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➔ A nível militar: Sun Tsu, séc. VI A.C. “O principal objetivo da guerra é a paz”,
primeiro tratado militar da história.
➔ História da diplomacia: Tucídides, 420-411 A.C, defendia que as polis eram as
unidades-chave de ação e agiam movidas por um interesse que se traduz em poder.
➔ Direito Internacional: Hugo Grotious, séc. XVI, um dos fundadores do DI
➔ Diplomacia: François de Callières, séc. XVII, aconselhava o soberano sobre
a arte da diplomacia nos negócios
➔ Filosofia: (séc. XVII-XIX) Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau,
Immanuel Kant, Adam Smith
Thomas Hobbes – Afirma que o Homem nasce e morre no seu estado de amor/ódio,
que o mundo é uma espécie de selva e vence o mais forte. Não se agarra a meios
para atingir fins.
Jean-Jacques Rousseau – Contrato Social, se o Homem e o Estado cooperarem todos
tendem a ganhar.
Immanuel Kant – Razão, O comércio é fonte de paz.
Adam Smith – Liberal, a mão invisível - o papel do Estado deve ser mínimo.
As origens históricas das RI
Importância das RI
????
Estado/Potência
• o aparelho (Governo)
Estados / Potências
Potência média
Ex.: Canadá
Pequena potência
Grande potência
Ex.: Islândia SUPERPOTÊNCIA
Ex.: China
EUA
Potência reemergente
Potências regionais – EUA, Brasil, China, Austrália, Itália, Irão, Alemanha, França,
Reino Unido, Rússia, …
Sistema Internacional*
Sociedade de Estados
Nação vs Estado
Nação
➔ Comunidade que se considera distinta em termos de etnia, história, religião,
tradições, língua, …
➔ Algo que une, algo em comum
➔ Sentido de pertença
➔ Não necessariamente sinónimo de Estado
➔ Media não ajudam
Estado
➔ Entidade com um governo (país) ou sub-entidade
Ex.: região ou província
Valores medievais:
1. O tempo pertence a Deus. Assim, é pecado emprestar dinheiro a juros pelo
tempo em que ele teve emprestado.
4. Deus está no centro das atenções (teocentrismo). Ex.: Irão, polícia religiosa da
Arábia Saudita.
Valores Renascentistas:
1. O tempo pertence ao Homem que deve, portanto, usá-lo em benefício próprio.
Antes de Vestefália
O sistema da cidade-estado na Grécia:
• Precursor do sistema de Vestefália
• Pólis (cidade-estado)
• Cada Pólis tinha o seu próprio modo de governar
• Atenas berço da democracia
• Cidadãos: Homens e adultos livres =/= escravos (⅓ da população)
Grécia Antiga
➔ Sociedade Grega
Homens Mulheres
Estrangeiros
Escravos
• Mais de 18/20 anos
• Filhos de pai e mão ateniense
• Com o serviço militar cumprido
Privilégios:
- Igualdade perante a lei
- Igualdade no acesso aos cargos políticos
- Igualdade no uso da palavra
- Igualdade na posse de terras
- Igualdade na posse de escravos
- Igualdade ao acesso à educação
➔ Acrópole
Situada nas partes mais altas da Pólis.
• Significado simbólico – elevar os valores humanos
• Significado estratégico – capacidade de defesa contra invasões
Idade Média
• Feudalismo;
• Igreja – instituição preponderante
(Tratado de Tordesilhas)
Antes de 1648
Vestefália
Impacto nas RI
• Soberania
• Territorialidade
• Direito a escolher a religião
• Não – interferência
• Exército permanente
• Estado: ator chave das RI
Europa do séc. XIX
O rescaldo da revolução
• A revolução americana (1776) contra o domínio britânico
• A revolução francesa (1789) contra o domínio absolutista
• Locke – (defensor da liberdade e tolerância religiosa)
Princípios:
• Legitimidade
• Equilíbrio europeu
Concerto da Europa
➔ Multipolaridade
Períodos “Entre-guerras”
• Fascismo (Itália – Mussolini)
• Nazismo (Alemanha – Hitler)
• Hitler rearma a Alemanha nos anos 30
• Inação (appeasement) por parte da França, Inglaterra e URSS
(A inação de uns leva à emergência de outros)
• Hitler explora o descontentamento popular
• Sociedade das Nações é ineficaz
GUERRA FRIA
Características:
• Duas super potências + Sistema de alianças
• Interesses divergentes, ideologia, perceção mútuas
• Paz nuclear
• Fim do Sistema Colonial
• Confronto indireto: recurso a terceiros
Acontecimentos:
• Guerra da Coreia
• Crise dos misseis de Cuba
• Guerra do Vietname
• Queda do muro de Berlim (1989) e reunificação da Alemanha (1990)
• Colapso da União Soviética (1991)
• NATO vs Pacto de Varsóvia
Pós-guerra Fria
O mundo tem vários polos, que concentram a parte económica, ciência, militar, ou
seja, não está tudo num único país.
• Os EUA concentram todos, contudo já não conseguem fazer face aos
problemas globais, a super potência precisa de colaborar.
A humanidade evoluiu de uma estrutura unipolar, para mais tarde uma estrutura
bipolar (guerra fria).
sharp power - capacidade de ocultar a realidade para levar alguém a fazer algo que
acredite
(ex.: Coreia do Norte, manipulam a realidade, usando a media para construir uma
narrativa.)
Hard power
Influência através de:
• parte militar (armas, …)
• poder monetário
• sanções
Estados com estatuto nuclear: EUA, Reino Unido, França, Israel, Paquistão, Índia,
China, Rússia, Coreia do Norte
Dilema de segurança
➔ Há uma busca contínua de armamento.
Soft power
Atrair, seduzir, persuadir. Mudar comportamentos.
• Cultura
• Valores políticos
• Valores da confiança/lealdade
Um sistema incerto
➔ Joseph Nye – soft power
- Poder disseminado por causa de:
1. Interdependência económica
2. Atores transnacionais / Multinacionais
3. Nacionalismo presente nos estados fracos
4. Transferências de tecnologias
5. Novos problemas político
➔ James Rosenau
1. Hegemonia em declínio
2. Fronteiras em declínio
3. Autoridade/poder dominante contestado
4. Imprevisibilidade
Nota: Questão dos refugiados - Cada estado gere a pasta dos refugiados da maneira
que quer.
Os estados federados dependem do estado federal.
Sistema internacional
Nível de análise:
Individual
• Perceções, escolhas e ações de seres humanos individuais
• O caráter / personalidade e o prisma de valores
• O contexto
Nenhum cargo é exercido da mesma força, ex.: Obama e Trump
Doméstico
• Agregação de indivíduos dentro dos estados
• Influenciam as ações do estado na área internacional
• Grupos de interesse, organizações políticas e agências governamentais
• Operam de modo diferente em diferentes tipos de sociedade e estado
Exemplo: Democracia vs ditadura
Atores: abstenção, nós, media, redes sociais, etc.
Global
• Enfoque em tendências globais/forças que transcendem os próprios estados
• Transnacionalidade
Exemplos:
-Evolução da tecnologia
-Globalização (Julian Assange)
-Interdependência
-Terrorismo
-Clima (Greta Thunberg)
Não pode ser revolvido apenas no nível doméstico
Atores
1. Organizações Internacionais / Intergovernamentais (União Europeia, ONU)
• Criadas por tratados e negociação
• Associação voluntária de estados soberanos
• Objetivos dos estados
➔ Escopo (alcance)
• Regional (União Europeia, NATO, OSCE, União Africana, Asean)
• Mundial (FMI, Banco Mundial, World Trade Organization, Interpol)
• Finalidade genérica (ONU – UNESCO, UNICEF)
➔ Papel
• Político (Liga Árabe)
• Ambiental
• Securitário
• Social
• Económico
Sociedades Transnacionais
As sociedades transnacionais:
• Enorme poder económico e político, superior a muitos Estados
• Atividade comum em vários Estado numa escala planetária
• Atividade contratual (ver pp)
Demais atores:
• Terrorismo – 11 de setembro
Nível doméstico
Pluralidade de atores
Exemplo: Evangélicos, Maçonaria (ator invisível) , Partidos Políticos, Sindicatos,
Diversidades de atores
• Indivíduos
• Grupos de pressão
• Sindicatos
• Associações
• Partidos Políticos
• Comentadores políticos / opinion makers
• Opinião pública
O político
Erro comum
Tomar as decisões no plano externo como definitivas
Não se deve desvalorizar o plano doméstico, os eleitores podem mudar a sua opinião
e tudo mudar, ex: mudança abrupta da extrema esquerda para a extrema direita.
