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RESUMO
INTRODUÇÂO
DESENVOLVIMENTO
Hoje em dia a sociedade está mais exigente quanto a um professor capacitado que
acompanhe as mudanças da sociedade globalizada, moderna e tecnológica. Buscam-se
professores comprometidos, reflexivos, críticos e transformadores da realidade, que
sejam mediadores da aprendizagem e que não se sintam detentores do saber, como
antigamente que os professores repassavam os conteúdos aos discentes e que estes
deviam receber passivamente sem questionar.
Neste período em que a escola era chamada de escola tradicional liberal, na qual quem
liderava o ensino, ou seja, entregava o modelo de escola que queriam que existissem,
era os governos dominantes. Com isso a educação nesta época, reproduzia as
desigualdades sociais existentes dentro e fora da escola. A educação era elitista,
enciclopédica, os alunos deviam decorar todo o conteúdo que lhes era transmitido
sem polemizar, discutir, indagar.
Hoje não se pode mais falar de um ensino neste modelo de educação, pois o homem é
um ser pensante, que deve questionar a sua realidade, consequentemente no
ambiente escolar, os professores devem incentivar a crítica por parte dos alunos, e os
alunos repensarem suas realidades.
Paulo Freire nos fala no seu livro educação e mudança que nós seres humanos somos
seres humanos pensantes de modo que devemos refletir sobre nossa atuação no
trabalho como professores. Se estamos, sendo professores que a sociedade espera
que sejamos; transformadores, construtores do conhecimento, que levem os alunos a
repensarem a sua própria realidade e que dão vozes àqueles que ainda não tiveram
vozes diante das injustiças sociais e desigualdades ou ainda estamos sendo
tradicionais, somente repassando os conteúdos autoritariamente, como que
soubéssemos de tudo.
Mas, para que sejamos professores reflexivos, pensantes, críticos, precisamos assumir
um compromisso diante da sociedade, de que seremos responsáveis com a nossa
missão de docentes. Paulo Freire nos diz no seu livro Ed. e M:
Sendo assim, entende-se que o homem precisa compreender que está no mundo e
faz parte dele, que o mundo é o resultado de suas ações nele, e que este pode
transformá-lo e moldá-lo segundo a sua vontade.
Pimenta também escreve: Todo ser humano reflete. Aliás, é isso que o
diferencia dos demais animais. A reflexão é atributo dos seres humanos.
Ora, os professores, como seres humanos, refletem. Pimenta S.G. em o
professor reflexivo do Brasil 4° edição 2006.
Em vista disto a reflexão deve ser uma ação constante na vida do ser humano,
refletir sobre seu passado e seu presente, ajuda a transformar o seu futuro. Se o
Homem não é capaz de refletir a respeito das suas ações, de seu agir no mundo, ele
jamais poderá transformar a sua realidade, ele jamais poderá realizar mudanças em
sua vida, porquanto sua vida será estática, parada. Veja o que Paulo Freire registou em
seu livro:
Portanto o homem deve ser comprometido com o que faz, assim também como
não pode esperar que seus alunos recebam o que ele está transmitindo passivamente,
mas deve esperar que seus alunos sejam críticos, pensantes, reflexivos, e que saibam
que eles são os responsáveis pelas novas mudanças no mundo sobre o seu atuar e
viver nele. Na verdade um professor que é reflexivo e comprometido com uma
sociedade, fomenta a necessidade de seus alunos serem críticos pensantes, reflexivos
diante de suas realidades, e a não receberem os conteúdos passivamente, sem
questionar, sem problematizar, a fim de poderem reconstruírem juntos seus próprios
conhecimentos.
Visto que, para o professor assumir seu papel diante da sociedade, este precisa
está verdadeiramente comprometido com essa sociedade, sabendo que ele como
profissional de educação é responsável pelo ensino daqueles que lhe assiste como
aluno no ambiente escolar. Sabendo que a sociedade é mutável e que ele precisa ter
um conhecimento estável sobre estes alunos e seus contextos, e também uma
conhecimento sólido de sua área de saber, e não somente isto, mas deve está sempre
se atualizado em busca de mais conhecimentos, com isso comprometido em
transformar a realidade ao seu redor. Continuando nas palavras de Freire:
Assim o Homem não é objeto do mundo, mas sujeito dele, capaz de emancipar essa
sociedade em que vive, em que ele atua. Com isso fica claro que educação e mudança
andam juntos, pois desde os tempos antigos a sociedade vem se transformando
através da educação, é certo que, antes a escolas reproduziam as desigualdades sociais
e as pessoas não tinham direito de se tornarem o que quisessem, não podiam emergir
para que houvesse mudança de realidade, mudança de sociedade, somente os filhos
da hegemonia dominante, mas hoje não deve ser mais assim. As leis são bem claras
quando diz que a escola é direito de todos, e que através dessa escola, educação,
podemos ter nossos horizontes, novas oportunidades, novas realidades.
