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MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – HISTÓRIA E DOUTRINA

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Introdução geral, Capítulo I)

- Direito Internacional como regente das relações entre coletividades organizadas


• Westphalia (1648) como marco?
* Estado como ator/ sujeito internacional x sociedade política
• Estudo do passado como elemento de compreensão do presente
* DIP como direito evolutivo
* DIP como fenômeno global
→ A preponderância européia (mundo cristão)
→ A importância dos outros sistemas

- Formação do DIP antigo


• Relação com o mundo conhecido
* Oriental: - Egito e Babilônia – centros de comércio que desejavam a paz
- Índia – utiliza o tratado como relação entre soberanos; Código de Manu desenvolve a importância da
diplomacia
- China – o pacifismo reinante gera o conceito de guerra justa
* Ocidental: - Grécia – polis, cidades-estado, individualismo e espírito guerreiro como fatores de conflito; ameaça da
guerra constante como mecanismo de acordos; Arbitragem como instinto de DI
- Roma – por não acreditar na igualdade dos povos, DIP romano tenderia a ser pouco influente na
modernidade; Direito Fecial (dos Deuses protetores) e Direito das Gentes (da relação com Roma – outros
povos) são os itens de destaque

- Mundo Medieval
• Período de pouca evolução - até movimentação cristã e do Sacro Império Romano-Germânico
* Ocidente: Busca do poder e da dominação universal; debate doutrinário sobre guerra justa e o direito à guerra
* Oriente: Crescimento do Islamismo; relação com o acidente via guerras / cruzadas, via comércio

- Fim do Período Medieval


• Ocorrência da reforma, dos pactos westphalianos, do mundo moderno, das conquistas do “novo” mundo
* Ocidente: conceito de soberania do Estado amplia-se ao plano internacional – geração de um sistema de nações
* Oriente: dominação e relação com império soberano (colonialismo)

- Período Moderno
• Estado moderno; transformações geradoras de uma solidariedade internacional
* De um Estado senhorial a um Estado nacional – autodeterminação dos povos
* Multiplicação de Estados – nova divisão de poder – resolução coletiva dos problemas
* Posição e papel das potências – organização política internacional
* Expansão quantitativa – adaptação qualitativa
* Regionalismos como mecanismo de desenvolvimento do DI
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – HISTÓRIA E DOUTRINA

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Introdução geral, Capítulo II)

- Aspectos doutrinários de Direito Internacional


• Questões de Direito natural
* Aspiração ou ideal jurídico; satisfaz necessidades; protege sociedade, autônoma e espontânea
→ Francisco de Vitória - Reconhece a soberania, mas limitada pelo D.Natural.
- Estados devem viver em sociedade
- Criação do “Jus Inter Gentes” – confundido com Direito Natural

→ Francisco Suarez - Distingue Direito das Gentes (evolutivo/contingente) do Direito Natural


(imutável/necessário)
- Assemelha-o ao Direito Positivo
- Subordina-o ao Direito Individual

→ Grócio (do direito da - Reconhece o Estado soberano, porém com


guerra e da paz) soberania limitada pela força do Direito Natural
- Separa D. Natural da perspectiva religiosa – o racionaliza
- Aprofunda o direito voluntário – regras construtivas, mas limitadas pelo D. Natural

• Debates positivistas
* Ato de vontade, cria normas obrigatórias, formais, temporalizadas, espacializadas

→ Vattel - Define SI como sociedade apenas dos Estados soberanos


- Diferencia SI de sociedade de indivíduos – Estados não têm limites – são livres da dependência
- Cada nação interpreta e aplica o D. natural da forma que quiser
- Nações criam um ponto comum via Direito voluntário

→ Jellinek e TrIepel - Estado como única fonte de direito


- Direito só depende da vontade do Estado

• Desconstrução do positivismo clássico


* Da “purificação” do Direito ao renascimento do D.Natural

→ Kelsen - Direito como conjunto de normas que assimila o Estado


- Destói a visão de soberania clássica

→ George Scelle - SI se cria pela relação interdependente dos povos – fim


(objetivismo) do interestatismo
- Carência institucional da SI pode, e deve, ser sanada

→ Bedjaoui - Reconecta Direito Internacional e política internacional


- Direito possui função ideológica via seus valores
- Desmistifica o Direito Internacional

→ Van Vollenhoven -Retorno dos Direitos Naturais através dos direitos


humanos
- Objetiva combater anarquia das soberanias estatais
- Teoria Geral
• Debate: soberania estatal x DI como regulador da SI
* Soberania não pode ser entendida de forma absoluta, apenas relacional
• Existência do SI
* Negadores – falta de uma estrutura semelhante a do Direito Interno; falta de órgão superior ao Estado; Direito público estatal
externo; soberania absoluta (direito à guerra)
* Defensores – sujeitos se importam com o mesmo; costume, direito de forças; sanção como ameaça ou via sistema de
segurança coletiva; sanção como eficácia, não condição de existência
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – DIREITO CONSTITUCIONAL

TEXTOS BASE:

- Direito Constitucional : objeto de estudo


• Constitucionalização do DI
* Scelle: “Normas constitucionais da vida internacional”
• Internacionalização do Direito Constitucional
* Mirlxine - Gvetzévitch: “Regras constitucionais e regras de direito interno que tem alcance internacional”.
* Celso Mello: “Normas constitucionais que regulam as relações externas do estado”.

