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Personalidade Jurídica do Estado

Savigny (ficcionismo): a atribuição de personalidade ao Estado seria uma


ficção em razão de os sujeitos de direitos serem apenas aqueles dotados de
consciência e vontade.

Georg Jellinek (realismo): O Estado é uma unidade coletiva, que não é


uma ficção, mas uma forma necessária de síntese de nossa consciência que
forma a base de nossas instituições.
Conceito de Nação e distinção do Estado

Termo com apelo emotivo, cuja origem data do momento em que os


povos europeus almejavam a formação de unidades políticas dotadas de
solidez e estabilidade, possibilitando a cessação do constante estado de
guerra que vigia.

O conceito de Nação buscou afastar do poder os monarcas, absolutistas e


possibilitar a ascensão ao poder dos que até então não eram legitimados à
função.

Nação » ideia de comunidade


- existência independente da vontade;
- inexistência de objetivo (há somente um sentimento de
preservação);
- ausência de vínculos jurídicos (existência só de sentimentos
comuns)
- Inexistência de poder.
» Aristóteles: “Animal político”
»Associação ≠ agregação?  instinto racional

» Qual a causa?
1) Justificativa biológica/material  fragilidade perante a natureza
2) Disposição natural à associação/Solidão como exceção
3) Virtude
4) Caso fortuito

» Qual a consequência?
1)Associação organizada ou instintiva?
2) Aperfeiçoamento contínuo
» Teorias contratualistas:
- Associação como fruto de decisão e acordo de vontades
- Homem  capacidade de racionalização das suas próprias
decisões
- Platão/Morus
1) Formas ideais de organização política
2) Vontade humana  capacidade de aperfeiçoamento da
sociedade
» Teorias contratualistas:

- Hobbes: O Leviatã
1)Justificativa do Estado a partir da condição individual humana
2) Estado de natureza  competição e conflito permanente
3) Contrato social  paz e segurança através do soberano
 Ideia de existência contínua do Estado
 Consenso da maioria  presumido e irrenunciável
 Responsabilidade perante os súditos?
 Poder incontrastável  leis soberanas e monopólio da coação
 Objetivo central: paz e ordem
 Democracia e liberdade de expressão?
 Separação de poderes?
4) Absolutimo  justificativa externa e não em si mesma
» Teorias contratualistas:
- Montesquieu: Do Espírito das Leis
1) Condição humana: contrária à competição constante
2) Estado de natureza = temor constante  tendência à paz
duradoura, porém vulnerável
3) “Contrato social”  leis
- Paz
- Necessidades materiais
- Consciência individual
- Consciência da força coletiva

- John Rawls: Teoria da Justiça


1) Condição humana: avessa ao risco
2) Véu da ignorância  leis ”conservadoras” (=
protetivas/igualitárias)
» Teorias contratualistas:

- Rousseau: “O Contrato Social”


1) Condição humana:
- Homem em estado natural  bom selvagem;
- Capacidade limitada de auto-suficiência
2) Convívio social = agremiação consciente de forças 
pressupõe manutenção da liberdade individual
3) Princípios do convívio social
- Direitos naturais da pessoa humana  liberdade
- Igualdade construída  correção de desigualdades
- Soberania do povo  interesse coletivo ≠ individual (“vontade
geral” ≠ “vontade de todos”)
4) Estado: executor das decisões do soberan
»Teoria da onipresença
- Fenômeno do Estado precede sua própria definição teórica
- Elemento universal da organização humana  autoridade e poder sobre
um grupo

» Teoria do Estado “histórico”


- Sociedade política centralizada e delimitada (sec. XVII)
- Característica fundamental: soberania (Karl Schmidt)
- Bodin e soberania

» Teoria circunstancial [institucionalista]


- Estado surge sob condições concretas específicas
- Diferentes locais e momentos da história
»Sociedade Política:

- Desenvolvimento das sociedades  diferenciação de finalidades

1) Fins particulares
a) Determinados e voluntários;
b) Determinados e involuntários  Igreja?? [Carli]

2) Fins gerais e indefinidos


a) Bem comum  desenvolvimento dos fins particulares
b) “Sociedades políticas”
 Organização e consideração da vontade geral
 Família  clã  tribo  Estado
FORMAS:

» Originária:
- Processo: natural ou contratual
- Determinantes: familial (patriarcal), conquista, econômico
(propriedade privada  Locke/marxismo), evolução interna

» Derivada
- Fracionamento  ex: descolonização, nacionalismos
- União  ex: federalização, ex-URSS
- Absorção?
- Revolução/sucessão?

» Reconhecimento  comunidade internacional (DIP)


EVOLUÇÃO HISTÓRICA
» Estado Antigo ou teocrático
- Formas primordiais de organização política
a) Poder unitário e minimamente centralizado
b) Legitimação religiosa
- Pessoal e unitária
- Sacerdotal
- Não-especializado: sem divisão clara de funções

» Estado grego
- ≠ Civilização grega
- Sociedade política  Cidade-Estado
a) Autárquica
b)Republicana
c) Democrática / oligárquica (conceito antigo)
» Estado romano
- Cidade-Estado  expansão territorial (império)
- Fatores de agregação
a) Família  sistema patriarcal de poder  hierarquização
b) Participação política  cidadãos
c) Sistema de financiamento  impostos
d) Solução técnica de conflitos: direito civil e juízes
e) Cristianismo  legitimação e centralização do poder
» Estado medieval
- Fragmentação territorial vs. unidade eclesiástica
- Enfraquecimento da autoridade formal
a) Senhorios e imunidades
b) Invasões bárbaras e fronteiras instáveis
- Igreja: autoridade política
a) Unificação de princípios  regras de conduta
b) Hierarquia
c) Relação íntima Estado/Igreja  “império cristão”
- Organização política fundiária  feudalismo
a) Confusão entre institutos públicos e privados  servidão, vassalagem
» Estado moderno
- Centralização política: figura pessoal do monarca
a) Hierarquização: soberania
b) Expansão e delimitação territorial

- Paz de Westfália (1648)  soberania + território

- Identificação dos elementos fundamentais


a) Soberania  autoridade superior
b) Território
c) Povo
d) Vínculo jurídico  vigência da ordem soberana
e) Finalidade
» Concepção positivista:
- Jellinek: fins definem-se conforme o momento histórico  impossível
generalização
- Kelsen: finalidade está fora do âmbito do Estado  âmbito político
- Estado = meio técnico-formal para atingir todo e qualquer fim 
“tarefas” e não “fins”.

» Concepção jusnaturalista: Estado com uma finalidade objetiva  “justa e


eterna”
- Grotius: direito contrário à natureza humana não é direito  “direito de
resistência”
- Concepção que se fortalece em períodos de grave colapso social 
guerras, crises
» Teoria histórica
- Fins do Estado variam conforme cada época
- Situação histórica permite identificação de diferentes fins
- Antiguidade
1) Estado como entidade orgânica e espontânea
2) Indivíduo como órgão funcional do poder vigente
- Idade Média: finalidade atrelada à justificativa divina
- Idade Moderna:
1) preservação dos direitos naturais (propriedade, liberdade)
2) Prevenção do estado de guerra e da escravidão
3) Condição: abolição do estado de natureza
- Parcialidade dos interesses
- Ausência de autoridade suprema: poder punitivo difuso
- Resultado: inaplicabilidade da lei natural
4) Governo civil
- Leis gerais (poder legislativo)
- Monopólio da força (poder executivo/judiciário

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