Você está na página 1de 29

02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

DISCIPLINAS ESPECIAL + PESQUISAS ENEM VESTIBULAR EDUCADOR O QUE É? EXERCÍCIOS MONOGRAFIAS ESC

Procure no site E-mail Senha


Cadastre-se Esqueci a senha

CIÊNCIAS AGRÁRIAS E CIÊNCIAS DA SAÚDE CIÊNCIAS EXATAS E DA CIÊNCIAS HUMANAS CIÊNCIAS SOCIAIS ENGENHARIAS LINGUÍSTICA, LET
BIOLÓGICAS TERRA APLICADAS ARTES

HOME > DIREITO > A DEFENSORIA PÚBLICA COMO INSTRUMENTO EFETIVADOR DO DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA Imprimir Texto -A +A

DIREITO

1º Ai
A DEFENSORIA PÚBLICA COMO INSTRUMENTO EFETIVADOR DO
DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA

A Defensoria Pública é instrumento fundamental para efetivar o Direito ao acesso à justiça, pois propicia aos
hipossuficientes, seja individual ou coletivamente, em todos os ramos do direito, judicial ou 3º
extrajudicialmente, a resolução de seus conflitos.

ÍNDICE

1. RESUMO
BANCO DO BR

2. INTRODUÇÃO
2.1 O ACESSO À JUSTIÇA SEGUNDO CAPPELLETTI E GARTH
2.2 CONCEITO
2.3 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACESSO À JUSTIÇA SEGUNDO CAPPELLETTI E GARTH
2.3.1 A primeira onda: assistência judiciária para os pobres
2.3.2 A segunda onda: representação dos direitos difusos
2.3.3 A terceira onda: do acesso à representação em juízo a uma concepção mais ampla do BANCO DO BR

acesso à justiça. Um novo enfoque de acesso à justiça.

2.4 O ACESSO À JUSTIÇA ENQUANTO DIREITO FUNDAMENTAL


2.5 BREVE EXPLANAÇÃO HISTÓRICA SOBRE O ACESSO À JUSTIÇA
2.6 A JUDICIALIZAÇÃO E O PAPEL DA DEFENSORIA PÚBLICA ACERCA DO ACESSO À JUSTIÇA
2.7 ANÁLISE DO DISPOSITIVO LEGAL
2.7.1 Artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal

3. DEFENSORIA PÚBLICA
3.1 DISTINÇÕES PERTINENTES
3.1.1 Justiça gratuita
3.1.2 Assistência judiciária gratuita
3.1.3 Assistência jurídica integral e gratuita
3.1.4 Defensoria Pública
3.1.5 Considerações acerca da distinção

3.2 PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA


3.2.1 Da unidade
3.2.2 Da Indivisibilidade
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 1/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

3.2.3 Da Independência funcional

3.3 OBJETIVOS DA DEFENSORIA PÚBLICA


3.3.1 Definição
3.3.2 Dos objetivos em espécie

3.4 BREVE EXPLANAÇÃO SOBRE A EMENDA CONSTITUCIONAL 80/2014

4. CONCLUSÃO

5. REFERÊNCIAS

1. RESUMO

O tema do presente trabalho "A Defensoria Pública como instrumento


efetivador do direito fundamental de acesso à justiça" é de grande valia,
tendo em vista que visa esclarecer pontos fundamentais acerca do
assunto, como sendo um tema bastante atual em nosso ordenamento
jurídico. A proposta deste trabalho consiste em demonstrar que, em
virtude da ascensão dos direitos fundamentais e do fato de os indivíduos
carentes estarem mais aptos e conhecedores de seus direitos, a
instituição da Defensoria Pública traz consigo um objetivo muito maior
que o simples acesso ao judiciário. Nesse cenário, a Defensoria Pública é
instrumento fundamental para efetivar o Direito ao acesso à justiça, pois propicia aos hipossuficientes, seja
individual ou coletivamente, em todos os ramos do direito, judicial ou extrajudicialmente, a resolução de seus
conflitos. O fundamento inicial do presente estudo consiste na análise da obra clássica Acesso à Justiça e Mauro
Cappelletti e Bryant Garth, no qual demonstraremos o conceito de acesso à justiça e a sua evolução história por
meio dos mecanismos citados no livro. Também falaremos sobre a Defensoria Pública como instrumento para
efetivar o acesso à justiça e, por fim, trataremos da Defensoria Pública como instituição, no qual sublinharemos
seus princípios e sua importância na sociedade moderna, demonstrando que faz-se necessário o fortalecimento
da mesma como instrumento fundamental e essencial à função jurisdicional do Estado.

Palavras-chave: Defensoria Pública. Acesso à Justiça. Hipossuficiente. Direito fundamental.

ABSTRACT

The theme of this work "The Public Defender as an instrument to effectuate the fundamental right to access to
justice" is of great value, considering that seeks to clarify key points about the subject, as being a very current
topic in our legal system. The purpose of this paper is to show that, because of the rise of fundamental rights and
the fact that poor individuals are more adept and knowledgeable of their rights, the institution of the Public
Defender brings a much greater purpose than simply access to the judiciary. In this scenario, the Public Defender
is an essential instrument to actualize the Law to access to justice, because it allows to hyposufficient, either
individually or collectively, in all branches of law, judicial or extrajudicial, the resolution of their conflicts. The initial
basis of this study consists in analyzing the classic work Access to Justice and Mauro Cappelletti and Bryant Garth,
in which we demonstrate the concept of access to justice and its evolution history through the mechanisms
mentioned in the book. We'll also talk about the Public Defender as an instrument to affect access to justice and,
finally we’ll treat the Public Defender as an institution, in which we will underline its principles and its importance in
modern society, demonstrating that it is necessary to strengthen it as a fundamental and essential tool to the
jurisdictional function of the State.

Keywords: Public Defender. Access to Justice. A disadvantage fundamental law.

2. INTRODUÇÃO

A Defensoria Pública, importante instrumento para efetivar o disposto na lei quanto aos direitos e garantias
fundamentais, traz em seu bojo função essencial à sociedade moderna. Uma vez que a instituição em comento é
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 2/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

a que mais se aproxima da população carente, desempenhando um belo papel, afinal,

A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,


incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados,
na forma inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.1

A sociedade moderna, principalmente após o século XVIII, vem dando a devida importância à figura do ser
humano, exteriorizando cada vez mais o princípio da dignidade da pessoa humana através de leis que visam
proteger e resguardar os direitos do povo.

A instituição da Defensoria Pública veio à tona justamente para efetivar os direitos fundamentais descritos na
Constituição Federal como, por exemplo, o acesso à justiça que trataremos na presente monografia, sendo este
um direito de todos e um dever do Estado que, por sua vez, vê-se efetivado através da atuação da Defensoria
Pública.

Tendo em vista a notória evolução da sociedade, quanto a maior conscientização de seus membros sobre os
direitos que lhes são conferidos, é necessário que a instituição que é estudada nesse trabalho seja cada vez mais
fortificada e apoiada pelo Estado. Uma Defensoria atuante, com boa estrutura para atender a população, traria a
real efetivação do que nos é dito, tão belamente, nas leis brasileiras.

Por conta disto, a Defensoria se destaca no fato que a promoção da justiça é uma forma para materializar os
direitos humanos e direitos e garantias fundamentais.2 O ACESSO À JUSTIÇA

O primeiro capítulo da presente monografia tem como pilar o clássico de Mauro Cappelletti e Bryant Garth:
Acesso à justiça.

2.1. O ACESSO À JUSTIÇA SEGUNDO CAPPELLETTI E GARTH

O Estudo da obra em comento faz-se não apenas de grande valia para o enriquecimento do trabalho, mas de
importância primordial para compreender o tema acesso à justiça.

A obra, por sua vez, editada no Brasil no ano de 1988, traz em seu bojo um estudo bastante completo acerca da
evolução, dos obstáculos, soluções, limitações e tendências do acesso à justiça, tornando-o um livro sempre
atual.

2.2. CONCEITO

Nas palavras de Cappelletti e Garth,

A expressão "acesso à justiça" é reconhecidamente de difícil definição, mas serve para


determinar duas finalidades básicas do sistema jurídico - o sistema pelo qual as pessoas
podem reivindicar seus direitos e/ou resolver seus litígios sob os auspícios do Estado. Primeiro,
o sistema deve ser igualmente acessível a todos; segundo, ele deve produzir resultados quem
sejam individual e socialmente justos.2

Em concordância com Cintya Robert e Elida Seguin, o acesso à justiça não significa apenas o acesso aos Tribunais,
o contato com juízes, por exemplo, mas sim o efetivo acesso ao Direito.3

Compartilha desse mesmo entendimento Horácio Wanderlei Rodrigues que afirma que o acesso à justiça não é
apenas consistente ao acesso ao Poder Judiciário em si, mas tem um conceito mais amplo, sendo assim o acesso
ao ordenamento jurídico justo, uma ordem de valores e direitos que são fundamentais e inerentes ao ser
humano.4

De toda sorte, esse acesso à justiça previsto na Constituição Federal, não é apenas o direito de ingresso em juízo
para afirmação de um direito material ou formulação de um pedido de tutela de direito.5

“A denominação 'acesso à justiça' transmite uma ideia parcial do que representa o princípio, visto que não basta
garantir, de qualquer modo, que o cidadão acesse o Judiciário”.6

Nelson Nery Junior, explica:


https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 3/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

Assim, pelo princípio constitucional do direito de ação, todos tem o direito de obter do Poder
Judiciário a tutela jurisdicional adequada, não sendo suficiente, portanto, o direito à tutela
jurisdicional. É necessário que essa tutela seja adequada, sem o que estaria esvaziado o
conteúdo da garantia. Deve-se garantir o acesso digno.7

Por fim, como última definição, citemos José Chicocki Neto:

A expressão acesso à justiça engloba um conteúdo de largo espectro: parte da simples


compreensão do ingresso do indivíduo em juízo, perpassa por aquela que enfoca o processo
como instrumento para a realização dos direitos individuais, e, por fim, aquela mais ampla,
relacionada a uma das funções do próprio Estado a quem compete, não apenas garantir a
eficiência do ordenamento jurídico: mas outrossim, proporcionar a realização da justiça aos
cidadãos.8

2.3. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ACESSO À JUSTIÇA SEGUNDO CAPPELLETTI E GARTH

Desde os primórdios da história, diversas foram as mutações sofridas pela ideia de acesso à justiça. Ainda nos
séculos XVII e XIX, o direito ao acesso à proteção em matéria judicial tinha o simples significado de o indivíduo ser
portador de um direito formal, o qual dava poderes para que pudesse propor ou contestar uma ação. Apesar de o
direito ao acesso à justiça fosse um direito natural inerente ao indivíduo, não havia necessidade de o Estado
propor determinada ação para que fosse protegido.9

Segundo Cappelletti e Garth, "O Estado, portanto, permanecia passivo, com relação à problemas tais como a
aptidão de uma pessoa para reconhecer seus direitos e defendê-los adequadamente, na prática." 10

Dar termo à incapacidade das pessoas hipossuficientes de acessar à justiça não competia ao Estado. À época,
existia um sistema chamado "laissez-faire", que demonstrava claramente que a justiça só era acessível aos que
tinham condições financeiras de arcar as custas processuais, os incapazes de fazê-lo ficavam à mercê da sorte. O
acesso formal à justiça, era correspondente a uma ideia de igualdade não efetiva, igualdade esta de direito e não
de fato.11

De acordo com o crescimento das sociedades "laissez-faire", profundamente estudadas pelos autores, a forma
como eram vistos os direitos humanos passou por mutações radicais. A percepção apenas individualista
transformou-se numa visão coletiva dos direitos e deveres. O Estado passou a ser mais participativo, e esta
participação positiva era de suma importância para garantir os direitos da população carente.12

A partir da década de 60 iniciou-se a fase de consolidação da busca pela efetividade do acesso à justiça. Foram
então desencadeadas 3 fases, assim divididas: "A primeira onda" - Que enfoca a assistência judiciária; "A segunda
onda" - Que enfatiza a representação para os direitos difusos; e, por fim, "A terceira onda" - Que dá enfoque ao
acesso à justiça.13

Neste momento, passaremos a analisar cada fase citada acima, dando ênfase ao tema.