Destarte sabemos que quanto menos conhecimento uma pessoa tem, menos
conhecimento tem de seus direitos e deveres, e quanto mais conhecimento a pessoa
tem, mais consegue lutar pelos seus objetivos, mais consegue questionar, criticar,
refletir sobre a realidade ao seu redor, por isso a escola não pode ser mais um lugar de
apenas conhecimentos transmitidos, mas um lugar onde podemos fazer do
conhecimento conexão com a realidade e assim reconstruir saberes, abrir caminhos,
mudar vidas, realidades, sociedades e muito mais. No entanto só teremos esta escola,
educação se o professor for comprometido com a sociedade, se ele realmente estiver
interessado em promover mudanças nas vidas de seus alunos. A seguir Paulo Freire
menciona em seu livro um trecho muito interessante a respeito do verdadeiro
compromisso que o professor deve ter:
Assim sendo, não basta falar que é comprometido, é preciso que este
compromisso seja real, verídico, capaz de se comprometer com a realidade da
sociedade e está disposto a colaborar para que essa educação produza mudanças,
emancipação, transformação.
Por esse e por outros motivos devo saber como esse profissional está sendo
instruído para seu exercício da docência. Pois ser professor não é ser um robô, que
transmite algo como uma receita que deve ser seguida, que deve ser aceitado
passivamente, mas ser este profissional de educação, é trazer mudança, reflexão, é dar
esperança aos que chegam nesta instituição, escola sem esperança, sem muitas
perspectivas. Esperança essa que não seja vazia, mas firmada em situações concretas,
verdadeiras. Veja o que Paulo Freire Fala sobre a esperança:
Uma educação sem esperança não é educação. Quem não tem esperança
na educação dos camponeses deverá procurar trabalho noutro lugar. Paulo
F. Ed. e M. pág.15.
Ou seja, se eu ensino um alguém, mais no meu íntimo sei que esse alguém não é
capaz de aprender, porque no meu conhecimento este sujeito veio de um meio onde
costumeiramente as pessoas não se desenvolvem profissionalmente, ou por que este
discente é bagunceiro e não presta a devida atenção ao conteúdo repassado. Eu, no
entanto, não acredito na educação, e se eu não acredito na educação, o que estou
fazendo no lugar de educador? Logo o meu lugar não é ali, logo meu conhecimento
sobre aquele ser sujeito, aluno é alienado e ingênuo.
Devo crer que meu aluno, independentemente de onde ele veio, é capaz de
aprender, capaz de transformar sua própria realidade, por que, cada ser humano é
dotado de habilidades individuais, por conseguinte devo ser um agente crítico e
incentivar a crítica de meus alunos sobre suas realidades, a fim de que aquele aluno
deixe de ser apenas massa, para ser sujeito, para que aquele discente não seja alguém
que ver a história passar diante de seus olhos, mais que ele possa agir e fazer parte da
sua própria história como um agente que deixa sua marca na sociedade, no objetivo
de que reconheçam seus direitos e não sejam enganados pelas ideologias políticas
que acreditam que esse sujeito não é sujeito, mas objeto, massa, que estar sujeito as
ideias de governos e pessoas que se sentem donos da verdade. A respeito disto Freire
diz:
E como este aluno pode deixar de ser massa? Através do conhecimento. E quem é
o profissional mediador deste conhecimento se não o professor? Quanto maior for o
conhecimento, mas esse aluno será capaz de ser rebelde como diz Freire contra as
injustiças sociais, quanto mais forem os conhecimentos a respeito de seus direitos e
deveres, mas será cidadão de bem, e poderá lutar por seus direitos.
