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Política- Aristóteles

Tópicos
• Estrutura do livro Política
• Livro I: A cidade: o escravo, a mulher e a criança
• A cidade e o cidadão
• Formas de governo em Aristóteles
• Estado ideal
1. Estrutura da obra “Política” de Aristóteles
• Tratado composto por oito livros • Livro I- A natureza da cidade
• Texto incompleto e provisório com • Livro II: A crítica das constituições
repetições e improvisos • Livro III: A teoria da cidadania e tipos
• Resultado de investigações de obras, de regimes
algumas perdidas. Ex. “Da justiça”; “O • Livro IV: A pluralidade de regimes
Político”; Alexandre ou a Colonização; constitucionais
Da monarquia; Constituição de
Atenas(esta foi salva) • Livro V: A teoria das revoluções
• Acusado de conservadorismo, de • Livro VI: Democracias e oligarquias
defensor da classe média, de • Livro VII: A felicidade e o regime
aristocrático, Xenófobo e democrático melhor
• Livro VIII: A educação dos jovens
2. Livro I - A natureza da cidade

2.1 Cidade> Aldeias> famílias • 2.4 Economia doméstica: escravo,


- Cidade: é a forma mais elevada de propriedade, crianças e esposas
comunidade e tem como objetivo o bem - Escravo: Uma parte da
mais elevado(promover a vida boa) propriedade(Naturais e não-naturais)
- Como adquirir posses: navegação,
- Aldeia: satisfaz um leque mais amplo comercio local, exploração da terra etc
de necessidades - O homem é superior a mulher: “Quanto
ao sexo, a diferença é indelével:
qualquer que seja a idade da mulher, o
- Família: fundamentada sobre duas homem deve conservar sua
relações: homem e mulher, escravo e superioridade”(Aristóteles)
senhor
- A criança deve ser submissa ao adulto:
• 1252a] “Visto que toda cidade é um tipo Sobre a servidão Natural
de associação e que toda associação se
forma tendo em vista algum bem “Além da servidão natural, existe
(porque todos os homens sempre agem aquela que chamamos servidão
tendo em vista algo que lhes parece ser estabelecida pela lei; esta lei é uma
um bem), resulta claramente que, se espécie de convenção geral, segundo a
todas as associações visam um certo qual a presa tomada na guerra
bem, aquela que é a mais alta de todas e pertence ao vencedor”(Aristóteles)
engloba todas as demais é precisamente Sobre a criança: “Sendo a criança
a que visa ao bem mais alto de todos; imperfeita e não podendo ainda
ela é denominada cidade (pólis), ou encontrar em si mesma a regra de suas
comunidade política” ações, sua virtude é ser dócil e
submissa ao homem maduro que cuida
de seu acompanhamento”(Aristóteles)
Sobre a melhor idade para o casamento Aristóteles defendia o aborto e a
“A verdadeira idade para casar as moças é eugenia
aos dezoito anos e para os homens aos “No ventre da mãe os filhos recebem,
trinta e sete, aproximadamente. Com isso como os frutos da terra, a impressão do
a conjunção dos corpos se fará em pleno bem e do mal. Sobre o destino das
vigor, e a geração, depois, terminará num crianças recém-nascidas, deve haver
tempo conveniente tanto para um como uma lei que decida os que serão
para outro”(Aristóteles) expostos e os que serão criados. Não
seja permitido criar nenhuma que nasça
Sobre a educação da criança mutilada, isto é, sem algum de seus
membros; determine-se, pelo menos,
“Desde os primeiros momentos do para evitar a sobrecarga do número
nascimento, é bom acostumar as crianças excessivo, se não for permitido pelas leis
ao frio; isto faz um bem infinito à saúde e do país abandoná-los, até que número
dispõe às funções militares. Por isso, a de filhos se pode ter e se faça abortarem
maior parte das nações bárbaras observa as mães antes que seu fruto tenha
ou o costume de mergulhá-las ao sair do sentimento e vida, pois é nisto que se
ventre da mãe no rio ou em água fresca, distingue a supressão perdoável da que
ou o de vesti-las ligeiramente, como fazem é atroz”(ARISTÓTELES. A política.p.73)
os celtas”(Aristóteles)
3. A cidade e o cidadão
3.1 Animal político: homem grego • “O homem é, por sua natureza, como
concebia o indivíduo em função da dissemos desde o começo ao
cidade e não o contrário falarmos do governo doméstico e do
3.2 Cidadão: aquele que participa da dos escravos, um animal feito para a
administração da coisa pública, ou sociedade civil. Assim, mesmo que
seja, fazer parte das Assembleias que não tivéssemos necessidade uns dos
legislam e governam a Cidade e outros, não deixaríamos de desejar
administram a justiça viver juntos. Na verdade, o interesse
comum também nos une, pois cada
- Quem não era cidadão? Escravos, um aí encontra meios de viver
estrangeiros, crianças, operários e melhor. Eis, portanto, o nosso fim
mulheres principal, comum a todos e a cada
um em particular. Reunimo-nos,
mesmo que seja só para pôr a vida
em segurança” (Aristóteles)
4. O Estado e suas formas

