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EDIÇÃO#2
RESTRITA
REVISTA LITERÁRIA DA EDITORA WISH
OS SIDHE
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16 CELTIC WOMAN
RECEITA DE
CHÁ ESCOCÊS 18
Projeto gráfico: Marina Avila | Revisão: Karine Ribeiro
Textos: Marina Avila, Claudio Quintino Crow e Fábio Barreto
Imagens: Originais de livros antigos, Wikimedia e Shutterstock
< LIVRO DE KELLS
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Umto
conrado
nar
OSCAR WILDE
U
m alto e simpático escritor que uma das crianças realmente
nascia em 1854, em Du- toca sua bondosa alma. A história
blin. Wilde, que mais tarde pode ser vista como um encontro
ficaria conhecido por suas obras gentil entre o paganismo celta e
O Retrato de Dorian Gray e O Fantasma o cristianismo na Irlanda e em
de Canterville, era orgulhoso de sua terras gaélicas. O cristianismo
terra natal, a Irlanda. Escreveu o céltico começou no século V e
livro The Happy Prince and other Fairy tinha tradições únicas, diferentes
Tales em 1888, de onde O Gigante das romanas. Como o próprio
Egoísta foi traduzido. autor não se considerava católi-
co até horas antes de sua morte,
O conto, tão famoso que ganhou é possível que este conto seja
uma animação em 1972, conta também uma homenagem à sua
sobre um gigante que não queria mãe, Lady Wilde. De toda forma,
crianças em seu jardim. Porém, a história de redenção e amor do
durante um longo inverno, seu Gigante tornou este conto um
coração começa a amolecer, até clássico de Wilde.
O B
narrador de O Gigante Egoísta aixe o audioconto em
é Guilherme Briggs, ator, formato mp3 para ouvir no
dublador, diretor de dubla- computador, celular ou ta-
gem, locutor, tradutor, desenhis- blet. Alguns sistemas operacionais
ta, youtuber e blogueiro brasileiro. de celular podem precisar de um
Foi a voz de Buzz Lightyear, de Toy aplicativo para ouvir mp3, como
Story, Geralt de Rivia, na série da o AIMP, Readdle ou Jukebox.
Netflix The Witcher, Mickey Mouse
(desde 2009), Cosmo, de Os Padri-
nhos Mágicos, Superman em A Liga da
Justiça e dezenas de outros persona-
gens amados da cultura pop.
O tom grave da voz do Gigante
foi criada pelo próprio dublador
e o conto foi escolhido para Baixe pelo link:
explorar seu icônico timbre. bit.ly/contogigante
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M i t o s
CELTAS
UM LEGADO DO PASSADO,
UM PRESENTE PARA O
PRESENTE
CLAUDIO QUINTINO CROW
JOSEPH CAMPBELL
A
frase acima, da narrativa sagrada, cujo cerne é a
pena de um dos compreensão das Forças da Natu-
mais conceituados reza – tanto na paisagem quanto a
mitólogos de nossos própria natureza humana. Em se
tempos, pode ser tratando de mitos celtas, a ques-
traduzida como: “a minha crença tão ganha ainda mais relevância,
é religião; a crença dos outros, visto serem os celtas o conjunto
apenas mito”. Nada é mais falso de povos nativos da Europa que,
e presunçoso: as mitologias dos direta ou indiretamente, legaram
mais diferentes povos devem ser a todas as modernas culturas
sempre tratadas com respeito e europeias ao menos algum ele-
dignidade, pois os mitos e lendas mento de sabedoria.