A final a educação não é algo que deve ser transmitido como se estivéssemos
domesticando alguém. Mas, ao ensinar, o profissional de educação jamais poderá
supor que o aluno sujeito seja um objeto que vai receber passivamente tudo que lhe é
transmitido, mas acreditar que ele é capaz de recriar, de construir seu próprio
conhecimento de acordo com aquele conhecimento que é mediado pelo professor.
Pessoas não são para ser adaptadas, pessoas são seres que criam suas próprias
histórias, suas próprias realidades.
Por esse motivo como fiz algumas perguntas lá atrás, Faço novamente. De que
maneira esse profissional que está sendo incumbido de trazer mudança a sua
sociedade está sendo formado? Será que depois que ele recebe seu diploma ele
continua aprendendo, será que ele aprendeu a aprender? É um assunto complexo
quando se fala da formação inicial de professores, pois as universidades estão mais
preocupadas em encher os alunos formandos de teorias burocratizadas e
praticamente nada sobre ensino e aprendizagem. Creio ser esse o motivo de as
políticas educacionais falarem tanto nos últimos tempos de formação continuada.
Ou seja, essa formação deve ser contínua, não deve ser apenas na universidade,
mas também no local de trabalho e deve ter muitos aspectos em comum
independente do nível de formação, pois só assim o professor será capaz de refletir
sobre seu trabalho e como resultado sobre a realidade em que ele está ins erido, e será
capaz de interferir na realidade de seus alunos. Na verdade este deve ser um
aprendizado continuo.
Garcia explicita:
Diante do exposto, o professor deve compreender que não basta ser formado, ele
precisa está envolvido com o processo de ensino e aprendizagem que envolvam a
práxis, ou seja, ele precisa está em constante formação, procurando sempre conhecer
a realidade do local onde trabalha e seus pertinentes alunos e não somente isso mais
também tomar conhecimentos das exigências das leis e políticas de educação, pois um
bom professor deve ser também político, para que com maior facilidade ele possa
conhecer as verdadeiras necessidades deste alunado, para que este ensino tenha
progressos, tenha mudança, ganhe vida e seus alunos sejam atores ativos, pensantes,
críticos e desta forma reconstruam seus próprios saberes.
Com isso, deve haver uma busca constante de resoluções de problemas e conflitos
do meio escolar, e essa busca deve ser um dos pontos relevantes do currículo a fim de
que sejam trabalhados constantemente, no objetivo de que o contexto dos alunos não
caiam no esquecimento e a escola fique preocupada somente com os conteúdos
sistematizados sem conexão com a realidade desse sujeito aluno.
Em virtude dos aspectos abordados por estes autores acima a respeito da formação
continuada. A escola deve ser sim o principal espaço para se discutir os problemas das
aprendizagens desses sujeitos alunos, onde o professor poderá repensar a sua prática
pedagógica, de maneira que encontre as soluções, fazendo perguntas como: o que
estamos fazendo de errado? Por que o aluno tal não está aprendendo, onde não
estamos acertando? Onde podemos melhorar? Como fomentar a crítica dos alunos
quanto a sua realidade, como incentivar a reconstrução do conhecimento, etc. Os
docentes devem sempre se fazerem estas perguntas.
Veja a seguir o que Antônio Nóvoa tem a dizer a respeito da formação dos
professores. É bem interessando as suas ideias.
É curioso como Nóvoa fala sobre a formação de professores, para ele, deveria
haver um programa de residência para professores assim como existe para médicos e
outros profissionais, pois na visão dele, os professores são profissionais tão
importantes quanto os médicos, por isso não deveriam ser deixados à sorte, lutando
sozinhos.
É como se ele estivesse tentando dizer que se não houver treinamento na prática,
esses docentes não vão acertar ser professores capazes, compromissados, reflexivos
que reflitam sobre seu fazer pedagógico e assim consiga achar a solução dos conflitos
e problemas existentes em seu ambiente de trabalho.
Entretanto sabendo que não será possível que as políticas educacionais adotem
essa maneira de formação de professores, vamos salientar um pouco mais sobre a
importância de uma formação inicial sólida e uma formação continuada de
professores, onde eles não fiquem de modo estático e parem de aprender, portanto o
mais importante é que o docente continue aprendendo todos os dias.
