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Feminilidade na Psicanálise
No cenário da psicanálise, Melanie Klein emerge como uma figura ímpar, cujas
teorias desafiam e expandem os fundamentos estabelecidos por Freud. Seu
trabalho pioneiro sobre a feminilidade, especialmente durante a fase fálica na
menina e sua fantasia inconsciente, marca um desvio crítico das normas freudianas,
propondo uma compreensão mais profunda e matizada da psique feminina (Ramos,
2008; Petot, 2008).
A obra de Klein, entre 1921 e 1931, revela uma abordagem radical que inverte a
lógica clássica da constituição subjetiva, deslocando o falo/masculino do centro
para as margens da diferenciação sexual (Petot, 2008). Esta perspectiva não apenas
reconfigura a noção de feminilidade mas também fundamenta sua própria
concepção do materno, trazendo à tona uma reinterpretação profunda do complexo
de Édipo e introduzindo novos conceitos cruciais para a psicanálise (Ramos, 2008).
Contrastando com Freud, Klein não vê a feminilidade como uma posição secundária
ou derivativa, mas como um elemento central e ativo na formação subjetiva, tanto
para meninos quanto para meninas (Petot, 2008). Sua abordagem destaca a
agressividade e a inveja do pênis não como características definitivas da
feminilidade, mas como aspectos de uma dinâmica mais complexa envolvendo a
relação com o corpo materno e as figuras parentais (Ramos, 2008; Petot, 2008).
Referências: