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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 36
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
O artigo 5º, em seu inciso VIII garante que ninguém terá cerceado seus direitos por
motivo de crença religiosa, de convicção filosófica ou política.

Trata-se de garantia ao direito de liberdade assegurado pela CF/88.


Contudo, caso o indivíduo se exima de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a
cumprir prestação alternativa fixada em lei, haverá restrição de seus direitos.
DICA 37
INVIOLABILIDADE DA CASA

Segundo o inciso XI, do artigo 5º, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.
Da leitura do dispositivo extraímos que nos casos de flagrante delito, desastre e para
prestar socorro, o agente pode entrar em qualquer horário na residência. Já quando se
tratar de determinação judicial, o agente somente poderá entrar na residência durante o
dia.
Entende-se como “casa”:
Qualquer compartimento habitado;
Qualquer aposento ocupado de habitação coletiva;

Qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade pessoal.

SISTEMATIZANDO

REGRA:
A casa é inviolável;

EXCEÇÃO:
Consentimento do morador;
Flagrante delito;
Desastre;
Prestar socorro;
Determinação Judicial.

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JURISPRUDÊNCIA

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de


flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa
causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera intuição
acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar
abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa
causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento e sem
determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti
Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).

DICA 38
LIBERDADE PROFISSIONAL
Segundo o inciso XIII, do art. 5º, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
É inconstitucional a previsão de cancelamento automático de registro em conselho
profissional por inadimplência da anuidade. Antes, em acatamento ao princípio do
processo legal, deve haver a oitiva do associado.
A inexistência de lei regulamentadora NÃO IMPEDE o exercício da profissão.

ATENÇÃO!

Bacharel em Direito que exerce o cargo de assessor de desembargador NÃO pode


exercer a advocacia.

DICA 39
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – LIBERDADE DE REUNIÃO
Previsão constitucional (art. 5º, inciso XVI):
“XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;”

Ao analisar esse direito fundamental, extrai-se os seguintes requisitos:

Reunião pacífica;

Sem armas;

Em locais abertos ao público – o que não veda a realização de reuniões em espaços


privados;

Independentemente de autorização;

Não frustrem outra reunião marcada anteriormente para o mesmo local;

Exige-se prévio aviso.

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JURISPRUDÊNCIA

O PRÉVIO AVISO, segundo a jurisprudência do STF, não exige uma comunicação


formal, pois “eventual ausência de prévio aviso para o exercício do direito de reunião
não transforma a manifestação em ato ilícito e que o Poder Público pode
legitimamente impedir o bloqueio integral de via pública para assegurar o direito de
locomoção de todos” (Notícias STF de 19.12.2018).

Como os demais direitos fundamentais, o direito de reunião não é absoluto e pode


ser restringido na vigência de estado de defesa (art. 136, § 1.o, I, “a”) e de estado de
sítio (art. 139, IV).

JURISPRUDÊNCIA – Fique atento

Sobre o requisito do AVISO, o STF, por meio do Recurso Especial n° 806339/SE,


cujo Relator foi o Ministro Marco Aurélio, já entendeu que para que o aviso seja
cumprido não há nenhum tipo de forma pré-estabelecida, bastando apenas que chegue
o conhecimento da reunião ao Poder Público. A saber: “A exigência constitucional de
aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de
forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário.
RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin,
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).

DICA 40
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO

Encontra-se positivada nos incisos:

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

DICA 41
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Segundo o inciso LVIII, do artigo 5º, o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.
Mesmo identificado civilmente, o indivíduo será submetido à identificação
criminal nas seguintes hipóteses:

Documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;

Documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;

Indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes


entre si;

Identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da


autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;

Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

Estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do


documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
DICA 42
DIREITO DE PETIÇÃO E DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES
Segundo dispõe o artigo 5º, inciso XXXIV, a todos (brasileiros, estrangeiros ou pessoas
jurídicas) são assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;

A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

ATENÇÃO!

Direito de petição: defesa de direitos e defesa contra ilegalidade ou abuso de poder;


Direito à obtenção de certidões: defesa de direitos e o esclarecimento de situações
de interesse pessoal.

Diante da negativa da obtenção de certidão o remédio constitucional adequado para


combater a lesão é o MANDADO DE SEGURANÇA, e não o habeas data.

DICA 43
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

Segundo o inciso XXXV, do artigo 5º, a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito.

É defeso ao legislador criar barreiras de acesso da população ao Judiciário, sob pena


de violação da inafastabilidade da jurisdição.
OBS.: Apesar da escrita da palavra nos levar a outro sentido, DEFESO, significa
PROIBIDO!

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No Brasil é adotado o sistema inglês de jurisdição “una”. Nesse sistema, somente o
Poder Judiciário pode dizer o direito de forma definitiva, por meio da “coisa julgada
material”.
Cabe salientar que não existe a chamada “coisa julgada administrativa”, haja vista
que até mesmo a decisão administrativa que não cabe mais recurso administrativo
submete-se à análise do Poder Judiciário.
Existem alguns casos onde a jurisdição é condicionada, ou seja, somente é possível
buscar o Poder Judiciário após o esgotamento da instância administrativas, quais sejam:
Habeas data;
Controvérsia desportiva;

Reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela Administração


Pública;

Requerimento de benefício previdenciário.


DICA 44

TRIBUNAL DO JÚRI (INCISO XXXVIII, DO ARTIGO 5º)

Segundo o inciso em estudo, são princípios assegurado do tribunal do júri:

Plenitude de defesa;

Sigilo das votações;

Soberania dos veredictos;

Competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

A competência do tribunal do júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida pode
ser ampliada pelo legislador ordinário.

Dá-se o nome de latrocínio ao crime de roubo qualificado pela morte da vítima. Em


que pese haver a morte da vítima, em realidade trata-se de crime contra o patrimônio
e não contra a vida.

ATENÇÃO!

Quando o agente que cometer o crime doloso contra a vida detiver foro especial por
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal, a competência não será do
tribunal do júri.

DICA 45
EXTRADIÇÃO
Nenhum brasileiro será extraditado (vedação absoluta), salvo o naturalizado
nos seguintes casos:
Crime comum, cometido antes da naturalização;
Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas;

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NÃO será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

O brasileiro nato que vier a perder a nacionalidade brasileira pela aquisição


voluntária de outra nacionalidade, estará sujeito à extradição.

DICA 46
CRIMES INAFIANÇÁVEIS E CRIMES IMPRESCRITÍVEIS

Na CF/88 existem “mandados de criminalização” onde o constituinte determina que o


legislador criminalize alguma conduta ensejadora de violação a algum bem jurídico.

Podemos encontrar mandados de criminalização nos seguintes incisos:

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça, anistia e indulto


a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evita-los, se omitirem.

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armado civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático.

CRIMES
CRIMES
INAFIANÇÁVEIS E
INAFIANÇÁVEIS E
INSUSCETÍVEIS DE
IMPRESCRITÍVEIS:
GRAÇA E ANISTIA:

Tortura;
RACISMO;

Tráfico ilícito de
entorpecentes e
drogas afins;
Ação de grupos
armado civis ou
militares, contra a Terrorismo;
ordem constitucional
e o estado
democrático.
Crimes hediondos.

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DICA 47
INTRANSCEDÊNCIA DAS PENAS

Conforme o preconizado pelo inciso XLV, nenhuma pena passará da pessoa do


condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido.

Assim, nenhuma pessoa pode sofrer a penalização por ato de outrem.

IMPORTANTE! Esse dispositivo é bastante cobrado nas provas de carreiras policiais.


Então, fique atento, pois pode ser cobrado em sua prova.

DICA 48
ESPÉCIES E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS

O inciso XLVI, do artigo 5º, traz o princípio da individualização e espécies de penas,


vejamos o dispositivo em questão.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

privação ou restrição da liberdade;

perda de bens;

multa;

prestação social alternativa;

suspensão ou interdição de direitos;

O rol trazido por esse inciso é meramente exemplificativo, podendo a lei criar novos
tipos de penalidades.

Entretanto, alguns tipos de penas não podem ser criados por vedação expressa do
inciso XLVII, também do artigo 5º, vejamos quais são:

De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos


termos do art. 84, XIX;

De caráter perpétuo;

De trabalhos forçados;

De banimento;

Cruéis.

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DICA 49
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Trata-se de princípio oriundo do direito norte-americano (due process of law).
Consubstanciando em um dos institutos mais relevantes do ordenamento jurídico pátrio.
Segundo o inciso LIV, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será privado da liberdade ou
de seus bens sem o devido processo legal.

Com o devido processo legal, surgem as seguintes prerrogativas processuais:

Direito ao processo (garantia de acesso ao Poder Judiciário);

Direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da acusação;

Direito a um julgamento público e célere;

Direito ao contraditório e à plenitude de defesa (direito à autodefesa e à defesa


técnica);

Direito à igualdade entre as partes;

Direito de não ser processado com fundamento em provas revestidas de ilicitude;

Direito ao benefício da gratuidade;

Direito à observância do princípio do juiz natural;

Direito ao silêncio (corolário do princípio do nemo tenetur se detegere);

Direito à prova.

DICA 50
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Possui dupla acepção:
FORMAL (processual): diz respeito à garantia da parte de valer-se de todos os meios
jurídicos disponíveis para sua defesa.
MATERIAL (substantivo): relaciona-se com o princípio da proporcionalidade. Trata-
se da razoabilidade das leis.
O princípio da proporcionalidade tem uma dupla faceta: a proibição de excesso e a
proibição de proteção deficiente.
Nota-se, portanto, que o devido processo legal deve ser observado não somente no
processo judicial, mas também no administrativo.
DICA 51
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
Trata-se de princípios corolários do princípio do devido processo legal.
Conforme dispõe o inciso LV, do artigo 5º, aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.
Princípio da ampla defesa: diz respeito ao direito do acusado em produzir de forma
ampla e irrestrita todos os meios lícitos de provas.
Princípio do contraditório: diz respeito ao direito ao acusado poder contradizer tudo
àquilo que lhe foi imputado. É a oposição!

