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Estado Antigo e

se manifestar de duas formas:


1) governo unipessoal em que o
governante era considerado um

Estado Grego
representante do poder divino,
confundindo-se às vezes, com a
própria divindade;
2) poder do governante limitado pela
PERGUNTAS NORTEADORAS:
vontade da divindade, cujo veículo,
I. Quais as características diferenciais
porém, é um órgão especial: a classe
do Estado Antigo?
sacerdotal.
II. Quais as características diferenciais
do Estado Grego?
III. O que eram as três classes e a
cidade justa para Platão? Estado Antigo:
IV. Quais os principais argumentos
• Não havia Estado grego único, mas
aristotélicos sobre ética e política?
há características comuns a todos os
Estados que floresceram entre os
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
povos helênicos.
ESTADO:
— Cidade-Estado (polis): o ideal
• Estado Antigo — Estado Grego —
visado era a autossuficiência. Mesmo
Estado Romano — Estado Medieval
quando esses Estado efetuavam
— Estado Moderno.
conquistas e dominavam outros
povos, não se efetivava a expansão
territorial e não se procurava a
Estado Antigo: integração dos vencedores e vencidos
numa ordem comum.
• Família, religião, Estado e
organização econômica formavam um
• Há uma elite, que compõe a classe
conjunto confuso, sem diferenciação
política, com intensa participação nas
aparente. Não se distingue o
decisões do Estado, a respeito dos
pensamento político da religião, da
assuntos de caráter público. Mesmo
moral, da filosofia ou das doutrinas
quando o governo era tido como
econômicas.
democrático, apenas uma faixa restrita
• Possui duas características
da população (cidadãos) é que
principais: Natureza unitária: unidade
participava das decisões políticas.
geral, não admitindo qualquer divisão
interior, nem territorial, nem de
funções. • A ideia de igualdade está muito
• Religiosidade: afirmação da longe de sua concepção moderna,
autoridade dos governantes; normas segundo a qual “todos os homens
de comportamento individual e coletivo nascem livres e iguais”. O cidadão
como expressões da vontade de um pensado pelos gregos é igual porque
poder divino. A religiosidade pode e enquanto é livre. E são homens, no
sentido estrito do termo: mulheres e
crianças estão excluídas (assim como, Até os 7 anos, todas as crianças, de
em geral, os que não nasceram na todas as classes e de ambos os
cidade). sexos, recebem a mesma educação
(ginástica, dança, jogos para
aprendizado básico de matemática e

Platão:
de leitura).
Primeira seleção. Alfabetização
• O Estado nasce porque não somos avançada, estudos de artes marciais e
“autárquicos”, ou seja, não se basta a treinos militares até os 20 anos.
si mesmo e tem necessidade dos Segunda seleção. Aritmética,
serviços de muitos outros homens. geometria, astronomia e música até os
As três classes: 30 anos.
1) Lavradores, artesãos e Terceira seleção. Estudo dialético da
comerciantes: os que provêm as ética, da física e da política até os 35
necessidades materiais (do anos. Entre os 35 e os 50 retomada do
alimento às vestes, às habitações); contato com a realidade no
não necessita de educação especial, desempenho de diversas tarefas
pois se aprende na prática. na administração pública.
Seleção final: filósofos, que se
2) Guardas: responsáveis pela guarda tornarão os dirigentes políticos (elite
e defesa da cidade; educação clássica intelectual da Cidade).
(ginástico-musical); comunhão de
todos os bens (abolição de qualquer
propriedade privada sobre bens Platão e Cidade Justa:
materiais); comunhão de homens, Então o que é justiça?
mulheres e filhos. É tarefa da classe A ‘justiça’ nada mais é que a harmonia
inferior, detentora da riqueza, prover que se estabelece entre essas três
as necessidades materiais desta virtudes. Quando cada cidadão e cada
classe. Homens e mulheres (mesma classe social desempenham as
educação e idênticas tarefas). Filhos funções que lhes são próprias da
retirados dos pais, educados longe melhor forma e fazem aquilo que por
dos progenitores. A proposta de uma natureza e por lei são convocados a
“grande família” em que todos se fazer, então a justiça perfeita se
amam. Do “é meu”/ “é teu” para o “é realiza.
nosso”.
• A Cidade justa é aquela onde o
3) Governantes: de poucos homens filósofo governa, o militar defende e
que saibam governar adequadamente. os que estão ligados às atividades
Cinquenta anos de aprendizado (“a econômicas proveem a sociedade.
longa estrada”) O Estado justo possui quatro virtudes
cívicas, três delas que correspondem
a cada uma das classes - ou seja, a realização de um bem
temperança, específico.
Cada fim particular e cada bem
coragem e prudência - e a quarta,
específico estão em relação com um
mais importante e da qual dependem
fim último: a felicidade.
as outras três: a justiça (harmonia e
Felicidade: nem prazer, nem honra;
hierarquia das funções). A razão
nem riqueza, nem sucesso. Esses
governa a Cidade, que por isso é
colocam o homem em
virtuosa e perfeita, isto é, excelente.
dependência (bens materiais, opinião
pública, etc.), sendo essas felicidades
precárias e aleatórias.
– Nós somos, essencialmente, alma
(Sócrates), intelecto (Platão), mas
Aristóteles, a Ética e a não se deve descartar a utilidade dos

natureza humana: bens materiais, pois, embora não


tragam felicidade por si só, suas
• Por que tudo o que podemos ausências podem comprometê-la.
aprender sobre o que é justo fazer, o – O bem supremo realizável pelo
que é correto ou o que é bom não é homem (a felicidade) consiste em
suficiente para moldar nosso caráter? aperfeiçoar-se enquanto homem
Aristóteles apresenta dois naquela atividade que o distingue de
motivos para esse descolamento todas as outras coisas: o homem que
parcial entre o que desejamos fazer deseja viver deve então viver segundo
e o que deveríamos desejar fazer a razão.
em função do que sabemos ser o
correto a fazer.
O primeiro motivo diz respeito à
especificidade da ética frente ao que
O meio justo ou “meio-
poderíamos chamar de conhecimento
termo”:
teórico, como a matemática, por
• Os impulsos, as paixões e os
exemplo.
sentimentos tendem ao excesso ou à
O segundo motivo diz respeito à
falta; a razão, por sua vez, impõe a
nossa natureza humana, natureza que
“justa medida”, o “caminho
é composta por dois elementos, o
intermediário”, o “meio termo”.
irracional e o racional, que podem
• Meio-termo não é mediocridade,
estar em conflito um com o outro.
mas a vitória da razão sobre os
instintos.
• Dominando o desejo: o domínio
A finalidade e a dessa parte da alma e sua redução

felicidade: aos ditames da razão é a “virtude


ética”; uma virtude que se adquire
• As ações humanas tendem a um fim, com hábito, “estados” ou “modos de
ser”.
Política e justiça:
• Ações da justiça política: igualar
os desiguais (ou seja, criar iguais) e
determinar que o tratamento desigual
dos desiguais é justo. Essas ações
ocorrem de duas formas:
1) Justiça distributiva: se refere ao
modo como a Cidade faz a partilha
dos bens entre os cidadãos: riquezas,
cargos, fama, glória.
Proporcionalmente em vez de
aritmeticamente. Deve impedir o
crescimento das desigualdades
(econômicas, sociais, intelectuais, de
opinião, etc.), pois são essas as
causas de corrupção de uma Cidade
2) Justiça comutativa: corrige os
erros da justiça distributiva, sobretudo,
corrige os erros e delitos nas
relações entre os cidadãos, aplicando
as leis e regras do direito.

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