Putnam
Ex.: Referendos
2º Teste
A corrente liberal
Liberalismos:
Cinco postulados-chave:
1. Razão
• Permite compreender e moldar o mundo
• Não necessita de um ser superior
Verdadeiro ou falso?
Não se pode lutar contra o destino.
Não há destino. O Homem faz o seu próprio destino, não depende da “mão-invisível” do
sobrenatural.
2. Progresso histórico
• Possível e desejável reformar as RI.
• A realidade internacional não é estática. Ex.: Queda do muro de Berlim; Fim da
União Soviética.
4. Interdependência económica
• Reduz probabilidade de conflito/guerra
• Mercantilismo vs livre comércio
Mercantilismo
Livre Comércio
David Ricardo:
5. Institucionalização
O Direito Internacional
Ex.: Tratado civilização egípcia (séc. 13 a.C.)
• A destrutividade da guerra
• A importância de estudar as condições para um mundo pacífico
• Assim nasce formalmente a disciplina das RI
◦ Examinar as causas da guerra e estímulos para a paz
• Uma disciplina concebida e fundada por ideais liberais (Entreguerras).
Contudo,
O século XX seria marcado pelo realismo.
1º Guerra Mundial e pós-guerra
2ª Guerra Mundial
Ideias liberais:
• Relações internacionais
• Multilateralismo
• Cooperação
• Interdependência económica
• Integração regional
Correntes do liberalismos
1. Interdependência complexa
Modernização
2. Liberalismo
As instituições:
• superam a falta de confiança entre os Estados
• negociação e o compromisso (Ex.: Comissão Europeia, ONU)
• continuidade
• previsibilidade
3. Liberalismo Republicano
- Mais pacíficas
- Mais respeitadoras
A corrente realista
Debate Liberalismo – Realismo
Críticas ao liberalismo:
• Otimismo e utopia vs realidade
• Progresso e razão?
• As instituições
Otimismo e utopia vs a realidade
Progresso histórico
Ex.: Trump cita o “poema da cobra” para comparar os imigrantes a “cobras traiçoeiras”
As instituições
Pressupostos do realismo
1. Anarquia internacional
2. Estatocentrismo
3. Enfoque sobre o poder
4. Rejeição do normativo
• Amadurecimento: realismo
• Nas ciências sociais não há verdades absolutas
• 2º: aceita as realidades que não se pode alterar e propõe mecanismos que se adaptam
a elas.
Crítica implacável
• Há poderes que querem a paz, mas outros que podem ganhar com a Guerra (Hitler,
Versalhes)
Princípio nº1
- Woodrow Wilson e o idealismo falharam porque acharam que iam mudar a História.
- Ou seja, que o Homem ia passar a ser bom.
Princípio nº2
Princípio nº3
O interesse definido como poder tem valor eterno no estudo da política, mas não tem
contornos imutáveis
• Os interesses dependem: fatores culturais, históricos, materiais e conjunturais (que
variam)
• O que não muda nunca é a caracterização da política como a defesa de interesses
• Outro tipo de entidade pode vir, no futuro, a substituir o Estado
• Mas a essência da política mantém-se
Princípio nº4
- Ações políticos devem ser avaliadas com base nas suas consequências
- Não segundo princípios abstratos
Princípio nº5
Princípio nº6
- Vários princípios enumerados atrás são semelhantes, mas todos convergem em:
Críticas ao realismo
1. A problemática do normativismo
• Regras universais?
• Bases positivista?
◦ conhecimento científico é o único verdadeiro
▪ se não for comprovado não é válido
3. Interesse nacional
• Como se caracteriza?
• O que é?
• Conceito abstrato?
• Conceito homogéneo?
6º princípio de Morgenthau
5. Verdades eternas?
Neo-realismo
Kenneth Waltz (1924-2013)
• Anarquia existe
Críticas ao Neo-realismo
- A Estrutura do Sistema é
insuficiente Ex.: desagregação/colapso
da URSS
- E a cooperação internacional?
• Comércio Internacional
• Instituições
• Regras de convivência entre os Estados
Construtivismo
Neo-realismo é materialista
Sistema de pensamento/normas
O contexto
Neo-realismo
• insuficiente para explicar nova conjuntura
• defendia que países iriam contrabalançar EUA
◦ Segurança
◦ Sistema multipolar
- Influência de
• Filosofia
• Sociologia
Anthony Giddens
• Estruturas interagem com os atores.
Estruturas Atores
Significados
Giambattista Vico
• Mundo natural (criado por Deus)
• Mundo histórico (feito pelo Homem)
◦ O Homem é responsável pela sua história. É criador dos Estados, que são
construções históricas e entidades artificiais.
Immanuel Kant
• O mundo dá-nos conhecimento
• Mas este é sempre subjetivo
• Porque é filtrado pela consciência humana
difere de
A Natureza vs O Espírito
Conhecimento científico/Positivismo
Nascimento, Crescimento, Reprodução e Morte
Compreensão/Interpretar
Racionalidade
Identidade e Interação
Hobbesiana:
• Estados percebem-se como inimigos
• Guerra de todos contra todos
• Só guerra permite a sobrevivência
• Predominou até ao séc. XVII.
Lockeana:
Kantiana:
Construtivismo:
Alexander Wendt:
• A “construção social” da política internacional
• O conflito pode ser travado
• Wendt enfatiza a interação entre Estados
A ideia de que o conflito pode ser travado. Por exemplo, na Guerra da Ucrânia permanece
uma vertente realista.
Martha Finnemore:
Engano: Os construtivistas acham que a interação social entre Estados é sempre sincera.
Serão os Estados pacíficos ou fingem sê-lo? Ex.: Pacto Hitler-Estaline.
Pós-Guerra Fria
Novos desafios:
• Globalização
• Interdependência
• Vulnerabilidade e intrusões externas
◦ Soberania – Vestefália?
Terrorismo transnacional
• Fim da “santuarização” dos EUA
O 11 de setembro de 2001
• Violência em larga escala
• Capacidade de atuação a nível global
Os meios e os métodos
• Os meios do país-alvo. São métodos simples, escassos mas eficazes. São
imprevisíveis, logo existe assimetria.
Respostas ao 11 de setembro:
• Invocação pela 1ª vez da cláusula de defesa mútua (art.5º) da OTAN
• Legitimação da ação militar no Afeganistão pela ONU
• Prioridade à frente nacional
Intervenção no Iraque:
• Foi uma guerra extremamente desgastante pois os EUA estavam em duas frentes em
simultâneo: Afeganistão e Iraque.
• Erro: optaram por diminuir a frente no Afeganistão, no que deu na reorganização da
Al-Qaeda e da instabilidade no Paquistão.
Os EUA permanecem a maior potência mundial, a única com capacidade de projetar poder à
escala mundial, mas com tendência atual para o isolacionismo (Ex.: Trump).
Começa a haver uma gradual multi polaridade: com a redistribuição do poder no mundo,
com os BRICs e com novos focos de poder.
George Orwell: Anteviu uma sociedade estável e previsível. O indivíduo como uma
simples peça de uma vasta máquina económica e social.
Globalização:
• Política
• Económica (tecnologia incluída)
• Cultural
Daniel Bell: Países demasiado pequenos para solucionar problemas grandes mas
demasiado grandes para solucionar problemas pequenos.
A noção de risco não existia na Idade Média, não existia na maioria das culturas
tradicionais, séc. XVI e XVII – navegadores.
É um erro supor que para ser tradicional uma prática ou símbolos tem de ser muito
antigo.
Tradição:
• Necessária à sociedade
• Tenderá a persistir pois dá continuidade e forma à vida
• O passado determina o presente através da partilha de sentimentos e crenças
coletivas
• Globalização contribui para enfraquecer os costumes
◦ Altera a base da nossa identidade
◦ Altera a consciência de quem somos
◦ Consequências: Ex.: Recurso a terapias e consultas
Ex.: Psicanálise: regresso ao passado
Globalização e Tradição
Globalização e família
Família tradicional
• Filho: recurso de natureza económica
Mundo ocidental atual
• Filho: pesado fardo
• Relação vs Casamento – Ex.: cartão cidadão
Cultura e Globalização
➔ Classificação das
Hofstede
Representatividade da amostra
Datação dos dados (1967-73) – Edifícios da globalização pouco notados
Alta:
hierárquica
• Autoritários
• Centralizadores da informação e decisões
• Exigência de maior obediência e respeito
Ex.: Venezuela
Individualismo vs coletivismo
O papel do indivíduo e dos grupos em diferentes sociedades
• Explica que negociadores oriundos de diferentes culturas
Resumos leituras:
1º teste:
Leitura 1
Resumo – Depois da 1ªGuerra Mundial esta nova disciplina académica nasceu sob a égide
de meia dúzia de intelectuais bem pensantes (“idealistas” e “utopistas”) que queriam mudar
o mundo. Longe de o conseguirem, as asneiras que cometeram devido aos pressupostos
errados que sustentaram as suas análises acabaram por resultar na 2ªGuerra Mundial.
A ideia de que a guerra podia servir para a procura de novos pontos de equilíbrio deixa de
ser aceitável numa Europa dilacerada pelos efeitos de um reajustamento causado por
alterações no poder relativo de vários principais Estados europeus.
Conferência de Versalhes
Segurança coletiva
• A ideia essencial de segurança coletiva é que todos os Estados reconhecem que têm
um interesse na manutenção da paz e para tal concordam todos em não utilizar a
força para a resolução de conflitos de interesses.
Promove a paz tanto em termos imediatos, através da ameaça contra os que utilizam
a força, como em termos mais genéricos, porque promove a cooperação e a confiança
entre Estados.
• Wilson e Kant acreditavam que a democracia produzia paz. Por conseguinte, na ótica
wilsoniana, a Sociedade das Nações devia ser composta por povos democráticos. Ora
este objetivo não teve tradução prática por razões óbvias.
• O ideal de autodeterminação dos povos foi firmemente legitimado como princípio
fundamental da vida internacional no processo de negociação do Tratado de
Versalhes.
• O resultado deste processo foi o fim da legitimidade política internacional dos
impérios coloniais e o fenómeno da onda de descolonização que varreu o mundo nas
décadas de 40, 50 e 60.
• O fim da guerra fria provocou uma nova reorganização territorial.
importantes decisões.
A Grande Guerra veio de alguma forma de alterar esse domínio
A Grande Guerra serviu para constatar que outras partes do mundo estavam a ganhar
relevo na ordem internacional.
• O caso mais espetacular foi, evidentemente, o dos Estados Unidos, que intervieram
de forma decisiva tanto na Guerra em si como no desenho da novo ordem
internacional
CONCLUSÃO
• Ao contrário daquilo que se pensa durante boa parte do séc. XIX, a política
internacional não era um meio auto-regulador.
• As instituições que existiam tinham provado em 1914 que não estavam à altura das
tarefas do séc. XX.
- Continuar com os mesmos mecanismos só poderia dar os mesmos resultados, com a
agravante do efeito multiplicador que resultava das novas tecnologias de guerra.
• Para além de terem falhado os mecanismos, tinham também falhado os homens que
eram responsáveis pelo seu funcionamento, os governantes e os diplomatas.
- Este falhanço sublinhava a necessidade de uma maior intervenção cívica no que
dizia respeito aos assuntos de interesse comum, começando com o objetivo de
prevenção da paz.
Nascimento da disciplina de RI
• Fé nas RI:
- Progresso da tecnologia e a capacidade humana de dominar a natureza. RI é uma
ciência social aplicada.
- Convicção de que a tragédia da Grande Guerra tinha, pelo menos, de resultar numa
chamada de atenção para a necessidade de reorganizar o sistema político
internacional.
Leitura 2
Governância e globalização
1917-1989
• O ano de 1989 marca o final da guerra fria, com a derrocada do muro de Berlim e
dos regimes que se apoiavam nele.
• A ideia de globalização surge e difunde-se logo a partir dos primeiros momentos
deste nova era.
• Morto e recém-enterrado o comunismo como alternativa política, alastra à escala
planetária a ideia de que, afinal, é o capitalismo internacional que comanda a vida e
as estruturas sociais por todo o globo.
• O próprio processo de globalização é multifacetado e manifesta-se de formas
diversas e contraditórias num mundo habitado por povos com os mais variados
percursos históricos, crenças e contextos sociais.
Características da globalização
Globalização:
• Diversas descobertas e aplicações tecnológicas
• A criação de mercados mundiais em vários produtos, entre os quais as próprias
moedas nacionais
• Aumento da consciência da interligação internacional nível de pessoas, povos,
empresas, associações e governos
• Desenvolvimento de novas formas identitárias
• Implantação hegemónica de determinados preconceitos para opções políticas e,
sobretudo, económicas dos governos.
A tendência para a redução do planeta a uma só entidade social, onde a geografia perde
gradualmente qualidade determinante em matéria de organização ou identidade social,
apenas é possível num mundo em que todas as suas partes estão ligadas entre si.
• Há dois séculos e durante muitos séculos antes disso, a transmissão de informa era:
cara, lenta, necessitava de mecanismos de transporte físico e perigosa.
Os países compreendem que o traçar fronteiras deixa de ser um assunto importante para a
distribuição do poder no mundo.
- Agora é muito mais importante a capacidade de atrair investimento externo e de manter
recursos gerados internamente.
Mobilidade de capital:
• Antes – Limitava-se à alta finança de Londres, Paris e Amesterdão.
• Agora – As empresas transnacionais criam unidades fabris em quase qualquer ponto
do planeta, deslocando-se depois para outras localidades segundo critérios de
racionalidade económica
Globalização:
• (longo prazo) compreendemos longos períodos de história sem muitos detalhes
• (curto prazo) estudo dos pormenores de uma visão imediata
- a aceleração da história torna menos nítida a distinção dos dois.
O horizonte está mais próximo e as decisões são mais inevitáveis e menos arbitrárias.
O processo de globalização tende a ser sentido como uma força da natureza, contra a qual
nada se pode fazer.
Mecanismos de governância
Modelo Vestefaliano: - Nacional: domínio de soberania dos Estados por via dos seus órgãos
executivos
- Internacional: não há soberanias que se sobreponham à dos Estados
• O problema é que o sistema vestefaliano não admite que se possa estender a analogia
do Estado moderno para o plano global e não se desenvolveram mecanismos que
obriguem os membros da sociedade internacional a contribuir para o bem público de
acordo com critério comuns.
Democracia = paz
• O modelo vestefaliano está hoje demasiado longe da realidade para ser de grande
utilidade para a disciplina e, se não foi abandonado por completo, é pela dupla razão
de ainda ser possível identificar elementos vestefalianos na vida internacional e por
não haver um modelo alternativo fácil de compreender e de explicar.
• Vale a pena referir que o modelo vestefaliano nunca correspondeu de forma precisa à
realidade que se vivia. Este modelo foi desenvolvido para efeitos científicos e
pedagógicos para descrever as inovações introduzidas no relacionamento
internacional pela criação de Estados modernos e a expansão de um sistema de
relacionamento entre Estados à escala planetária.
