Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Modelo Peticao Internacao Compulsoria
Modelo Peticao Internacao Compulsoria
DE BOITUVA/SP
Nome Completo, qualificação, endereço, por seu advogado dativo convenio da OAB e
defensoria que a esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência propor
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C.C INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA e PEDIDO DE
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
em face do MUNICÍPIO DE IPERÓ, pessoa jurídica de direito pú blico, com sede no Av.
Santa Cruz, 355, Iperó - SP, 18560-000, representado juridicamente pelo Prefeito
Municipal, ESTADO DE SÃO PAULO, pessoa jurídica de direito pú bico, com sede no Palá cio
dos Bandeirantes, Av. Morumbi, 4500, CEP. 05650-905, Sã o Paulo/SP e em face de seu
irmã o Nome Completo, brasileiro, residente na RUA JOAO CONGALVES DE CAMARGO, 161,
CENTRO, IPERÓ /SP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
O requerente é irmã o do requerido que está com cinqü enta e seis anos.
ENELSON ABILIO CANDIOTTO é “dependente do á lcool”, possuindo dependência em estado
grave, conforme laudo do CAPS que ora anexa. Atualmente se recusa a fazer algum tipo de
tratamento e esta vivendo na rua como um andante.
Apesar de nã o ter reaçõ es agressivas contra seus familiares, o requerido passa o dia todo
embriagado, está a praticamente três meses sem tomar banho, nã o trabalha a mais nã o
querendo mais saber de nada.
Devido ao grau que se encontra o vício do requerido, bem como a gravidade dos efeitos à
sua saú de, a requerente possui laudo para solicitaçã o de autorizaçã o de internaçã o
hospitalar, porém o requerido recusa-se a se internar.
Na verdade, apesar deste quadro grave para sua saú de física e mental, bem como para seu
convívio em família, seu trabalho e na pró pria sociedade, o requerido recusa-se a se
internar, ou a submeter-se a qualquer tipo de tratamento.
De fato nã o somente o requerente, como toda a família e vizinhos do requerido, vem
sofrendo com os efeitos de seu vício, e seu conseqü ente desequilíbrio psicoló gico.
O estado de saú de do requerido é grave, a ponto de sua vida estar constantemente em risco,
em virtude das mazelas que seu vício acarreta. As pessoas que estã o ao seu redor,
principalmente seu irmã o, também sofrem diante da patente degeneraçã o do requerido, o
que comprova a necessidade do deferimento do pedido de internaçã o, para que, em
estabelecimento adequado, possa receber os tratamentos necessá rios.
Pelos documentos em anexo percebe-se que o requerido apresenta alto grau de
dependência química, e em razã o de seu vício nã o possui o discernimento necessá rio para
entender a necessidade de um tratamento médico para sua melhora.
Como o requerente nã o possui condiçõ es para custear tratamento adequado em clínica de
recuperaçã o particular, procurou as vias pú blicas para ajudá -lo com a internaçã o solicitada,
porém até a presente data, apesar de já ter passado pela avaliaçã o do CAPs, nã o foi
providenciada a necessá ria internaçã o, até porque a municipalidade alega que, em razã o da
negató ria do requerido em concordar com sua internaçã o, é imprescindível a autorizaçã o
judicial para que possam disponibilizar uma vaga em clínica adequada.
Assim, sendo tal internaçã o em entidade de desintoxicaçã o uma medida de alto custo, e nã o
tendo a família do requerido condiçõ es financeiras de arcar com o pagamento, deve o
Município de Iperó custear o tratamento, ou disponibilizar tratamento equivalente e
igualmente eficaz, em clínica pú blica especializada.
Assim, a intervençã o do Judiciá rio é imprescindível para que se determine ao Poder Pú blico
Municipal que custeie a internaçã o e o tratamento do requerido em estabelecimento de
custó dia e recuperaçã o de “dependentes do á lcool”.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [...]”.
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição”.
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
(grifos nossos).
A Constituiçã o Paulista também reconhece a saú de como direito de todos e obrigaçã o do
Estado, nos seguintes termos: