O primeiro humanista: A partir do séc. XV passou a
ser considerado unanimemente como o primeiro humanista; Como chegou ao humanismo? Avaliando a “corrupção” e “impiedade” de seu tempo Causas da corrupção e impiedade: O naturalismo difundido no pensamento árabe e o predomínio da lógica e da dialética; Qual é a solução? Ao invés de nos dispersarmos no conhecimento puramente exterior da natureza, é preciso voltarmo-nos para nós mesmos, objetivando o conhecimento da própria alma; A verdadeira sabedoria: é o conhecer-se a si mesmo, e o Sobre a Dialética: A "dialética" leva caminho para isso é as artes liberais; a impiedade e não a sabedoria; Citando as confissões de Agostinho: Rejeição de Aristóteles: Aristóteles "E os homens admiram os altos era a base da filosofia averroísta e montes, as grandes ondas do mar, os da dialética; largos leitos dos rios, a imensidade A dignidade da Palavra: "Pois do oceano e o curso das estrelas; e Sócrates, vendo um belo jovem em esquecem-se de si mesmos”. silêncio, disse-lhe: 'Fala, para que eu E eis o seu comentário: "Ha muito possa ver-te!' Pois ele pensava que tempo eu deveria ter aprendido, não é tanto pela fisionomia que se inclusive com os filósofos pagãos, ver o homem, mas pelas palavras. " que nada é digno de admiração além da alma, para a qual nada é grande demais" . Obra - “Meu Livro Secreto”: um diálogo - Remédios para os trancos e imaginário cheio de culpa. Lembra as barrancos“: um livro de autoajuda Confissões de Santo Agostinho; que permaneceu popular por muitos - "Sobre os Homens Famosos”: uma anos; série de biografias morais; - Carmen Bucolicum: uma coleção de - Rerum Memorandarum Libri(O livro doze poemas pastorais; das Memórias): um tratado - África: conta a história da Segunda incompleto sobre as virtudes Guerra Púnica; cardeais; - Petrarca também publicou muitos - Sobre o Lazer Religioso volumes de suas cartas, incluindo - "Sobre a Vida Solitária“: que elogia a algumas para alguns já mortos vida contemplativa; como Cícero e Virgílio. 2. Coluccio Salutatti (1331-1406) Biografia: Humanista, filósofo, literato e chanceler da República de Florença; foi amigo de Petrarca e um dos mais importantes líderes políticos e culturais do renascimento florentino; Reafirmou a tese da supremacia das artes liberais sobre as ciências naturais; Crítica a ideia de filosofia como uma dialética- racionalista: sustentou uma visão de filosofia entendida como mensagem testemunhada e transmitida com a própria vida (como fez o pagão Sócrates e como fizeram Cristo e santos como Francisco) Defendia o primado da vida Ativa sobre a vida contemplativa Crítica a quem foge da vida para se esconder na contemplação "Para dizer a verdade, afirmo obras corajosamente e confesso candidamente • Epistolario que, sem inveja e sem contrariedade, • Invectiva (Invettiva), 1403 deixo de bom grado para ti e para quem eleva ao céu a pura especulação todas as • O século e a religião, 1381 outras verdades, desde que se me deixe a • A sorte, a fortuna e a cognição das coisas humanas. Podes causalidade, 1396-1399 permanecer cheio de contemplação, mas que, ao contrario, eu possa ficar rico de • Sobre a nobreza das leis e da bondade. Podes meditar por ti mesmo, medicina, 1399 procura o verdadeiro e regozija-te ao • O tirano), 1400 encontra-lo. (...) Que eu, ao contrario, esteja sempre imerso não, voltado para o • Os trabalhos de Hércules", inacabado. fim supremo. Que toda ação minha sirva a mim, A família, aos parentes e - o que é ainda melhor - que eu possa ser útil aos amigos e a pátria e possa viver de modo a servir a sociedade humana pelo exemplo e pelas obras”. (SALUTATTI, Sobre a nobreza das leis e da medicina. In. REALE, Giovanni. História da filosofia.Vol. 3. p.22) 3. Leonardo Bruni (1370-1444) Funcionário da Cúria Romana e depois chanceler em Florença, foi discípulo, amigo e continuador da obra de Salutatti; Traduziu do grego as seguintes obras de Platão: Fédon, Górgias, Fedro, Apologia; De Aristóteles traduziu: Ética a Nicômaco, Econômicos e Politica Inaugurou um humanismo mais empenhado politica e civilmente(em oposição ao humanismo mais espiritualista de Petrarca); Os clássicos são precisamente mestres de virtudes "civis“; O homem só se realiza plena e Obras verdadeiramente na dimensão social e civil indicada por Aristóteles - História do Povo Florentino, a qual em A politica; foi chamada de o primeiro livro de história moderna. O Sumo bem aristotélico: não é um bem abstrato ou, transcendente Foi o primeiro a usar a visão dos três ao homem, mas sim o bem do períodos: Antiguidade, Idade Média, homem, a felicidade; e Idade Moderna Prazer: consequência da atividade - Novo Cícero, uma biografia sobre o que o homem desenvolve segundo chefe de estado romano sua própria natureza; - Vidas de Dante e de Petrarca Parâmetros dos juízos morais: Não - Vida de Aristóteles é nenhuma lei abstrata, mas o próprio homem por meio das suas virtudes 4. Leon Battista Alberti(1404-1472) Foi um arquiteto, teórico de arte e humanista italiano. Foi filósofo da arquitetura e do urbanismo, pintor, músico e escultor; Obras: Sobre a arquitetura, Da pintura, Da famólia, Do governo da casa etc Temas: - Critica das investigações teológico-metafisicas: Para Alberti, é inútil procurar descobrir as causas supremas das coisas, porque isso não foi concedido aos homens, que só podem conhecer aquilo que está sob seus olhos, Exaltação do homo fáber: Elogio à atividade que não está voltada Outros humanistas apenas para o benefício do - Giannozzo Manetti (1396-1459): indivíduo, mas também para o produndo conhecedor do grego e beneficio de todos os outros do latim, traduziu Aristóteles e os homens e da cidade; Salmos; Sem a ação, a contemplação não - Tratou da superioridade do homem tem sentido; em relação as outras criaturas; "virtude" e "sorte“: a "virtude" - Mateus Palmieri (1406-1475): não é tanto a virtus cristã, mas conciliou vida contemplativa e vida muito mais a areté grega, ou seja, ativa. aquela atividade peculiar do - Ermolau Barbaro (1453-1493): que homem que o aperfeiçoa e lhe se qualificou como tradutor de garante a supremacia sobre as Aristóteles (chegou até nós a coisas; tradução da Retórica), Bibliografia - COTRIM, Gilberto. Renascimentos e reformas”. In: História Global. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. - DE CRESCENZO, Luciano. História da filosofia moderna: de Nicolau de Cusa a Galileu Galilei. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2012. - FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira; FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo. A nova medida do Homem”. In: Nova História Integrada – Ensino Médio Volume Único. Campinas: Companhia da Escola, 2005. - LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. O Renascimento e a cultura na época do absolutismo”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. - REALE, Giovanni Historia da filosofia: do humanismo a Descartes, v. 3. - São Paulo: Paulus, 2004.