2.3.1. A primeira onda: assistência judiciária para os pobres

Os primeiros importantes esforços acerca do acesso à justiça estão ligados a proporcionar aos pobres os serviços
jurídicos. A presença e acompanhamento de um advogado auxiliando na decifração de leis sempre foi essencial
para que os leigos em assuntos jurídicos ficassem protegidos. Desta forma, consequentemente, para os que não
têm condições econômicas de arcar com advogado, a realidade é a mesma, pois a presença desse profissional é
fundamental.14

Infelizmente, até próximo aos dias de hoje, a forma como os países prestavam a assistência judiciária gratuita,
eram errôneos e inadequados. Em concordância com os ensinamentos de Garth e Cappelletti: "Baseavam-se em
sua maior parte, em serviços prestados pelos advogados particulares, sem contraprestação (munus
honorificum).”15

Em decorrência desse fato, o acesso foi garantido aos pobres, e o Estado, por sua vez, manteve-se inerte, não
adotando quaisquer medidas para resguardar e garantir esse direito. Previsivelmente, esse sistema demonstrou-
se ineficiente. Os advogados à época, pensando no mercado e na renda, logicamente preferiam defender causas

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 4/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
em que havia remuneração, visto que, não era bom que fossem conhecidos como "caridosos", atraindo assim
muito trabalho e pouco dinheiro. Além disso, para se safar das causas gratuitas, muitos profissionais do direito
adeptos ao programa da assistência judiciária gratuita fixaram limites aos que queriam gozar do benefício, ficando
ainda mais restrito o real acesso à justiça.16

Cada vez mais evidentes ficavam as falhas nesses sistemas. A Alemanha e Inglaterra foram pioneiras na
implantação desses programas, ambos sobre o regime trabalhista ou social democrata. Entre os anos de 1919 e
1923, a Alemanha implementou um sistema no qual o Estado remunerava aos advogados que prestassem o
serviço de assistência judiciária gratuita, que facilmente era extensiva a quem a pleiteasse. A Inglaterra, por sua
vez, criou a Legal Aid and Advice Scheme, confiada à Law Society (Associação Nacional dos Advogados), no ano
de 1949. Esse sistema tinha como finalidade demonstrar a importância de haver o respeito e a compensação dos
advogados particulares que faziam o aconselhamento jurídico e a assistência judiciária.17

Especialmente nos anos 60, época em que iniciou-se a ter mais consciência social, o assunto assistência judiciária
tornou-se um tema de grande debate e repercussão, colocando-o no topo das agendas das reformas judiciárias.
Mais especificadamente nos últimos 12 anos, a reforma da assistência judiciária tomou lugar em órbita mundial. O
real acesso à justiça que, por sua vez, não ocorria e os sistemas falhos e inadequados adotados para que
houvesse sua efetivação, enfim foram questionados não só pelos juristas, mas pelo povo que sofria por esse
descaso, assim, demonstrando uma situação intolerável.18

A reforma começou em 1965 nos Estados Unidos, com o Office of Economic Opportunity (OEO)
e continuou através do mundo no início da década de 70. Em janeiro de 1972, a França
substituiu seu esquema de assistência judiciária do século dezenove, baseado em serviço
gratuito prestado pelos advogados, por um enfoque moderno de “securité sociale”, no qual o
custo dos honorários é suportado pelo Estado. Em maio de 1972, o novo e inovador programa
da Suécia tornou-se lei. Dois meses mais tarde, a Lei de Aconselhamento e Assistência
Judiciária da Inglaterra aumentou grandemente o alcance do sistema implantado em 1949,
especialmente na área de aconselhamento jurídico, e a Província Canadense de Quebeque
estabeleceu seu primeiro programa de assistência judiciária financiado pelo governo. Em
outubro de 1972, a República Federal da Alemanha aperfeiçoou seu sistema, aumentando a
remuneração paga aos advogados particulares por serviços jurídicos prestados aos pobres. E
em julho de 1974, foi estabelecida nos Estados Unidos a longamente esperada Legal Services
Corporation — um esforço para preservar e ampliar os progressos do programa do OEO, já
agora dissolvido. Também durante esse período, tanto a Áustria quanto a Holanda reviram seus
programas de assistência judiciária, de modo a remunerar os advogados mais
adequadamente. Houve várias reformas na Austrália; e a Itália quase chegou a mudar seu
sistema anacrônico, que era semelhante ao esquema francês anterior a 1972.19

Em decorrência de todo movimento desencadeado acerca da assistência judiciária, pode-se concluir que na
maior parte do mundo moderno os sistemas implantados acerca da assistência judiciária gratuita para o
hipossuficiente foram grandemente melhorados.20

Todavia, para que se possa compreender os sistemas ulteriores implantados, faz-se necessário entender os
principais acontecimentos da primeira onda de reforma. Assim, faremos uma breve explanação sobre cada um:

Consiste num sistema em que a assistência judiciária é um direito para cada indivíduo que se enquadra nos
termos que a lei estabelece. Nesse caso, os indivíduos carentes são defendidos por advogados particulares,
dispostos para esse fim que, por sua vez, são pagos pelo Estado.21

Ana Carvalho Ferreira Bueno de Moraes, em sua dissertação de mestrado, critica esse sistema com base nos
autores Garth e Cappelletti:

A principal crítica desse sistema é que os indivíduos utilizam a justiça para resolver problemas
que lhes são conhecidos, como direito penal e de família, sem a utilização da assistência
judiciária para reivindicar seus novos direitos, como aqueles relacionados ao consumo. Isso
porque esse sistema não possibilita algumas facetas da assistência jurídica, como a prestação
e conscientização dos direitos da população mais carente, a orientação e composição
extrajudicial. Assim, não tem o condão de romper a barreira do acesso à justiça em razão do
desconhecimento do direito, uma vez que confia ao necessitado a tarefa de reconhecer o
direito e buscar auxílio.22

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 5/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

Conclui-se que esse sistema tem como finalidade primordial proporcionar aos hipossuficientes o mesmo amparo
jurídico que teriam se tivessem possibilidade econômica de arcar com as custas de um advogado.23

O segundo modelo tem por objetivo utilizar o dinheiro dos contribuintes para que haja a mais benéfica relação
custo-benefício. Desta feita, a assistência dá-se através dos “escritórios de vizinhança”.24

Acerca do objetivo diverso do sistema judicare, os autores ensinam que:

Em suma, além de apenas encaminhar as demandas individuais dos pobres que são trazidas
aos advogados, tal como no sistema "judicare", esse modelo norte-americano: 1) vai em
direção aos pobres para auxiliá-los a reivindicar seus direitos e 2) cria uma categoria de
advogados eficientes para atuar pelos pobres, enquanto classe. 25

A grande diferença que pode ser destacada entre esse modelo e o sistema judicare consiste em que esse
segundo modelo teve como objetivo não apenas a assistência e defesa aos carentes, mas a conscientização de
que eles são sujeitos de direito, tendo assim, direitos e garantias inerentes à sua personalidade. Essa mudança,
consequentemente, fez com que a população desejasse obter essa tutela não só com a judicialização de
demandas, mas também extrajudicialmente.26

Alguns países, decidiram por bem proceder a junção dos dois sistemas citados anteriormente, por acreditarem
que ambos podem se complementar, combinando assim os dois principais sistemas de assistência judiciária. Ou
seja, o pobre poderia optar pelo atendimento de advogados particulares ou de advogados servidores públicos.
Essa possibilidade, por sua vez, abriu uma nova dimensão, já que a opção de escolha era dos assistidos, podiam
determinar se seriam defendidos pelos advogados servidores públicos, mais habituados com a problemática dos
menos favorecidos, ou com os advogados particulares, que gozavam de um serviço mais personalizado.27

Nos últimos tempos têm se tomado atitudes pró-acesso à justiça, que fizeram com que a barreira que existia entre
o sujeito pobre e a efetividade desse direito resguardado pela Constituição Federal cedesse. Cada vez é mais
comum ver o indivíduo carente reivindicar seus direitos, não apenas em âmbito do direito de família ou do direito
criminal, buscando cada vez ter mais conhecimento sobre o que a lei lhe ampara.28

Todavia, é importante esclarecer que o enfoque da assistência judiciária, em sede de reforma/melhora, não é o
suficiente para resguardar o real acesso à justiça. Outros pontos de grande valia devem ser observados, como por
exemplo, a existência de mão de obra especializada, ou seja, advogados competentes e em número suficiente
para atender a toda procura. Segundo ponto que merece ênfase é o fato de que além do número suficiente de
advogados para atender à demanda de assistidos, é necessário que os mesmos estejam disponíveis para auxiliar
essa parcela hipossuficiente, incapaz de pagar por seus serviços. E o ponto em comento requer grande verba
orçamentária visto que o serviço de um profissional qualificado tem um custo alto. O terceiro ponto a ser
sublinhado é considerar que mesmo quando a assistência judiciária tem um sistema perfeito, não é possível
solucionar a problemática das pequenas causas individuais. Desta feita, não é de surpreender-se se um advogado
não aceitar pequenas causas.29

Por fim, insta acentuar que o modelo do sistema de acesso à justiça busca por meio de uma equipe qualificada de
advogados, resguardar os direitos e interesses da classe menos favorecida economicamente da população, como
sendo interesse difuso dos pobres. Em contrapartida, outros direitos difusos tão importantes quanto esse, como
por exemplo, a causa de defesa do meio ambiente, estão sendo descartados ou colocados em segundo plano.
Por esse fato que é desencadeada a segunda onda, que será analisada na sequência.30

2.3.2. A segunda onda: representação dos direitos difusos

A segunda onda é caracterizada por ser o movimento que visou melhorar o acesso à justiça enquanto ferramenta
para resguardar os interesses difusos, ou seja, aqueles direitos grupais, coletivos, diversos dos relacionados ao
fato do indivíduo não possuir condição financeira de arcar com as custas de advogado ou processo.31

Falaremos brevemente sobre a concepção tradicional do processo civil, tendo em vista que essa “onda” forçou
uma reflexão acerca dos preceitos básicos do processo civil, que, por sua vez, não dava espaço para os interesses
da coletividade, pois, muito erroneamente, acreditava apenas que o processo era assunto para duas partes,
solucionando as controvérsias que versavam sobre seus interesses individuais. A atuação dos juízes, as regras
ligadas às normas do procedimento ou à legitimidade não facilitavam a propositura de ações que versassem
b di it l ti 32
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 6/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
sobre direitos coletivos.32

Houveram reformas que demonstram a rapidez com as quais aconteceram as mudanças à época dessa segunda
onda. Inicialmente, acerca da legitimidade ativa, essas reformas da lei e jurisprudência dos tribunais passaram a
aceitar cada vez mais que estas demandas fossem propostas, permitindo que grupos, ou até mesmo indivíduos,
atuassem representando os interesses de uma coletividade, ou seja, interesses difusos. Segundo, e não menos
importante, o resguardo desses direitos mostrou-se absolutamente necessário, além de obrigar a mutação de
preceitos tradicionais como a “citação” e o “direito de ser ouvido” e até mesmo do papel do juiz diante de uma
situação como essa.33

É visível que a visão individualista do processo civil e do devido processo legal tem decaído, dando ao mesmo
uma roupagem mais social e coletiva, fruto da própria concepção da "sociedade de massa".34

Apesar de, até mesmo nos dias de hoje, a Ação Governamental ser o principal meio para a busca de
representação dos interesses difusos, esse sistema mostra-se cada vez mais ineficaz, tendo em vista que, tanto
em países aderentes à common law quanto os de sistema continental europeu, as instituições do governo que,
por sua vez, deveriam resguardar os interesses da coletividade por meio das Ações Governamentais, não estão
sendo bem sucedidas no desempenho desse papel. A busca por direitos, na grande maioria das vezes, exige mão
de obra qualificada em áreas não somente jurídicas. Segundo Garth e Cappelletti: “Em vista disso, o Ministério
Público e suas instituições correspondentes, muitas vezes, não dispõem do treinamento e experiência necessários
para que sejam eficientes.” 35