• Teve também, como qualquer modelo teórico, uma componente política, já que o
próprio modelo servia para consolidar e legitimar o poder estatal e para enfraquecer e
deslegitimar outras formas de poder.
Princípios de Vestefália:
• Os Estados são iguais nos seus direitos e deveres perante o direito internacional e a
sociedade internacional de uma forma geral;
1. O papel dos Estados é hoje muito menos relevante do que no passado tanto no que
diz respeito à sua capacidade de regulação da vida interna como na sua participação
nas decisões internacionais. O contributo dos Estados para a governância global é
apenas parcelar e que essa parcela tem uma tendência histórica para diminuir.
2. A impossibilidade de viver fora das regras e das normas internacionais subverte
radicalmente a ideia de soberania externa. A ideia de proibir a ingerência em
assuntos internos de outros Estados, como se cada Estado fosse uma ilha ou tivesse
fronteiras estanques, é simplesmente irrealista no mundo contemporâneo. Neste
início de século a organização social, económica e política em qualquer parte do
mundo é profundamente afetada por eventos noutros pontos do globo e não há
governo que lhe possa resistir.
Algum dia a realidade da distribuição do poder internacional estará de ter utilidade analítica.
Modelo Vestefaliano:
• Nunca foi uma descrição fidedigna da realidade
• Artifício intelectual, fundamental na disciplina de RI, que ajuda a pensar a
distribuição do poder no sistema internacional.
• Alguns Estados continuam a ter peso nas grandes decisões internacionais, mas esta
constatação é fracamente insuficiente para nos pronunciarmos a favor da manutenção
de Vestefália como um prisma de análise.
Leitura 3
Leitura 4
Sistema internacional
• Refere apenas um contexto no qual as diferentes unidades envolvidas estão de
alguma forma relacionadas em si ao ponto de terem um impacto umas sobre as outras
e afetarem mutuamente as decisões que cada uma tema.
Sociedade internacional
• Desenvolve-se quando há consciência de interesses, valores, regras e instituições
comuns. Uma sociedade internacional pressupõe a existência de um sistema
internacional, mas um sistema internacional pode existir sem que haja uma sociedade
internacional.
O modelo vestefaliano
A longa transição da era medieval para a era moderna na Europa caracterizou-se por tensões
em torno de três questões essenciais intimamente ligadas entre entre si:
• o desenvolvimento e a consolidação dos Estados modernos;
• a laicização do poder e emancipação em relação ao papado;
• o aparecimento de novas formas de relacionamento económico no enquadramento
territorial fornecido pelos novos Estados.
Os tumultos políticos no final da Idade Média trouxeram ao longo dos séculos seguintes:
• unidades políticas territorialmente centralizadas;
• evolução de uma diplomacia geopolítica.
Transição vestefaliana:
• é caracterizada pelo gradual desaparecimento de uma ordem onde a autoridade
política do clero e da nobreza se fazia sentir de forma descentralizada.
• A autoridade suprema do papa sobre príncipes e reis na Europa cede o seu lugar aos
princípios de soberania e de igualdade entre Estados.
• Em Vestefália estabeleceu-se que os Estados eram as únicas entidades que tinham o
direito de celebrar tratados, excluindo, por exemplo, territórios que reclamavam
autonomia, mas que não eram reconhecidos como independentes.
Não bastava reclamar os direitos e os deveres acordados aos Estados pela nova ordem; era
essencial que a generalidade, ou uma parte significativa, dos outros Estados reconhecessem
o interlocutor como tendo as qualidades de um Estado, merecendo, portanto, tratamento de
Estado.
2. Não interferência
Os Estados têm direito de não sofrer ingerências externas nos seus assuntos internos
de outros Estados. Os eventuais conflitos entre a ordem interestatal e a justiça
individual devem, na lógica vestefaliana, ser resolvida a favor da manutenção de
ordem interestatal.
Isto não significa que a Europa do séc. XVII não tinha contactos com potências não cristãs.
Cada sistema tinha a sua organização própria, a sua lógica e os seus códigos de conduta
política.
Não havia ainda indícios de um sistema de regras para a convivência entre entidades
independentes.
O processo de expansão europeia, que começa no final do séc. XV e continua até ao início
do séc. XX, representa a imposição do sistema vestefaliano, inicialmente cristão e europeu,
a nível planetário.
Mas é importante lembrar que a base da ordem internacional não é multicultural e que a
absorção de novos membros da sociedade internacional aconteceu essencialmente através da
aceitação por estes das normas adquiridas, e não por via da negociação ou alteração dessas
normas.
As conquistas coloniais levaram à extensão do poder dos Estados europeus para todo o
mundo e, por conseguinte, houve uma incorporação dessas terras na sociedade
internacional.
O novo regime no Haiti, apesar de extremamente instável nas suas primeiras décadas,
identificou com grande sangue-frio e clarividência a necessidade do obter o reconhecimento
internacional e para tal era essencial assinalar claramente que o Haiti se comprometia a
respeitar a ordem estabelecida.
• Assim, a Constituição de 1805 garante que o novo regime independente não tomaria
nenhuma atitude “com vista a fazer conquistas ou a importunar a paz e os regimes
internos de colónias estrangeiras”.
Nas suas primeiras décadas de independência o Haiti não foi admitido como membro da
sociedade internacional especificamente porque havia receio de que o percurso histórico do
Haiti pudesse ser repetido noutras partes da sociedade internacional. Em conjunto, a
sociedade internacional procurou penalizar o Haiti pelas suas políticas internas, abrindo-lhes
as portas apenas quando as circunstâncias se tinham alterado de forma a retirarem
importância ao caso.
China:
Não havia em Pequim embaixadas estrangeiras, mas de vez em quando missões temporárias
podiam ir a Pequim, desde que acedessem aos rituais intransigentemente exigidos pelas
autoridades chinesas, incluindo atos de prostração e troca de presentes.
A entrada da China no sistema internacional não foi por convite nem por vontade própria;
foi pela força militar britânica, que se impôs na guerra do ópio (1839) e num conjunto de
tratados assinados entre 1842 e 1844 que abriram os portos chineses ao comércio ocidental e
impuseram determinadas normas de comportamento diplomático.
Quando a China hesitou e procurou adiar o assunto, tropas britânicas e francesas dirigiram-
se a Pequim e queimaram o palácio imperial (1860) o que levou ao príncipe chinês a assinar
a Convenção de Pequim, segundo a qual as exigências europeias, diplomáticas e comerciais
foram aceites.
O trauma sofrido pela China nesta introdução à diplomacia ocidental foi profundo e de
longa duração. De qualquer modo, perante a sua inferioridade militar e a óbvia
disponibilidade ocidental para usar a força para impor as regras do sistema internacional, o
governo imperial não teve alternativa senão aprender a usar as regras ocidentais, que
poderiam eventualmente ser-lhe úteis no reconhecimento do seu governo como soberano.
Japão:
O entreposto comercial holandês ficava numa pequena ilha artificial no porto de Nagasáqui
e os holandeses estavam proibidos de sair da ilha, tal como os japoneses estavam proibidos
de viajar para além da Coreia. Os livros e outras importações que poderiam transmitir
conhecimentos ocidentais foram proibidos, levando ao isolamento quase total do Japão em
relação ao Ocidente durante mais de duzentos anos.
Império Otomano:
O Tratado Geral da Paz que pôs termo à guerra da Crimeia, assinado em Paris em 1856,
pode ser considerado a entrada formal do Império Otomano na sociedade internacional.
Entretanto, ao longo do séc. XIX praticamente todos os outros cantos do mundo, na Ásia e
em África, foram absorvidos como colónias das potências europeias.
1. Núcleo composto pelos Estados europeus, cristãos e brancos, acrescido dos EUA, do
Canadá e dos países da América Latina.