de uma cultura são os responsá-
veis pela preservação e transmis- Dentro dessa abordagem, os
são dos valores sócio-culturais, valores éticos e morais encon-
éticos e morais daquele povo. As trados nos mitos celtas atendem
crenças de qualquer cultura, em às mais prementes carências de
qualquer era, figuram entre os nossos dias – honra nas relações,
bens mais preciosos dessa cultura valor pessoal, consciência tribal,
– e, muitas vezes, também são igualdade entre sexos, irmandade
válidos para povos distantes no com a Natureza. Neles, nada
espaço e no tempo. disso é retratado de forma piegas
ou pedante: os celtas não eram
Isso fica claro na origem lin- “hippies” pacifistas, nem militan-
güística da palavra mito: do tes ecológicos: o que seus mitos
grego mýthos, significando uma nos mostram é um respeito pelo
equilíbrio entre as polaridades
1 O autor se reserva o direito de não do universo – masculino e femi-
aderir ao AO90 por sua artificialidade e
motivação político-econômica. [N. do A.] nino, vida e morte, indivíduo e
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8 ESTANTE IRRESTRITA | EDITORA WISH
coletividade, humano e natureza, mortal e
divino – que pode contribuir muito para a
formação de uma “nova velha consciência”
para o mundo ocidental, tão carente que é
de harmonia entre esses e outros pares de
‘opostos’. O que nos propomos ao estudar a
mitologia celta é identificar e ‘re-conhecer’
o que há de profundo em seus símbolos e
entrelinhas, e de que forma esses símbolos,
atuando em nossos subconscientes e nossas
almas, podem propor alternativas válidas de
pensamento e de vida. Nas palavras de Pa-
trick Pearse, poeta e nacionalista irlandês,
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então, para a literatura irlandesa, se caracteriza pela sinuosidade e
estas particularidades: uma visão pelo entrelaçar de curvas e linhas,
mais clara do que a grega, uma também as narrativas e lendas
humanidade mais generosa do dos mitos celtas nos propõem um
que a grega, uma espiritualidade entrelaçar de saberes que integra,
mais profunda do que a grega.” num processo subconsciente, os
saberes de corpo, mente e espí-
Símbolos, mensagens, significa-
rito em perfeito equilíbrio – a
dos: todo mito traz em seu bojo
busca da integração do indivíduo
uma mensagem transformadora,
consigo mesmo, com a comu-
captada não pela mente racional,
mas pelo subconsciente, pela nidade à qual está integrado e
alma de quem lê ou ouve o relato. com a paisagem como um todo
Citando o grande poeta portu- – tudo de forma orgânica, viva,
guês Fernando Pessoa, “Primeiro transformadora e curativa. Nas
sentir os símbolos, sentir que os palavras inspiradoras de Joseph
símbolos têm vida e alma, que os Campbell, “Mitos são sonhos
símbolos são gente. Mais tarde coletivos, e os sonhos são mitos
virá a interpretação, mas, sem individuais.” Que nossos sonhos
esse sentir, a interpretação não se identifiquem na riqueza dos
vem.” Assim como a arte celta contos e lendas celtas.
Contato: claudioquintino.crow@gmail.com
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Dana e os enviado para o sub- ao longo dos séculos), logo,
mundo, os miliesianos foram qualquer apoio era importante
acometidos por diversas perdas para ninguém ficar faminto.
de safras, animais e leite. Então,
um acordo foi feito para respei- Outro ponto importante sobre o
tar as entidades do local e pre- sidhe está na tradução literal do
servar os estoques. Esse episódiolugar onde existe: fairy mound, que
é relatado no Livro de Leinster. seriam os “montes das fadas”. Na
prática, esses lugares são túmu-
Muito da tradição irlandesa está los ancestrais ou sobras de cons-
ligada aos frutos da terra por truções muito antigas, ou seja,
uma razão muito simples: o solo lugares considerados de grande
irlandês é pouco fértil (vide magia e sacralidade pelos pagãos
diversas ondas de imigração for- modernos. A tradição europeia
çada para fugir de ondas de fome encara esses túmulos de modos
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C e l t ic
WOMAN
UM FENÔMENO MUNDIAL
RESGATANDO MÚSICAS
IRLANDESAS
DIVULGAÇÃO
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e c e i t a
+18
R CHÁ PRETO
RECEITA
ESCOCÊS COM
UÍSQUE
18 ESTANTE IRRESTRITA | EDITORA WISH
O
chá preto escocês é uma Experimente também com café
bebida para esquentar em vez do chá, uma edição ir-
durante o frio! Pode ser landesa da mesma bebida.
usado com o chá puro ou aro-
matizado, como o Earl Grey. Bottoms Up!
INGREDIENTES
> 1 sachê de chá preto
> Água bem quente
> 1 dose de uísque
> 1 ou 2 colheres de sopa de açúcar (ou adoçante) a gosto
> Creme de leite fresco batido
COMO PREPARAR
1.Prepare o chá preto em uma caneca com água quente, deixando
ao menos 3 minutos para as folhas soltarem o sabor e a cafeína.
2. Adicione, em uma taça, o açúcar, o uísque e duas doses do chá.
3. Adicione o creme de leite batido em cima.
4. Se quiser, decore com noz moscada ralada.
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e stante
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RESTRITA
REVISTA LITERÁRIA DA EDITORA WISH
C
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