Por conta do exposto, conclui-se que mesmo quando funcione da melhor forma possível, a solução
governamental tem limitações. Finalizando com os sábios ensinamentos de Garth e Cappelletti: “É preciso
acrescentar a energia e o zelo particulares à máquina burocrática, a qual, muito amiúde, torna-se lenta, inflexível e
passiva na execução de suas tarefas.” 36

A permissão que indivíduos proponham ações em defesa de interesses coletivos, já é uma reforma significativa. É
uma importante mudança permitir que um "procurador-geral privado" ou "demandantes ideológicos"
suplementem ações do governo.37

De acordo com Garth e Cappelletti, pode-se dividir essa técnica em três importantes passos. O primeiro passo
consiste no reconhecimento de grupos. Ainda de acordo com os autores:

Mais requintada reforma é a solução conhecida como "Organizational Private Attorney General"
(Procurador-Geral Organizacional Privado), que reconhece a necessidade de permitir ações
coletivas no interesse público. Uma vez que grupos organizados para a defesa dos interesses
difusos podem, eles mesmos, ser fontes de abusos, mecanismos de controle público
(governamental) também têm sido desenvolvidos.38

O segundo passo da reforma: “Além dos grupos existentes”. As reformas do primeiro passo foram de grande valia,
visto que, reconheceram a importância que os grupos privados têm quando suplementam, catalisam ou até
mesmo substituem as agências governamentais. Todavia, elas não enfatizam a problemática de fortalecer e
organizar grupos privados interessados na proteção dos direitos difusos.39

O terceiro passo é consistente na solução pluralística ou mista. As palavras de Garth e Cappelletti acerca desse
passo:

É preciso que haja uma solução mista ou pluralística para o problema de representação dos
interesses difusos. Tal solução, naturalmente, não precisa ser incorporada numa única
proposta de reforma. O importante é reconhecer e enfrentar o problema básico nessa área:
resumindo, esses interesses exigem uma eficiente ação de grupos particulares, sempre que
possível; mas grupos particulares nem sempre estão disponíveis e costumam ser difíceis de
organizar. A combinação de recursos, tais como as ações coletivas, as sociedades de
advogados do interesse público, a assessoria pública e o advogado público podem auxiliar a
superar esse problema e conduzir à reivindicação eficiente dos interesses difusos.40

2.3.3. A terceira onda: do acesso à representação em juízo a uma concepção mais ampla do
acesso à justiça. Um novo enfoque de acesso à justiça.

De acordo com os ensinamentos de Garth e Cappelletti


https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 7/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
De acordo com os ensinamentos de Garth e Cappelletti,

O progresso na obtenção de reformas da assistência jurídica e da busca de mecanismos para


a representação de interesses "públicos" é essencial para proporcionar um significativo acesso
à justiça. Essas reformas serão bem sucedidas - e, em parte, já o foram - no objetivo de
alcançar proteção judicial para interesses que por muito tempo foram deixados ao
desabrigo.41

Ainda segundo os autores, os programas implementados relacionados à assistência judiciária estão tomando bons
rumos, pelo fato de estarem efetivando o acesso da população carente à serviços advocatícios, além de
despertar a conscientização do povo acerca de seus direitos. Outra mudança relevante tem relação com os
mecanismos criados para representar os direitos difusos não apenas da sociedade de baixa renda, mas dos
preservacionistas, consumidores, ou seja, reivindicando direitos até então esquecidos, novos direitos sociais.42

Abstrai-se da obra em estudo que essa "terceira onda" dá um novo enfoque ao tema acesso à justiça, incluindo
em seu bojo a advocacia, seja ela judicial ou extrajudicial, bem como que ela seja promovida por advogados
particulares ou públicos, demonstrando assim a amplitude que possui o acesso à justiça. Vejamos:

Ela centra sua atenção no conjunto geral de instituições e mecanismos, pessoas e


procedimentos utilizados para processar e mesmo prevenir disputas nas sociedades
modernas. Nós denominamos "o enfoque do acesso à justiça" por sua abrangência. Seu
método não consiste em abandonar as técnicas das duas primeiras ondas de reforma, mas em
tratá-las como apenas uma série de possibilidades para melhorar o acesso.43

2.4. O ACESSO À JUSTIÇA ENQUANTO DIREITO FUNDAMENTAL

A Carta Magna de 1988 traz em seu bojo um leque extenso de direitos sociais, que devem ser garantidos e
efetivados pelo Estado.

Há forte ligação entre o acesso à justiça e o princípio da dignidade da pessoa humana que, nos ensinamentos de
Kildare Gonçalves Carvalho não significa apenas o fato de reconhecer o homem e demonstrar sua dimensão de
liberdade, mas a construção do Estado através desse princípio.44

É justamente por conta dos argumentos acima citados que a efetividade do acesso à justiça se faz necessária
para ser construído o Estado Democrático de Direito.

Portanto, o acesso à justiça significa garantir o real acesso a serviços e bens essenciais à sociedade, não
importando as questões relacionadas à raça, cor, religião, sexo, condição econômico-financeira, ou qualquer outra
distinção que exista. 45

Observadas essas situações e tendo em vista a nova ordem constitucional inaugurada em 1988 é imperioso
afirmar que é através da Defensoria Pública que o indivíduo hipossuficiente tem o acesso à justiça.46

Maria Tereza Sadek, em seu artigo denominado "A Defensoria Pública no Sistema de Justiça Brasileiro", sobre a
instituição, conclui:

Nesta acepção mais ampla sobressai o papel da Defensoria Pública, como instituição
absolutamente primordial. Não se trata apenas de um organismo incumbido de defender
aqueles que não têm meios materiais de se fazer representar junto à Justiça estatal, mas de
instituição com potencial de atuar em todo processo de construção da cidadania: da
concretização de direitos até a busca de soluções, quer sejam judiciais ou extrajudiciais.47

Extrai-se, portanto, de seus sábios ensinamentos supracitados que é errôneo pensar que o acesso à justiça esteja
ligado ao acesso ao Poder Judiciário, até porque, por diversas vezes, a justiça advém de um simples
esclarecimento, dissipação de uma dúvida, ou até mesmo de uma composição extrajudicial.

A DEFENSORIA PÚBLICA E O ACESSO À JUSTIÇA

No presente capítulo, será demonstrada a importância da Defensoria Pública como sendo um instrumento
efetivador do direito fundamental ao acesso à Justiça.

Ã Ó À
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 8/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

2.5. BREVE EXPLANAÇÃO HISTÓRICA SOBRE O ACESSO À JUSTIÇA

Até mesmo os povos mais antigos reconheceram a importância, bem como a necessidade da prestação de
auxílios relacionados aos que necessitam, para que pudessem gozar de uma atuação em juízo que se
aproximasse o máximo possível da parte contrária.48

Restou demonstrado que se os necessitados não dispusessem de condições mínimas para ingressar em juízo ou
mesmo se defender, a justiça se demonstraria ineficaz, pois os economicamente desfavorecidos jamais seriam
capazes de fazer valer seus direitos, conforme prelecionam Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra Martins.49

Sobre o tema, as palavras de Humberto Peña de Moraes e José Fontenelle T. da Silva:

Almejada desde as épocas pré-cristãs do Estado, são fartos os vestígios da preocupação pelos
carentes, já em legislação como o Código de Hamurabi, nas normas vigorantes em Atenas e
em Roma. É atribuída a Constantino (288-337) a primeira iniciativa de ordem legal, ao depois
incorporada na legislação de Justiniano (483-565). Consistia em dar advogado a quem não
possuísse meios de fortuna para constituir patrono.50

No Brasil, ainda seguindo os ensinamentos de Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra Martins, "[...] a assistência
judiciária tem suas raízes nas Ordenações Filipinas. Esse diploma foi muito importante na história do País porque,
por força da Lei de 20 de outubro de 1823, vigorou por estas terras até 1916."51

Conforme os anos se passaram, a obrigação foi recaindo sobre a classe dos advogados. A prestação de
assistência judiciária gratuita aos necessitados oferecida pelos advogados que já se encontravam onerados com
os encargos advindos da profissão que lhes propiciava o sustento, acabou por acumular ainda mais seu trabalho.
As consequências desse fenômeno foram as diversas críticas recebidas, vez que o fato de oferecer os serviços
gratuitamente tinha cunho meramente caritativo, todavia, o Estado tentava impor como um dever.52

A Constituição de 1934, em seu Capítulo II, que tratava dos Direitos e Garantias Individuais, por sua vez, dispunha
sobre a assistência judiciária: "A União e os Estados concederão aos necessitados defesa judiciária, assegurando a
isenção de custas, taxas e selos".53

A alteração supracitada foi de grande valia, tendo em vista que foi após esse momento que o Estado, enfim,
assumiu o dever de prestar a assistência judiciária aos pobres.

Em 1935 o Estado de São Paulo criou o pioneiro serviço governamental de assistência judiciária no Brasil, no qual
os advogados que o compunha eram assalariados pelo Estado.54

Na Constituição de 1937 houve uma omissão acerca da assistência, o principal motivo para essa ocorrência foi a
descrença que a democracia sofria na época. Então, a assistência judiciária gratuita deixou de ser um
direito/garantia individual de status constitucional.55

Em 1946, a Constituição Federal novamente citou o tema, conferindo novamente à ele status constitucional: "O
poder público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos necessitados".56

Novamente destaca-se o Estado de São Paulo que, por meio do Decreto Lei nº 17.330 do ano de 1974, criou o
Departamento Jurídico do Estado. O Estado do Rio de Janeiro no ano de 1954, por sua vez, criou seis cargos
efetivos, com seus ocupantes chamados de "defensores públicos". Importante dizer que, eram cargos isolados e
indicados pelo Chefe do Poder Executivo, sem obrigatoriedade de concurso público.57

Conforme Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra Martins,

Em 1962, a Lei Orgânica do Ministério Público e da Assistência Judiciária, de n. 5.111, atribuiu


aos defensores públicos o desempenho cabal da assistência judiciária.

Diversos passos se dão na condição dos defensores públicos, que, de agentes subordinados à
Procuradoria-Geral do Estado, passam a sê-lo do Ministério Público. [...]

Dos trabalhos realizados na Assembleia Constituinte da nova unidade resultou a criação


independente de uma novel carreira, a da assistência judiciária, com o ingresso de seus
membros mediante concurso público e com prerrogativas, atribuições e regime disciplinar
estatuídos por lei orgânica complementar à Constituição.