2. Países considerados “civilizados” mas inferiores, por uma confluência de razões que
incluem atraso económico, preconceitos raciais e preconceitos religiosos: China,
Japão e o Império Otomano.
2. Direito Internacional:
O Direito Internacional, ao contrário do direito interno dos Estados, não é imposto
por um Leviatão, mas a convivência internacional num contexto em que os
entendidos e valores comuns têm crescido ao longo destes últimos séculos resultou
num corpo cada vez mais alargado e ousado de regras jurídicas.
O discurso jurídico é o primeiro campo de batalha de qualquer conflito de interesses
no plano internacional e essa evidência prova que os membros da sociedade
internacional consideram o direito internacional um elemento de importância
primordial na convivência internacional.
3. Concertação multilateral:
Este elemento estruturante foi a prática de resolução de grandes crises internacionais
através de congressos e conferências, nos quais principais soberanos europeus ou
seus representantes se reuniam para discutirem e chegarem a um novo equilíbrio.
A ordem comum é considerada responsabilidade de todos e, portanto, todos os atores
relevantes devem participar na resolução dos problemas comuns.
As potências maiores têm responsabilidades maiores na manutenção da ordem
internacional.
4. Diplomacia permanente:
Desenvolvimento de uma rede cada vez mais intensa de contactos bilaterais, um
processo que começa já no séc. XV, na península italiana, com o estabelecimento de
embaixadas permanentes.
As colónias alemãs foram redistribuídas sob mandato da Sociedade das Nações, sendo
divididas em três categorias:
Embora este sistema só se referisse às colónias alemãs, o efeito de contágio para outras
colónias era inevitável.
Introduziu-se em Versalhes uma lógica e uma justificação inteiramente nova para os
impérios coloniais: a função justificadora do império colonial passou a ser preparação dos
povos colonizados para a independência.
• O resultado foi uma aceleração rápida das reivindicações das elites entre os povos
colonizados, que se aperceberam da vitória no campo dos princípios políticos e
quiseram naturalmente traduzir essa vitória em resultados práticos, nomeadamente
através da descolonização e da independência política.
Leitura 5
O que é o poder?
O poder pode ser concebido em termos de posse de certos recursos como a população,
capacidade industrial, recursos naturais, força militar, eficácia da diplomacia.
Os parâmetros do poder variam consoante a época: hoje não se encontra tão ligado a
recursos militares como no passado; encontra-se mais ligado a recursos como a ciência,
pesquisa, crescimento da economia, recursos estes que atingem o primado face a recursos
como a população. O poder político, poder que influência a política estrangeira, não se trata
de força física ou militar, mas sim de mecanismos de influência (ameaças, persuasão).
O poder pode ser definido como a capacidade nas relações internacionais, sendo lógico
associar este conceito à independência nacional e soberania e capacidade de estruturar o
ambiente internacional. Neste ambiente, as organizações internacionais e alianças são uma
expressão concreta de poder.
O poder pode, também, ser interpretado de outra forma, onde o interesse nacional se baseia
na aquisição de meios para garantir a segurança e identidade de um estado, a relação de
poder consiste no exercício desses meios contra os atores do sistema internacional que
coloquem em questão o dito interesse nacional. Nesta definição, se a violência se exprime
pela força, o poder manifesta-se através da pressão.
Potência Emergente
Geralmente começam como super potências regionais, caminhando para o papel de potência
global. Estas têm tendência a contestar a ordem internacional vigente e o lugar das potências
dominantes, aspirando à posição de Hégemon, havendo como tal uma aquisição crescente
do poder, percebida como tal pelos demais atores internacionais.
Um sistema incerto
No passado, o poder era um elemento de equilíbrio, mas com o fim da guerra fria e da
bipolaridade, novos atores reivindicam um lugar na arena política mundial. Num mundo
cada vez mais globalizado, os diversos atores sentem uma insatisfação em relação à
hegemonia dos EUA. Como tal, surgem cada vez mais obstáculos para que o Hégemon
concretize os seus objetivos.
O poder encontra-se disseminado devido à interdependência económica, aos atores
transnacionais, ao nacionalismo presente nos estados fracos, às transferências de tecnologia
e aos novos problemas políticos. É necessária, agora, mais negociação e consenso para
resolver estes problemas. A queda do Hégemon é evidente, resta saber quem o substituirá.
Um Mundo “Uni-Multipolar”
Para que um sistema possa ser considerado unipolar é necessário que a potência
consiga resolver sozinha os grandes problemas internacionais, mas os EUA necessitam de
cooperar com os outros atores para os solucionar.
Para além disso, as demais potências não podem, de algum modo, ser consideradas
menores. Surge, portanto, o conceito de uni-multipolaridade, onde várias grandes potências,
de forças comparáveis, cooperam e rivalizam entre si, e no qual é necessário existir uma
coligação de estados para solucionar os grandes problemas internacionais.
Continua a haver uma realidade unipolar no que diz respeito ao ponto de vista militar,
enquanto que vários polos económicos e culturais surgem.
Leitura 6
RI – pode ser definido como o estudo das relações entre países, incluindo as atividades e
políticas nacionais, organizações governamentais, organizações não governamentais e
corporações multinacionais.
A principal razão para o estudo das RI é o facto da população mundial estar dividida em
comunidades políticas distintas, Estados independentes que influenciem profundamente o
modo de vida de todas as pessoas.
Praticamente, todos nós estamos ligados a um Estado particular e, por meio deste,
conectamos-nos só sistema de Estados que afeta as nossas vidas de maneiras importantes.
No entanto, isso não significa que estejam isolados. Pelo contrário, unem-se e influenciam-
se e, portanto, devem encontrar meios de coexistir e de lidar uns com os outros.
Quando um país é isolado e excluído do sistema de Estados, seja devido às ações do próprio
governo ou de poderes externos, o resultado geralmente é o sofrimento da população local.
Exemplos: Líbia, Coreia do Norte, Iraque, Irão e a Síria.
Desde o séc. XVIII, as relações entre Estados independentes são chamadas de “relações
internacionais”.
Há, no mínimo, cinco valores sociais básicos que os Estados supostamente devem defender:
segurança, liberdade, ordem, justiça e bem-estar. Tais valores sociais precisam de ser
protegidos e garantidos.
Na Era Moderna, o Estado tem sido, em geral, a principal instituição a cumprir esta função e
espera-se que o próprio garanta estes valores básicos.
• Por exemplo, as pessoas costumam achar que o Estado deveria financiar a segurança,
responsável pela proteção dos cidadãos com relação a ameaças internas e externas.
Esta é uma preocupação ou um interesse fundamental dos países. No entanto, a
própria existência de Estados independentes afeta o valor da segurança: vivemos num
mudo com muitos países, quase todos minimamente armados. Dessa forma, os
Estados tanto defendem como ameaçam a segurança das pessoas – este paradoxo do
sistema de Estados é geralmente conhecido como “dilema de segurança”.
Apesar da maioria dos países ter um comportamento amistoso alguns deles podem ser hostis
e agressivos.
O poder militar é considerado uma condição essencial para os Estados possam coexistir e se
relacionarem uns com os outros sem serem intimidados ou subjugados.
Com o objetivo de aumentar a segurança nacional, muitos Estados também optam por
formar alianças, por exemplo: NATO.
O segundo valor básico, cuja garantia é da responsabilidade dos Estados, é a liberdade, tanto
a nível pessoal como nacional – a independência.
Uma das razões fundamentais para a constituição dos Estados e para a sustentação dos
encargos instituídos por governos aos seus cidadãos, como impostos e serviço militar
obrigatório, é a condição de liberdade nacional ou de independência que os Estados
procuram sempre afirmar.
No entanto, mesmo quando um país é livre, a sua população pode não ser. A guerra ameaça
e, algumas vezes, destrói a liberdade.
A paz e a mudança progressiva estão entre os valores mais fundamentais das relações
internacionais.