DICA 52
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

ATENÇÃO!

Os princípios da ampla defesa e do contraditório não são aplicados ao inquérito


policial. Por esse motivo a sentença condenatória proferida exclusivamente em
fatos narrados no inquérito policial é nula.

O inquérito policial é procedimento administrativo inquisitivo cujo objetivo é a colheita


de elementos de informação (e não prova, a qual somente é produzida sob o crivo do
contraditório e da ampla defesa), a fim de fornecer substratos a eventual e futura ação
penal.

Nota-se que os elementos de informação colhidos na fase do inquérito podem ser usados
pelo magistrado em sua decisão, o que não pode é serem utilizados de forma exclusiva.

Como consentâneo do devido processo legal e, consequentemente, do contraditório e da


ampla defesa, a Súmula Vinculante prevê ser direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgãos com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.

DICA 53
PROVAS ILÍCITAS
Segundo o inciso LVI, do artigo 5º, são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meios ilícitos.

Prova ilícita é aquela obtida em desacordo com o direito material.

A vedação à utilização da prova ilícita alcança tanto o processo judicial, quanto o


administrativo.

A presença da prova ilícita não contamina, tampouco enseja a nulidade do processo.


Devendo ser expurgada do bojo dos autos.

DICA 54
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Segundo o inciso LVIII, do artigo 5º, o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


Mesmo identificado civilmente, o indivíduo será submetido à identificação criminal nas
seguintes hipóteses:

Documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;

Documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;

Indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes


entre si;

Identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da


autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;

Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

Estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do


documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.

DICA 55
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: HABEAS CORPUS
ATENÇÃO!

HABEAS CORPUS:
sua principal finalidade é a proteção à liberdade de locomoção
contra abuso de poder e ilegalidades; ao passo que sua principal característica é a
informalidade.

Preventivo: não é necessária a efetiva lesão, mas apenas a ameaça à lesão ao


direito de locomoção do indivíduo.

Repressivo: já houve a lesão ao direito do indivíduo, logo a medida é utilizada para


reprimir a ofensa e cessá-la.

Suspensivo: o pedido será um contramando da prisão, pois será cabível quando a


ordem de prisão tenha sido expedida, mas ainda não cumprida.

Não é cabível em caso de punições militares disciplinares, salvo para discutir a


legalidade da medida ou a competência da autoridade responsável pela expedição da
ordem.

DICA 56
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE SEGURANÇA

MANDADO DE SEGURANÇA:
tem por objetivo resguardar direito líquido e certo
contra abuso de poder ou ilegalidade praticado por autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Caráter subsidiário, uma vez que será utilizado quando não couber impetração de
habeas corpus ou habeas data.
Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.
Direito líquido e certo é aquele que possui prova documental pré-constituída.

MS Coletivo: poderá ser impetrado por partido político com representação no


Congresso; entidade de classe, organização sindical ou associação constituída a mais
de 1 ano e com pertinência temática.

DICA 57
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: HABEAS DATA

HABEAS DATA:
será concedido habeas data com o objetivo de assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; ou
ainda para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo ou processo sigiloso,
judicial ou administrativo.

NÃO pode ser impetrada em favor de terceiro, apenas em prol do próprio


impetrante.

Só pode ser impetrado após o esgotamento da via administrativa: a inicial


deverá ser proposta acompanhada da recusa ao acesso às informações ou do decurso
de mais de 10 dias sem decisão.

DICA 58
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE INJUNÇÃO E AÇÃO POPULAR

MANDADO DE INJUNÇÃO
cabível em caso de omissão total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, ex. art. 37, VII,
CF/88.

AÇÃO POPULAR:
qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.

Objetivo: tutela do patrimônio público ou entidade de que o Estado participe;


moralidade administrativa; o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural.
Isenção de custas judiciais e sucumbenciais, salvo em caso de litigância de má-
fé, e é necessária assistência de advogado.

Não é necessário a ocorrência de efetivo dano patrimonial para que a ação seja
proposta; isto é; a lesão à moralidade não pressupõe a lesão material.

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


DICA 59
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

REMÉDIO FINALIDADE GRATUIDADE ADVOGADO

Habeas Corpus Liberdade de locomoção SIM NÃO

Habeas Data Direito de informação pessoal SIM SIM


e retificação.

Mandado de Proteger direito líquido e NÃO SIM


Segurança certo, não amparado por HC
ou HD.

Mandado de Sanar omissões legislativas NÃO SIM


Injunção

Ação Popular ANULAR ATO LESIVO SIM SIM

DICA 60
DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais são consagrados na CF como princípios, os quais devem ser efetivados
pelos poderes públicos.
Esses direitos, conforme as dimensões dos direitos fundamentais, são os de 2ª
dimensão, ou seja, são direitos que o Estado deve garantir, com a finalidade de
promover a igualdade material.
Tendo em vista a finalidade de promover a igualdade material, a efetivação dos direitos
sociais é onerosa para os cofres públicos. Dessa forma, surge o que a doutrina denomina
de reserva do possível.
A reserva do possível consiste na relação entre a efetivação dos direitos sociais e
as limitações orçamentárias que o Estado possui.
Em face dessa limitação orçamentária, muitos casos envolvendo a efetivação de direitos
sociais são judicializados. O STF entende que não havendo comprovação objetiva da
incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, inexistirá empecilho jurídico
para que o Judiciário determine a inclusão de determinada política pública nos planos
orçamentários do ente político.
DICA 61
DIREITOS SOCIAIS – DIREITOS DOS TRABALHADORES
Quanto aos direitos dos trabalhadores, não há questões doutrinárias sobre o assunto que
apresentem relevância para concursos públicos. A incidência de tal assunto baseia-se na
literalidade do art. 7º, da CF.

Destaco os direitos com mais incidências em provas (mas se recomenda a leitura do


artigo inteiro):

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;

Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS);

Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da


aposentadoria;

Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em Lei;

Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;

Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de


revezamento, salvo negociação coletiva;

Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50 % por à do


normal;

Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário
normal;

Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;

Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na


forma da lei;

Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de


idade em creches e pré-escolas;

Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de


admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do


trabalhador portador de deficiência;

Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os


profissionais respectivos;

Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e


de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


ATENÇÃO!

Adolescente menor de 14 anos – nenhum trabalho é permitido;


Adolescente entre 14 e 16 anos – apenas na condição de aprendiz
Adolescentes entre 16 e 18 anos – pode trabalhar, exceto trabalho noturno,
perigoso e insalubre.

DICA 62
DIREITOS SOCIAIS: EMPREGADO DOMÉSTICO

Direitos sociais NÃO previstos para os empregados domésticos

Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho

Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

Jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de


revezamento, salvo negociação coletiva;

Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,


na forma da lei;

Proteção em face da automação, a forma da lei

Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os


profissionais respectivos;

Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente


e o trabalhador avulso

Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato de trabalho;

Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos


termos da lei;
DICA 63
DIREITOS SOCIAIS – SINDICALIZAÇÃO
A CF garante a liberdade quanto à associação profissional ou sindical.
A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, mas o
sindicato deverá ser registrado em órgão competente.
É vedada a interferência e a intervenção do Estado na organização sindical.
É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior
à área de um Município.

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


DICA 64
DIREITOS SOCIAIS – SINDICALIZAÇÃO
Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.
O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.
É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.
É vedada a sindicalização do MILITAR (art. 142, IV, da CF).
DICA 65
DIREITOS SOCIAIS – CONTRIBUIÇÕES CONFEDERATIVA E SINDICAL
O art. 8º, IV, da CF, prevê as contribuições confederativa e sindical.
“IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei”.
A contribuição confederativa ou de assembleia não é considerada tributo e o seu
pagamento é voluntário, pois somente é paga por aqueles que resolverem se filiar ao
sindicato.
A contribuição sindical, por sua vez, é considerada tributo e o seu pagamento era
obrigatório, sendo paga por todos que pertenciam a determinada categoria.
Com a reforma trabalhista foi extinta a obrigatoriedade da contribuição sindical e
condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa autorização dos filiados (Informativo
908/2018 – STF).

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 66
PODER DISCRICIONÁRIO E PODER VINCULADO
O poder discricionário é uma prerrogativa que o agente escolha, entre várias condutas
possíveis, qual melhor se adequa a oportunidade e ao interesse público.
É uma certa liberdade de agir, dentro da margem prevista em lei.

O poder vinculado, ao contrário do poder discricionário, não é uma prerrogativa, mas


sim um poder-dever.
No poder vinculado, o agente público pratica o ato determinado pela lei, sem margem de
flexibilidade.
DICA 67
ATO ADMINISTRATIVO
São as manifestações de vontade da Administração Pública por meio de decretos,
resoluções, portarias, circulares, etc.
É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao
interesse público.

Cria, restringe, declara ou extingue direitos.

São sujeitos ao controle judicial.


DICA 68
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

São 2 as formas de controle dos atos administrativos:

a) Quando realizado pela própria Administração trata-se de controle interno ou


autotutela.
O princípio da autotutela é a obrigação da Administração Pública em controlar os atos
editados, para retirar do ordenamento jurídico os ilegítimos ou inoportunos.

ILEGÍTIMOS são os atos ilegais ou nulos, tendo a Administração a obrigação de


retirá-los do sistema.

INOPORTUNOS são os atos que, em que pese não serem ilegais, se tornaram
inoportunos ou inconvenientes, tendo a Administração a prerrogativa de revogar os
que entender se enquadrarem em tais características.