- Relação entre Direito Interno e Direito Internacional


• Motivos do problema
• Divisão material – temas, preocupações, valores
• Divisão formal – elaboração, aplicação, sujeitos
• Dualismo – DI e DIP como ordens jurídicas distintas
* Fontes de DI e DIP são distintas
* Normas de DI e DIP só teriam eficácia na ordem na qual foi emanada
* Ambas são fatos mas que se confrontam – apreciações distintas para fatos em ordens jurídicas diferentes
* Existe o princípio da recepção de normas
• Monismo – haveria identidade entre DI e DIP; seriam um mesmo bloco de normas
* Monismo com prevalência do DI - Constitucionalismo
→ Soberania estatal tem prevalência
* Monismo com prevalência do DIP - Internacionalismo
→ Responde à aspiração de uma ordem jurídica universal
• Exemplos
* EUA (Constituição, art VI) – aprovação do Senado, mesmo nível hierárquico da legislação federal
* França (Constituição de 1958, art. 55) – tratados prevalecem sobre legislação infraconstitucional, sujeita-se ao controle de
constitucionalidade
* Portugal (Constituição de 1976, art. 8) – DIP prevalece sobre DI, mas há controle de constitucionalidade
* Alemanha (Constituição de 49, art. 25) – semelhante a Portugal

- Temas e sua relação com os ordenamentos


• Haveria temas específicos do DI e do DIP (Domínios reservados)
* ONU (art. 2; item 7): “Nenhum dispositivo (…) autorizará as NUs a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da
jurisdição nacional de cada estado (...) porém, (este princípio) não prejudicará a aplicação das medidas (...) constantes do cap
VII”
* Temas de Direitos Humanos / fundamentais
* Realismo x Idealismo
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – DIREITO CONSTITUCIONAL

TEXTOS BASE:

- Direito Internacional e o Brasil

1) Relação Internacional e objetivos


*Preâmbulo
* Art. 1°, I

2) Da competência
* CR 1988, Art 21, I, II, III, IV
* Art. 84, VII, VIII, XIX
→ Decreto n° 4.759, 21/06/2003 – Reparte competência com Administração Federal (especialmente MRE)
* Art. 49, I, II
* Art. 102, I e , g, h

- DI e a atuação do Supremo Tribunal Federal


• Extradição
* Estrangeira – Lei 6815
* Nacional – CR, Art 5°, LI, LII
→ Excedentes: - quando o fato motivador não for crime no Brasil
- quando o Brasil se julgar competente para julgar o crime
- quando for crime de pequena gravidade
- quando o extraditando responder a processo no Brasil pelo mesmo fato
- crime político
- Tribunal de exceção

• Relação DI e DI
*Ausência de norma reguladora
* Temas tributários – primado do Direito Internacional - tratados revogam
legislação tributária interna
* Temas de DH – Art. 5°, parágrafos §2°, §3°
* Propostas de solução; aprovação e rejeição
* Monismo; dualismo

- Tratados, acordos e a visão nacional


MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título I, capítulos I a IV)

- Tratados; Histórico
• Westphalia (1648)
• Havana (1928)
• Convenções de Viena (1969 e 1986)

- Conceito
• Art. 2°, 1, a da CVDT

- Terminologia

- Classificação
• tratado lei x tratado contrato
• tratados normativos x constitutivos
• bilaterais x multilaterais
• forma solene x forma simplificada
• tratados abertos x fechados

- Processo de conclusão
• Negociação
* Identificação e crédito dos Representantes
- Quem pode negociar
- Quem confere
* O processo de negociação

• Redação
* Título
* Preâmbulo
* Considerandos
* Articulado
* Fecho
* Assinatura
* Anexos
* Selo de lacre

• Adoção do texto
* Fixação / adoção do texto
* Autenticação
- Assinatura
- Assinatura ad referendum
* Ratificação/adesão/acessão

• Entrada em vigor

• Registro/publicação
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título I, capítulos I a IV)

- Reservas aos tratados


• Conceito (Art. 2°, !, d, CVDT)
* Declaração unilateral
* Objeto: exclusão/modificação de efeito jurídico de disposição do texto na sua aplicação ao Estado formulador
* Momento: assinatura/ratificação/aceitação/aprovação
• Declarações interpretativas
* Fixação/clarificação do significado - fixação
* Declarações condicionais: condicionamento do consentimento
• Surgimento
* Necessidade do processo de negociação
* Exemplo inicial: Ato Geral de Bruxelas (1890) – acordo que previa a abolição da escravatura; França faz reserva quanto ao
direito de visita
• Vantagens
* Condição de conclusão de tratado
* Facilitadora do consentimento
* Objetiva o alcance, o contato, a cooperação entre povos ao redor do globo
• Desvantagens
* Compromete uniformidade
* Pode comprometer objetivo do acordo
* Difícil execução

- Formulação das reservas


• Restrições convencionais
* Geradas pelas partes (Art. 19, a, b CVDT)
* Podem ser retiradas a qualquer momento (menos no caso do tratado proibir) (Art. 22 CVDT)
* Não exige consentimento de outrem (menos se tratado assim comandar) (Art. 20, 1 CVDT)
• Em caso de silêncio do tratado
* Alcance de autonomia
→ Objetivo e finalidade do tratado (Art. 19, c CVDT)
→ Quando a aplicação na íntegra é condição essencial (Art. 20, 2)
* Apreciadores/analistas
→ Órgãos jurisdicionais
→ OI’s
→ Estados

→ Reserva contra a regra de jus cogens se refere apenas à codificação da mesma

- Efeitos
• Necessidade de ser expressa
• Objeções devem ser expressas, sob risco do tratado entrar em vigor
•Tratado vale, sem reservas, às outras partes
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título I, capítulos I a IV)

- Validade dos tratados: Condições de Validade

1) Capacidade das Partes


• Estados (reconhecimento/ente federado/descolonização)
•OI’s
• Movimentos de Libertação Nacional – independência, condução, organização internacional

2) Regularidade do consentimento
• Formais: ratificação imperfeita
* Preceito de importância fundamental (art. 46)
* Restrição especial a representante (art. 47)
• Materiais
* Erro (essencial/inevitável) (art. 48)
* Dolo (fraude/corrupção de representantes) (art. 49/50)
* Coação (representante/Estado) 51/52; Carta ONU – 2° § 3°