• Teoria liberal das RI (Claude 1971) – opera a partir da suposição de que as relações
internacionais podem ser melhor caracterizadas como um mundo no qual os Estados
cooperam entre si, com o objetivo de manter a paz e a liberdade.
O terceiro e o quarto valor básico sob a responsabilidade dos Estados são a ordem e a
justiça.
Para que os países possam coexistir e interagir com base na estabilidade, na certeza e na
previsibilidade, é fundamental que tenham o interesse comum no estabelecimento e na
manutenção da ordem internacional.
Para isso, é obrigatório defender o direito internacional: manter compromissos com tratados
e cumprir as regras, convenções e hábitos da ordem legal internacional.
O último valor básico que se espera que os Estados defendam é a riqueza e o bem-estar
socioeconómico da população.
• Por um lado, algumas pessoas consideram tal situação positiva, uma vez que a
expansão do mercado global pode gerar um aumento da liberdade e da riqueza, por
meio de mais distribuições, especialização, eficiência e produtividade.
• Já outros entendem a interdependência económica como algo negativo, porque
promove a desigualdade ao permitir que países ricos e poderosos, ou com vantagens
financeiras e/ou tecnológicas, dominem países pobres e fracos que não detém tais
vantagens.
A primeira Guerra Mundial deixou para a maioria das pessoas claro a capacidade do
conflito armado, entre as grandes potências, de destruir as vidas e a condições de
sobrevivência de modo devastador e a importância de reduzir o risco de uma guerra como
esta.
A partir desse reconhecimento, emergiram os primeiros passos significativos no pensamento
das RI – por exemplo, a Liga das Nações – a fim de impedir a guerra entre grandes
potências.
• A crise dos mísseis de Cuba, em 1962, por exemplo, esclareceu os perigos da guerra
nuclear.
• A inflação global da década de 1970 e do início dos anos 80, causada por um
aumento súbito nos preços do petróleo pela OPEP, relembrou o quanto as
interconexões da economia global podem ameaçar o bem-estar nacional e pessoal em
qualquer parte do mundo.
Durante muito tempo, acreditou-se que a vida dentro dos Estados adequadamente
organizados e bem administrados é melhor do que a vida fora deles. O povo judeu, por
exemplo, dedicou-se mais de meio século à busca do estabelecimento de uma Estado
próprio: Israel.
Mas se os Estados não forem bem-sucedidos nesse aspeto, o sistema de Estados pode ser
facilmente entendido pela ótica oposta: enfraquecido em vez de sustentar os valores e as
condições sociais básicas.
Alguns Estados podem não assegurar qualquer um deles, por exemplo: Estados na África
subsariana e no Médio Oriente.
• As condições em alguns desses países são tão más, e tão adversas ao ser humano, que
as pessoas são levadas a fugir para países vizinhos em busca de segurança. São
forçadas a tornarem-se refugiadas.
Esse contexto estimula o argumento de que o sistema internacional promove ou, no mínimo,
tolera o sofrimento humano, e, sendo assim, deve-se mudá-lo para que as pessoas em todo o
mundo – não apenas nos países desenvolvidos - possam ter melhores condições.
O sistema de Estados é uma instituição histórica, ou seja, não foi determinado por Deus nem
pela natureza, mas foi configurado por algumas pessoas numa determinada época.
Antes do séc. XVI, quando os Estados começaram a ser instituídos na Europa ocidental, eles
não eram reconhecidos como soberanos. Mas, durante os últimos três ou quatro séculos, os
Estados e o sistema de Estados estruturaram as vidas políticas de um número cada vez maior
de pessoas em todo o mundo, tornando-se universalmente populares.
A era do Estado soberano coincide com a época moderna, na qual verificamos a expansão
do poder, da prosperidade, do conhecimento, da ciência, da tecnologia, da alfabetização, da
urbanização, da cidadania, da liberdade, da igualdade, etc.
O sistema de Estados difundiu a modernidade por ser, ele próprio moderno. Aos poucos, a
estrutura do Estado soberano influenciou o mundo todo.
A África subsariana, por exemplo, permaneceu isolada do sistema de Estados ocidental até
ao final do séc. XIX.
O início das interações entre as organizações políticas coincide com um período no qual as
pessoas começaram a estabelecer-se nas terras, formando comunidades políticas distintas de
base territorial.
A Grécia antiga não era um Estado-nação como os atuais, porém, um sistema de cidades-
Estado.
Cidades-Estado e impérios:
• Sistema de cidades-Estado gregas
• Império Romano
• Cristandade ortodoxa: Império Bizantino, Constantinopla
• Cristandade católica: o papa em Roma
• Império Otomano, Istambul (Constantinopla)
• Pérsia, Índia, China
• Hierarquia política:
◦ Imperador
◦ Reis e outros governantes locais semi-independentes
◦ Barões e outros governantes locais semi-independentes
◦ Pessoas comuns de inúmeras comunidades locais
Na Era Medieval, embora os Estados existissem, frequentemente eram na forma de reinos,
não eram independentes nem soberanos de acordo com o sentido moderno. Não havia
territórios claramente definidos com fronteiras.
• Foi marcada pela desordem, tumulto, conflitos e violência, cuja origem, acredita-se
assentar na falta de controlo e organização política territorial.
• A segurança era provida pelos governantes locais e pelos cavaleiros que operavam
em castelos e cidades fortificadas.
O poder e a autoridade estavam agora concentrados num único ponto: o rei e o seu governo.
O rei passou a governar um território com fronteiras definidas. Assumiu também a
autoridade suprema acima de toda a população do país e não necessitava mais de agir por
intermédio de governantes e de líderes intermediários.
O rei estabelece a ordem interna, e em seguida, torna-se o único centro de poder dentro do
país.
A partir da metade do séc. XVII, os Estados eram considerados os únicos sistemas políticos
legítimos.
Características dos sistemas de Estado a partir da metade do séc. XVII: Os Estados eram
considerados os únicos sistemas legítimos europeus.
• Estados limítrofes, cuja legitimidade e independência foram mutuamente
reconhecidas;
• Esse reconhecimento dos Estados não se estendeu para além das fronteiras do
sistema de Estados europeu – as organizações excluídas eram vistas, em geral, como
inferiores politicamente e a maioria deles foi subordinada ao governo da Europa;
• As relações entre os Estados europeus estavam sujeitas ao direito internacional e às
práticas diplomáticas e os países tinham que cumprir essas leis;
• Havia uma balança de poder entre os Estados-membros, cujo objetivo era impedir
qualquer Estado de perder o controlo e competir pela hegemonia.
Os Estados ocidentais, que foram incapazes de se dominar uns aos outros, conseguiram
controlar a maior parte do resto do mundo tanto política como economicamente.
Atualmente, o sistema é uma instituição global que afeta a vida de quase todos na Terra.
As RI e o mundo contemporâneo dos Estados em transição
O motivo de associar as várias teorias das RI aos Estados e ao sistema de Estados é garantir
que a centralidade histórica desse assunto seja reconhecida.
Se um país é um Estado soberano, este será reconhecido como tal. Aspeto externo.
O Estado visto como uma instituição formal ou legal na sua relação com os outros Estados.
Alguns países são bastante fortes, uma vez que têm um alto nível de condição
“empírica” do Estado – maioria Estados do ocidente. Exemplos: Suécia, Holanda e
Luxemburgo.
• Um Estado forte no sentido de ter um alto nível de condição empírica do Estado deve
ser diferente da noção de um poder forte no sentido militar.
Por exemplo, como a Dinamarca, alguns Estados fortes não são militarmente
poderosos, ao contrário de outros símbolos de poder militar – como a Rússia – que
não são Estados fortes.
Esta distinção entre condição empírica e jurídica do Estado é importante para nos ajudar a
perceber as próprias diferenças entre os vários Estados independentes.
Sendo assim, podemos nos referir a estes Estados como quase-Estados: possuem condição
jurídica do Estado, mas são extremamente deficientes na condição empírica.
