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Existia uma condenação oficial-formal, mas de fato não era
respeitada e tinha varias possibilidades.
USURA
Valor = trabalho + despesa. Esta era a visão da época e do seu mestre São Alberto
e era mais usada para justificar o lucro do comerciante.
Mas esta teoria aparece só no Comentario e não no Summa. E no Summa conclui
que o justo preço é o de mercado: “O valor econômico de um bem é o que vem do
uso humano e é medido por um preço monetário”.
Preço justo= custo mais o necessário para padrão de vida razoável
Contra o empréstimo a juros. O poder de compra do dinheiro (devido a
demanda\oferta dos bens) pode variar, mas se cobrar juros, se altera o valor do
dinheiro em si, que deveria ser fixo.
“A lei de Gresham”
Comumente definida “moeda má expulsa
moeda boa”.
Há vários problemas graves com essa nova arma inventada por Tomás
com a qual se combate a usura. Primeiro, o que há de errado em cobrar
“duas vezes”, pela donidade e pelo uso? Segundo, mesmo que de algum
modo seja errado, esse ato dificilmente suporta o peso do pecado e da
excomunhão que a Igreja Católica carregou durante séculos sobre o
infeliz usurário. E terceiro, se Tomás tivesse olhado para além do
formalismo legal do dinheiro, e para os bens que o mutuário comprou
com o empréstimo, poderia ter visto que esses bens comprados eram,
num sentido importante, “frutíferos”, de modo que, enquanto o dinheiro
“desapareceu” nas compras, num sentindo econômico, os bens-
equivalentes do dinheiro foram retidos pelo mutuário.
[…] ao ser mais sistemático, Antonino é muito mais severo que qualquer um de
seus predecessores […] Antonino reúne todas as regras estritas dos ensinos
iniciais sobre a usura em um firme conjunto de regras. Nenhum escritor notável
posterior será tão severo, tão intransigente, tão fiel à lógica das concepções
anteriores quanto ele.[6]
A economia do século XVI foi marcada por uma inflação que primeiro
atingiu a Espanha em resposta às descobertas de ouro e de prata no
Novo Mundo, e a consequente importação de espécie à Espanha. A
inflação atingiu primeiro a Espanha e, então, se espalhou para o resto da
Europa na medida em que os espanhóis gastavam a aumentada oferta
de dinheiro. O resultado foi a primeira inflação secular em grande escala
da história, com o preço na Europa dobrando na primeira metade do
século XVI.
[…] o dinheiro é muito menos estimado nas Índias [onde é extraído] do que na
Espanha […] Depois das Índias, o lugar onde o dinheiro é menos estimado é
Sevilha, a cidade que reúne para si todas as coisas boas do Novo Mundo, e,
depois de Sevilha, as outras partes de Espanha. O dinheiro é muito estimado em
Flandres, Roma, Alemanha e Inglaterra. Esta estimativa e apreciação são
provocadas, em primeiro lugar, pela abundância ou pela escassez desses metais;
uma vez que são encontrados e extraídos na América, são lá mantidos com pouca
estima.
Por exemplo, temos dito que o pão é mais valioso do que a carne porque é mais
necessária para a preservação da vida humana. Mas pode chegar um momento
em que o pão é tão abundante e a carne tão escassa que o pão é mais barato do
que a carne.
Só um tolo tentaria separar esses valores de modo que o preço legal fosse
diferente do natural. Tolo não, perverso é o governante que ordena que uma coisa
que o povo comum valora, digamos, a cinco deve ser vendida por dez. Os homens
são guiados nessa questão por uma estimativa comum baseada em considerações
sobre a qualidade das coisas, e sobre a sua abundância ou escassez. Seria inútil
para um Príncipe procurar minar estes princípios do comércio. É melhor deixá-los
intactos em vez de atacá-los à força em detrimento do público.
Mariana começa o De Monetae com uma encantadora e franca apologia
para escrever o livro que faz lembrar o grande economista sueco Knut
Wicksell mais de dois séculos e meio depois: ele sabe que as suas
críticas ao rei cortejaram uma grande impopularidade, mas toda a gente
está agora murmurando sob as dificuldades resultantes da depreciação,
e ainda assim ninguém teve a coragem de criticar publicamente a ação
do rei. Portanto, a justiça exige que pelo menos um homem — Mariana
— se desloque para expressar publicamente a queixa comum. Quando
uma combinação de medo e suborno conspira para silenciar críticos,
deve haver pelo menos um homem no país que conheça a verdade e
tenha a coragem de apontá-la a um e a todos.