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cavaleiros templários
'inventaram' os bancos
Banco privado
Os Templários não foram a primeira organização no mundo a oferecer esse
tipo de serviço. Diversos outros países haviam feito isso antes, como a
dinastia Tang na China, que usava o "feiquan" - "dinheiro voador", um
documento de duas vias que permitia a comerciantes depositarem seus
lucros em um escritório regional e depois pegarem o dinheiro de novo na
capital.
Mas esse sistema era operado pelo governo. O sistema bancário oferecido
pelos Templários funcionava muito mais como um banco privado - embora
pertencesse ao papa - aliado a reis e príncipes ao redor da Europa e
gerenciado por uma parceria de monges que tinham feito voto de pobreza.
E os Cavaleiros do Templário fizeram muito mais do que apenas transferir
dinheiro por longas distâncias. nforme Em seu livro Money Changes
Everything ("Dinheiro muda tudo", em tradução livre), William Goetzmann
diz que eles ofereciam uma série de serviços financeiros reconhecidamente
avançados para a época.
Se você quisesse comprar uma ilha na costa oeste da França - como o rei
Henrique 3º da Inglaterra fez nos anos 1200 com a ilha de Oleron, a
noroeste de Bordeaux -, os Templários poderiam ajudar a fechar o negócio.
Dire
ito de imagemGETTY IMAGESImage captionRei Henrique 3º comprou
uma ilha na França usando os serviços financeiros oferecidos pelos
templários
Henrique 3º pagou 200 libras por ano por cinco anos para os Templários
em Londres, e quando seus homens tomaram posse da ilha, os Templários
zelaram para que o vendedor tivesse recebido todo o dinheiro.
Ainda nos anos 1200, as Jóias da Coroa foram mantidas no Templo como
uma forma de segurança para um empréstimo - com os Templários atuando
como uma espécie de casa de penhor.
Troca sofisticada
Ele não estava comprando, nem vendendo nada. Tudo o que ele tinha à
frente era uma mesa e um tinteiro.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage caption'Contas de troca'
permitiam que comerciantes pudessem fazer negócios em outros países
Mas para uma nova elite internacional das grandes casas de mercadoria da
Europa, suas atividades eram perfeitamente legítimas.
Seu valor era expressado em "ecu de marc", uma moeda privada usada para
essa rede internacional de banqueiros.
E se os comerciantes de Lyon ou seus agentes viajassem a Florença, a
"conta de troca" do banqueiro de Lyon seria aceita pelos banqueiros de
Florença, que trocariam sem problemas o documento pela moeda local.
Nosso sistema financeiro de hoje tem muito a ver com esse modelo.
Contrapontos
Mas essa rede de serviços bancários sempre teve também seu lado obscuro.
Eles podem usar seu alcance internacional para tentar contornar impostos e
regulamentações.
Nós ainda estamos tentando entender o que fazer com esses bancos.
Nós não podemos viver sem eles, ao que parece, mas também não temos
certeza de que queremos viver com eles. Governantes há muito tempo
procuram formas de controlá-los.
Às vezes, essa abordagem tem sido no esquema "laissez-faire" ("deixai
fazer"), outras vezes não.
Poucos governantes tem sido mais duros com os bancos do que o rei Felipe
4º, da França. Ele devia dinheiro para os Templários, e eles se recusaram a
perdoar seu débito.