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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-

BRASILEIRA - UNILAB
INSTITUTO DE ENGENHARIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - IEDS
CURSO: ENGENHARIA DE ENERGIAS

PRÁTICA 02- PRODUÇÃO DE BIODIESEL POR ROTA ENZIMÁTIVA

MARIA VITÓRIA DA SILVA SÁ

REDENÇÃO
2024
Sumário
Resumo ................................................................................................................................. 3
Introdução.............................................................................................................................. 4
Metodologia ........................................................................................................................... 5
Resultados e discussões ....................................................................................................... 7
Conclusão.............................................................................................................................. 9
Referência bibliográfica ....................................................................................................... 10

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RESUMO
A produção de biodiesel por meio da rota enzimática é uma alternativa
promissora, pois utiliza enzimas como catalisadores, o que permite condições de
reação mais suaves e menor energia de ativação.

A metodologia experimental envolveu a imobilização da enzima em


nanopartículas magnéticas e a realização de reações de transesterificação do ácido
oleico, seguida da determinação do índice de acidez para avaliar a conversão da
matéria-prima em biodiesel. Os resultados mostraram que a imobilização da enzima
em nanopartículas magnéticas aumentou significativamente a eficiência da reação,
sugerindo maior estabilidade e atividade do catalisador.

Em resumo, a imobilização de enzimas em nanopartículas magnéticas é uma


estratégia eficaz para melhorar a produção de biodiesel por via enzimática, com
potencial para aplicações em diversos setores, destacando a importância da
conversão e pureza do produto para o sucesso do processo.

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1 INTRODUÇÃO

A produção de biodiesel com enzimas é uma alternativa promissora para a


obtenção desse biocombustível. Diferentemente da rota química, a rota enzimática
emprega enzimas como catalisadores, o que traz benefícios como o uso de condições
brandas de reação, a facilidade de retirada da glicerina livre e o emprego de menor
energia de ativação para a hidrólise do triacilglicerol.

A Embrapa Agroenergia constituiu um banco de microrganismos produtores de


lipases, enzimas que podem ser utilizadas na produção de biodiesel, tornando o
processo mais limpo. Um estudo analisou a produção de biodiesel etílico de soja por
catálise enzimática, utilizando a lipase B de Candida Antartica como catalisador. Essa
rota mostrou-se vantajosa tanto pelo alto rendimento em ésteres quanto pelo fator
ambiental, uma vez que a enzima pode ser reutilizada e facilita o tratamento do
efluente.

Outro projeto liderado pela Embrapa Agroenergia busca desenvolver um


processo de produção de biodiesel por rota enzimática, com foco na prospecção de
microrganismos e genes para obtenção de lipases, bem como no desenvolvimento de
processos para a produção desse biocombustível.

O biodiesel é uma fonte de energia renovável que tem ganhado aceitação em


todo o mundo. Ele pode ajudar a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e
contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa. E neste relatório,
será apresentado a produção de biodiesel por rota enzimática, destacando os
processos envolvidos, os principais catalisadores enzimáticos utilizados e os
benefícios dessa abordagem em relação às técnicas convencionais

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2 METODOLOGIA

2.1 Materiais utilizados

a) 10 mg Nanopartículas magnéticas de ferro: magnetita (Fe3O4) recoberta em


Aminopropiltrietoxisilano (APTES) e funcionalizada com glutaraldeído de grau
II 25% (m/v);
b) Enzima Candida antarctica do tipo B (CALB) imobilizada em nanopartículas
magnéticas (Fe3O4) durante 1 hora;
c) 0,023 g da CALB comercial;
d) 346 µL de Etanol P.A.;
e) 1,38 g de Ácido Oléico para CALB comercial;
f) 0,6 g de Ácido Oléico para CALB em nanopartículas.

2.2 Procedimento experimental

Em uma eppendorf, foi adicionado 10 mg de nanopartículas imobilizadas com


o CALB, acrescentou-se 1,38 g de ácido oleico e 346 µL de etanol. Foi pesado 0,023
g da CALB comercial e acrescentado 0,6 g de ácido oléico e 346 µL de etanol. Em
seguida, levou-se ao shaker a 200 RPM durante 1 hora a 40° C. Posteriormente, o
material foi levado para banho ultrassônico, durante 40 minutos a 40°C, conforme
mostrara as imagens abaixo.

Imagem 1: Lavadoura Imagem 2: Incubadora

Fonte: guia prático,2024. Fonte: guia prático,2024.

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Logo após, pesou-se 0,2 g de cada óleo em erlenmeyers para fazer a titulação.
Com as amostras prontas, foi adicionado 25 mL de solução ácida e duas gotas de
fenolftaleína, conforme se apresenta as imagens abaixo.

