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PERROT, Michelle.

“As três eras da disciplina


industrial na França do século XIX”
Criado por
Sophia Beatriz Goncalves Marques de Faria
Sophia Marques

Lido lido

fichamento Notion

local livro físico

observação - pensar sobre o funcionamento da disciplina no ambiente fabril - conceitua paternalismo p60

PERROT, Michelle. “As três eras da disciplina industrial na França do século XIX”. In: Os excluídos da
referencia
história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

Fichamento
sinteses

A sociedade industrial implica uma nova ordem e racionalidade, criação de novas regras do jogo, novas
disciplinas, a fábrica participa da elaboração dessas regulamentações, p53

citações

camponeses, artesãos, andarilhos- posteriormente viram


operários)
‘‘Apesar das das semelhanças formais, a fábrica
não é uma prisão. Aliás, todo o seu problema foi
o de conseguir de pessoas livres uma presença
regular e exatidão!’’ p53

‘‘Sobre a disciplina, nossas principais fontes provêm das classes dominantes; discurso de cima, às vezes
elas exprimem mais um projeto ou um programa do que propriamente uma operação. Ora é preciso
lembrar que nunca um sistema disciplinar chegou a se realizar plenamente. Feito para triunfar sobre uma
resistência, ele suscita imediatamente uma outra.’’ p54

uma vila operária de certo modo vincula o trabalho com o


lazer num ambiente próximo
“Em 1907, os curtidores de Gentilly - uma
pequena aldeia às portas de paris - entram em
greve contra um regulamento que lhes impõe um
horário fixo de entratada e saída, proíbe-lhes ir e
vir à vontade, jogar cartas ou beber vinho na
oficina, como faziam até então, vinculados
unicamente pelo cumprimento de sua tarefa.”
p55 (

Nas grandes manufaturas intergadas… três principios regem a organização espacial: 1) princípio
político: a beleza das construções e principalmente fachadas denota o poderio do rei e do privilégio
industrial por ele concedido… vai desaparecer nas manufaturas burguesas -desconfiar da ostentação. p56

PERROT, Michelle. “As três eras da disciplina industrial na França do século XIX” 1
onde Luís Tarquínio morava?
“os operários entram e saem, sem nenhuma
comunicação com a casa dos senhores Van
Robais além do que se queira permitir, e estes
por sua vez passam da casa para as oficinas sem
erem percebidos.” p57

“O furto de mercadorias… é considerado como roubo doméstico e reprimido com grane severidade,
como um atentado contra o pai-patrão.” p58

domestic system - poderia dizer que aprender os ofícios da


indústria têxtil dentro da escola da vila operária, seria um
“As primeiras manufaturas e fábricas geralmente
novo modelo atualizado? p59 estão instaladas no campo, mais perto das fontes
repetição desse modelo? de mão de obra… “deslizamento sem
desenraizamento violento” Ainda aí a écula
familiar é o núcleo do sistema. Os fabricantes
buscam empregar toda a família, para garantir o
recrutamento e a fidelidade da mão de obra.”
p59

“ A família é a base desse primeiro tipo de administração que se costuma chamar de paternalismo, cuja
história e funcionamento merecem atenção. No meu entender, três traços principais o caracterizam: 1) a
presença física do patrão nos locais de produção, preconizada pelos primeiros industrialistas - como
Bergery - e visível no projeto de muitas fábricas de primeira geração construídas como empreendimento
rurais: a casa do senhor ocupa o centro. O afastamento do patrão, concomitantemente à concentração
industrial, principalmente depois da depressão econômica no final do século XIX, será um dos fatores do
desmoronamento do paternalismo. 2) As relações sociais do trabalho são concebidas conforme relações
o modelo familiar: na linguagem da empresa familiar o patrão é o pai e os operários os filhos, na
concepção do emprego que o patrão deve assegurar aos operários, na prática cotidiana do patronato,
visível até em certas festas, ligadas principalmente aos acontecimentos da família do senhor (casamento
dos filhos…), enfim, a existência de certas instituições de previdência. Contudo a existência dessas
instituições não é uma condição necessária, aliás, sob certos aspectos elas indicam os prenúncios de
outros tipos de relações industriais. 3) Os trabalhadores aceitam essa forma de integração, e até a
reinvidicam. Eles têm a linguagem e o espírito da “casa”; têm orgulho de pertencer à empresa com a
qual se identificam. Essa atitude é muito mais frequente do que se imagina; há inúmeros exemplos até o
finalzinho do século XIX e sem dúvida muito depois, ainda em nossos dias. Ela permite compreender
por que afinal tantas empresas ignoram a greve, por definição inpensável num contexto paternalista: é
evidente que a repressão é totalmente insuficiente para explicar a falta de combatividade dos
trabalhadores. Bem entendido, essa adesão operária é absolutamente necessária para o funcionamento de
um sistema paternalista: quando ela deixa de existir, o paternalismo se esboroa e torna-se urgente
encontrar outro tipo de relação. Enquanto tal, o paternalismo é um sistema de gestão de mão de obra
bastante sutil, que seria precio apreciar em todas as suas dimensões: sociológicas, psicológicas, políticas,
simbólicas… seria preciso ver, por exemplo como ofascismo no século XX utilizou o paternalismo
persistente dos industriais alemães.” p60

fábricas de primeira geração?

primeiros industrialistas como Bergery - nota: em seu livro Bergery diz “o senhor é o chefe dos seus operários, já que ele os
comanda; é seu pai, já que os faz viver”

PERROT, Michelle. “As três eras da disciplina industrial na França do século XIX” 2
PERROT, Michelle. “As três eras da disciplina industrial na França do século XIX” 3

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