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 9/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
Extrai-se portanto que, a Junção do Estado de Guanabara, então distrito federal com o Estado do Rio de Janeiro
nasce uma nova unidade federativa, dando vida a uma nova carreira independente que, através de aprovação em
concurso público, o profissional se destinaria tão somente à assistência judiciária. Foi no ano de 1977 que foi
implementada a primeira Defensoria Pública do Brasil, no Estado do Rio de Janeiro.58

2.6. A JUDICIALIZAÇÃO E O PAPEL DA DEFENSORIA PÚBLICA ACERCA DO ACESSO À JUSTIÇA

Foi introduzido um novo modelo de Estado através da Constituição Federal de 1988. Consiste no Estado-
providência, que teve sua origem da Europa e no Welfare State. Através do modelo citado, procura-se a real
efetivação dos direitos fundamentais, sejam eles individuais ou coletivos, bem como a efetivação dos direitos
sociais.59

Esse novo modelo de Constituição originou-se de uma mobilização da sociedade brasileira, luta esta em busca da
democracia, a qual tinha por objetivo efetivar os direitos fundamentais. Devido à esse fato, o Constituinte visava
evitar que as conquistas do povo ficassem apenas presas a papéis. O grande objetivo da Carta Magna era
assegurar a efetivação dos direitos fundamentais, dentre eles o acesso à justiça. Todavia, para que houvesse
concretização e, consequentemente, esses direitos saíssem do papel, era preciso que fossem criados canais que
conduzissem à efetividade das leis. A atuação positiva do Estado, por sua vez, demonstra-se cada vez mais
necessária para que sejam materializados os direitos sociais. Todavia, nem sempre é possível que o Estado realize
políticas públicas eficazes que concretizem esse direito. 60

Zaffaroni, ainda sobre o tema, dispõe:

De fato, ante a necessidade de atuação do Estado e a garantia de direitos nunca efetivados


pelas políticas públicas inexistentes, registra-se uma crescente "demanda de protagonismo"
dirigida aos judiciários, para que estes garantam que o Estado-providência prometeu mas não
cumpriu.61

Foi então que o Constituinte firmou a função institucional do Ministério Público, conhecido como "advogado da
sociedade", demonstrando suas prerrogativas e garantias. Foi criada também a Advocacia Pública, que protegia os
interesses relacionados à Administração Pública, armada pela Advocacia Geral da União e pelas Procuradorias
Gerais dos Estados e Municípios. Além de elencar garantias de independência para a advocacia.62

O legislador, por sua vez, percebeu a necessidade da criação de uma instituição que assegurasse o acesso à
justiça aos cidadãos carentes, que se encontravam à margem da sociedade, esquecidos assim, pelo Direito. Foi
então instituída a Defensoria Pública, como instituição essencial para o bom andamento da sociedade, como
protetor do direito dos hipossuficientes. Sobre a instituição, ensina Maria Tereza Sadek:

Não se adentram as portas do judiciário sem o cumprimento de ritos e a obediência a


procedimentos. Entre eles está a necessidade de defesa por profissionais especializados - os
advogados. Ora, o acesso aos advogados, por sua vez, depende de recursos que na maior
parte das vezes os mais carentes não possuem. Assim, para que a desigualdade social não
produza efeitos desastrosos sobre a titularidade de direitos, foi concebido um serviço de
assistência jurídica gratuita - a Defensoria Pública. 63

De fato, a Carta Constitucional revolucionou em termos de assistência. Antes de 1988 não havia previsão
constitucional de um órgão específico para assistir juridicamente aos necessitados, sendo tal função exercida por
advogados remunerados pelo Poder Público, membros do Ministério Público ou órgãos ligados ao Poder
Executivo, tais como as Procuradorias de Assistência Judiciária. Felizmente, dando máxima efetividade ao
dispositivo que impõe ao Estado o dever de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados (art. 5º,
inciso LXXIV) a Constituição de 1988 consagrou de uma forma toda especial a Defensoria Pública, conforme
ensina Frederico Rodrigues Viana de Lima:

Até 1988, as Constituições faziam referência expressamente à atividade (assistência judiciária),


mas não ao órgão que deveria prestá-la, o que, numa palavra, acarretava a inoperância e a
ineficiência do serviço.

Com efeito, ao invés da atribuição da assistência a órgãos inseridos na estrutura do Poder


Executivo, o legislador de 1988 definiu que a assistência jurídica deveria ser prestada por uma
instituição independente, especialmente incumbida deste mister, designada por um Defensor
Público.
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 10/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

Agora, com a existência de uma instituição especificamente voltada para prestar assistência
jurídica aos necessitados, o serviço público passa a ser realizado por um corpo especializado
de agentes, que possuem estrutura própria e se dedicam exclusivamente a esta tarefa.64

Portanto, diante dessa "demanda de protagonismo", é claro o fortalecimento das instituições de Justiça, bem
como a expansão do Direito. Afinal, é cada vez maior o número de indivíduos que vão aos juizados especiais, ao
Ministério Público e à Defensoria Pública buscando esclarecimentos acerca de seus direitos e,
consequentemente, visando a concretização de seus direitos sociais estabelecidos pelo ordenamento jurídico.65

Para enriquecimento do assunto, interessante citar Luiz Eduardo Motta:

O Direito vem expandindo a sua capacidade normativa, armando institucionalmente o


Judiciário de meios e modos para o exercício de uma intervenção nesse plano. É todo um
conjunto de práticas e de novos direitos, além de um contingente de personagens e temas até
recentemente pouco divisável pelos sistemas jurídicos - das mulheres vitimizadas, aos pobres
e ao meio ambiente, passando pelas crianças e pelos adolescentes em situação de risco,
pelos dependentes de drogas e pelos consumidores inadvertidos -, os novos objetos sobre os
quais se debruça o Poder Judiciário, levando a que as sociedades contemporâneas se vejam,
cada vez mais, enredadas na semântica da Justiça. É, enfim, a essa crescente invasão do
direito na organização da vida social que se convencionou chamar de judicialização das
relações sociais.66

Diante das afirmações acima, a acessibilidade à justiça toma espaço nos dias de hoje. As pessoas buscam a
igualdade através do exercício de seus direitos. É nesse momento que entra em cena o papel da Defensoria
Pública: Garantir a consolidação do acesso à justiça e da democracia para todos. Alves leciona:

Um importante indicador que contribui inequivocadamente para o alcance de efetiva


consolidação democrática é exatamente a presença de instituições sedimentadas e
plenamente atuantes, capazes de garantir e preservar os direitos fundamentais de caráter civil,
político e social. Tais direitos para alcançarem efetividade - no caso de populações mais
pobres - dependem de que sejam assegurados pelo Estado mecanismos apropriados que
viabilizem o acesso à justiça quando houver lesão ou ameaça de lesão de tais direitos,
constitucionalmente assegurados.67

A atuação das Defensorias Públicas no cenário jurídico atual, mostra-se fundamental para a consolidação do
direito fundamental do acesso à justiça. Até porque, a ida dos cidadãos ao referido órgão não significa tão
somente o fato de judicializar uma questão, mas muitas vezes para que possam ter ciência de seus direitos, para
soluções extrajudiciais de determinados conflitos, entre outros. Diante dessas informações, interessante citar o II
Diagnóstico da Defensoria Pública no Brasil, elaborado pelo Ministério da Justiça em Parceria com o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD):

As instituições sólidas são os instrumentos que as democracias têm para se realizar enquanto
tais. E as democracias, para abandonarem o rótulo de democracias formais, se tornando
verdadeiras democracias de massas, devem construir instituições que consigam garantir a
todos, sem discriminações, os direitos previstos nas constituições democraticamente
escritas.68

E a “Reforma do Judiciário” implementada pela Emenda Constitucional nº. 45/2004, nesse agradável ritmo,
fortaleceu as Defensorias Públicas Estaduais ao constitucionalizar a autonomia funcional e administrativa e fixar
competência para proposta orçamentária, nos termos do § 2º, inserido ao artigo 134 da Constituição Federal:

Art. 134. [...]

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e


a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004).69

É defensável a opinião de GUILHERME FREIRE DE MELO BARROS:

A inserção desse dispositivo na Constituição significou conquista importante para a Defensoria


Públi i lh i d dê i lh l d
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 11/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
Pública, pois lhe garante independência para atuar somente com os olhos voltados a seu
objetivo constitucional, que é a prestação de serviços jurídicos aos necessitados.70

Portanto, diante de todas as informações citadas acima, é claro o consenso de que a Defensoria Pública é um
instrumento extremamente valioso para proteger os direitos do cidadão, efetivando o acesso à justiça. Conclui-se
então que, sem uma instituição como esta, o princípio da igualdade seria meramente escrito e utópico.

2.7. ANÁLISE DO DISPOSITIVO LEGAL

2.7.1. Artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal

"Art. 5º, LXXIV O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos."71

Para melhor analisar o dispositivo supracitado, proceder-se-á ao seu recorte, dividindo-o em três pontos para um
estudo didático.

A parte inicial do artigo, de acordo com José Afonso da Silva consiste numa imposição constitucional. Prova disso
é que o legislador não diz que o Estado "poderá" ou "deverá" prestar. O verbo "prestará" impõe uma obrigação, ou
seja, determina que o Estado será obrigatoriamente responsável por prestar o que foi escrito na norma
constitucional.72

Ainda nos ensinamentos do autor, extraímos:

Aqui temos uma daquelas prestações positivas do Estado, que há de traduzir-se em uma ação
afirmativa, mediante políticas adequadas ao cumprimento da imposição constitucional. A
omissão gera a possibilidade do exercício da ação de inconstitucionalidade por omissão, a fim
de obrigar o Estado (Poder Público) a realizar na prática a imposição constitucional.73

A própria Carta Magna, é a responsável por organizar os meios para efetivar o disposto nesse artigo. Isso se
solidifica quando, no artigo 134, dispõe sobre a Defensoria Pública, instituída com o intuito de defender e orientar
juridicamente os necessitados em todos os graus que se fizerem necessários.74

Nessa parte do inciso, extrai-se que, ao usar a expressão assistência jurídica, o legislador deseja que não seja
prestada apenas a assistência judiciária, mas que o sujeito que comprovar sua hipossuficiência seja assistido e
orientado em todas as situações que demandem orientações técnicas acerca dos direitos que só podem ser
oferecidas por profissionais capacitados.75

José Afonso ainda ensina,

O "integral" é um signo de abrangência de todas as situações jurídicas que requeiram


orientação advocatícia. O patrocínio é gratuito. Não se trata de patrocínio honorífico, que se
previa em lei como obrigação do advogado particular. Trata-se de um direito fundamental do
cidadão desprovidos de meios para que, sendo o caso, possa ele auferir outro direito
fundamental - qual seja, o acesso à Justiça.76

A parte final do presente inciso demonstra a delimitação à extensão do que prevê a norma constitucional.

Desta feita, é justamente devido à essa limitação que a imposição à qual falamos não tem destinatário universal,
vez que se dirige a um determinado grupo de indivíduos que necessita provar que não tem aptidão econômica de
arcar com as custas do processo e com honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio ou de sua
família.77

Ainda seguindo os dizeres de José Afonso da Silva,

Nem sempre o conceito de "insuficiência" pode ser definido a priori. O caso, a situação jurídica
concreta, especialmente quando se trate de defesa em juízo, é que vão indicar se o
interessado está ou não em condições de organizar a defesa de seus direitos por conta
própria. Não é necessário que o interessado seja absolutamente desprovido de recursos, seja
miserável.78

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 12/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

3. DEFENSORIA PÚBLICA

Em se tratando de nível constitucional, podemos afirmar que a Defensoria Pública foi criada pela Constituição
Federal de 1988. Antes dessa instituição legal as Constituições apenas previam acerca de prestação de
assistência judiciária por meio do serviço público sem mencionar o órgão incumbido de fazê-lo, conforme nos
ensina Frederico Rodrigues Viana de Lima.79

Ainda de acordo com o posicionamento do autor supracitado, a assistência judiciária se encaixava tão somente
como um serviço que deveria ser prestado pelos entes políticos, assim como ocorria com a saúde e educação,
por exemplo. Ou seja, as Constituições pretéritas à de 1988 apenas delegavam aos Estados o dever de prestar
essa assistência, sem mencionar de qual forma ou por meio de quê a mesma seria efetivada.80

Pode-se afirmar então que,

Diante da inexistência de previsão nas Constituições de quem deveria cumprir a função de


prestar o serviço da assistência judiciária gratuita, os Estados se depararam com duas
possibilidades: (a) a realização da assistência judiciária gratuita por um órgão estatal já
existente; ou (b) a criação de um novo órgão com essa missão.81

A primeira opção citada acima, acerca da possibilidade de os Estados prestarem essa assistência através de um
órgão já existente, relaciona-se com as Procuradorias dos Estados. Muitos desses entes aproveitaram-se da
existência desse órgão pois, acreditavam que este estava mais próximo à população. Dessa forma, alguns Estados
criaram dentro de suas próprias Procuradorias, um departamento que atuava especificamente para prestar a
assistência judiciária. Ainda de acordo com Frederico Rodrigues Viana de Lima, essa situação se prolongou
mesmo depois da Constituição de 1988, como ocorreu até recentemente com o Estado de São Paulo.82

No segundo caso, também descrito na citação anteriormente transcrita, alguns Estados criaram estruturas e
órgãos feitos justamente para que pudessem prestar a assistência judiciária aos necessitados. Portanto, mesmo
sem previsão constitucional, os Estados eram autorizados a criar órgãos específicos para a prestação dos serviços
judiciários gratuitos à população carente, como podemos citar o exemplo do Estado do Rio de Janeiro que antes
de 1988 já dispunha de um órgão criado com o intuito de efetivar esse direito.83

De acordo com Frederico Rodrigues Viana de Lima, essa última experiência é que foi a mais bem sucedida e
então escolhida pela Constituição de 1988. Desta forma, a instituição da Defensoria Pública foi o mecanismo mais
adequado para prestar a assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados.84

Quanto à atual importância da Defensoria Pública, urge salientar que:

A Defensoria Pública é instituição independente, autônoma, com papel constitucional próprio e


bem definido. Por isso, não está subordinada, nem deve obediência hierárquica a outros entes,
como o Ministério Público, o Poder Judiciário e o Executivo.