Nas relações internacionais nada permanece exatamente igual por muito tempo.
As Relações Internacionais mudam em paralelo a tudo: a política, a economia, a ciência, a
tecnologia, a educação, a cultura, etc.
Um caso óbvio é a inovação tecnológica:
• Ao longo dos séculos, a tecnologia militar nova ou aperfeiçoada influenciou bastante
a balança de poder, a corrida ao armamento, o imperialismo e o colonialismo, as
alianças militares, a natureza da guerra, etc.
• O crescimento económico permitiu o aumento do orçamento militar, promovendo o
desenvolvimento de forças militares maiores, bem equipadas e mais efetivas.
• As descobertas científicas possibilitaram a elaboração das novas tecnologias que
uniram ainda mais o mundo.
Conclusão
Durante a era do imperialismo ocidental, o resto do mundo foi dominado pelos europeus e
pelos americanos, seja politicamente, seja economicamente ou em ambas as esferas.
Somente com a descolonização asiática e africana, após a Segunda Guerra Mundial, é que o
sistema de Estados se tornou uma instituição global.
A diferença mais importante está entre os Estados fortes com um alto nível de condição
empírica do Estado e os quase-Estados fracos, que apresentam pouca condição substancial
do Estado. Isto é, a descolonização contribuiu para uma profunda divisão interna do sistema
de Estados entre o Norte rico e o Sul pobre; entre países desenvolvidos no centro, que
dominam o sistema política e economicamente, e países subdesenvolvidos nas periferias,
com influência económica e política limitada.
• As relações internacionais são uma questão de poder. Mas o terrorismo revela que as
RI são mais do que isso. As pessoas esperam que os Estados sustentem certos valores
chave: segurança, liberdade, ordem, justiça e bem-estar social. Os Estados nem
sempre os defendem. Alguns atacam esses valores em determinados momentos ou
lugares.
Exemplo: Hitler, Estaline, etc.
Pontos chave
2º Teste:
Construtivismo
A ascensão do construtivismo em RI
Logo ficou claro que a teoria neorrealista não era absolutamente clara quanto
aos desenvolvimentos futuros do equilíbrio de poder.
A lógica neorrealista dita que outros Estados vão tentar contrabalançar o poder dos
Estados Unidos porque neutralizá-lo é uma forma de garantir a própria segurança;
esse equilíbrio levará à emergência de novas grandes potências num sistema
multipolar.
Mas, desde o fim da Guerra Fria, não foi isso o que aconteceu.
• Outros liberais começaram a concentrar-se mais no papel das ideias após o fim
da Guerra Fria.
Quando Francis Fukuyama proclamou o “fim da história” (1989), estava
passado o papel das ideias e especialmente o progresso das ideias liberais no
mundo.
Ele também nasce de uma metodologia cuja origem pode ser encontrada, no mínimo,
os textos do filósofo italiano Giambattista Vico, no séc. XVIII.
• De acordo com Vico, o mundo natural foi feito por Deus, mas o mundo
histórico é feito pelo Homem.
• Os Estados são criações artificiais e o sistema de Estados também é artificial; é
feito por homens e mulheres que, se quiserem, podem mudá-lo e fazê-lo
desenvolver-se de outras maneiras.
A teoria social é a teoria mais geral sobre o mundo social, a ação social e a relação
entre as estruturas e atores. A teoria substantiva de RI trata alguns aspetos das
relações internacional.
O mundo social e político não é parte da natureza. Não existem leis naturais da
sociedade, da economia ou da política. A história não é um processo externo em
evolução, independente do pensamento e das ideias humanas.
Wendt – “quinhentas armas nucleares britânicas são menos ameaçadoras aos Estados
Unidas do que cinco armas nucleares norte-coreanas porque os britânicos são amigos
e os norte-coreanos não”.
• Poder e interesse são vistos como fatores “materiais”; são entidades objetivas
no sentido em que, em função da anarquia, os Estados são compelidos a
preocuparem-se com o poder e interesses.
O que se afirma não é que as ideias sejam mais importantes do que o poder e o
interesse, ou que sejam autónomas em relação a estes. O que se afirma é que o poder
e os interesses têm os efeitos que têm em virtude das ideias que os constituem.
• Por exemplo: a conhecida imagem das relações internacionais como uma bola
de bilhar é rejeitada pelos construtivistas porque deixa d revelar os
pensamentos.
A) Culturas da anarquia
• Para Wendt, é a própria interação com os outros que “cria e exemplifica uma
estrutura de identidades e interesses e não outra; a estrutura não tem existência
nem poderes causais à parte desse processo”
Em termos concretos: se os EUA e a União Soviética decidirem que não são mais
inimigos “a Guerra Fria acaba”. Os significados coletivos é que constituem as
estruturas que organizam as nossas ações. Os atores adquirem identidades.
• “Estruturas não são objetos objetivados em relação aos quais os atores nada
possam fazer, mas aos quais devam reagir”. Em vez disso, elas existem apenas
por meio da interação recíproca dos atores. Isto significa que os agentes,
mediante atos de vontade social, podem mudar as estruturas. Ideias podem
mudar, Estados não têm de ser inimigos: “a anarquia é o que os Estados fazem
dela”.
Na cultura hobbesiana, os Estados veem-se uns aos outros como inimigos; a lógica
da anarquia hobbesiana é “a guerra de todos contra todos”.
Na cultura lockeana, os Estados consideram-se rivais entre si, mas também existe
contenção; eles não procuram eliminar-se uns aos outros, reconhecem o direito dos
outros existirem.
Wendt diz que o construtivismo não se resume apenas a “acrescentar o papel das
ideias” às teorias de RI existentes.
A visão realista tradicional das organizações internacionais enfatiza que elas existem
para desempenhar funções importantes para os Estados. (Elas fornecem bens
públicos, etc.)
Barnett e Finnemore sustentam o argumento que as OIs são muito importantes e não
deveriam ser reduzidas ao papel de serviçais dos Estados. Por outro lado, são atores
autónomas que poderiam exercer poder por direito prórpio.
• As OIs têm poder compulsório por controlarem recursos materiais que podem
ser usados para influenciar outros. Por exemplo, o Banco Mundial tem dinheiro
e os pacificadores da ONU têm armas.
O mundo social e político é constituído por crenças comuns e não por entidades
físicas. Para os construtivistas, esse deve ser sempre o ponto de partida de uma
análise.
➔ Yucel Bozdaglioglu sobre a importância da análise doméstica
Críticas ao construtivismo
Ao mesmo tempo, os neorrealistas estão agora preparados para aceitar que os Estados
possam facilmente tornar-e amigos devido à sua interação social.
• Atores hipócritas “vão manipular a situação para criar impressões que sirvam a
seus fins estritos”.
Contra essa crítica, os construtivista sustentam que a anarquia é uma entidade mais
complexa do que apresentam os neorrealistas. Não leva necessariamente ao egoísmo,
à agressão mútua e ao risco de conflito violento.
Outra crítica que os neorrealistas fazem aos construtivistas tem a ver com a mudança.
Pontos-chave:
• A teoria social é a teoria mais geral sobre o mundo social. Em teria social, os
construtivistas enfatizam a construção social da realidade. O mundo social não
é um dado, mas um mundo de consciência humana: de pensamentos e crenças,
de ideias e conceitos, de linguagens e discursos. Os quatro principais tipos de
ideias são: ideológicas, crenças normativas, crenças de causa e efeito e
prescrições políticas.
• Peter Katzenstein sustenta que a constituição interna dos Estados afeta o seu
comportamento internacional. A abordagem é empregada para explicar a
guinada da política externa japonesa militarista para pacifista.
John Locke, um filósofo liberal no séc. XVII, acreditava num grande potencial para
o progresso humano na sociedade civil moderna e na economia capitalista, que
poderia prosperar em Estados que garantissem a liberdade individual.