3) Licitude do objeto
• Ordem pública internacional
• Jus cogens: arts. 53, 64 e 66

- Regime de nulidades

1) Nulidade absoluta e relativa


• Doutrina Tradicional
• A CVDT
* relativa: erro, dolo (fraude e corrupção de representantes), formais - 45
* absoluta: jus cogens, coação

2) Procedimento de Anulação
• Notificação (art. 65)
• Nenhuma objeção em três meses - § 2°
• Objeção: modos pacíficos de solução de controvérsias - § 3°
• Continuidade litígio por 12 meses: jus cogens/outros casos
3) Efeitos da nulidade
• No tempo
* Ex Tunc (art. 69) – efeito retroativo
* Jus cogens (art. 71) – efeito mais amplo que Ex Tunc
* Superveniência de jus cogens – 64/71 § 2°- ex nunc
* Atos praticados de boa-fé – 69 § 2°

• Em relação ao tratado
* Indivisibilidade (art. 44, 2)
* Exceções
* Casos de dolo (fraude e corrupção): totalidade ou específicas
* Casos de jus cogens/coação: totalidade

• Em relação às partes – 65 §4°


* Liberação obrigações futuras
* Direitos, situação jurídica adquiridos pela execução do tratado
* Tratados multilaterais
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TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título I, capítulos I a IV)

- Aplicação dos Tratados

1) Execução dos tratados pelos Estados parte

- Ordem jurídica internacional e aplicação dos tratados


• Boa-fé
* Art. 18
* Tentativa de fraude à lei
• Pacta Sunt Servanda
* Art. 26
* Exemplo de aplicação do princípio
* Efeitos da redação
• Não retroatividade
* É um princípio de DI geralmente reconhecido pelas nações;
* Técnica de solução – aplicação no tempo
* Art. 28
* Gera segurança jurídica, não retarda aplicação de novas normas
• Execução Territorial
* Art. 29
• Causas de Inexecução
* Art. 27: Direito interno não pode ser invocado como causa para inexecução de nenhum tratado internacional
• Garantias de execução
As partes de um tratado podem optar por estabelecer garantias para seu cumprimento. Exemplos:
* Art. 73/60
* Penhora
* Garantia por potências; Conferências periódicas para examinas aplicação
* Controle de execução no quadro das OI’s

- Ordem jurídica interna e aplicação dos tratados


• Introdução do tratado na ordem jurídica interna
* Dever de resultado, não de meio - processos de introdução
* Indiferença do DI

• Medidas internas de execução


* Adequações internas
* Tratados “self-executing” – medidas complementares

2) Efeitos dos tratados em relação a terceiros

- Distinção: Estado parte x terceiro

• Princípio da relatividade dos tratados


* Art. 34
* Teorias para explicação: Voluntarista e Objetivista

• Exceções
* Aplicação dos tratados para terceiros com seu consentimento
a) Tratados que criam obrigações
- Art. 35 – “acordo colateral”
- Art. 37, § 1°
b) Tratados que criam direitos
- Cláusula da Nação Mais Favorecida
- Estipulação em favor de terceiro – 36/ 37 § 2°
* Aplicação a terceiros sem seu consentimento
a) Art. 3: costumes
b) Modificação de tratados constitutivos OI”s: ex.: arts. 108/109 carta ONU
c) Jus Cogens
d) Situações fáticas objetivas: Atividades dos Estados sobre Lua e Corpos Celestes de 1979 (criado pelas grandes
potências e aplicável a todos os Estados)
e) Entidades cuja existência é oponível a terceiros (Estados “novos” e OI’s) 35 / 2° S 6° carta da ONU
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título I, capítulos I a IV)

- Interpretação dos tratados: Competência para interpretar


• Interpretação: “Indicação precisa de sentido e do alcance” x “obtenção de pontos que não foram assim decididos”
• Interpretação Autêntica (pelas partes com poder de modificar ou decidir sobre o tratado) x Fazendo Fé (terceiro com caráter obrigatório)

1) Autêntica
• Interpretação unilateral
* Via diplomática

• Interpretação coletiva
* Quando da adoção do texto
* (Logo) Após a adoção do texto
* Prática posterior (art. 31, § 3°)
* Mecanismo do próprio tratado
* Por algumas das partes

2) Não Autêntica (Fazendo Fé)


• Juiz internacional
• No seio de Organizações Internacionais

- Métodos de interpretação
• Boa fé – 31, 1
• Meios de interpretação:
* Objetivos (art. 31, § 2°)
* Subjetivos (art. 31, § 3°)

• Regras (metodológicas) de interpretação


* gramatical
* sistemática
* histórica
* teleológica
* axiológica

• Princípios de interpretação
* texto
* significado natural e ordinário
* integridade
* efetividade
* prática
* contemporaneidade

• Tratados redigidos em vários idiomas – art. 33

→ Problema temporal – data de aplicação da interpretação do tratado


MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título I, capítulos I a IV)

- Aplicação dos tratados e conflitos de normas: Conflitos entre normas convencionais sucessivas

• Debate da doutrina: método subjetivo x objetivo


• Solução do problema da compatibilidade:
* Silêncio das partes
- Quando há identidade das partes (art. 30, § 3°)
- Lei posterior derroga anterior
- Lei especial derroga geral
- Hierarquia
- Respeito ao Pacta Sunt Servanda
- Quando não há identidade das partes (art. 41)
- Tratado posterior compatível (posterior vale)
- Tratado posterior não compatível (anterior vale)
* Próprio tratado declara compatibilidade com anterior (art. 30, § 2°)
* Métodos de compatibilização previstos no tratado
* Conflitos com normas de jus congens
* Debate de hierarquia- carta ONU