Quaisquer atitudes de entidades públicas ou privadas que tentem interferir indevidamente na


Defensoria, ou lhe tolher as garantias, devem ser combatidas e repelidas.85

Positivamente falando, a Constituição Federal de 1988 potencializou a até então denominada assistência judiciária,
a começar pela extensão do benefício.

Desta feita, vê-se claramente que a Constituição Federal Brasileira de 1988 revolucionou ao se tratar de
assistência. Como já dito, antes de sua promulgação não havia um órgão criado especificamente para promover a
defesa e assistência aos necessitados. Assim, para enfim efetivar o disposto contido no inciso LXXIV, do artigo 5º
da Constituição Federal, está previsto: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”, foi consagrada a Defensoria Pública. Portanto,

Até 1988, as Constituições faziam referência expressamente à atividade (assistência judiciária),


mas não ao órgão que deveria prestá-la, o que, numa palavra, acarretava a inoperância e a
ineficiência do serviço.

Com efeito, ao invés da atribuição da assistência a órgãos inseridos na estrutura do Poder


Executivo, o legislador de 1988 definiu que a assistência jurídica deveria ser prestada por uma
instituição independente, especialmente incumbida deste mister, designada por um Defensor
Público.

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 13/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

Agora, com a existência de uma instituição especificamente voltada para prestar assistência
jurídica aos necessitados, o serviço público passa a ser realizado por um corpo especializado
de agentes, que possuem estrutura própria e se dedicam exclusivamente a esta tarefa.86

A adoção da nomenclatura assistência jurídica em substituição à assistência judiciária não foi em vão. Agora, a
assistência não se limita ao processo (judiciária/endoprocessual), espraiando-se, também, para fora dele
(jurídica/extraprocessual) e englobando, outrossim, a proteção na esfera extrajudicial.87

Celso de Mello, insigne Ministro do STF, no julgamento da ADI 2.903, do qual foi relator, em seu voto, traduziu de
forma perfeita a importância e significado da Defensoria Pública para o Brasil:

A Defensoria Pública, enquanto instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, qualifica-se como instrumento de concretização dos direitos e das liberdades de que
são titulares as pessoas carentes e necessitadas. É por essa razão que a Defensoria Pública
não pode (e não deve) ser tratada de modo inconsequente pelo Poder Público, pois a proteção
jurisdicional de milhões de pessoas —carentes e desassistidas—, que sofrem inaceitável
processo de exclusão jurídica e social, depende da adequada organização e da efetiva
institucionalização desse órgão do Estado. De nada valerão os direitos e de nenhum
significado revestir-se-ão as liberdades, se os fundamentos em que eles se apoiam —além de
desrespeitados pelo Poder Público ou transgredidos por particulares— também deixarem de
contar com o suporte e o apoio de um aparato institucional, como aquele proporcionado pela
Defensoria Pública, cuja função precípua, por efeito de sua própria vocação constitucional (...),
consiste em dar efetividade e expressão concreta, inclusive mediante acesso do lesado à
jurisdição do Estado, a esses mesmos direitos, quando titularizados por pessoas necessitadas,
que são as reais destinatárias tanto da norma inscrita no artigo 5º, LXXIV, quanto do preceito
consubstanciado no artigo 134, ambos da CR. Direito a ter direitos: uma prerrogativa básica,
que se qualifica como fator de viabilização dos demais direitos e liberdades —Direito essencial
que assiste a qualquer pessoa, especialmente àquelas que nada têm e de que tudo
necessitam. Prerrogativa fundamental que põe em evidência— Cuidando-se de pessoas
necessitadas (...)— A significativa importância jurídico-institucional e político-social da
Defensoria Pública”.88

Pedro Lenza, grande Constitucionalista, diz:

O art. 5º., LXXIV, CF/88 dispõe que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Vem pro BB e planeje aquelas férias que


você merece a tanto tempo.

Vem saber mais

Esse direito e garantia fundamental instrumentaliza-se por meio da Defensoria Pública,


instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a
defesa, em todos os graus, dos necessitados, nos termos do art. 134, caput, da CF/88.89

Sobre a Defensoria Pública, pela norma de extensão do artigo 134, caput, da Constituição, podemos dizer que a
mesma encontra-se inserida no rol de direitos e garantias fundamentais. Os necessitados, portanto, tem direito
fundamental à assistência jurídica integral e gratuita e, consequentemente, têm direito fundamental à Defensoria
Pública.

3.1. DISTINÇÕES PERTINENTES

Frederico Rodrigues Viana de Lima, em sua obra Defensoria Pública, faz uma breve explanação acerca das

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 14/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
distinções entre justiça gratuita, assistência judiciária gratuita, assistência jurídica integral e gratuita e Defensoria
Pública.90

Desses ensinamentos, podemos extrair que:

3.1.1. Justiça gratuita

É um instituto processual de forma eminente, ou seja, aplica-se somente no âmbito das relações jurídico-
processuais. A justiça gratuita é, portanto, a isenção do pagamento antecipado das despesas com o processo.91

Sobre esse o assunto, ensinam Diogo Esteves e Franklin Roger Alves Silva:

A gratuidade de justiça deve abranger toda e qualquer despesa necessária ao pleno exercício
dos direitos do hipossuficiente econômico, em juízo ou fora dele. Qualquer obstáculo
monetário que impeça ou dificulte o acesso do hipossuficiente à justiça deverá ser removido
pela gratuidade, garantindo-se plena e constante marcha em busca da ordem justa.92

3.1.2. Assistência judiciária gratuita

Esse tipo de assistência, por sua vez, demonstra a atividade desempenhada por profissional de direito qualificado,
em se tratando de sede judicial, sem a necessidade de contraprestação econômica pela parte beneficiada. Vale
ressaltar que a assistência judiciária é uma espécie da assistência jurídica. 93

3.1.3. Assistência jurídica integral e gratuita

Esse modelo de assistência, bem como a assistência judiciária, é uma atividade. A grande distinção entre elas é
que a assistência jurídica, diferente da assistência judiciária ocorre dentro e/ou fora do processo judicial.94

Diogo Esteves e Franklin Roger Alves Silva95 dividem o mesmo posicionamento que Humberto Peña de Moraes e
José Fontenelle Teixeira da Silva96 quando fundamentam que esse tipo de assistência tem como objetivo prestar
aos hipossuficientes a plenitude no acesso à justiça, que, por sua vez, deve ser prestada onde estiver o direito,
seja fora ou dentro de uma relação jurídico processual.

3.1.4. Defensoria Pública

Podemos conceituar Defensoria Pública como sendo o órgão estatal incumbido de prestar a assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem a insuficiência de recursos. 97

3.1.5. Considerações acerca da distinção

Fred Didier Jr. e Rafael Oliveira, citados por Frederico Rodrigues Viana de Lima, prelecionam:

A despeito de serem constantemente utilizadas como sinônimos, os conceitos de justiça


gratuita, de assistência judiciária e assistência jurídica são distintos:
a) justiça gratuita, ou benefício da gratuidade, ou ainda gratuidade judiciária, consiste na
dispensa da parte do adiantamento de todas as despesas, judiciais ou não, diretamente
vinculadas ao processo, bem assim na dispensa do pagamento dos honorários de advogado;
b) assistência judiciária é o patrocínio gratuito da causa por advogado público (ex.: defensor
público) ou particular (entidades conveniadas ou não com o Poder Público, como, por exemplo,
os núcleos de prática jurídica das faculdades de direito);
c) assistência jurídica compreende, além do que já foi dito, a prestação de serviços jurídicos
extrajudiciais (como, por exemplo, a distribuição, por órgão do Estado, de cartilha contendo
direitos básicos do consumidor) - trata-se, como se vê, de direito bem abrangente.98

Sobre a diferenciação técnica entre a assistência judiciária e a assistência gratuita, relevantes são os dizeres de
Leonardo Greco, verbis:

A assistência jurídica integral é mais ampla do que a assistência judiciária, vez que esta se refere
apenas aos meios necessários à defesa dos direitos do assistido em juízo ao passo que aquela
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 15/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
apenas aos meios necessários à defesa dos direitos do assistido em juízo, ao passo que aquela
inclui o aconselhamento jurídico extrajudicial independentemente da existência ou da
possibilidade de uma demanda em juízo.99

Quanto à jurisprudência, podemos citar de forma integral, devido sua complexidade e importância, o escólio
emitido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, vale conferir:

Nesse sentido há que se diferenciar expressões comumente utilizadas como sinônimas sem
que sejam de fato. A imprecisão envolve os termos assistência jurídica, assistência judiciária e
justiça gratuita. Por justiça gratuita, ou gratuidade processual, entende-se basicamente, 'a
gratuidade de todas as custas e despesas, judiciais ou não, relativas a atos necessários ao
desenvolvimento do processo e à defesa dos direitos do beneficiário em juízo' (MARCACINI, A.
T. R., Assistência jurídica, assistência judiciária e justiça gratuita, 1ª ed., 3ª tir., Rio de Janeiro :
Forense, 2003, p. 31). Trata-se de instituto de direito processual. Por sua vez, a assistência
judiciária vale-se da referida gratuidade processual, abrange-a, mas refere-se, sobretudo, a um
'serviço público organizado, consistente na defesa em juízo do assistido, que deve ser
oferecido pelo Estado, mas pode ser desempenhado por entidades não-estatais, conveniadas
ou não com o Poder Público. (...) Por sua vez, a assistência jurídica engloba a assistência
judiciária, sendo ainda mais ampla que esta, por envolver também serviços jurídicos não-
relacionados ao processo, tais como orientações individuais ou coletivas, o esclarecimento de
dúvidas, e mesmo um programa de informação a toda a comunidade' (p.31/3). Assistência
judiciária e jurídica dizem respeito, pois, a um serviço público. Estabelecido, nesses termos, o
alcance de cada uma das referidas expressões, 'é lícito afirmar que a questão é trazida ao juiz
se refere à concessão da justiça gratuita, não da assistência judiciária' (p. 32). Isto porque a
gratuidade é um benefício processual deferido pelo magistrado a quem preencha os
requisitos legais, tendo vindo a juízo por meio de advogado particular ou de instituição
prestadora de assistência judiciária. Esta última, por outro lado, consiste num serviço público
capitaneado pelo Poder Executivo, a cujas instituições especializadas - notoriamente, a
Defensoria Pública - compete fazer a triagem dos cidadãos aptos a gozar do serviço em
questão, por conta de sua baixa renda. Prossegue o referido autor: 'um exemplo, que bem
demonstra os problemas que o entendimento equivocado destes conceitos pode trazer,
ocorreu com certa frequência logo após a entrada em vigor da atual Constituição. É que o art.
5º, inciso LXXIV, da Constituição dispõe que o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos'. Não foram poucos os que
entenderam que a citada regra constitucional não teria recepcionado o art. 4º da Lei nº
1.060/50, mediante o qual basta afirmar na petição inicial a condição de pobreza. (...)
Conhecendo-se a distinção dos três conceitos, a solução adequada para o problema é clara e
acabou prevalecendo. A norma constitucional impôs ao Estado dever muito mais abrangente
do que a concessão da gratuidade processual. E, para que o necessitado tenha à sua
disposição o serviço da assistência jurídica integral, podem os órgãos prestadores exigir a
comprovação da condição de insuficiência de recursos'." 100

