación para la Agricultura! LAL H. & NUNES, P.F. Desenvolvimento do Multicul-
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuíria tor CPATSA II. Petrolina, EMBRAPA-CPATSA,
(IICAIEMBRAPA), pela oportunidade de partici- 1981a. p6. (EMBRAPA-CPATSA. Pesquisa em
Andamento, 13).
par do Programa de Consultoria em Mecanização
Agrícola do Centro de Pesquisa Agropecuária do LAL, H. & NUNES, P.F. Desempenho operacional de
chassi-porta-implementos para aração e sulcamento.
Trópico Semi-Árido (CPATSA), Petrolina, PE, e Pesq. agropec. bras., Brasilia, 17(8):1199-21 2,1982.
ao ICRISAT, pela oportunidade de gerar as partes LIMA, A.F. Relatório de visita ao ICRISAT, Petroli-
das informações incluídas neste trabalho. na-PE, EMBRAPA-CPATSA, 1977. p60.
MACHADO, O.R. Carta ao engenheiro agrícola Habans
REFERÊNCIAS 121, Petrolina-PE, EMBRAPA-CPATSA, 1981, ip.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 0093181).
Rio de Janeiro, RJ. Terminologia de máquinas agrí-
colas. P-T11-66. SãoPaulo, 1970. lp. MÁQUINAS à tração animal reconquistam os campos.
BAINER, R.; KAPNER, R.A. & BARGER, E.L. Princi- Dirigrural. São Paulo, 20:842,jul. 1981.
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INTERNATIONAL CROPS RESEARCH INSTITUTE conditions. s.l., Auburn University Agricultural
FOR THE SEMI-ARID TROPICS, Hyderabad, Experiment Station, 1969.