• A solução do problema da oponibilidade:


* Relatividade
* Responsabilidade Internacional

- Conflitos entre normas convencionais e internas


• Debate da doutrina: dualismo x monismo
* Art. 27 – Contencioso da responsabilidade, não da anulação

• Perante o juiz internacional


• Perante o juiz comunitário
• Perante juiz interno
* Contradição entre tratado e lei anterior interna
* Contradição entre tratado e lei posterior interna
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título I, capítulos I a IV)

- Modificação dos tratados


• Modificação por acordo expresso (art. 39)
• Modificação por outras vias
* Via costumeira ou acordo tácito
* Supervenitência de jus cogens (44 § 3°, 5°)

• Aspectos
* Processo aberto a todas as partes (art. 40 § 2)
* Efeitos (art. 40; 4, 5)
- Relatividade para os Estados parte
- Supervenitência de normas sem identidade de partes
- Obrigatoriedade para novos membros

- Extinção e suspensão dos tratados


- Distinção: Extinção (fim) X Suspensão (produção de efeito) X Denúncia (unilateralidade)

- Extinção (art. 54) e Suspensão (art. 57)

• Por vontade inicial das partes


* Cláusulas expressas
- resolutórias – subordinam fim à superveniência de outros fatos
- denúncia e recesso (art. 55) – atos unilaterais
- suspensivas (art. 57, a)
* Cláusulas implícitas
- por execução do tratado
- denúncia sem autorização (vedada pela convenção – art. 56)

• Por vontade superior


* Conclusão de Tratado posterior (art. 54 b)
* Suspensão convencional (art. 57 b, 58, 59 (2))

- Extinção e suspensão por causas não previstas


• Ligadas ao comportamento das partes
* Inexecução faltosa: violação substancial (art. 60).
- Tr. Bilateral (65)
- Tr. Multilateral com inexecução coletiva
- Tr. Multilateral com inexecução individual
- Exceções: proteção de Direitos Humanos e regras de aplicação em casos de violação
* Conflitos internacionais (art. 73)
- Tr. Bilaterais
- Tr. Multilaterais
- Tr. Que criam situação objetiva
- Tr. Para condução de guerra
* Costume internacional

• Independente do comportamento das partes


* Inexecução não faltosa (art. 61)
* Alteração de circunstâncias (art. 62)
- alteração grave
- constatação da alteração
- extinção do tratado
* Jus cogens (64)
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título II, capítulo I)

- Formação não convencional do DI


• Aspectos particulares: negativos x positivos
• Positivação – art. 38 Estatuto da CIJ

- Costume
• Prática geral aceita como direito
* Elementos: prática efetiva, opinio juris – convicção da obrigação
• Doutrina:
* Costume como acordo tácito estatal – conseqüência: oponibilidade restrita
* Costume como necessidade – “tomada de consciência jurídica coletiva” – conseqüência: oponibilidade erga omnes
• Aspecto material
* Depende da atuação do sujeito de DI: comportamentos e opiniões
- atos estatais – diplomáticos, administrativos e legislativos
- atos de instituições – arbitragens e jurisprudências
- atos de organizações – práticas internas, convenções, resoluções, recomendações, etc
- atos de ONG’s – regras, atuação, comportamento
* Exige repetição/constância: condição de consolidação
- temporalmente: uniformidade; freqüência
- espacialmente: dispersão (generalidade x unanimidade); localização geográfica
• Aspecto psicológico
* Requisito da opinio juris: consciência da obrigação, da necessidade, da vinculação
* Critério de oponibilidade: objeção, novos estados, aval/aceitação de costume não-estatal
• Prova
* Prova compete ao requerente, sempre
* Questões de dificuldade (segredo, jurisprudências, doutrina, opinio juris, intenções)
* Solução contemporânea: codificação e desenvolvimento (art. 15, Carta ONU)
* Métodos de codificação – Assembléia Geral, órgãos, conferências

• Aplicação
* Papel do costume
* Relação entre costumes – prevalência, jus cogens, regional x universal
* Relação costume/outra norma – denominador comum, regras gerais do direito
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – TRATADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Primeira Parte | Título II, capítulo II)

- Voluntários: Atos unilaterais


• “Ato imputável a um único sujeito do direito internacional”
• Estatais
* Atos legislativos ou executivos
- notificação – validade de outros atos
- reconhecimento – verificação de existência de certos fatos
- protesto - reivindicação
- renúncia – atos do Estado renunciante
* Atos/tratados; atos/costumes; atos/resoluções OI
* Alcance jurídico: obrigação, garantias/irreversibilidade/arrependimento
* Atos heteronormativos – direitos a outros sujeitos; oponibilidade - consentimento
• OI
* Atos
- Decisão – força obrigatória (atos autonormativos, heteronormativos)
- Recomendação – intergovernamental; não obrigatório; impacto político; obrigação de exame; formação de regra
costumeira

- Atos concertados não-convencionais


• Não se submetem ao direito dos tratados e ao pacta sunt servanda
• “Gentlemen’s” ou non-binding agreements – obrigação, honra e boa-fé
• Dificuldade de definição/diferenciação
• Utilização comum pela não-obrigatoriedade

- Meios auxiliares
• Doutrina: posição dos atores internacionais sobre questões políticas; posição dos autores, dos indivíduos com notável saber
• Destaque temporal: diplomacia pré-século XX
• Destaque técnico: veloz evolução do Direito Internacional

- Princípios gerais
• Art. 38 CIJ – direção/destinatário
• Formas de interpretação
- restrita/ampla
- supletiva/fonte primária/secundária

- Aplicação dos princípios


• Identidade – princípios comuns aos sistemas jurídicos internos
• Identidade – princípios internos concernentes ao DI (analogia)
• Categorias comuns
* Relacionados com o conceito geral (boa fé, abuso do direito, reparação de prejuízo)
* Tratados/contratos (força maior, vícios de consentimento)
*Contencioso da responsabilidade (reparação integral)
* Processuais contenciosos (direito de defesa, ...)
* Direitos ao indivíduo
• Casos clássicos/casos modernos – jurisprudência

- Equidade
• Poder ao juiz – preenchimento de lacunas
• Decisão contra legem – direito positivo; poder discricionário
• Fonte de direito x sistema de referência de resolução jurisdicional
* Deve-se gerar justiça?