O Tribunal Superior do Trabalho, de forma sucinta, ensina sobre os institutos da assistência judiciária e da justiça
gratuita:

"ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. I - Nos termos do art. 4º da Lei nº 1.060/50, a parte


gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação de que não pode
arcar com as custas do processo sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família,
presumindo-se pobre, até prova em contrário, quem alegar essa condição nos termos da lei. II
- Nesse passo, cumpre registrar não haver nenhuma sinonímia entre os benefícios da justiça
gratuita e o beneplácito da assistência judiciária. Enquanto a assistência judiciária se reporta à
gratuidade da representação técnica, hoje assegurada constitucionalmente (art. 5º, LXXIV), a
justiça gratuita refere-se exclusivamente às despesas processuais mesmo que a assistência
judiciária tenha sido prestada por advogado livremente constituído pela parte. (...)" 101

Por fim e para fins de esclarecimento, vejamos as seguintes figuras:

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 16/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

Figura 1: Abrangência da assistência jurídica


Fonte: Elaborada pelo autor Guilherme Freire de Melo Barros102

Figura 2: Quadro explicativo acerca da assistência jurídica


Fonte: Elaborada pelos autores Diogo Esteves e Franklyn Roger Alves Silva103

3.2. PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA

Quem define os princípios institucionais da Defensoria Pública são o artigo 134, parágrafo 4º da Constituição
Federal e a Lei Complementar nº 80 de janeiro de 1994 que, por sua vez, organiza a Defensoria Pública da União,
do Distrito Federal e dos Territórios e prescreve normas gerais para sua organização nos Estados e dá outras
providências, conforme extrai-se “art. 3º. São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional”.104

Os princípios institucionais também estão dispostos na Constituição Federal de 1988:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em
todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e
gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.

§ 1º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional.105

Os autores Diogo Esteves e Franklin Roger Alves Silva acerca do tema, prelecionam, in verbis:

Por sintetizarem os valores básicos abrigados no ordenamento, os princípios presidem a


intelecção dos preceitos legais e garantem a coerência no momento de sua aplicação.
Diferentemente das regras, que possuem relato mais objetivo e incidência mais específica, os
princípios possuem maior grau de abstração e amplo espectro de incidência. Normalmente, os
princípios carregam um fundamento ético, uma decisão política ou um valor socialmente
relevante, indicando uma determinada direção a ser seguida pelo intérprete.

No âmbito da Defensoria Pública, os princípios institucionais espelham os postulados básicos e


os valores fundamentais da Instituição, formando o núcleo essencial de sua sistemática
normativa. Em virtude de sua natureza normogenética, os princípios institucionais atuam como
diretrizes fundamentantes da Defensoria Pública, compondo seu espírito e servindo de critério
para sua adequada compreensão.106

D t f it d t i d d li ã i í i i tit i i d D f i Públi d t f it
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 17/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
Desta feita, podemos extrair que de grande valia são os princípios institucionais da Defensoria Pública, desta feita,
nas próximas subseções falaremos sobre cada um de forma a esclarecer as peculiaridades dos mesmos.

3.2.1. Da unidade

Em concordância com o autor Guilherme Peña de Moraes, "pela unidade ou unicidade compreende-se que a
Defensoria Pública constitui um todo orgânico submetido a idênticos fundamentos, direção e finalidade".107

O autor supracitado aduz que:

Em conformidade com a teoria da imputação, as manifestações dos defensores públicos, na


qualidade de titulares de órgãos de atuação, são atribuídas à Defensoria Pública, na condição
de órgão composto, de sorte que a Defensoria Pública atua pela vontade externada dos
defensores públicos que a integram. 108

Frederico Rodrigues Viana de Lima, acerca do princípio institucional da unidade, ensina:

A unidade representa que os Defensores Públicos integram um mesmo órgão, regidos pela
mesma disciplina, por diretrizes e finalidades próprias, e sob o pálio de uma mesma chefia.
Todos os membros da carreira fazem parte de um todo, que é a Defensoria Pública.109

Diogo Esteves e Franklin Roger Alves Silva, fazem uma sábia explanação acerca do prisma orgânico e funcional
do princípio da unidade. Demonstram que, acerca do prisma orgânico, a unidade existe apenas no âmbito de cada
Defensoria Pública, tendo em vista que compõem estruturas organizacionais e tem chefia institucional diferentes.
Portanto, não há que se falar unidade orgânica entre Defensoria Pública Estadual, Defensoria Pública da União ou
de Defensoria Pública de Estados diversos. Todavia, em se tratando do prisma funcional, é claramente possível
identificar-se a unidade entre todas as Defensorias Públicas, tendo em vista que dividem as mesmas funções
institucionais e têm entre si a mesma finalidade ideológica.110

3.2.2. Da Indivisibilidade

Segundo os autores Diogo Esteves e Franklin Roger Alves Silva esse princípio constitui verdadeiro corolário do
princípio da unidade, ou seja, estes dois princípios relacionam-se lógica e dependentemente.111

Francisco Rodrigues Viana de Lima explica com louvor que,

A indivisibilidade indica que os membros da Defensoria Pública podem ser substituídos uns
pelos outros sem que haja prejuízo ao exercício das funções do órgão. Isto é, podem se
alternar entre si sem que haja paralisação do serviço jurídico prestado pela Defensoria Pública.

O que se quer com o princípio institucional da indivisibilidade é que a assistência jurídica


prestada pela Defensoria Pública não sofra solução de continuidade, ou seja, que não se
permita que ela cesse em virtude da ausência temporária de um dos seus integrantes.112

A indivisibilidade acaba por garantir ao Defensor Público que sua atuação aconteça sem interrupção, seja
representando os hipossuficientes ou exercendo sua função de controle. É justamente por conta desse princípio
que os membros da instituição não são vinculados aos processos que atuam, sendo comum que o mesmo
processo seja conduzido por Defensores Públicos distintos quando há necessidade de sucessão.113

O grande autor Nelson Nery Costa, sucintamente e de forma louvável explica o presente princípio, vejamos:

O princípio da indivisibilidade significa que os atos dos Defensores Públicos fazem parte de um
todo que não pode ser dividido, pois implica numa atuação uníssona e inquebrável da
Defensoria Pública como instituição. Não podem dividir seus atos, sob pena de perda da
substância.114

3.2.3. Da Independência funcional

Paulo Cesar Ribeiro Galliez conceitua:

A independência funcional assegura a plena liberdade de ação ao defensor público perante


d ó ã d d i i ã úbli i l j di iá i O i í i d
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 18/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
todos os órgãos da administração pública, especialmente o judiciário. O princípio em destaque
elimina qualquer possibilidade de hierarquia diante dos demais agentes políticos do Estado,
incluindo magistrados, promotores de justiça, parlamentares, secretários de estado e
delegados de polícia.115

Silvio Roberto Mello de Moraes também preleciona acerca do assunto que:

A independência funcional é princípio dos mais valiosos para a Instituição. Para que cumpra
seu dever constitucional de manutenção do Estado Democrático de Direito, assegurando a
igualdade substancial entre todos os cidadãos, bem como instrumentalizando o exercício de
diversos direitos e garantias individuais, representando junto aos Poderes constituídos, os
hipossuficientes, não raras vezes contra o próprio Estado, é necessário que a Defensoria
Pública guarde uma posição de independência e autonomia em relação aos demais
organismos estatais e ao próprio Poder ao qual encontra-se, de certa forma, vinculada. Para
tanto, é preciso que a Instituição esteja a salvo de eventuais ingerências políticas, para que
possa atuar com autonomia e liberdade. Isto porque, como bem observa Diogo de Figueiredo
Moreira Neto, referindo-se às Instituições essenciais à função jurisdicional do Estado, 'seria um
contrassenso que estas funções não gozassem de independência, porque qualquer pressão
oriunda de um Poder do Estado poderia cercear a promoção, ou seja, a atuação do órgão de
provedoria de justiça. A independência destas funções é essencial à justiça...'.116

Ou seja, percebe-se que o supracitado princípio garante ao Defensor Público que, em sua atuação, ele goze de
autonomia, convicção no exercício de suas funções. Consequentemente, protege o mesmo de interferências
políticas ou de fatores exógenos, dos opressores e dos antidemocráticos. A independência funcional pode ser
interpretada como um escudo invulnerável.117

Isso significa que no exercício de suas atividades laborais os Defensores Públicos não devem sofrer interferências
nem de agentes externos, bem como também estão protegidos ao se tratar de poder hierárquico interno, não
estando submissos à recomendações de escalões superiores da própria Defensoria Pública.118

3.3. OBJETIVOS DA DEFENSORIA PÚBLICA

3.3.1. Definição

A Lei complementar 132/2009, que deu nova redação a inúmeros dispositivos da Lei Orgânica da Defensoria
Pública (LC 80/94), também inovou na definição de seus objetivos. De acordo com Diogo Esteves e Franklyn
Roger Alves Silva, ensinam:

Por apresentarem conteúdo aberto e irresoluto, os objetivos institucionais possuem ampla


volubilidade e mutabilidade, sendo capazes de assumir novas formas e significados a medida
que incorporam os valores jurídico-sociais germinados pelo processo evolutivo. Com isso, cada
nova conquista gerada pela transposição das barreiras do conservadorismo acaba abrindo
novas portas e revelando novos horizontes a serem buscados pela atuação funcional da
Defensoria Pública, fazendo com que os objetivos institucionais nunca sejam realizados
inteiramente. Por essa razão, os objetivos elencados no art. 3º-A da LC 80/1994 devem ser
compreendidos como designação a ser seguida, e não como destino a ser alcançado.119

3.3.2. Dos objetivos em espécie

A Lei Complementar 80/94 enumera em seu artigo 3º-A os objetivos da Defensoria Pública, como sendo:

Art. 3º-A. São objetivos da Defensoria Pública:


I - a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais;
II. a afirmação do Estado Democrático de Direito;
III. a prevalência e efetividade dos direitos humanos; e
IV. a garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.120

Com a simples leitura do artigo supracitado, podemos ressaltar que são objetivos susceptíveis à ampla
interpretação, de natureza aberta.121
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 19/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

Diante disso, falaremos sobre cada inciso nos pontos a seguir para melhor entendimento.

Como já é sabido a dignidade da pessoa humana é um fundamento da República Federativa do Brasil, sendo
considerada um valor superlativo. Ou seja, esse princípio demonstra que pelo simples fato de existir no mundo, o
indivíduo deve ser protegido como sujeito de direito, devendo ser amparado física, moral e psicologicamente.122

Portanto, "(...) se a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais se constituem
finalidades da Instituição, a regularidade de qualquer orientação jurídica deve necessariamente passar por estes
filtros."123

Diogo Esteves e Franklyn Roger Alves Silva de forma clara ensinam que:

Por serem todas as pessoas iguais em dignidade, a atuação funcional da Defensoria Pública
deve garantir a respeito recíproco de cada pessoa à dignidade alheia, além de assegurar o
respeito e a proteção da dignidade humana pelo Poder Público e pela sociedade em geral.
Nesse âmbito de proteção fundamental da pessoa humana se inclui a tutela do mínimo
existencial, que identifica o conjunto de bens e utilidades básicas necessárias à subsistência
digna e indispensáveis ao desfrute dos direitos em geral.
Partindo da ideia de que todas as pessoas possuem idêntico valor intrínseco, o art. 3º-A, I da
LC 80/1994 indica também como objetivo institucional da Defensoria Pública a redução das
desigualdades sociais. Esse dispositivo legal reafirma o art. 3º, III da CRFB e qualifica a
Defensoria Pública como instrumento implementador do objetivo fundamental da República
Federativa do Brasil de "erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais".124

No artigo 3-A da Lei Complementar nº 80/1994 está previsto que é objetivo da Defensoria Pública “a afirmação do
Estado Democrático de Direito”125.