Os fundamentos acima estão consolidados pelo STF, nas Súmulas 346 e 473:

SÚMULA 346 STF

A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


SÚMULA 473 STF

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

b) Quando realizado pelo poder judiciário se apresenta o controle externo.


Em respeito ao Princípio da Separação dos Poderes, o Judiciário e Legislativo, quando
apreciarem Atos Administrativos, deverão limitar-se aos aspectos da legalidade, não
lhes competindo analisar o mérito, conveniência ou oportunidade.
DICA 69
ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Anulação tem como fundamento a ilegalidade do ato, sendo realizada pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário.

A anulação acarreta efeito ex tunc (retroage à situação original), eliminando, por


consequência, todos os atos gerados pelo ato durante sua vigência.
Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade
apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé.

O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5
anos, conforme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99.
Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica.
DICA 70
REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
REVOGAÇÃO tem como fundamento a conveniência e oportunidade, não se tratando
de retirada do ato em razão de ilegalidade.

A revogação acarreta efeito ex nunc, ou seja, a partir da revogação, sendo mantidos


os direitos adquiridos em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica.

Não há prazo para revogação, podendo ocorrer a qualquer momento, conforme o


interesse público assim se apresente.

Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram.

Ex: Licitação já consumada com a celebração do contrato com o vencedor.


A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53 da
Lei nº 9.784/99:
Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.

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QUADRO RESUMO:

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

MOTIVO Ilegalidade Conveniência e Oportunidade

TITULAR Administração e Judiciário Administração

EFEITOS Ex Tunc Ex Nunc

PRAZO 5 anos, salvo má-fé Sem prazo

DICA 71
REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
CO-FI-FO-MO-OB

(CO) (FI) (FO) (MO) (OB)


COMPETÊNCIA FINALIDADE FORMA MOTIVO OBJETIVO

COMPETÊNCIA OU SUJEITO

É o poder atribuído ao agente público, ou seja, atribuição para praticar o ato.


A competência resulta e é delimitada pela lei.

Ex.: competência para aplicar multas tributárias é do auditor fiscal, não do técnico da
Receita Federal.
DICA 72
COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS

IRRENUNCIÁVEL – o agente não pode recusar sua competência.

IMPRORROGÁVEL – Ato praticado por agente incompetente, mesmo sem alegação


de qualquer interessado, não torna esse agente competente pelo decurso do tempo.

IMPRESCRITÍVEL – Não se perde a competência pelo decurso do tempo.


Somente a lei pode retirar uma competência, assim como somente a lei estipula
competência.

INDERROGÁVEL – A competência não pode ser transferida por simples vontade das
partes.
DICA 73
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA

Excesso de Poder: ocorre quando o agente público, embora competente, se


excede no exercício de suas atribuições.
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Usurpação de Função: Quando uma pessoa se apropria de uma função para praticar
atos inerentes a essa função. A pessoa se apodera da função sem ter sido investida
legalmente nela.

Ex.: Um irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato administrativo.

Agente Putativo: ocorre quando uma pessoa é irregularmente investida na função


pública.

Ex.: fraude num concurso público, com vazamento de gabarito, beneficiando o infrator
com a aprovação no concurso.
DICA 74
ATOS ADMINISTRATIVOS: FINALIDADE
É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo deve
ser sempre voltado para satisfazer o interesse público.

A finalidade é definida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato.
Em regra, a finalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente
poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade).
Se não respeitada a finalidade pública restará configurado o desvio de finalidade.
DICA 75
FORMA
É como o ato se materializa, ou seja, é a manifestação de vontade sendo concretizada.
É como o ato vem ao mundo.
Pode ser escrito (regra), verbal ou sons.

Ex: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo vem
ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista).
DICA 76
MOTIVO
É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo.

A situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo.

Ex: excesso de velocidade gera um ato administrativo – multa.

Situação de direito é aquela que está na lei. A lei descreve a situação.

Ex: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade, ocorre
a aposentadoria.
DICA 77
OBJETO
É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu
resultado.

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Ex.: o objeto de um ato administrativo de desapropriação é extinguir o direito de
propriedade do particular em favor do Estado. Ao ser praticado o ato, o objeto é a
desapropriação.
DICA 78
DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato discricionário é aquele que permite ao agente público realizar um juízo de
conveniência e oportunidade, podendo decidir o melhor ato a ser praticado.
A lei confere ao administrador certa margem de liberdade para escolha.

No ato discricionário há mérito administrativo.

Ex.: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual
período. O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá se
prorrogará ou não o concurso.
O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o
Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua
legalidade.
DICA 79
VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato vinculado é aquele em que todos os requisitos ou elementos estão em lei, não
havendo margem de liberdade para o agente público.

Nos atos vinculados não há mérito administrativo, é a lei quem determina a forma e
o conteúdo.
DICA 80
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
São 4 os atributos dos atos administrativos:

Presunção de Legitimidade / Legalidade;

Imperatividade;

Autoexecutoriedade;

Tipicidade.
DICA 81
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
Os atos administrativos nascem com presunção de que são legítimos, ou seja, que estão
de acordo com a lei.
Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente
pode fazer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que este está
de acordo com a lei.
A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário.

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DICA 82
IMPERATIVIDADE
A imperatividade é o Poder que tem a Administração de impor o ato ao administrado,
concorde ou não.
É um atributo que não está presente em todos os atos, pois alguns deles não
necessitam.

Ex.: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos.
Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois
necessária a força imperativa do ato para que o mesmo se concretize.
DICA 83
AUTOEXECUTORIEDADE
O ato administrativo, para sua execução, independe de ordem judicial.
Por possuir presunção de legitimidade, não há necessidade de exame prévio pelo Poder
Judiciário.
Vale destacar que não é necessário o prévio exame pelo Poder Judiciário, mas pode
ocorrer seu controle.
DICA 84
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
A classificação dos atos exige cuidado do candidato, pois geralmente é questionado nas
provas os conceitos, porém, um mesmo ato poderá ser enquadrado em mais de uma
ou em todas elas.

Os atos são classificados quanto ao:

Destinatário;

Alcance;

Objeto;

Vinculação;

Formação;

Eficácia;

Elaboração;

Efeitos;

Resultado;

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DICA 85
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: QUANTO AO DESTINATÁRIO

Atos Gerais: não possuem destinatário determinado, mas alcançam todos os que
estão na mesma situação.

Ex.: multa por excesso de velocidade.

Atos Individuais/Especiais: são aqueles com destinatários certos, específicos.


O mesmo ato pode abranger um ou mais sujeitos, desde que sejam
individualizados.

Ex.: nomeação em concurso público.


DICA 86
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: QUANTO AO ALCANCE

ATOS
INTERNOS: São atos destinados a produzir efeitos dentro das repartições
administrativas (órgãos e agentes).

ATOS
EXTERNOS: São atos destinados a produzir efeitos fora da administração,
alcançam os administrados.

DICA 87
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: QUANTO AO OBJETO

Atos de Império: São atos praticados pela administração usando sua supremacia
sobre o administrado ou servidor, que obriga o atendimento, expressando sua vontade
soberana.

Atos de Gestão: A administração pratica os atos sem usar a supremacia. Quando


praticados regularmente geram direitos subjetivos e permanecem imodificáveis.

Ex.: autorização e licença.

Atos de Expediente: São aqueles que se destinam a dar andamento aos processos
dentro das repartições públicas, para que seja proferida decisão pela autoridade
competente.
DICA 88
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: QUANTO À VINCULAÇÃO /
LIBERDADE

Atos Vinculados: São os atos que a lei estabelece os requisitos e condições,


ficando o administrador vinculado a tais regras, sem margem de liberdade.

Atos Discricionários: São atos também prescritos em lei, mas com certa margem
de liberdade (juízo de conveniência e oportunidade) para colocá-lo em prática.
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DICA 89
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: QUANTO À FORMAÇÃO

Atos Simples: São os que resultam da manifestação de vontade de um único


órgão ou de apenas um agente público.

Ato Composto: São os que resultam da vontade única de um órgão ou agente, mas
que depende da aprovação de outro órgão para produzir efeitos.

Ato Complexo: São os que precisam do encontro de vontades de mais de um


órgão. Essas vontades têm de estar em conjunto, diferentemente do ato composto, que
depende da aprovação. No ato complexo, todas as vontades têm o mesmo nível.
DICA 90
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: QUANTO À EFICÁCIA

→ Válido: Ato de acordo com a lei.


→ Nulo: Ato com vício insanável, não admite convalidação, ou seja, o defeito não
permite correção.

→ Inexistente: Tem aparência de regular, mas não se aperfeiçoa, não gera efeitos.
DICA 91
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: QUANTO À ELABORAÇÃO
Perfeito: O ato percorreu todas as fases para sua formação e produção. Não significa
ainda que o ato é legal, mas sim que percorreu as fases anteriores, antes de ser
validado.
Imperfeito: O ato resta incompleto na sua formação, ou seja, não completou as
fases necessárias para sua formação.
Pendente: É o ato que, embora perfeito, pois reúne todos os elementos para sua
formação, não produz efeitos, pois não atingiu o termo ou condição que depende sua
produção de efeitos.
Consumado/Exaurido: Já produziu todos os efeitos esperados. Não admite
revogação, pois já extinto.
DICA 92
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
As espécies de atos podem ser representadas pelo Mnemônico:
N O N E P (Normativos, Ordinatórios, Negociais, Enunciativos e Punitivos).

→ ATOS NORMATIVOS
São atos que possuem comando para correta aplicação da lei.

Ex.: Decretos, Instruções Normativas, Regimentos e Resoluções.

→ ATOS ORDINATÓRIOS
São atos que disciplinam o funcionamento da administração e dos seus agentes.
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Ex.: Instruções, Circulares, Portarias, Avisos, Ordens de Serviço, Ofícios e Despachos.

→ ATOS NEGOCIAIS
São atos praticados mediante declaração de vontade do Poder Público, em atendimento
a pretensão do particular.

Ex.: Licença, Autorização e Permissão.

→ ATOS ENUNCIATIVOS
São atos que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato ou emitir
opinião sobre determinado assunto.

Ex.: Certidões, Atestados e Pareceres.

→ ATOS PUNITIVOS
São atos que constituem sanção imposta pela Administração em relação à infração de
disposições legais.

Ex.: multa, interdição, demolição.


DICA 93
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
A extinção pode ocorrer por controle interno do poder (autotutela) ou por controle
externo, por meio do poder legislativo ou judiciário.
O controle externo é limitado a análise de sua legalidade, em respeito ao princípio da
separação dos poderes.
DICA 94
REVOGAÇÃO
É a extinção de um ato pelo fato de ter deixado de ser conveniente sua manutenção.
É um ato legal, mas que pelo juízo de conveniência e oportunidade, o administrador
resolve excluí-lo do mundo jurídico.
A revogação gera efeitos para o futuro, preservando o que foi constituído enquanto
vigente.
A revogação é feita somente pela administração pública, não permitida pelo
Judiciário.
Não há prazo para revogação.
DICA 95
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em suma, lembrar sempre que, quanto ao órgão que exerce, são três formas de
controle realizado, são eles: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Executivo, é realizado
pela própria administração pública, ao passo que o Legislativo é exercido pelo
tribunal de contas e pelo parlamento (leia-se: Câmara, Senado e Assembleia
Legislativa). Por sua vez, o Judiciário atua somente em casos que são levados ao seu

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conhecimento, como situações de ilegalidade, violação de princípios constitucionais,
desvio de poder e finalidade...
A administração pode exercer o controle sob seus próprios atos? SIM! O STF,
inclusive, já pacificou isso através da Súmula 473 (vale a pena dar uma lida, essa
súmula é a “queridinha” das bancas”.

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DIREITO DO TRABALHO
DICA 96
CONTRATO TÁCITO - FORMA TÁCITA - ACORDO TÁCITO
Tem-se como sendo o que está subentendido, está implícito, apesar de não formalizado
por escrito. Verbalmente - Contrato Verbal – É um acordo tácito pelo qual as condições
estão subentendidas, implícitas mesmo não estando escritas. O contrato verbal
necessita de prova testemunhal.
DICA 97
CONTRATO EXPRESSO - FORMA EXPRESSA - ACORDO EXPRESSO
Tem-se como sendo o que foi formalizado por escrito, passado para papel, o assinado.
Por Escrito - Contrato Escrito - É um acordo expresso com as condições passadas no
papel, formalizada por escrito.
Caso haja uma ação judicial, o Contrato escrito poderá ser utilizado como prova do que
foi acordado, resguardando as partes de possíveis prejuízos.
DICA 98
PROVA DA EXISTÊNCIA DO CONTRATO
Estabelece o art. 447 da CLT que na falta de acordo ou prova, a condição essencial ao
contrato verbal se presume existente.

CLT - Art. 447 - Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial ao contrato
verbal, está se presume existente, como se a tivessem estatuído os interessados na
conformidade dos preceitos jurídicos adequados à sua legitimidade.

De acordo com o artigo 456 da CLT a prova da existência do contrato de trabalho será
feita pelo documento escrito, pelas anotações na carteira de trabalho sendo permitidos
todos os meios em direito admitidos.

CLT - Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas
anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida
por todos os meios permitidos em direito. (Vide Decreto-Lei nº 926, de 1969)
Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa e tal respeito,
entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a
sua condição pessoal.

DICA 99
CONTRATO DE TRABALHO - CLASSIFICAÇÕES
O contrato de trabalho, preferencialmente, é celebrado por prazo indeterminado.
Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência
dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da
realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

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ATENÇÃO!

Essas são as nomenclaturas que podem cair na prova!

DICA 100
CONTRATO DE TRABALHO - RESTRIÇÕES
O contrato por prazo determinado, que NÃO poderá ser estipulado por mais de dois
anos, só será válido em se tratando de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique
a predeterminação do prazo; ou atividades empresariais de caráter
DICA 101
CONTRATO DE TRABALHO - RESTRIÇÕES
Admite-se, também, como contrato por prazo determinado, o CONTRATO A TÍTULO
DE EXPERIÊNCIA, que NÃO poderá exceder de 90 dias, cabendo, inclusive, aviso
prévio quando houver rescisão antecipada. Poderá ser prorrogado apenas uma vez,
respeitado o limite máximo de 90 dias.
DICA 102
CONTRATO DE TRABALHO - RESTRIÇÕES
O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente for
prorrogado mais de uma vez, passará a vigorar sem determinação de prazo.
Da mesma forma, considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro
de seis meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste
dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos
acontecimentos.
DICA 103
CONTRATO TEMPORÁRIO VERSUS CONTRATO DE EXPERIÊNCIA
Contrato temporário versus contrato de experiência: o prazo máximo de duração do
contrato de experiencia e de 90 dias, enquanto que o contrato temporário e de TRÊS
meses podendo ser prorrogado por até nove meses, a critério do MTE.

ATENÇÃO!

90 dias NÃO são 03 meses, NÃO CAIA NESSA PEGADINHA!

DICA 104
TRABALHO TEMPORÁRIO - CONCEITO
O trabalho temporário é assim considerado aquele prestado por pessoa física a uma
empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular
e permanente; ou acréscimo extraordinário de serviços. E mais: As empresas de mão de
obra temporárias, ou agências, são registradas no Ministério da Economia. Elas são
responsáveis por selecionar e fornecer empregados a um tomador de serviços que precisa
contratar alguém por um período de tempo curto.

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DICA 105
CONTRATAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO
A contratação de servidor público, após a CF/88, sem prévia aprovação em concurso
público, encontra óbice no respectivo art.37,II, 2°,somente lhe conferindo direito ao
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas,
respeitado o valor da hora do salário mínimo; dos valores referentes dos depósitos do
FGTS.
DICA 106
CTPS
A Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS é obrigatória para o exercício de
qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e
para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada.
DICA 107
ALTERAÇÃO CONTRATUAL - REQUISITOS PARA SUA VALIDADE

Qualquer alteração contratual, conforme art. 468 da CLT, deve observar os seguintes
requisitos:
a) Mútuo consentimento (concordância) das partes;
b) Que da alteração o empregado não sofra nenhum prejuízo, direta ou indiretamente,
não só pecuniários, mas de qualquer natureza (como benefícios, jornada de trabalho,
vantagens, saúde e segurança e etc.) anteriormente garantidos.
Portanto, qualquer alteração em desconformidade com os requisitos acima não produzirá
qualquer efeito no contrato de trabalho.
DICA 108
MANUTENÇÃO DA ESSÊNCIA DO CONTRATO - POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO
Embora pareça que o empregador esteja restrito a qualquer alteração do contrato, caso
este mantenha a essência do contrato de trabalho, há alterações contratuais que são
possíveis, ainda que a vontade seja exclusiva do empregador.
DICA 109
MANUTENÇÃO DA ESSÊNCIA DO CONTRATO - CONDIÇÕES DE ALTERAÇÃO
UNILATERAL

A CLT estabelece algumas condições lícitas em que o empregador poderá alterar o


contrato de trabalho, a saber:

mudança do local de trabalho desde que não se caracterize a transferência, ou seja,


desde que não haja a mudança de domicílio do empregado;

mudança de horário (de manhã para tarde ou de noturno para diurno);

alteração de função, desde que não represente rebaixamento para o empregado;

transferência para localidade diversa da qual resultar do contrato no caso do


empregado que exerça cargo de confiança;

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transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o
empregado;

transferência do empregado para localidade diversa da qual resultar do contrato quando


desta decorra necessidade do serviço, sob pagamento suplementar, nunca inferior a 25%
do salário;

determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo


efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.
DICA 110
MANUTENÇÃO DA ESSÊNCIA DO CONTRATO - POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO
O empregador deve se atentar para as alterações que decorrem da sua liberalidade ou
simples falta de atenção em relação ao que foi contratado e o que de fato acontece, já que
o princípio da "Primazia da Realidade" (um dos princípios do Direito do Trabalho),
dispõe que havendo divergência entre a realidade fática e a realidade de documentos e
acordos, prevalece o mundo dos fatos.
DICA 111
EXEMPLOS DE NULIDADE DA ALTERAÇÃO CONTRATUAL POR LIBERALIDADE
Assim, se um empregado contratado para trabalhar 44 horas semanais (mundo das
formas) acaba trabalhando somente 36 horas (mundo dos fatos) por liberalidade ou por
prática do empregador, entende-se que houve uma alteração tácita de contrato de
trabalho por vontade exclusiva do empregador.
Neste caso, o empregador não poderá mais alterar o contrato de trabalho deste
empregado ou exigir que este trabalhe 44 semanais, sem que haja o aumento
proporcional do salário em razão das horas trabalhadas, uma vez que poderá caracterizar
prejuízos ao empregado, situação em que a alteração será considera nula perante a
Justiça do Trabalho.
DICA 112
ALTERAÇÃO CONTRATUAL BILATERAL
O art. 448 da CLT estabelece como regra geral que só é lícita a alteração das condições
do contrato de trabalho, por mútuo consentimento, o que significa que a alteração tem
de ser de forma bilateral com a concordância das duas partes, empregado e empregador.

CLT - Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade
da cláusula infringente desta garantia.

DICA 113
ALTERAÇÃO CONTRATUAL UNILATERAL
Unilateral é a alteração feita somente por uma das partes, o empregador. Ao determinar
o art. 468 como regra geral serem válidas somente as alterações feitas por mútuo
consentimento (bilateral), vedou as alterações feitas por vontade única (unilateral) do
empregador.

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DICA 114
ALTERAÇÃO PREJUDICIAL NULA
Pelo Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva é NULA qualquer alteração
lesiva no contrato de trabalho do empregado.
É o que se verifica na parte final do art. 468 da CLT, que estabelece que mesmo havendo a
concordância, são nulas as alterações que resultem direta ou indiretamente prejuízos ao
empregado.
Nulidade estabelecida no art. 9º da CLT que determina nulos de pleno direito todos os atos
praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar os preceitos da CLT.

CLT - Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.

DICA 115
ALTERAÇÃO REDUÇÃO DOS DIREITOS
Aplica-se as alterações do contrato de trabalho também o Princípio da
Irrenunciabilidade dos Direitos, pelo qual são irrenunciáveis todos os direitos
trabalhistas adquiridos pelo empregado.
Os direitos trabalhistas previstos na Constituição, em especial artigo 7º, são considerados
direitos adquiridos. Os direitos adquiridos não podem ser modificados ou suprimidos,
nem mesmo por lei, conforme o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal.
Constituição Federal - Art. 5º....
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
DICA 116
CONTRATO LIVRE ESTIPULAÇÃO DAS CONDIÇÕES
Estabelece o art. 444 da CLT que as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de
livre estipulação desde respeitem as disposições de proteção ao trabalho, as normas
coletivas e as decisões das autoridades competentes.
A Lei da Reforma Trabalhista nº 13.467, incluiu o parágrafo único ao art. 444 da CLT, que
alterou a aplicabilidade do Princípio da Norma Mais Favorável ao empregado, quando se
tratar de livre estipulação com portador de diploma de nível superior que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do INSS.
Em algumas matérias não se aplica o princípio da norma mais favorável, entre as
condições de livre estipulação constantes do contrato de trabalho de empregado de nível e
salário superior e, as condições estabelecidas em instrumentos coletivos.

CLT - Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições
de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões
das autoridades competentes.

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Incluído pela Lei 13.467,2017 - Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o
caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com
a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de
empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou
superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social.
DICA 117
CONTRATO CRÉDITOS NA FALÊNCIA E CONCORDATA
Estabelece o artigo 449 da CLT que no caso de falência, concordata ou dissolução da
empresa, permanecem os direitos do contrato de trabalho.
No caso de falência os salários e indenizações constituem créditos privilegiados.
Havendo concordata na falência será facultado aos contratantes tornar sem efeito a
rescisão do contrato de trabalho e consequente indenização, desde que o empregador
pague, no mínimo, a metade dos salários que seriam devidos ao empregado durante o
interregno.

CLT - Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão


em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa.
§ 1º - Na falência constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao
empregado e a totalidade das indenizações a que tiver direito. (Redação dada pela Lei
nº 6.449, de 14.10.1977)
§ 2º - Havendo concordata na falência, será facultado aos contratantes tornar sem
efeito a rescisão do contrato de trabalho e consequente indenização, desde que o
empregador pague, no mínimo, a metade dos salários que seriam devidos ao
empregado durante o interregno.

DICA 118
CONTRATO INVENÇÕES NA VIGÊNCIA
Quando o contrato de trabalho tiver por objeto implícita ou explicitamente a pesquisa
científica, estabelece o art. 454 da CLT que as invenções serão do empregador.
Se o objeto do contrato de trabalho não for pesquisa científica, as invenções do
empregado durante sua vigência serão de propriedade comum, em partes iguais,
quando decorrentes de sua contribuição pessoal e da instalação ou equipamento
fornecidos pelo empregador.
Estabelece o parágrafo único do artigo 454 da CLT, que a plena propriedade do invento
será revertida a favor do empregado, se o empregador ao qual cabe a sua exploração, não
promovê-la no prazo de um ano da data da concessão da patente.

CLT - Art. 454 - Na vigência do contrato de trabalho, as invenções do empregado,


quando decorrentes de sua contribuição pessoal e da instalação ou equipamento
fornecidos pelo empregador, serão de propriedade comum, em partes iguais, salvo
se o contrato de trabalho tiver por objeto, implícita ou explicitamente, pesquisa
científica. (Vide Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
Parágrafo único. Ao empregador caberá a exploração do invento, ficando obrigado a
Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.
promovê-la no prazo de um ano da data da concessão da patente, sob pena de
reverter em favor do empregado da plena propriedade desse invento. (Vide Lei nº
9.279, de 14.5.1996).

DICA 119
CONTRATO SUBEMPREITADA RESPONSABILIDADE
Tem-se como empreitada a contratação para realização de obra, feita entre o dono da
obra e um empreiteiro ou empreiteira, através de um contrato regido pelo Código Civil.
Já a Subempreitada é a contratação de repasse, terceirização dos serviços para a
realização da obra, feita entre o empreiteiro principal e terceira pessoa o subempreiteiro,
através de um contrato regido pelo código civil. O Subempreiteiro para a realização da
obra contrata empregados para a sua realização, através de um contrato de trabalho
regido pela CLT.
É justamente onde entra a responsabilidade pelos créditos trabalhistas.
O dono da obra que celebrou contrato com empreiteiro/empreiteira principal, não
responde pelos créditos trabalhistas dos empregados contratados pelo
subempreiteiro.
Dono da Obra – Construtora ou Incorporadora - O TST através da SDI-1 tem editada a
Orientação Jurisprudencial nº 191, com o entendimento de que só responde o dono da
obra pelas obrigações trabalhistas, se for uma empresa construtora ou incorporadora.
Mas cuidado: Caso um empreiteiro não cumpra suas obrigações trabalhistas, caberá
ao dono da obra responder SUBSIDIARIAMENTE por elas, mas apenas nos contratos
firmados a partir de maio de 2017. Este é um entendimento recente do TST ( RR 521-
50.2014.5.09.0010).
DICA 120
CONTRATO EXIGÊNCIA DE UNIFORMES - REFORMA TRABALHISTA
É do Empregador o poder de organizar, observados os limites legais e contratuais, quais às
atividades que serão desenvolvidas pelo empregado, estabelecendo as diretrizes que
devem ser seguidas, para atingir o resultado final produtivo e econômico da empresa.
No poder de organização está faculdade do empregador estabelecer normas a serem
seguidas dentro da empresa, através de Regulamento Interno, dentre elas o uso de
uniformes.
Tomando ciência o empregado do Regulamento Interno, passa este a ser aditivo ao seu
contrato de trabalho, como obrigações que devem ser cumpridas. O regulamento
interno não é fonte do direito é um aditivo ao contrato de trabalho.
Estabelece o art. 456-A da CLT, incluído pela lei da reforma trabalhista nº 13.467,2017,
que cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta, sendo lícita a inclusão no
uniforme de logomarcas e itens de identificação relacionados a atividade.
O parágrafo único do art. 456-A trazido pela lei da reforma trabalhista, estabelece que a
higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, sendo do empregador
somente se houver necessidade de procedimentos ou produtos diferentes para a
higienização.

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DICA 121
CONTRATO PARA PRESTAÇÃO DE TRABALHO INTERMITENTE
A modalidade do contrato de “trabalho intermitente” foi acrescida ao art. 443 da CLT pela
Lei da Reforma Trabalhista nº 13.467/2017, que estabeleceu os direitos e obrigações
contratuais no art. 452-A da CLT.
O trabalho intermitente foi criado para atender aos períodos de demanda excessiva nas
atividades dos empregadores, nos finais de ano ou períodos de alta temporada, por
exemplo.
DICA 122
CONTRATO POR SAFRA
É um Contrato de Trabalho por Prazo Determinado firmado com base no art. 443 da CLT,
com vigência vinculada à duração de determinada colheita no ano. O trabalho rural é
regulado pela lei 5889/73 e Decreto 73.626/79.
DICA 123
CONTRATO POR OBRA CERTA
É um Contrato de Trabalho por Prazo Determinado, firmado com base no art. 443 da CLT,
com vigência vinculada ao prazo de duração de um determinado serviço ou uma obra.
No contrato de trabalho por prazo determinado por obra certa, deve conter a especificação
da atividade de natureza transitória, o tipo de serviço ou obra a ser realizada pelo
empregado.
DICA 124
O JUS RESISTENTIAE
A BANCA ADORA UM LATIM!! Tem-se como sendo a ato de resistência do empregado
a aceitar alterações estabelecidas unilateralmente pelo empregador.
Rescisão Indireta - O empregado pode não concordar e se opor as alterações ilegais, e
que lhe causem prejuízo, podendo requerer seja reconhecida a rescisão contratual
indireta, por justa causa do empregador (Art. 483 da CLT).
DICA 125
PROFISSÕES REGULAMENTADAS
São consideradas profissões regulamentadas as que são regidas por legislação
específica ou própria que estabelecem formação de nível técnico ou de nível
superior, bem como as normas, direitos e deveres da profissão. São aquelas que para
serem exercidas, necessitam de emissão de Carteira ou Cédula Profissional
emitida pelo Órgão de Classe.
Esses profissionais, são conhecidos como profissionais liberais - Possuem formação
profissional de nível técnico ou universitário, devidamente registrados em seus Conselhos
de Classe (OAB, CRM, CRC, etc...), a exemplo dos advogados, médicos, dentistas,
engenheiros, arquitetos, jornalistas, enfermeiros, corretores de imóveis, e demais
profissionais.
Só podem exercer as profissões regulamentadas os profissionais devidamente registrados
em seus órgãos de classe, que atuam como órgão de representação e fiscalização
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profissional. Exercer ilegalmente a profissão sem registro é crime de exercício ilegal
da profissão.
Autônomo – O contrato com o trabalhador autônomo não é um contrato de trabalho
regido pela CLT, é um contrato de prestação de serviços autônomos regido pelo código
civil. De acordo com o art. 442-B da CLT a contratação de autônomo não gera vínculo
empregatício.
CLT - Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades
legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de
empregado prevista no art. 3º desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
DICA 126
JUS VARIANDI
A BANCA ADORA UM LATIM!! O jus variandi permite ao empregador realizar as
variações e ajustes que julgar necessárias a melhor forma para dirigir e organizar o
trabalho.
São permitidos diversos ajustes de forma unilateral pelo empregador para adequar o
trabalho realizado as necessidades da empresa, tais como: horário e local da prestação
do serviço, forma de execução, função, tipo de trabalho.