Imagem 3: Shaker comercial Imagem 4: Shaker nano

Fonte: guia prático,2024. Fonte: guia prático,2024.

Dessa forma, foi possível obter o índice de acidez a partir das equações a
seguir:

𝑉𝑜𝑙𝑁𝑎𝑂𝐻 . 𝑁𝑁𝑎𝑂𝐻. 𝑓𝑐 . 40
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑧 =
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

𝐼𝐴𝑖 − 𝐼𝐴𝑋
𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜𝐶𝐴𝐿𝐵,𝐶𝑂𝑀. = × 100
𝐼𝐴𝑖

Onde:
• Vol NaOH : Volume de NaOH usado na titulação da amostra (mL);
• N NaOH : Normalidade da solução de NaOH (0,1);
• Fc: fator de correção da solução de NaOH (0,96);
• Peso Molecular do NaOH: 40g/mol;
• m amostra : massa da amostra g.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao iniciar o procedimento, o primeiro passo foi realizar a pesagem das amostras


do shaker nano, comercial, nanoB e comercial em Erlenmeyers. O resultado da
amostra no Shaker foi de uma massa de 0,2105 g para a amostra do nano e 0,2210 g
para a amostra comercial. Após isso, foi realizada a mistura de 2 gotas de fenolftaleína
e 25 mL de álcool em cada amostra que seria submetida a titulação com NaOH
respectivamente. Feita a titulação, notou-se que a amostra contendo a nano gastou
um volume de 5 mL de NaOH e a amostra comercial, gastou um volume de 4 mL de
NaOH, as demais realizadas estão descritas na tabela 1.
Em seguida, com estes dados e também aqueles referente a normalidade da
solução de NaOH (𝑉𝑜𝑙𝑁𝑎𝑂𝐻 ) sendo 0,1, o fator de correção da solução (𝑁𝑁𝑎𝑂𝐻 ) de
NaOH sendo 0,96, o peso molecular do NaOH sendo 40 g/mol e o índice de acidez
da amostra inicial (𝐼𝐴𝑖 ) sendo 170 mgNaOH/mgAMOSTRA, foi possível realizar os
cálculos com o objetivo de encontrar o índice de acidez e a conversão das amostras
que haviam sido levadas para o shaker, como mostrado a seguir na tabela:

Tabela 1: Titulação ácido-base


Amostra Massa da Volume NaOH Índice de Conversão
Ultrassom amostra gasto acidez
Nano 0,2265 6ml 101,7 3,766
Comercial 0,2060 6ml 111,84 12,27
Nano branco 0,2180 6ml 105,68 -
Comercial 0,2018 6,7ml 127,49 -
branco
Amostra Massa da Volume NaOH Índice de Conversão
Shaker amostra gasto acidez
Nano 0,2105 5 91,2114 14,08
Comercial 0,2210 4 69,5022 45,72
Nano branco 0,2315 6,4 106,1598 -
Comercial 0,2399 8 128,0534 -
branco

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Percebe-se que a conversão da amostra com nano foi menor. Isso aconteceu
devido ao alto volume de NaOH utilizado ao realizar a titulação ácido-base, resultando
em um índice de acidez elevado e, consequentemente, uma conversão baixa.

Nota-se que a conversão da amostra comercial teve a melhor conversão dentre


os valores obtidos na realização desta prática. Isso é explicado quando comparamos
a precisão na realização da titulação ácido-base contendo tal amostra com as demais.
Nesta, utilizou-se um baixo volume de NaOH, levando-a a ter um baixo índice de
acidez e consequentemente, um alto percentual de conversão.

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1 CONCLUSÃO

Foi possível ver que a imobilização de CALB em nanopartículas magnéticas e sua


aplicação na reação de transesterificação do ácido oleico alcançaram resultados notáveis.
Comparando as duas amostras, uma utilizando CALB comercial e outra utilizando CALB
imobilizado, observou-se que esta última apresentou conversão significativamente maior na
reação. Isto sugere que o CALB imobilizado em nanopartículas magnéticas desempenha um
papel fundamental na melhoria da eficiência catalítica, o que pode ser devido à maior
estabilidade e atividade do catalisador quando imobilizado em nanopartículas.

Este experimento destaca que a imobilização de CALB em nanopartículas magnéticas é


uma das estratégias para melhorar a eficiência das reações de transesterificação, com potenciais
aplicações em diversas áreas, como a produção de biodiesel. Neste caso, a taxa de conversão
e a pureza do produto desempenham um papel crucial no sucesso do processo.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Embrapa Agroenergia. Disponível em: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-
tecnologica/tematicas/agroenergia/biodiesel. Acesso em: 06/03/2024.

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