- Jurisprudência
• Conjunto de decisões jurisdicionais ou arbitrais
• Tribunais internacionais, regionais – jurisprudência apresenta o direito existente, mas não legisla sobre o tema
• Relação: internacional – interna
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SUJEITOS DE DIP: ESTADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Segunda Parte | Título I)

- Estado
• Elementos constitutivos
* Povo/população
- Aspecto quantitativo - habitantes
- Aspecto qualitativo – fidelidade, nacionalidade
* Território
- Qualidade x propriedade
- Título jurídico
- Espaços terrestres, marítimos, espaço aéreo
* Governo
- Aparato político
- Efetividade, soberania, reconhecimento
* Soberania
- Competência, poder, atributo
- Soberania – independência
- Soberania – submissão ao sistema normativo internacional
- Igualdade, liberdade de ação

- Proteção à soberania
• Legítima defesa – licitude do uso da força
• Domínio reservado do estado – atividades estatais nas quais a competência estatal não está vinculada pelo direito internacional
* Por natureza/material
* Através do direito internacional
• Não-intervenção
• Dever/direito de ingerência – direitos humanos, humanitários
* Problemas jurídicos
• Imunidades estatais – proteção e respeito à soberania em território de outro estado
* Imunidade de jurisdição – julgamento no estrangeiro

- Entidades estatais
• Santa Sé – benefícios de micro-estados
* Acordos de Latrão – reconhecimento da Santa Sé
* Aparência de um estado
• Cidades internacionalizadas
*Resposta antiquada a problemas internacionais
• Autoridade Palestina
* Não é governo de estado; personalidade jurídica incompleta

- Competências em seu território


• “Poder jurídico conferido pelo direito internacional a um estado”
* Limitado espacialmente
• Delimitação do território terrestre
* Fronteira – linha de determinação dos limites de um estado
- Duas soberanias são exercidas
- Processo – delimitação (jurídica/política), demarcação (técnica), implantação de extremas (referências físicas)
- Traçado – liberdade aos Estados
- Contestações
*Território marítimo e aéreo
• Características
* Soberania significa independência – direito de exercer as funções estatais de forma exclusiva
- Sentença: Max Huber (1928)
* Plenitude
- Material – funções estatais; pessoas-físicas, morais, jurídicas; recursos naturais e atividades econômicas
-Exceções – questões de paz, armamentos, estrangeiros, direitos fundamentais
* Exclusividade
-Oposição ao exercício de atividades de outro estado no seu território
- Exceções – Estados/OI

- Competências fora de seu território


• Competência fundamentada em direitos de guerra ou em delegações
• “Menores”
* Cessão territorial
* Ocupação militar – individual ou coletiva
* Servidão
* Proletariado
* Condomínio
* Mandato – falta de capacidade de auto-governo
* Tutela – administração, ONU é competente
* Territórios não-autônomos – progresso político, econômico e social
• Pessoal
* Vínculo de nacionalidade – jus sanguinis, jus solis, plurinacionalidade
* Nacionalidade das sociedades – analogia à de pessoas
* De engenhos – navios, aeronaves – ligação efetiva
* Nacional em território estrangeiro – limites do estado anfitrião
• Serviços públicos
* consentimento/recusa – conseqüências do ato

- Concorrência
• Hierarquias
* Primado da competência relativa aos serviços públicos sobre a competência territorial
* Primado da competência relativa aos serviços públicos sobre competência pessoal
* Relação competência territorial e competência pessoal
• Alcance extraterritorial do direito Internacional

- Formação e transformação estatal


• Deslocalização
* Autodeterminação dos povos (Carta da ONU, 1° § 2°, 55°)
• Secessão/dissolução
* Separação ou partição múltipla do estado
* Direito não apóia a secessão
* Dissolução tem questão de sucessão
• Concerto/reunificação

- Aquisição e perda de território


• “Terra de ninguém” (res nullius)
• Contigüidade territorial
• Cessão convencional
• Fusão convencional
• Decisão unilateral
• Conquista

- Sucessão
• Substituição de estado pela ótica da responsabilidade
• Continuidade de estado
• Questão dos direitos
• Tratados
* Estado sucessor não novo – tratados do sucessor, não do predecessor
* Estado novo – princípio da intransmissibilidade; esceções-situações objetivas, costumes e jus cogens

- Reconhecimento
• Aceitação de oponibilidade de ato de outrem
• Debate doutrinário: reconhecimento atributivo ou declarativo
• Dever de não-reconhecimento: ato ilícito de criação
• “de jure”, “de facto”
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SUJEITOS DE DIP: ESTADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Segunda Parte | Título II)

- Sujeitos do D. Internacional: Organizações Internacionais


• Questão de soberania
* Personalidade derivada
* Variável, limitada (questão política/prática)
• Desenvolvimento histórico
* Séc XIX; entre-guerras; pós 1945
• Relação Direito Internacional e direito das OI’s
* Direito comunitário – aplicável x segregado
• Definição – associação de Estados, construída por tratado; dotada de uma constituição e de órgãos comuns, possuindo personalidade
jurídica