Para os teóricos liberais, a razão humana pode triunfar sobre o medo e a cobiça pelo
poder. Entre os liberais, no entanto, há uma discordância quanto à magnitude dos
obstáculos a caminho do progresso humano.
Muitos dos primeiros liberais tendiam a ser bastante otimistas. Após a Segunda
Guerra Mundial, contudo, o otimismo liberal enfraqueceu.
Robert Keohane, por exemplo, observa com cuidado que os liberais, no mínimo,
acreditam “na possibilidade de progresso cumulativo”.
John Locke argumenta que os Estados existem para garantir a liberdade dos seus
cidadãos e, desta forma, permitir que vivam as suas vidas e procurem a felicidade
sem a interferência indevida dos outros.
• Este argumento foi reforçado por Jeremy Bentham, filósofo inglês do séc.
XVIII, que cunhou a expressão “direito internacional”. Bentham acreditava
que fazia parte do inetresse racional do Estados constitucionais aderir ao
direito internacional nas suas políticas externas.
• O argumento foi ainda mais retalhado por Immanuel Kant. Este argumentou
que um mundo formado por Estados constitucionais que se respeitem
mutuamente poderia com o tempo alcançar a “paz perpétua”.
Liberalismo sociológico
Em suma, RI não se trata somente do estudo das relações entre sociedades, grupos e
indivíduos particulares. Relações sobrepostas e interdependentes entre as pessoas são
mais propícias a serem mais cooperativas do que as relações entre os Estados, porque
estes são restritivos e, de acordo com o liberalismo sociológico, os seus interesses não
combinam. Portanto, mais pacífico será um mundo quanto maior for o seu número de
redes transnacionais.
O liberalismo da interdependência.
Posteriormente, uma tentativa ambiciosa de apresentar uma teoria geral acerca do que
chamam “interdependência complexa” foi feita no final dos anos 70, por Robert
Keohane e Joseph Nye.
Os realistas afirmas que qualquer assunto pode tornar-se uma questão de vida e de
morte num mundo anárquico, já os liberais da interdependência responderão que este
raciocínio é simplificado e que muitas questões da agenda internacional são
elementos práticos importantes e em linha com as suposições da interdependência
complexa.
Fica então claro que os liberais da interdependência apresentam uma abordagem mais
moderada do que outros liberais. No entanto, ao adotar essa posição intermediária, os
liberais da interdependência enfrentam o problema de decidir exatamente o quanto, o
quanto permanece o mesmo e quais as consequências precisas para RI.
Liberalismo institucional
Liberalismo republicano
Com o fim da Guerra Fria criou-se uma nova onda de democratização, que motivou
um otimismo liberal crescente em relação ao futuro da democracia.
2. Relações pacíficas entre Estados democráticos com base numa fundação moral
comum;
Outra tentativa recente dos liberais mais convictos de atualizar o pensamento liberal é
a teoria do “liberalismo estrutural”, de Daniel Deudney.
Grandes potências parciais e semi soberanas são aquelas com o status especial,
como a Alemanha e o Japão, que impuseram restrições a si mesmas ao abrir mão da
aquisição de armas nucleares.
Finalmente, a identidade cívica expressa um apoio ocidental comum aos valores das
liberdades civis e políticas, da economia de mercado e da tolerância étnica.
Pontos-chave do liberalismo
• Separando o sistema das unidades que compõem o sistema (os Estados), o neo-
realismo diz que só uma teoria sistémica pode explicar a natureza da vida
internacional. Isto é, considera que o comportamento das unidades resulta
da natureza do sistema, e não vice-versa.
Outra distinção importante entre as duas escolas reside na forma como tratam o
conceito de poder. O realismo clássico utiliza este conceito de forma vaga e confusa
e o neo-realismo procura corrigir alguns problemas apontados por diversos atores.
• Uma das características mais salientes das relações internacionais nas últimas
cinco décadas tem sido o aparecimento e a sobrevivência de Estados
extremamente débeis. Desde a segunda Guerra Mundial regista-se uma
baixíssima taxa de desaparecimento de Estados e nos casos em que isso
acontece foi sempre por implosão e para dar lugar a um maior número de
Estados, cada um mais débil do que o Estado original.
As organizações intergovernamentais são vistas como jogos nas mãos dos Estados,
intervindo nos espaços que os Estados lhes permitem. As organizações não
governamentais (ONG) são consideradas pouco relevantes, afetando a vida
internacional apenas nas margens.
• Relutância do neo-realismo em reconhecer outros atores ou participantes nas
relações internacionais.
A teoria apresentada por Waltz é seca e abstrata, dependendo para a sua dinâmica da
natureza (constante) do sistema internacional e da distribuição (conjuntural) do poder
entre os atores. A evolução que existe resulta das diferenças relativas de acumulação
de poder entre os Estados e a mudança internacional apenas pode explicar-se com
recursos a estes elementos.
Níveis de análise
Concentra-se no indivíduo responsável pela tomada de decisões, dessa vez com uma
atenção particular para os aspetos psicológicos desse processo, como as percepções
dos atores.
Desenvolveu-se quando se foi tornando cada vez mais evidente que nunca se chegaria
a uma teoria de política externa completamente abrangente. Muitos estudiosos
ocupam aspetos particulares do processo de elaboração de política externa utilizando
várias das teorias mencionadas anteriormente. O estudo do comportamento de
equilíbrio do poder e dos dilemas das áreas de dissuasão e segurança (abordagens
realistas) são exemplos disso.
O nível sistémico:
Para os realistas ofensivos, os Estados sempre tentam ampliar a sua posição de poder
relativa no sistema. Diferentes políticas externas podem resultar da adoção de
pressupostos defensivos ou ofensivos.
O nível do Estado-nação:
Uma explicação abrangente da política externa tem que incluir tanto o nível do
Estado-nação quanto o do indivíduo responsável pela tomada de decisões. Uma
abordagem, é examinar a relação entre o aparelho de Estado e a sociedade doméstica
de um país. Para alguns realistas essa relação é importante porque avalia a capacidade
de um governo de mobilizar e administrar o seus recursos em matéria de poder.
Tal análise realista indica que não basta examinar a distribuição geral ou sistémica do
poder, também é necessário examinar a conexão entre o governo de um país e a sua
sociedade para avaliar adequadamente a habilidade do governo em mobilizar e extrair
recursos da sociedade para fins da política externa.
Os liberais, tendem a ver o Estado como uma entidade relativamente fraca que segue
as ordens de grupos fortes da sociedade. Assim, a analise da política externa deveria
concentrar-se no modo em como diferentes grupos da sociedade não apenas
influenciam mas orientam a formulação da política externa.
Em ambos os casos, a relações entre Estado e sociedades desempenha um papel na
análise da política externa, mas a abordagem realista é mais centrada no Estado
enquanto que a liberal é centrada na sociedade.
Tal como burocracias ou pequenos grupos podem tomar decisões que nem sempre
são baseadas no modelo do ator racional, tal regra também se aplica ao indivíduo
responsável por esse processo. Os seres humanos têm capacidades limitadas na
condução de uma tomada de decisão que seja racional e objetiva.
Alguns dos think tanks mais importantes são organizações privadas voltadas para o
desenvolvimento e o marketing de ideias e estratégias de política externa com o
objetivo de moldar a opinião pública e influenciar as políticas do governo.
Visão cética:
Nota: Anthony fica no meio, concorda parcialmente com ambos – posição intermédia
entre céticos radicais.
Globalização não diz apenas respeito aos grandes interesses:
Tradições:
Iluminismo:
Classificação de culturas:
• Distância hierárquica;
• Grau de individualismo vs coletivismo;
• Grau de masculinidade vs feminilidade;
• Grau de incerteza.
As culturas ocidentais não perdem face, porque senão perderiam a sua honra.
Os construtivistas foram inspirados por desenvolvimentos te6ricos noutras
disciplinas, incluindo a filosofia e a sociologia.