4.1 Diferentes constituições: Pode


ter diferentes formas, constituições
inclusive a do poder soberano
4.2 Poder Soberano: pode ser
exercido: 1)por um só homem; 2) por
poucos homens; 3) pela maior parte
4.3 Quem governa pode governar:
a)segundo interesse próprio, b)
segundo interesse coletivo
5. Formas de governo em Aristóteles
Monarquia: Governo de um só em Tirania: poder soberano usurpado e
que o chefe não é eleito mas ilegal; governo de tirano onde o
escolhido hereditariamente chefe governa com poder ilimitado
 Aristocracia: “Aristo”(melhor)+  Oligarquia: o poder é exercido por
cracia(governo)= governo dos um pequeno grupo de pessoas,
melhores, formada por um grupo de pertencentes ao mesmo partido,
pessoas distintas do restante da classe ou família
sociedade
 Politéia: governo que visa o bem • Democracia: governo que,
comum, que é capaz de conferir certa desleixando o bem comum, visa
unidade ao corpo político favorecer de maneira indébita os
interesses dos mais pobres
6. Estado ideal
Como o fim do Estado é moral, deve- • "podemos dizer que feliz e
se buscar a virtude florescente é a Cidade virtuosa. E
 A cidade perfeita não deveria ser impossível que tenha êxitos felizes
nem muito populosa e nem muito quem não cumpre boas ações e
pequena nenhuma boa ação, nem de um
individuo, nem de uma Cidade,
 O território deve ser grande o pode realizar-se sem virtude e bom
bastante para satisfazer as senso. 0 valor, a justiça e o bom
necessidades sem produzir o senso de uma Cidade tem a mesma
supérfluo potência e forma cuja presença em
 Tornar cada cidadão virtuoso por um cidadão privado faz com que
meio da educação. Dela depende a ele seja considerado justo, ajuizado
felicidade da cidade e sábio." (Aristóteles)
Bibliografia
• ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
• ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad., introd. e notas M. da Gama Cury, Brasília: Editora UnB,
1999.
• ARISTÓTELES. Política. São Paulo, SP: Martin Claret, 2007.
• BARNES, Jonathan. Aristóteles. São Paulo, Loyola, 2001.
• CAUQUELIN, A. Aristóteles. Trad. L. Magalhães, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1995.
• HUISMAN, Denis. Dicionário de obras filosóficas. São Paulo: Martins fontes, 2000.
• LUCE, J.V. Curso de filosofia grega. Rio de Janeiro, 1994, cap. 9.
• PAKALUK, Michael. Ética a Nicômaco: uma chave de Leitura. Petrópolis: Vozes, 2020.
• PHILIPPE, Marie Dominique. Introdução à filosofia de Aristóteles. São Paulo, Paulus, 2002.
• REALE, G., História da Filosofia Grega e Romana. Vol. IV. Aristóteles. Trad. de H. C. de Lima Vaz
e M. Perine. São Paulo: Ed. Loyola, 2008.
• VERGNIÈRES, S. Ética e política em Aristóteles. Physis, Ethos, Nomos. São Paulo: Paulus, 1999.

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