- Criação e composição
• Ato constitutivo
* Sujeito derivado
* Tratado como constituição
- Primado face a outros tratados
- Aceite integral
- Interpretação através da função
- Sem limitação temporal
- Termos mínimos – fins, estrutura, competências
• Membros
* OI’s - intergovernamentais
* Membro efetivo; observadores
* Participação
* Admissão – originário; candidatura/admissão - obrigatoriedade
* Retirada – regida pelo direito dos tratados – denúncia, expulsão/exclusão

- Estatuto Jurídico e Competências


• Personalidade
* Derivada; funcionalidade – principio da especialidade
* Personalidade interna – exercício e atingimento de fins
- Lei aplicável
* Oponibilidade internacional
* Privilégios - imunidades
* Autonomia financeira
* Problema da sucessão
• Competências
* Específicas à natureza e alcance das competências; teoria dos poderes implícitos (espírito da lei)
* Conteúdo: integração, competência normativa e operacional; territorial (sede, tutela/mandato, direta); pessoas e engenhos
(território, função pública)

- Estrutura e funcionamento
• Criação – convenção constitutiva; decisão da organização
• Hierarquia – órgão plenário – órgãos restritos
• Funcionamento – diplomacia multilateral, verificação de poderes, voto
• Voto – maioria, ponderação, unanimidade, veto
• Agente internacional - funcionário encarregado de exercer uma função
• Órgãos – secretariado, chefe do secretariado, jurisprudencionais, consultivos
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SUJEITOS DE DIP: ESTADOS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Segunda Parte | Título II)

- Sujeitos: pessoas
• Indivíduos, ONG’s, empresas
* Indivíduo: pessoa física
* ONG: instituição privada/mista, que associa sujeitos de diversas nacionalidades, em vínculo associativo, sem fins lucrativos
- Não tem estatuto de sujeito; não há tratado sobre tal tema; Cruz Vermelha como destaque
* Sociedades multinacionais: empresas proprietárias de instalações fora do país base; com fins lucrativos
- Risco de se conceder caráter/instituto internacionalista às empresas

• Personalidade jurídica
* Fragilidade; atuação intermediária do Estado - nacionalidade
* Critérios: participação na produção normativa; reivindicação de respeito em relações de sujeitos; direito de recorrer a terceiros
- Influência
- Participação frágil/superficial
- Cooperação

- Proteção internacional
• Invocabilidade e oponibilidade
* A todos os estados e OI’s
• Direito do Homem
* Problema da soberania
- Competência; soberania interna; dominação território-povo
* Problema político
- Interesse, jogo de poder, nacionais x estrangeiros
• Instrumentos
* OI’s – ONU e sistema, Cortes regionais
* Tratados – Carta de Direitos do Homem
• Estrangeiros
* Liberdade de circulação
* Refugiados e apátridas – assistência moral e material
* Mobilidade profissional
• Ordem jurídica interna x internacional
* Insuficiência, esgotamento da ordem interna – pressuposto para reclamação internacional
* Solicitação direta limitada
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Terceira Parte | Título I)

- Responsabilidade
• Mecanismo regulador de vida social internacional
• Relação igualdade/soberania x responsabilidade
* Direitos - deveres
* Base Consuetudinária
* Evolução lenta – falta de figura legislativa, judiciária
• Perspectiva conceitual
* Obrigação de reparação de dano
- Vantagem: relação com infração, com conseqüência
* Realização de ato ilícito por um Estado
- Vantagem: geração de solidariedade
• Fundamento: ilicitude; objetividade; oportunidade; risco

- Ilicitude
• Entendimento de ilicitude
* Como falta
- Aspecto de subjetividade
* Como ato, comportamento
- Violação do direito internacional
• Violação
* Deve ser observada pela ótica do direito internacional
* Gradação – crime, delito; violação grave, violação
* Conceito: “Existe a violação de uma obrigação internacional por um Estado quando um fato do dito Estado não está conforme
com o que lhe é exigido em virtude desta obrigação” (art. 12° CDI),
* Obrigação de resultado x obrigação de comportamento ou de meios
• Atribuição de responsabilidade
* Ordem interna não pode ser obstáculo à responsabilização
* Autor do ato ilícito – independente, devido a unidade/ individualidade do órgão
* Questão de insurreição
* Atuação de estados em nome de OI’s
• Exclusão da ilicitude
* Fatos da vítima
- Consentimento
- Legítima defesa
- Contramedidas
* Estranhas à vítima
- Força maior
- Direito de perigo (situação de fato – avião avariado)
- Estado de necessidade (interesse essencial estatal)

- Conseqüências
• Reparação
* Correção do dano, da ilicitude, em comportamento e efeito material
* Em caso de “não-dano”, há falta de concretude na conseqüência
• Prejuízo
* Material e moral
* Direto e indireto
* Imediato e mediato – estado x particular
• Execução
* Obrigação depor fim ao fato; geração de garantias de não repetição; correção de efeitos materiais
* Restitutio in integrum; indenização; satisfação
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Terceira Parte | Título I)

- Solução de controvérsias
• O comando pela solução pacífica
* Convenção de Haia (1907) – “envidar esforços para assegurar a resolução pacífica de conflitos” – desejo, não exigência
* Carta da ONU – art. 2° § 3° e 33°
• Desobrigação do modo
* Lista não-restritiva – Carta da ONU
* Declaração de Manila (1982) – igualdade soberana; livre escolha dos meios
* Negociação, investigação, mediação, bons ofícios, conciliação, arbitragem, judicial
* Escolha comum pelos processos político-diplomáticos; discricionalidade lógica-cronológica