Diogo Esteves e Franklin Roger Alves prelecionam que:

Apesar das pequenas variações semânticas em torno do conceito de Estado Democrático de


Direito, essa fórmula condensa duas qualidades importantes do Estado Constitucional
contemporâneo: (i) O Estado Democrático, que denota a organização política em que o poder
emana do povo, que o exerce diretamente ou através de representantes eleitos, mediante
sufrágio universal e voto direto e secreto, em eleições livres e periódicas; e (ii) O Estado de
Direito, que proclama a primazia da lei e a observância obrigatória da legalidade pela
administração pública, concretizando o respeito das autoridades públicas aos direitos e
garantias fundamentais incorporados à ordem constitucional.
Como função essencial à justiça, a Defensoria Pública possui a irrenunciável incumbência de
garantir a perpetuidade da democracia e a continuidade da ordem jurídica, afastando a
tendência humana ao autoritarismo e à concentração de poder.126

Não obstante, a Defensoria Pública exerce o importante papel de fiscalizar o processo eleitoral, para que ele seja
efetivado de maneira honesta livre, além de controlar a legalidade, moralidade e legitimidade da atuação dos
representantes eleitos pela população. Isso ocorre para justamente garantir a participação do povo na elaboração
de leis e no processo de administração do estado. 127

Conclui-se portanto que:

[...] sem a atuação concreta e efetiva da Defensoria Pública, a sociedade brasileira estaria
impossibilitada de afirmar o Estado Democrático – pela cidadania sem ação –, de realizar o
Estado de Direito – pela ilegalidade sem sanção – e de caminhar em busca da justiça – pela
imoralidade sem oposição.128

A doutrina dos direitos humanos acaba por demonstrar a maior expressão da dignidade do indivíduo. Eis que a
denominação “direitos humanos” advém do caráter fundamental para que o ser humano goze de uma vida digna,
visando sua proteção integral como sujeitos de direito e, diante disso, elevando suas capacidades potenciais. 129

Justamente por isso a Lei Complementar nº 132/2009 previu como objetivo institucional da
Defensoria Pública a prevalência e efetividade dos direitos humanos (Art. 3º - A, III, da LC nº
80/1994), como forma de assegurar maior proteção à vítima e de fortalecer o combate à
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 20/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

impunidade. Sem dúvida, a atuação ativa e permanente da Defensoria Pública nesse campo
aumenta a expectativa de resposta efetiva às graves violações dos direitos humanos,
aprimorando a sistemática nacional de proteção da vida humana digna.
Por restar constitucionalmente incumbida de prestar a assistência jurídica aos necessitados, a
Defensoria Pública conserva permanente contato com a população carente e marginalizada,
possuindo melhores condições de identificar eventuais violações aos direitos humanos – que,
via de regra, ocorrem justamente em face dos desprovidos de fortuna.130

Está previsto no artigo 3º-A da Lei Complementar 80/1994 em seu inciso IV que é também objetivo da Defensoria
Pública “a garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório”131.

Diogo Esteves e Franklin R. A. Silva, dão a lição:

Para garantia a ampla e equilibrada participação dos interessados no processo, a defesa dos
interesses em litígio deve ser efetuada por profissional tecnicamente habilitado, de modo que
o deslinde da conflitualidade ocorra por motivos substantivos e não por eventual
desdobramento na qualidade de atuação das partes. Como nem todos possuem condições de
arcar com o pagamento dos honorários cobrados pelos advogados, a Constituição Federal
garantiu aos necessitados o direito à assistência jurídica integral e gratuita prestada pela
Defensoria Pública (art. 5º, LXXIV, c/c o art. 134 da CRFB).
Nesse ponto, a atuação jurídico-assistencial da Defensoria Pública funciona como elemento
equilibrador do status social no processo, garantindo aos deserdados de fortuna a mesma
oportunidade de influir na formação da decisão judicial. Por essa razão, ao cumprir o objetivo
preconizado pelo art. 3°-A, IV, da LC nº 80/1994, a Defensoria Pública preserva e garante a
realização processual do princípio da isonomia dentro da essência filosófica da democracia.132

3.4. BREVE EXPLANAÇÃO SOBRE A EMENDA CONSTITUCIONAL 80/2014

Como exposto no decorrer do presente trabalho, grande é a importância da Defensoria Pública no cenário jurídico
brasileiro. Tamanha é sua relevância que foi promulgada em 04 de junho de 2014 a Emenda Constitucional nº 80,
que por sua vez traz à tona transformações no tocante à instituição da Defensoria Pública e à democratização do
acesso à justiça enquanto direito fundamental.

Também conhecida vulgarmente como "PEC Defensoria para Todos", "PEC das Comarcas" ou "PEC das
Defensorias", veio para fortalecer a Defensoria Pública e dar à mesma a devida importância em virtude do papel
que exerce na sociedade.133

Carlos Eduardo Rios do Amaral, Defensor Público do Estado do Espírito Santo, comenta sobre o assunto:

Talvez a maior alteração trazida pela EC nº 80/2014 seja a de conferir à Defensoria Pública
natureza própria e singular. Advocacia é Advocacia, Defensoria Pública é Defensoria Pública.
Tais funções essenciais ao funcionamento da Justiça encontram-se cada uma em Seção
exclusiva, assim como acontece com o Ministério Público. Não cabe mais qualquer enlace ou
confusão entre as figuras do Advogado e a do Defensor Público. Assim como o Promotor de
Justiça, agora, o Defensor Público caminha por vereda constitucional própria com atribuições
constitucionais de matiz inigualável.134

Outro ponto que merece destaque é que a Emenda Constitucional em comento alterou a redação do artigo 134
da Constituição Federal que versa justamente sobre a Defensoria Pública. Além disso, os princípios que
anteriormente eram assegurados aos Magistrados dispostos no artigo 93 da Constituição Federal e assegurados
também aos membros do Ministério Público, hoje, graças ao advento da EC 80/2014 também são garantidos à
Defensoria Pública. Agora, as carreiras dos Juízes, Promotores de Justiça e Defensores Públicos estão
equiparadas constitucionalmente, fazendo prevalecer a isonomia entre essas instituições tão essenciais para a
sociedade. Outrossim, confere também aos membros da Defensoria Pública o que está disposto no inciso II do
artigo 96 da Magna Carta, garantindo ao Defensor Público Geral iniciativa de projetos de lei que versem sobre o
número de seus membros, criação e extinção de cargos e órgãos, remuneração de seus serviços auxiliares,
dentre outras prerrogativas que asseguram autonomia à instituição.135

A Emenda Constitucional ainda em seu bojo extinguiu todas as dúvidas acerca da legitimidade da Defensoria
Pública para ajuizar ações que tutelam interesses individuais homogêneos, difusos ou coletivos como, por
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 21/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
exemplo, a ação civil pública. Portanto, a Defensoria Pública está autorizada a intervir sempre que houver
desrespeito à democracia e aos direitos humanos.136

Outra mudança de grande valia implementada pela EC 80 de 2014 é que a União, os Estados e o Distrito Federal
devem, no prazo de 08 (oito) anos, adotar medidas tendentes à implantação da Defensoria Pública em todas as
unidades jurisdicionais, observando a proporcionalidade da efetiva demanda pelo serviço dos Defensores
Públicos e à população, outrossim, o prazo deverá respeitar que, prioritariamente serão lotados Defensores
Públicos em áreas com maior índice de exclusão social e adensamento populacional (Art. 98 do Ato de
Disposições Constitucionais Transitórias).137

Por fim, urge mencionar que o Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais – CONDEGE – , tem realizado
reuniões constantes para debater o efetivo alcance da EC 80/14, pois ainda não se tem, precisamente, a inovação
por ela trazida no ordenamento jurídico pátrio.

4. CONCLUSÃO

A presente monografia buscou demonstrar a real importância da Defensoria Pública no ordenamento jurídico
atual, como sendo instituição merecedora de valor por ser uma grande ferramenta criada justamente para efetivar
o acesso aos hipossuficientes à justiça.

Vimos que o acesso à justiça ultrapassa as redes do judiciário. Pois, conforme foi exposto no decorrer do trabalho,
o acesso à justiça vai muito além do acesso à um procedimento judicial, engloba também, por exemplo, o
aconselhamento extrajudicial ao necessitados. Essa instituição é, a garantia que os cidadãos à margem da
sociedade têm de acessar à justiça.

É justamente pelo que foi exposto que a Defensoria Pública deve ser respeitada como instrumento modificador
da sociedade, atribuindo à mesma todas as ferramentas necessárias para cumprir sua missão institucional, e,
como citamos no último ponto da presente monografia que trata da Emenda Constitucional 80/94, as
modificações trazidas pelas mesma são de grande valia para o fortalecimento da Defensoria Pública.

Finalizando, por ser instrumento efetivador do direito ao acesso à justiça e gozar de status de garantia
fundamental, a Defensoria Pública é essencial para que seja garantido à sociedade o Estado Democrático de
Direito, não devendo ser tratada como menos importante que os demais órgãos, devendo, por sua vez, prevalecer
isonomia, pois, se houver afronta a esse princípio, haverá consequentemente o retrocesso no objetivo de construir
uma sociedade justa e livre. Ou seja, dar o real valor à Defensoria Pública é valorizar a população brasileira e dizer
que o povo têm direito ao acesso à justiça é o mesmo que afirmar que o povo tem direito à Defensoria Pública.

5. REFERÊNCIAS

ALVES, Cleber Francisco. Justiça para todos! Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2006.

AMARAL, Carlos Eduardo Rios do. Breve nota sobre a Emenda Constitucional nº 80/2014. Jus Navigandi.
Disponível em:

BARBOSA, Claudia Maria. O Processo de Legitimação do Poder Judiciário Brasileiro. Disponível em

BARROS, Guilherme Freire de Melo. Defensoria Pública: LC nº. 80/1994.2. ed. Salvador: JusPodivm, 2010.

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil: promulgada em 5 de
outubro de 1988. São Paulo: Saraiva, 1989. 2v.

BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Disponível em

BRASIL, Constituição Federal de 1934. Promulgada em 16 de Julho de 1934. Disponível em<


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm> Acesso em 24 de fev. 2013.

BRASIL, Constituição Federal de 1946. Promulgada em 18 de Setembro de 1946. Disponível em<


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao46.htm> Acesso em 24 de fev. 2013.

BRASIL, Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994. Disponível em

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 2903 PB. Jurisprudência. [2005].
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 22/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 2903 PB. Jurisprudência. [2005].
Disponível em

CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988.

CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional. 15ª Ed., rev. atual. E ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2009.

CICHOCKI, José Neto. Limitações ao acesso à justiça. Curitiba: Juruá, 1999.

COSTA, Nelson Nery. Manual do Defensor Público, Rio de Janeiro, GZ editora, 2010.

DE LIMA, Frederico Rodrigues Viana. Defensoria Pública. Salvador: JusPodivm, 2010.

DE MORAES, Ana Carvalho Bueno. A Defensoria Pública como instrumento de acesso à justiça. 2009.
Dissertação (Mestrado em Direito na área de concentração de direitos difusos e coletivos) - Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Disponível em:

ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da defensoria pública: de acordo com a
EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014.

ESTUDO DIAGNÓSTICO - A Defensoria Pública no Brasil, Ministério da Justiça e PNUD - Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, 2006.

GALLIEZ, Paulo Cesar Ribeiro. Princípios institucionais da Defensoria Pública. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.

GORGOSINHO, Gustavo. Defensoria Pública. Princípios Institucionais e Regime Jurídico. Belo Horizonte : Arraes
Editores, 2014.