Assim Nóvoa escreveu:
Sendo assim os professores não podem achar que são como máquinas que estão
programadas a realizarem certas atividades, mas como alguém que pensa, que refleti,
que constrói conhecimento, e leva a seus alunos a refletirem sobre sua própria
realidade e construírem seus próprios saberes através dos conhecimentos mediados
pelos professores.
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Esse sim, deve ser o papel desse professor, deve apresentar os problemas da
realidade deste alunado e não somente incentivar a crítica, mas também deve
apresentar possibilidades de transformação dessa realidade para que este discente
possa fazer a escolha de transformar sua própria história no meio em que vive.
Mostrar ao aluno que ele é capaz de se tornar quem ele quiser ser, não importa de que
circunstâncias ele tenha vindo, mas que através dos estudos poderá se formar e ser o
profissional que deseja. Isso não é ingenuidade, é crer que a educação pode
transmudar realidades inteiras e muito mais. Giroux expressa em seu estudo:
Apesar de parecer uma tarefa difícil para os educadores, esta é uma luta
que vale a pena travar. Proceder de outra maneira é negar aos educadores
a chance de assumirem o papel de intelectuais transformadores. GIROUX,
Henry. Aos professores como intelectuais: 1997, 157-164
Logo, como proceder nas práticas pedagógicas para que o aluno tenha uma
favorável aprendizagem? Qual o caminho devo seguir como profissional para que meu
aluno possa ter um ensino significativo? Qual didática devo utilizar? Qual minha
metodologia? A respeito disto veja o que Pimenta em seu livro saberes pedagógicos e
atividades docentes expressa: Os profissionais da educação, em contato com os
saberes sobre a educação e sobre a pedagogia, podem encontrar instrumentos para se
interrogarem e alimentarem suas práticas, confrontando-as. p.26
Assim sendo, é através dos conhecimentos dos professores e fazendo uma relação
com o contexto dos alunos, o professor produzirá técnicas, metodologias, práticas
pedagógicas aptas, adequadas para se desenvolverem em sala de aula, de maneira que
os alunos realmente aprendam como desejado.
Dessa maneira, de acordo com Pimenta há vários instrumentos que devem ser
levados em consideração a fim de que haja práticas pedagógicas eficientes de maneira
que os alunos aprendam, e para que sejam aplicados esses instrumentos, vários
fatores devem ser analisados.
Os saberes pedagógicos podem colaborar com a prática, sobretudo se
forem mobilizados a partir de problemas que a prática coloca, pois há
dependência da teoria em relação a prática, pois esta lhe é anterior, esta
anterioridade no entanto, longe de implicar uma contraposição absoluta
em relação a teoria, pressupõe uma íntima vinculação com ela. Pimenta. P.
28.
Assim sendo a prática tem sim uma estreita relação com a teoria, pois, sabemos que
antes de haver as teorias da educação, do ensino aprendizagem já existia a prática, a
teoria entretanto serve para aperfeiçoar a prática.
Com isso, veremos alguns fatores que devemos levar em conta pra termos práticas
pedagógicas eficientes de maneira que nossos alunos consigam aprender com maior
facilidade.
A primeira coisa que o professor deve fazer para se ter práticas pedagógicas
convenientes, que satisfaça as exigências de um novo modelo de ensino e por
conseguinte compraza a uma desejável aprendizagem por parte dos alunos, é
procurar conhecer, apreender, identificar o seu público aluno, individualmente,
particularmente, especificamente. Procurar conhecer seu contexto, seu cenário, sua
realidade. Quais os pontos negativos e positivos desse alunado, quais suas reais
necessidades, suas reais dificuldades, a fim de que o profissional da educação possa
desenvolver práticas pedagógicas capazes de transmutar a realidade deste aluno.
Logo não se deve confundir um professor que tenha práticas pedagógicas que
promovem mudanças na comunidade escolar, que é mediador do conhecimento e não
detentor deste, com alguém que não domina bem sua área de conhecimento, pois o
professor deve sim ter uma boa base teórica, a fim de que aplicando os conteúdos
curriculares obrigatórios ele possa fazer a conexão com a realidade do aluno.
Porquanto o professor deve ser sim especialista na sua área de conhecimento, ou seja,
deve dominar bem a sua área de atuação como docente.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS:
-Paulo Freire, Educação e Mudança, 12°, Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1979.
-Garcia, C.M. Formação de Professores: para uma mudança educativa: Porto. Editora
1995.