- Solução pacífica política


• Sistema inter-estatal x sociedade internacional
* Diplomacia de via única; via dupla/múltipla
• Lógica de resultado, sucesso – estratégia
* Egocentrismo; cooperativismo
• Procedimentos interestatais
* Negociação
- Fundamento consuetudinário
- Mínimo exigido – diálogo
- Alia-se a outros meios: exigência de negociação, boa-fé
- Obrigação: boa-fé, execução
- Bilateral; multilateral; direta; em conferência
* Mediação e bons ofícios
- Costume; codificados nas convenções e Haia (1899 e 1907)
- Terceira parte gera intervenção moderada – estabelecimento de contato, facilitação
- Diferença: alcance das tarefas da terceira parte
- Individuais ou coletivos
* Investigação/inquérito
- Pesquisa factual – busca objetiva, materialidade
- Não objetividade: adoção, relatório
* Conciliação
- Órgão constituído que oferece propostas de solução
- Compromisso convencional; não costumeiro
- Decisão não obrigatória
• Organizações Internacionais
* Ação do Secretário-Geral
- Função diplomática
- Por decisão particular; por mandato
* Conselho de Segurança
- Primazia do órgão restrito (art. 24° § 1°, Carta da ONU)
- Interpretação ampla
- Exercício de poderes de resoluções de conflito: direto; convite
* Assembléia Geral
- Recomendação, interpretação
- Peso político
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Terceira Parte | Título I)

- Solução pacífica jurisdicional


• Decisão com características judiciais
* Fundada em considerações jurídicas
* Pronunciada por terceiros, em órgão independente
* Com devido processo legal – contraditório, defesa, igualdade
* Obrigatório
• Estados como sujeitos principais
• Caráter facultativo – consentimento
• Destacada importância da justiça não-institucionalizada (anterioridade histórica)
• Liberdade de escolha do meio (art. 33° da Carta da ONU)
• Jurisdição limitada
* Objetivamente
- Jurídicos x políticos – interpretação x interesse; aplicação do direito x modificação do direito
* Subjetivamente
- Jurisdicionalidade por vontade das partes
• Limites ao consentimento: jurisprudência; renúncia estatal
• Procedimentos jurisdicionais
* Arbitragem
- Utilização histórica – Antiguidade; problema da soberania
- Surgimento moderno: EUA x Inglaterra (1872) – Guerra de Secessão, Caso Alabama; Conferência de Haia (1899) –
Título IV – arbitragem
- Consentimento: deve ser claro e preciso – obrigação /oponibilidade –facultativa, obrigatória (cláusula
compromissória, tratado de arbitragem)
- Constituição do órgão
- Estrutura do órgão – árbitro único, comissão mista; colegial
- Poderes – competência de julgamento; competência da competência; determinação do direito aplicável; poderes
especiais (conciliação obrigatória)
- Institucionalização – Tribunal Permanente de Arbitragem; Tribunal de Justiça Arbitral; Tribunais arbitrais regionais
- Processo: justificação obrigatória da sentença, obrigação da sentença; caráter não-executório da sentença; recursos
(interpretação, revisão, apelação)
* Jurisdição permanente
- Experiência do séc XX – regionais, TPJI
- ONU e a Corte Internacional de Justiça
-Composição CIJ – 15 membros, independentes, eleitos, possuem imunidade (inamovíveis); repartição geográfica
eqüitativa
- Eleição – separada, na AG e no CS, por maioria absoluta – exceções (3° sessão); juízes ad hoc
- Capacidade de requerer o tribunal – competência ratrone personae do Estado
- Jurisdição facultativa; jurisdição obrigatória; cláusula facultativa de jurisdição obrigatória; reservas
- Processo – julgamento; constituição; à revelia
- Competência – tribunal como juiz de sua própria competência
- Direito aplicável – direito internacional
- Função contenciosa; função consultiva (aberto, apenas, às OI’s) – não obrigatória, opinativa
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Terceira Parte | Título I)

- O Status Jurídico da Guerra


 A Idéia de Guerra Justa
* origem: Direito Romano – fetiales (grupos de sacerdotes especiais)1
* regra: guerra deveria ser “precedida de um requisito oficial de notificação e de uma declaração formal”
* Doutrina
- Direito canônico (cristianismo) - benefícios da guerra: segurança, conquista, catequisação
- Santo Agostinho - dogma moral2
- São Tomás de Aquino – proibição da guerra particular, causa justa, combatente deve possuir correção de vontade
- Giovanni de Legnano - capacidade do Papa de declarar guerra a infiéis, a do rei de declaração de conflito contra outrem,
menos o Papa
- Francisco de Vitória – conceito de proprocionalidade (espanhóis vs.índios)
- Soberania como fundamento da justiça do ato de guerra
- Alberico Gentili - todos identificam suas causas como justas; apenas o Direito poderia garantir a condução das hostilidades,
gerar segurança
- Hugo Grotius - viés secular; causas justificáveis: defesa, indenização, punição; Direito Internacional como sistema regulador
- Voluntaristas - noção de justiça de uma guerra era tratada, mas com alcance e importância reduzidas
 O surgimento do Jus in Bello e do Jus ad Bellum
* Preocupações: como/quando declarar guerra e como desenvolvê-la
* jus in bello - direito de guerra, ou na guerra
- Direito Humanitário - Convenção de Genebra (1864), a Declaração de São Petesburgo (1868), e as Convenções da Haia
(1899, 1907)
- condução das hostilidades
* jus ad bellum - direito à guerra
 O conceito de Legalidade e Ilegalidade da Guerra
* direito falhava em proibir a guerra3
- guerra como algo extralegal (metajurídico, extrajudicial, entre outros)
* busca e ambiente pacífico
- primeira resposta: tratados e acordos entre partes, usualmente bilaterais, com métodos de solução pacífica de controvérsias
- segunda: acordos gerais, possuíam jurisdição mais ampla, seja pela participação de mais países em sua negociação, seja pelo
destacado impacto gerado
* principais acordos
- Convenções da Haia (1899, 1907)
- Pacto da Liga das Nações (1919)4 - texto final falho e legalizava a emergência da guerra em diversas situações
- Pacto de Briand-Kellogg5 – 63 signatários, inédita condenação ao uso da força em praticamente todos os casos (exceções:
momentos de legítima defesa, guerra como “instrumento de política internacional”, conflito com não-signatários
- Carta da ONU - preocupação de garantir a paz; nova terminologia – uso da força; ameaça se torna ilegal