As variações e adaptações permitidas ao empregador pelo jus variandi no contrato de


trabalho, só podem ocorrer:

se necessárias a empresa;

não forem proibidas legalmente;

e desde que, não mudem as condições essenciais contratadas e não resultem em


prejuízos ao empregado.
DICA 127
DIFERENÇA SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho em seu Título IV trata Do Contrato Individual
do Trabalho (arts. 442 a 510), dentro do qual se encontra o Capítulo IV que trata da
Suspensão e da Interrupção do Contrato de Trabalho (arts. 471 a 476-A).

SUSPENSÃO CONTRATUAL - Temos a suspensão do contrato, quando nos dias de


afastamento, o contrato de trabalho não surte nenhum de seus efeitos jurídicos: -
O período não conta como tempo de serviço, o empregado não recebe do empregador o
salário dos dias do afastamento como acorre, por exemplo, na Falta Injustificada
Descontada, no Auxílio Doença após 15 dias, na Greve Sem Recebimento de Salário e na
Licença Não Remunerada.

INTERRUPÇÃO CONTRATUAL - Temos a interrupção do contrato, quando nos dias de


afastamento, o contrato de trabalho surte algum efeito jurídico: - O período conta
como tempo de serviço como para FGTS ou férias, e/ou o empregado recebe do
empregador o salário dos dias do afastamento como acorre, por exemplo, na Falta
Justificada Não descontada, Auxílio doença primeiros 15 dias, Greve Com Recebimento de
Salário, Licença Remunerada.

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Exemplos para memorizar:

SUSPENSÃO Falta Injustificada Descontada

INTERRUPÇÃO Falta justificada Não desconta

SUSPENSÃO Auxílio doença após 15 dias

INTERRUPÇÃO Auxílio doença - primeiros 15 dias

SUSPENSÃO Greve sem recebimento de salário

INTERRUPÇÃO Greve com recebimento de salário

SUSPENSÃO Licença não remunerada

INTERRUPÇÃO Licença Remunerada

DICA 128
RETORNO DO AFASTAMENTO – VANTAGENS DA CATEGORIA
Quando do retorno ao serviço, de acordo com o art. 471 da CLT, tem o empregado por
ocasião de sua volta, direito a todas as vantagens que tenham sido atribuídas à categoria
da empresa.

CLT - Art. 471 - Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de
sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à
categoria a que pertencia na empresa.

DICA 129
AFASTAMENTO - MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE
Tem o TST- Tribunal Superior do Trabalho editada a Súmula nº 440, com o entendimento
majoritário que assegura o direito à manutenção do plano de saúde ou de assistência

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médica, oferecidos pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de
trabalho em virtude de Auxílio-doença ou Aposentadoria por invalidez.

TST – SÚMULA Nº 440

Auxílio-doença acidentário. Aposentadoria por invalidez. Suspensão do contrato de


trabalho. Reconhecimento do direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência
médica. (Res. nº 185/2012, DeJT 25.09.2012).

Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica oferecido


pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de
auxílio doença acidentário ou de aposentadoria por invalidez.
DICA 130
SUSPENSÃO DO CONTRATO
Ocorre a suspensão quando nos dias de afastamento, o contrato de trabalho não surte
nenhum de seus efeitos jurídicos.

Para que se configure em suspensão, o afastamento ou ausência do empregado deve


lhe:

retirar o direito ao recebimento do salário do período de ausência e;

o direito a contagem do período de ausência na contagem do seu tempo de serviço.


Na suspensão o período não conta como tempo de serviço, o empregado não recebe do
empregador o salário dos dias do afastamento como acorre, por exemplo, na Falta
Injustificada Descontada, no Auxílio Doença após 15 dias, na Greve Sem Recebimento de
Salário e na Licença Não Remunerada.

Temos a suspensão do contrato, quando nos dias de afastamento, não há contagem de


tempo de serviço e não há pagamento de salário, por exemplo:

Falta Injustificada;

Penalidade Disciplinar de Suspensão;

Afastamento Auxílio-Doença após 15 dias;

Aposentadoria por Invalidez;

Programa de Qualificação Profissional;

Greve Sem Recebimento do Salário;

Licença não Remunerada.


DICA 131
FALTA INJUSTIFICADA – SUSPENSÃO DO CONTRATO
No período de ausência do empregado por falta injustificada ao trabalho o contrato de
trabalho fica suspenso.
A falta injustificada é ausência do empregado ao trabalho sem que haja autorização
ou justificativa legal permitindo.

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A falta não justificada tem como consequência ao empregado, além do não recebimento
do dia da falta (seu desconto do pagamento mensal), também:

o não recebimento do DSR - descanso semanal remunerado (só tem direito quem
trabalhar todos os dias úteis da semana), e;

a diminuição na contagem dos dias de direito a férias anuais.


DICA 132
PENALIDADE DISCIPLINAR DE SUSPENSÃO - SUSPENSÃO DO CONTRATO
No período de ausência do empregado em virtude de suspensão disciplinar aplicada
pelo empregador, o contrato de trabalho fica suspenso.
O empregado não recebe o salário correspondente aos dias de afastamento por suspensão
disciplinar determinada pelo empregador.
A suspensão é medida disciplinar derivada do poder de direção do empregador.
Após a advertência, é aplicada como aviso de que a reiteração da prática daquele ato,
na próxima vez acarretará a rescisão do contrato de trabalho por justa causa.
Entendendo o empregado que a penalidade disciplinar de suspensão foi ato
excessivo do empregador, pode requerer em juízo o cancelamento da penalidade
imposta.
Estabelece o art. 474 da CLT que importa em rescisão injusta do contrato de trabalho, a
suspensão do empregado por mais de 30 dias.

CLT - Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos
importa na rescisão injusta do contrato de trabalho.

DICA 133
AUXÍLIO-DOENÇA DURANTE AVISO PRÉVIO INDENIZADO
De acordo com o entendimento sumulado do TST, através da Súmula nº 371, no
caso da concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, só se concretizam
os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário.

TST - SÚMULA Nº 371

Aviso prévio indenizado. Efeitos. Superveniência de auxílio-doença no curso deste.


(Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 40 e 135 da SDI-1 - Res. 129/2005,
DJ 20.04.2005).

A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio


indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-
aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-
doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois
de expirado o benefício previdenciário. (ex-OJs nos 40 e 135 - Inseridas respectivamente
em 28.11.1995 e 27.11.1998).

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DICA 134
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – SUSPENSÃO DO CONTRATO
No período de ausência do empregado em virtude do afastamento POR
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, o contrato de trabalho fica suspenso.
De acordo com o art. 475 da CLT o empregado aposentado por invalidez tem o
contrato de trabalho suspenso, tendo assegurado o direito a voltar para a função que
ocupava na empresa, se recuperar a capacidade para o trabalho e sendo cancelada a
aposentadoria.
Faculta o dispositivo ao empregador quando do retorno, efetuar a rescisão do contrato
pagando indenização dos arts. 477 e 478 da CLT, e se portador de estabilidade nos termos
do art. 497 da CLT.
Fica isento do pagamento de indenização na rescisão, se houver o empregador
admitido substituto para o aposentado, desde que tenha havido ciência inequívoca, da
interinidade ao ser celebrado o contrato.
Art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de
trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do
benefício.
§ 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria
cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da
aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do
contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele
portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.
(Redação dada pela Lei nº 4.824, de 5.11.1965)
§ 2º - Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir,
com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha havido
ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato.
De acordo com o entendimento majoritário do TST – Tribunal Superior do Trabalho,
consubstanciado em sua Súmula nº 160, mesmo que cancelada a aposentadoria por
invalidez após 5 anos, terá direito o trabalhador de retornar ao emprego.

TST – SÚMULA Nº 160

Aposentadoria por invalidez. Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após


cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao
empregador, indenizá-lo na forma da lei (ex-prejulgado nº 37).”(RA 102/1982, DJ
11.10.1982 e DJ 15.10.1982).

DICA 135
PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL - SUSPENSÃO DO CONTRATO
No período de ausência do empregado em virtude do afastamento para participação em
programa de qualificação profissional, o contrato de trabalho fica suspenso.
A suspensão do contrato de trabalho para participação em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador tem autorização no art. 476-A da CLT.

De acordo com o art. 476-A e parágrafos da CLT:


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o contrato pode ser suspenso pelo prazo de 2 a 5 meses para participação em curso
ou programa de mesma duração;

a suspensão deve ter previsão em convenção ou acordo coletivo e concordância


formal do empregado, sendo asseguradas no retorno as vantagens obtidas pela categoria;

deve ser informada, pelo empregador ao sindicato com quinze dias de antecedência;

não pode ocorrer mais de uma vez no período de dezesseis meses;

é facultado ao empregador conceder ajuda compensatória sem natureza salarial, com


valor definido em norma coletiva, fazendo jus aos benefícios voluntariamente concedidos
pelo empregador;

nos três meses subsequentes ao retorno, se dispensado o empregado, o empregador


pagará também indenização prevista na norma coletiva de no mínimo o valor da última
remuneração;

se durante o programa de qualificação, houver prestação de serviços fica descaracteriza


a suspensão do contrato, sendo devidos de imediato os salários e encargos sociais, com as
penalidades legais, bem como as sanções das normas coletivas;

o prazo de 2 a 5 meses de programa de qualificação, pode ser prorrogado mediante


acordo coletivo e anuência do empregado, desde que o empregador arque com o ônus
correspondente ao valor da bolsa de qualificação.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
DICA 136
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO APÓS A EC N.45/2004

Com o advento da EC n. 45/2004, o art. 114 da CF passou a ser a seguinte:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art.102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse
público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito.
DICA 137
NULIDADES

Antes de mais nada, precisamos saber que há dois tipos de nulidades:

Relativas: Estão no interesse das partes, gerando prejuízo e assim, devem ser
arguidas pelas partes, na primeira oportunidade que tiverem. Um ponto que você deve
saber: Aqui na nulidade relativa, teremos um vício sanável. Exemplo: A incompetência
relativa.