GRECO, Leonardo. Instituição de Processo Civil, Rio de Janeiro: Forense, 2011.

LENZA. Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16ª edição Ed. Saraiva. 2012.

MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil: Teoria Geral do Processo. Vol. 1. 2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2007.

MORAES, Guilherme Peña de. Instituições da Defensoria Pública, São Paulo: Malheiros, 1999.

MORAES, Humberto Peña de; SILVA, José Fontenelle T. da. Assistência Judiciária: sua gênese, sua história e a
função protetiva do Estado. 2ª ed. Liber Juris, 1984.

MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Direito à Assistência Jurídica: Evolução no ordenamento jurídico brasileiro de
nosso tempo. Revista da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, ano VI, Rio de Janeiro: Renovar, 1992.

MOTTA, Luiz Eduardo. Acesso à Justiça, Cidadania e Judicialização no Brasil. Disponível em:

ROBERT, Cinthia; SÉGUIN, Elida. Direitos humanos, acesso à justiça: um olhar da Defensoria Pública. Rio de
Janeiro: Forense, 2000.

RODRIGUES, Horácio Vanderlei. Acesso à justiça no direito processual. São Paulo: Acadêmica, 1994.

SADEK, Maria Tereza. A Defensoria Pública no Sistema de Justiça Brasileiro. Disponível em:

SADEK, Maria Tereza. Acesso à Justiça. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2001.

SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.

ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Poder Judiciário: crises, acertos e desacertos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995.

1 BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 10 de

fev. 2014.

2 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 8.

3 ROBERT, Cinthia; SÉGUIN, Elida. Direitos humanos, acesso à justiça: um olhar da Defensoria Pública. Rio de Janeiro: Forense, 2000, p. 18.

4 RODRIGUES, Horácio Vanderlei. Acesso à justiça no direito processual. São Paulo: Acadêmica, 1994, p. 14.

5 MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil: Teoria Geral do Processo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 523. 1v.

6 KLIPPEL, Rodrigo. Teoria Geral do Processo Civil. 1. Ed. Niterói: Impetus, 2007, p. 47.

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 23/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
7 NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 7. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 265.

8CICHOCKI, José Neto. Limitações ao acesso à justiça. Curitiba: Juruá, 1999, p. 17.

9 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 9

10 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 9.

11 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 9

12 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 10.

13 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 31.

14 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 31.

15 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 32.

16 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 32.

17 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 33.

18 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 33.

19 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 32-33-34.

20 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 35.

21 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 35.

22 DE MORAES, Ana Carvalho Bueno. A Defensoria Pública como instrumento de acesso à justiça. 2009. Dissertação (Mestrado em Direito na área de concentração de direitos difusos e

coletivos) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Disponível em

23 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 35.

24 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 37-38.

25 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 41.

26 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 40.

27 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 43.

28 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 47.

29 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 47.

30 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 49.

31 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 49.

32 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 49-50.

33 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 50.

34 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 51.

35 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 52.

36 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 55.

37 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 55.

38 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), pgs. 56-57.

39 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 59.

40 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988, p. 66-67.

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 24/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

41 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 67.

42 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 67.

43 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso (...), p. 67-68.

44 CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional. 15ª Ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2009, p. 765.

45 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da defensoria pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 23.

46 SADEK, Maria Tereza.A Defensoria Pública no Sistema de Justiça Brasileiro. Disponível em <http://www.defensoria.ce.gov.br/index.php?

option=com_phocadownload&view=category&id=12&Itemid=52>. Acesso em27 de fev. 2014, p. 2.

47 SADEK, Maria Tereza.A Defensoria (...), p. 2.

48 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 2º Volume - Arts. 5º ao 17. São Paulo: Saraiva, 1989, p. 301.

49 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários (...), p. 302.

50 MORAES, Humberto Peña de; SILVA, José Fontenelle T. da.Assistência Judiciária: sua gênese, sua história e a função protetiva do Estado. 2ª ed. Liber Juris, 1984, p. 201.

51 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 2º Volume - Arts. 5º ao 17. São Paulo: Saraiva, 1989, p. 374.

52 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários (...), p 375.

53 BRASIL, Constituição Federal de 1934. Promulgada em 16 de Julho de 1934. Disponível em< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm> Acesso em 24 de fev. 2013.

54 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários (...), p. 375.

55 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários (...), p. 376.

56 BRASIL, Constituição Federal de 1946. Promulgada em 18 de Setembro de 1946. Disponível em< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao46.htm> Acesso em 24 de fev.

2013.

57 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 2º Volume - Arts. 5º ao 17. São Paulo: Saraiva, 1989, p. 376.

58 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 22ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2010, p 425.

59 BARBOSA, Claudia Maria. O Processo de Legitimação do Poder Judiciário Brasileiro. Disponível em Disponível em:

60 BARBOSA, Claudia Maria. O Processo (...), Acesso em: 21 mar. 2014.

61 ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Poder Judiciário: crises, acertos e desacertos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995. p. 22.

62 BARBOSA, Claudia Maria. O Processo (...). Acesso em: 21 mar. 2014.

63 SADEK, Maria Tereza. Acesso à Justiça. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2001, p. 9.

64 DE LIMA, Frederico Rodrigues Viana. Defensoria Pública. Salvador: JusPodivm, 2010, p. 22.

65 SADEK, Maria Tereza. Acesso (...), p. 9.

66 MOTTA, Luiz Eduardo. Acesso à Justiça, Cidadania e Judicialização no Brasil. Disponível em:

67 ALVES, Cleber Francisco. Justiça para todos! Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2006. p. 27.

68 ESTUDO DIAGNÓSTICO - A Defensoria Pública no Brasil, Ministério da Justiça e PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2006. Disponível em

69 BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 10 de

fev. 2014.

70DE MELO BARROS, Guilherme Freire. Defensoria Pública: LC nº. 80/1994. 2. ed. Salvador: JusPodivm, 2010, p. 21.

71 BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 10 de

fev. 2014.

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 25/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
72 SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 173.

73 SILVA, José Afonso da. Comentário (...), p. 173.

74 SILVA, José Afonso da. Comentário (...), p. 173.

75 SILVA, José Afonso da. Comentário (...), p. 173.

76 SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros Editores, 2008, p. 173.

77 SILVA, José Afonso da. Comentário (...), p. 173.

78 SILVA, José Afonso da. Comentário (...), p. 173.

79 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p. 72.

80 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p. 72.

81 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p. 72.

82 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p. 73.

83LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p. 73.

84 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p. 72.

85 DE MELO BARROS, Guilherme Freire. Defensoria Pública: LC nº. 80/1994. 2. ed. Salvador: JusPodivm, 2010, p. 49-50.

86 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p.72.

87 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p. 73.

88 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 2903 PB. Jurisprudência. [2005]. Disponível em

89 LENZA. Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16ª edição Ed. Saraiva. 2012, p. 884.

90 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p.30.

91 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p.30.

92 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da defensoria pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 100.

93 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p.53.

94 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p.62.

95 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da defensoria pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 97.

96 MORAES, Humberto Peña de. SILVA, José Fontenelle Teixeira da. Assistência Judiciária. Sua Gênese, Sua História e a Função Protetiva do Estado. Rio de Janeiro: Liber Juris, 1984, p. 144.

97 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria (...), p.72.

98 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p. 73.

99 GRECO, Leonardo. Instituição de Processo Civil, Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 380.

100 AI 639.503.4/5-00, Rel. Des. Piva Rodrigues, Nona Câmara de Direito Privado, julgado em 16/06/2009 apud DE LIMA, Frederico Rodrigues Viana. Defensoria Pública. Salvador: JusPodivm,

2010, p 75.

101 TST-RR-1756/2004-001-17-00.1, Rel. Min. Barros Levenhagem, Quarta Turma, julgado em 5/12/2007, apud DE LIMA, Frederico Rodrigues Viana. Defensoria Pública. Salvador: JusPodivm,

2010, p 76.

102 DE MELO BARROS, Guilherme Freire. Defensoria Pública: LC nº. 80/1994. 2. ed. Salvador: JusPodivm, 2010, p. 28.

103 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da defensoria pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 99.

104 BRASIL, Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994. Disponível em

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 26/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

105 BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 10

de fev. 2014

106 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da defensoria pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 301.

107 MORAES, Guilherme Peña de. Instituições da Defensoria Pública, São Paulo: Malheiros, 1999, p. 173.

108 MORAES, Guilherme Peña de. Instituições da (...), p. 174.

109 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p. 97.

110 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da defensoria pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 303.

111 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 304.

112 LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. 2ª Edição. Bahia: Editora Juspodivm, 2011, p. 97.

113 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 304.

114 COSTA, Nelson Nery. Manual do Defensor Público, Rio de Janeiro, GZ editora, 2010, p. 43-44.

115 GALLIEZ, Paulo Cesar Ribeiro. Princípios institucionais da Defensoria Pública. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 41.

116 MORAES, Sílvio Roberto Mello. Princípios institucionais da Defensoria Pública - Lei Complementar 80, de 12.1.1994 anotada. Revista dos Tribunais. Revista dos Tribunais: São Paulo, 1995, p.22.

117 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da Defensoria Pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 305.

118 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 306.

119 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da Defensoria Pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p.

306.

120 BRASIL, Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994. Disponível em

Roupas
SHEIN
121 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 315.

122 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da Defensoria Pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 316.

123 DE LIMA, Frederico Rodrigues Viana de Lima. Defensoria Pública. Salvador: JusPodivm, 2010, p. 103.

124ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 316.

125 BRASIL, Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994. Disponível em

126 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da Defensoria Pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 319.

127 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 319.

128 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 320.

129 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 320.

130 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios institucionais da Defensoria Pública: De acordo com a EC74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro : Forense, 2014, p. 321.

131 BRASIL, Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994. Disponível em

132 ESTEVES, Diogo; SILVA, Franklin Roger Alves. Princípios (...), p. 322.

133 AMARAL, Carlos Eduardo Rios do. Breve nota sobre a Emenda Constitucional nº 80/2014. Jus Navigandi. Disponível em: < http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=13393>. Acesso em:

30 ago. 2014.

134 AMARAL, Carlos Eduardo Rios do. Breve (...). Acesso em: 30 ago. 2014.

135 GORGOSINHO, Gustavo. Defensoria Pública. Princípios Institucionais e Regime Jurídico. Belo Horizonte : Arraes Editores, 2014, p. 227.

136 GORGOSINHO, Gustavo. Defensoria (...), p. 228.

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 27/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola
137 BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Disponível em

Publicado por: Driani Milanezi Priori

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. O Brasil
Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor. Para
acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.

CIÊNCIAS HUMANAS CIÊNCIAS EXATAS PEDAGOGIA CIÊNCIAS DA SAÚDE

Leia essa análise sobre a tradução oficial do jogo "Life is Strange."

Já se perguntou sobre o papel da publicidade na advocacia?

Tenha noção dos impactos ambientais que uma companhia siderúrgica pode causar.

Não deixe de conferir esse estudo sobre a presença de audiência em telejornais.

Esse artigo traz o paradoxo de desenvolvimento de Macarás e a Mineração do Vanádio.

O artigo traz um exemplo que te ajudará a entender sobre apego reativo.

RECOMENDADOS PARA VOCÊ

SIGA O BRASIL ESCO


Quem somos Anuncie no Brasil Escola Expediente Política de Privacidade Termos de Uso Fale Conosco

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 28/29
02/03/2022 13:29 Defensoria público e o acesso a justiça - Brasil Escola

BIOLOGIA NET ESCOLA KIDS EXERCÍCIOS HISTÓRIA DO MANUAL DA MUNDO PREPARA ENEM PORT
MUNDO MUNDO QUÍMICA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO

Resolução mínima de 1024x768. Copyright © 2022 Rede Omnia - Todos os direitos reservados
Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização (Inciso I do Artigo 29 Lei 9.610/98)

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-defensoria-pUblica-como-instrumento-efetivador-direito-fundamental.htm 29/29

Você também pode gostar