1
De acordo Celso Mello (2004, pg. 115) : “Os feciais tinham ao mesmo tempo funções religiosas, políticas e judiciais. As suas funções consistiam, acima de tudo,
em zelar pela observância das normas de ‘Direito Internacional’. Eles formavam um colégio de 20 membros escolhidos por cooptação entre as pessoas das
melhores famílias romanas. (...). Uma guerra não seria considerada ‘pia e justa’ se não fosse declarada conforme os rituais dos feciais: (...) iam à fronteira do
Estado ofensor de Roma e lá iniciavam uma verdadeira interpelação reclamando dele uma reparação. (...) Esgotado este lapso de tempo (de trinta dias, no caso)
(...) declarava a guerra (...) atirando uma lança ensangüentada no território inimigo”.
2
“Just wars are usually defined as those which avenge injures, when the nation or city against which warlike actions is to be directed has neglected either to
punish wrongs by its own citizens or to restore what has been unjustly taken by it. Further that kind of war is undoubtedly just which God Himself ordains”
(AGOSTINHO apud FRANCK, 2002, pg. 247)
3
. “O direito não pode dizer quando, mas somente como a guerra deve ser conduzida”, dizia Pompe (apud DINSTEIN, 2004, pg. 104).
4
Artigo 10 – Os membros da Sociedade comprometem-se a respeitar e a manter contra toda agressão externa a integridade territorial e a independência política
atual de todos os membros (...)
Artigo 11 – Fica expressamente declarado que toda a guerra ou ameaça de guerra, atinja diretamente, ou não, algum dos membros da Sociedade, interessa a
toda a Sociedade, e esta deva adotar as medidas apropriadas para salvaguardar eficazmente a paz entre as nações (...) (PACTO DA LIGA DAS NAÇÕES In:
RANGEL, 2002, pp. 26-27)
5
ARTICLE I - The High Contracting Parties solemnly declare in the names of their respective peoples that they condemn recourse to war for the solution of
international controversies, and renounce it, as an instrument of national policy in their relations with one another.
ARTICLE II - The High Contracting Parties agree that the settlement or solution of all disputes or conflicts of whatever nature or of whatever origin they may be,
which may arise among them, shall never be sought except by pacific means. (PACTO DE BRIAND-KELLOGG, 1928 – acesso em
http://www.yale.edu/lawweb/avalon/imt/kbpact.htm, na data de 27 de julho de 2008)
MATÉRIA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

TEXTOS BASE: NGUYEN QUOC, Dinh; DAILLIER, Patrick; PELLET, Alain. Direito internacional público. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003. 1517 p. ISBN 9723110563 (Terceira Parte | Título I)

- Solução não-pacífica
• Coação – formas de pressão de gravidade suficiente para influenciar a decisão de outrem
* Perspectiva executiva, executória do direito – internamente x internacionalmente
* Representa ameaça à paz – limite de ação dos métodos pacíficos
• Conceito de agressão
* resolução 3314 (AG, 1974) – uso da força contra soberania, integridade territorial, ou independência política
* formas: lista não exaustiva - invasão ou ataque pelas Forças Armadas, bombardeamentos, bloqueios de portos e mares,
permissão de uso de território por forças de outro Estado para ofensiva contra terceiro, envio de grupos armados para ataque
contra outro Estado, entre outros
• Princípios da interdição do recurso à força armada
* Exceções
- art. 2(4) – deixa implícita a possibilidade de uso da força se não for contra integridade territorial ou política6
- art 51 – legítima defesa7
- art 25 – por decisão do Conselho de Segurança (operações de paz)
- organizações regionais podem agir
• Legítima defesa
* não há “legítima defesa contra legítima defesa”
* necessidade da agressão8
* princípio da proporcionalidade – costume
* critério temporal – mais imediata possível
* individual / coletiva
• Segurança coletiva
* ação do Conselho de Segurança
* primeira fase – recomendações (vinculantes ou não-vinculantes – art 41); segunda fase – ações de uso da força (art. 429)
• Recurso às medidas de coação não-militares
* Retorsão – “pagamento na mesma moeda”
- represálias; contramedidas (resposta ao ato ilícito)
- proporcionalidade, intimação infrutífera, necessidade
• Direito de neutralidade
* integral
* diferencial/qualificada: 1) não-beligerância, 2) assistência mútua, 3) segurança coletiva

6
Artigo 2(4) - Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a dependência
política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas. (Carta da ONU)
7
Artigo 51 - Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um
Membro das Nações Unidas, até que o CS tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais. As medidas
tomadas pelos Membros no exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo
algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que julgar necessária à
manutenção ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais. (Carta da ONU)
8
“A legítima defesa só pode ocorre na seqüência de uma ‘agressão armada’. Deve-se compreender disso não somente a ação de forças armadas regulares
através de uma fronteira internacional, mas ainda o envio por um Estado de tropas armadas sobre o território de um outro Estado desde que essa operação, por
suas dimensões e seus efeitos, pudesse ser qualificada como agressão armada se fosse cometida por forças armadas regulares.” (CIJ - Decisão do Caso das
Atividades Militares e Paramilitares na e Contra a Nicarágua, 1984-1991)
9
Artigo 42 - No caso de o CS considerar que as medidas previstas no Art. 41 seriam ou demonstraram que são inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de
forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender
demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das Nações Unidas. (Carta da ONU)

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