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Absolutas: São as que ferem o interesse público, que podem ser declaradas de ofício e
assim, comprometem o processo, como um todo. Lembrando sempre que a nulidade
absoluta pode ser objeto de ação rescisória.

Pronto, sabendo disto, tome nota:


Art. 795 da CLT: As nulidades (relativas) não serão declaradas senão mediante
provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar
em audiência ou nos autos.
§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência
de foro (absoluta). Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.
Olha a pegadinha: O juiz pode declarar de oficio uma nulidade relativa? Não.
É vedado ao juiz declarar, de ofício, a incompetência relativa. Nesse sentido, a SBDI-
2/TST editou a seguinte OJ n. 149: “Não cabe declaração de ofício de incompetência
territorial no caso do uso, pelo trabalhador, da faculdade prevista no art. 651, § 3º, da
CLT. Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo reconhecimento da competência do juízo
do local onde a ação foi proposta”.
DICA 138
NULIDADES: PRINCIPIO DA PRECLUSÃO
O princípio da convalidação, também é conhecido como princípio da preclusão, e está
normatizado no art. 795 da CLT, segundo o qual “as nulidades não serão declaradas senão
mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que
tiverem de falar em audiência ou nos autos”. Este princípio só é aplicável às nulidades
relativas, que são aquelas que dependem de provocação da parte interessada.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO EM PROVA:

QUESTÃO ADAPTADA.
No Processo do Trabalho há previsão de preclusão da nulidade, se a parte não
apresentar seu inconformismo na primeira oportunidade que tiver que se manifestar
em audiência ou nos autos.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo

Art. 795 da CLT: “ As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das
partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou
nos autos.”
DICA 139
PRINCÍPIO DO PREJUÍZO OU DA TRANSCENDÊNCIA
Um princípio bem querido pela banca. De uma forma bem suscinta, este princípio traz a
disposição de que não haverá nulidade processual sem que haja prejuízo manifesto às
partes interessadas. Um exemplo é quando o empregador-recorrente suscita preliminar de
nulidade da sentença por negativa de prestação jurisdicional e, após tribunal verifica que,
no mérito, a ação é improcedente, deixa de declarar a nulidade por inexistência de
prejuízo ao recorrente.
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Art. 794 da CLT: “Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá
nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes”.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO EM PROVA:

QUESTÃO, 2016.
Na reclamação trabalhista movida pelo empregado Záfiro em face da empresa Olimpo
S/A houve procedência parcial em sentença. A reclamada interpôs recurso, mas por
equívoco do Juízo não houve intimação do reclamante para apresentar contrarrazões.
O recurso teve seu provimento negado. No caso, quanto à teoria das nulidades
processuais, conforme previsão contida no texto consolidado,
a) caberia arguição pela reclamada da nulidade processual visto que não foi cumprido
ato processual essencial.
b) deveria ser declarada a nulidade de ofício, que alcançaria todos os atos decisórios.
c) não poderia ser declarada nulidade de ofício por não ser absoluta, mas caso fosse
arguida por quaisquer das partes seria acolhida com anulação dos atos decisórios.
d) a nulidade não seria declarada porque não houve prejuízo à parte que não foi
intimada para apresentar contrarrazões do recurso.
e) deveria ser declarada a nulidade por provocação da reclamada apenas em eventual
ação rescisória a ser movida.
Resposta: Letra D
Comentário: Aplicação do princípio do prejuízo.

DICA 140
PRINCÍPIO DA ECONOMIA E CELERIDADE PROCESSUAIS
O princípio da economia processual está ligado implicitamente ao art. 796, alínea a, da
CLT, segundo o qual a nulidade não pode ser pronunciada quando for possível suprir-se a
falta ou repetir-se o ato. Este princípio está intimamente ligado também ao princípio da
celeridade processual, segundo o qual o processo deve ser o mais rápido (célere) possível.
Caso o réu compareça de maneira irregular sendo representado por preposto não portador
da carta de preposição, o juiz deve, com fulcro no art. 76 do CPC 41, subsidiariamente
aplicado ao processo do trabalho (CLT, art. 769; CPC, art. 15), suspender o processo e
determinar um prazo razoável para seja sanado este vício e caso o réu não cumpra a
determinação judicial, este será considerado revel.
DICA 141
EMOLUMENTOS
O pagamento das custas e emolumentos no âmbito da Justiça do Trabalho, desde 1º de
janeiro de 2011, é realizado exclusivamente mediante Guia de Recolhimento da União –
GRU Judicial, por força do Ato Conjunto n. 21/2010TST.CSJT.GP.SG, divulgado no Diário
Eletrônico da Justiça do Trabalho de 9 de dezembro de 2010. A migração da arrecadação
de custas e emolumentos de DARF para GRU tem por objetivo proporcionar ao TST e TRTs
um melhor acompanhamento e controle das receitas, uma vez que, com o uso da GRU,
será possível verificar individualmente cada recolhimento efetuado, por meio de consulta

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ao SIAFI, e obter informações sobre Unidade Gestora, contribuinte, valor pago e código de
recolhimento.
IMPORTANTE: A norma que exige o pagamento das custas como pressuposto
recursal (CLT, art. 789, § 1º) há de ser interpretada restritivamente, razão pela qual as
demais despesas processuais, como honorários periciais, honorários advocatícios e
emolumentos processuais, não constituem pressupostos de admissibilidade dos recursos
trabalhistas.
E mais: A banca pode te cobrar algum ponto sobre a ligação dos emolumentos (ou
demais despesas, como por exemplo os honorário periciais) com o Princípio da
responsabilidade pelas despesas processuais. Os emolumentos TÊM SIM ligação com este
princípio.
DICA 142
HONORÁRIOS PERICIAIS
Os honorários periciais serão suportados pela parte sucumbente na pretensão objeto de
perícia, salvo se beneficiária da justiça gratuita. E mais: Faculta-se ao juiz, em relação à
perícia, exigir depósito prévio dos honorários, ressalvadas as lides decorrentes da relação
de emprego.

E veja o que a CLT fala a respeito disto:


Art. 790-B - A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
§ 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.
§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a
União responderá pelo encargo.

VEJA COMO ESSE ASSUNTO PODERÁ SER COBRADO EM PROVA:

QUESTÃO INÉDITA.
João, reclamante, é empregado da empresa XYZW LTDA, que figura enquanto
reclamada. Ele então solicitou perito assistente, para que este fizesse uma perícia,o
que foi aceito pelo juízo. João vence a ação que ajuizou contra a empresa. Sendo
assim, a respeito dos honorários periciais, podemos afirmar corretamente que:
a) A empresa XYZW deverá arcar com os custos dos honorários periciais, pois é
parte vencida e a indicação do perito assistente é obrigatória neste caso.
b) A empresa XYZW deverá arcar com os custos dos honorários periciais, pois é
parte vencida e pessoa jurídica, e a indicação do perito assistente é obrigatória neste
caso.
c) João deverá arcar com os custos dos honorários periciais, pois a indicação do
perito assistente é faculdade, devendo ser tais honorários arcados por quem o indicou.
d) João deverá arcar com os custos dos honorários periciais, pois a indicação do

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perito assistente é obrigatória, devendo ser tais honorários arcados por quem o indicou.
Resposta: Letra C
Comentário: Súmula nº 341 do TST - HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO. A
indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos
respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia. Cuidado com a
letra D (errada): O erro consiste na presença da palavra obrigatória.

DICA 143
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
A substituição é quando o titular do direito material não é parte do processo. Logo, a
substituição depende de previsão legal, conforme disposto no art. 18 do CPC/2015:
Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico, sendo certo que, verificada a inexistência dessa legitimidade legal,
o processo será extinto sem resolução de mérito.
A substituição processual dá a parte legitimidade extraordinária, e assim o substituto pode
praticar todos os atos processuais, como por exemplo a apresentação da petição inicial.
Mas ele (o substituto) não terá o direito de transigir, renunciar ou de reconhecer o pedido,
pois o direito material não lhe pertence, e sim ao sujeito da lide, ou seja, ao substituído.
IMPORTANTE: O TST vem admitindo a substituição processual passiva quando o
sindicato for réu na ação rescisória proposta em face de decisão proferida em processo no
qual tenha atuado, nessa qualidade, no polo ativo da demanda originária, conforme se
depreende pela transcrição da Súmula 406 do TST, DJ 22.08.2005:

SÚMULA 406 DO TST

AÇÃO RESCISÓRIA. LITISCONSÓRCIO. NECESSÁRIO NO POLO PASSIVO E


FACULTATIVO NO ATIVO. INEXISTENTE QUANTO AOS SUBSTITUÍDOS PELO SINDICATO
(conversão das Orientações Jurisprudenciais 82 e 110 da SDI-II, Res. 137 /05 - DJ
22.08.2005)”

DICA 144
SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO- PONTOS INTRODUTÓRIOS
O juiz deve ser imparcial, e há hipóteses onde o juiz é considerado parcial, seja por
impedimento, seja por suspeição.

Vejamos:
"Art. 801 da CLT: O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser
recusado por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa do litigante:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
e) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa;

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Parágrafo único. Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo
motivo. A suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante
deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida,
aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se
originou".
DICA 145

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO/IMPEDIMENTO

Neste caso, devemos observar o disposto no art. 802 da CLT:


Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou tribunal designará audiência dentro de
48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.
§ 1º Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada
procedente a exceção de suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou
sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual continuará a funcionar
no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dos membros
se declarar suspeito.
§ 2º Se se tratar de suspeição de juiz de direito, será este substituído na forma da
organização judiciária local.
Sabendo destas informações de grande importância, é preciso que se saiba que na
exceção de suspeição/impedimento, caso esta seja julgada como procedente, vai ser
convocado para a mesma audiência o chamado suplente, e este ficará até o final. Porém,
se for julgada como improcedente, o magistrado deve, no prazo de 15 dias, fazer o
encaminhamento dos autos, com suas razões e eventuais provas que deseja produzir, ao
TRT respectivo, por força da aplicação subsidiária do art. 146 do CPC/2015.
DICA 146
JUS POSTULANDI – REPRESENTAÇÃO
É a capacidade para postular em juízo. Mas nesta dica, falaremos exclusivamente da
representação. Representar é estar presente, no lugar de outra pessoa, praticando atos
em nome do representado. A representação pode ser legal, tal como ocorre com a
representação das pessoas jurídicas de direito público (CPC, art. 75, I e II), ou
convencional, como a dos representantes das pessoas jurídicas de direito privado em geral
(CPC, art.75, VIII, 1ª parte).

ATENÇÃO!

No caso do menor, por não ser plenamente capaz, ele será representado ou assistido
por seus pais, por um tutor ou por curador, na forma da lei. Mas caso ele não tenha
quem os assista ou se os interesses daquele colidirem com os deste, o que ocorrerá?
Resposta: Neste caso, o juiz lhe dará um curador especial (art. 72, I, do CPC).

DICA 147
PROVAS DIGITAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO
Podemos utilizar provas digitais na justiça trabalhista? Sim, inclusive ela (a Justiça do
Trabalho) é pioneira no uso deste tipo de provas, haja vista que existe um programa da
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Justiça do Trabalho chamado Programa Provas Digitais. Importante ainda salientar que a
iniciativa do uso de provas digitais no meio jurídico encontra seu respaldo nos artigos 369
e 370 do Código de Processo Civil, bem como também artigo 765 da CLT.
Gostaria de um exemplo de prova digital: Um exemplo bastante clássico é a biometria,
que armazena uma série de informações como por exemplo a entrada e saída dos
empregados na empresa onde trabalha. Outro exemplo são as postagens em redes
sociais, aonde já houve um caso de uma empregada que laborava como enfermeira, e
apresentou um atestado falso para faltar ao trabalho, só que ela tinha postado fotos em
seu perfil em rede social participando de uma maratona e, com a prova digital, foi
devidamente confirmada sua demissão por justa causa.
DICA 148
PAGAMENTO NO PROCESSO TRABALHISTA
Se o processo for encerrado por intermédio de um acordo, o pagamento acontecerá nos
termos a serem homologados pelo magistrado.
Se não for por acordo, só acontecerá depois da sentença de execução, aonde o juiz fixará
o valor da dívida trabalhista. E mais: O pagamento se dará por meio de depósito em uma
conta judicial. Caso o devedor não possua dinheiro, a justiça tem uma série de convênios
buscar bens que possam garantir o pagamento, como por exemplo o Bacenjud.
DICA 149
FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA

Em regra, os fatos devem ser provados. Mas nem todos os fatos necessitam ser
provados em juízo. Normatiza o art. 374 do CPC que não dependem de prova os fatos:
I – notórios;
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III – admitidos, no processo, como incontroversos;
IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
DICA 150
PROVA EMPRESTADA E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO
O art. 372 do CPC prevê a possibilidade de adoção da prova emprestada: “O juiz poderá
admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório”.
Esta regra pode ser aplicada subsidiariamente no direito processual do trabalho, conforme
alude o art. 769 da CLT e o art. 15 do CPC. Cabe ao órgão julgador atribuir o valor que
entender merecer a prova emprestadada, nos termos dos arts. 370 e 372 do CPC,
aplicáveis subsidiariamente ao processo do trabalho.
DICA 151
ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE O MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança é uma garantia fundamental, logo, um remédio constitucional,
exteriorizada por meio de uma ação mandamental, que tem a natureza não penal, cuja a
legitimidade é conferida a qualquer pessoa (física ou jurídica, de direito público ou
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privado) ou ente despersonalizado com capacidade processual, que tem por objeto a
proteção de direitos individuais próprios ou direitos individuais homogêneos e coletivos
alheios, caracterizados como líquidos e certos, não amparados por habeas corpus ou
habeas data, contra ato de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica de direito
privado no exercício delegado de atribuições do Poder Público.

ATENÇÃO!

Nos Tribunais Regionais do Trabalho, a competência funcional para a ação


mandamental é prevista nos Regimentos Internos, sendo geralmente atribuída ao Pleno
(CLT, art. 678, I, b, 3). Cabe, pois, aos Tribunais Regionais do Trabalho julgar mandado
de segurança, quando figurar como autoridade coatora:
a) Juiz, titular ou substituto, de Vara do Trabalho;
b) Juiz de Direito investido na jurisdição trabalhista.
c) o próprio Tribunal ou qualquer dos seus órgãos colegiados ou monocráticos.

DICA 152
PROVA TESTEMUNHAL
Qualquer pessoa natural que seja plenamente capaz, ou seja, tendo sua capacidade civil
plena e que, não seja impedida ou suspeita, e tenha conhecimento dos fatos relativos ao
conflito de interesses veiculado no processo no qual irá depor. Logo, não podem ser
testemunhas as pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas.
IMPORTANTE: A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo
ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá
como simples informação.
Mas, os §§ 4º e 5º do art. 447 do CPC dispõem o seguinte:
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores,
impedidas ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de
compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
Importantes dispositivos da CLT a respeito disto:

Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao
serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente
arroladas ou convocadas.

Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de
serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.

Curiosidade: Na Justiça do Trabalho as partes podem comparecer à audiência


acompanhadas das suas testemunhas (CLT, art. 845).

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DICA 153
INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL
É permitido à parte contra quem foi produzido o documento suscitar o chamado incidente
de sua falsidade. Mas é importante que você saiba que a CLT não trata dessa questão, o
que faz com que se aplique subsidiária do CPC, a saber:
Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15
(quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental,
salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do
inciso II do art. 19.
E mais: De acordo com o art. 431 do CPC, a parte arguirá a falsidade ao expor os motivos
em que se fundam a sua pretensão e os meios com que provará o alegado. Depois de
ouvida a outra parte no prazo de 15 dias, será realizado o exame pericial. Todavia não
se procede ao exame pericial caso a parte que produziu o documento concorde em retirá-
lo.
DICA 154
PROCEDIMENTO SUMÁRIO
Ele também é chamado de “dissídio de alçada”, é normatizado pela lei 5.584/70 e possui
como intuito mais básico dar mais celeridade às causas trabalhistas que tem o valor da
causa de até 2 salários mínimos. Lembrando que o prazo para interpor e contra-arrazoar
qualquer recurso será de 8 (oito) dias. Lembrando sempre que a assistência judiciária,
nos termos da lei supracitada, será prestada ao trabalhador ainda que não seja associado
do respectivo Sindicato.

Procedimento Sumário = Para os dissídios de até 2 salários mínimos na data de


ajuizamento.

Sobre pedido de revisão neste caso: O pedido de revisão, que não terá efeito
suspensivo deverá ser instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia
autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a
partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.
DICA 155
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo foi introduzido no processo do trabalho pela Lei n. 9.957/00,
que acrescentou à CLT os arts. 852-A a 852-I. Sendo assim, as ações de até 40 salários
mínimos devem seguir o rito sumaríssimo, conforme normatizado no art. 852-A da CLT,
exceto os entes de direito público, como União, Estados, Municípios, Autarquias e
fundações de direito público, que estão excluídos do procedimento.
Logo: O procedimento sumaríssimo só tem lugar nas ações trabalhistas individuais
(simples ou plúrimas), cujo valor da causa seja superior a 2 salários mínimos e inferior a
40 salários mínimos.

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No procedimento sumaríssimo, todos os incidentes e exceções que possam interferir no
prosseguimento da audiência e do processo devem ser decididos de plano. As demais
questões serão decididas na sentença (CLT, art. 852-G).
E mais: Cada parte só pode trazer duas testemunhas, que deverão ser,
comprovadamente, convidadas pelo autor ou pelo réu.
DICA 156
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
O Rito Ordinário, normatizado no art. 840 da CLT, e é usado quando o valor da causa
estiver acima de 40 salários mínimos vigente na data do ajuizamento. É o rito o mais
utilizado no processo do trabalho, já que permite um maior conhecimento do caso e é
usado para situações de maior complexidade. Diferente do que ocorre no Rito
Sumaríssimo, a Administração Pública Direta, a União, os Estados, os Municípios, as
fundações e as autarquias podem ser demandas no Rito Ordinário.

Lembrando sempre que a audiência no procedimento ordinário trabalhista passou a ser


dividida em 3 partes:

Audiência inaugural de conciliação: As partes devem comparecer acompanhadas ou


não de seus representantes, entre eles, os advogados.

Audiência de instrução: Também devem comparecer as partes, sob pena de


confissão quanto à matéria de fato, onde prestarão depoimentos. Não havendo conciliação
mais uma vez entre as partes, irá designar a data para a audiência de julgamento.

Audiência de julgamento: Na prática, trata-se mais de um prazo fixado pelo juiz para
a publicação da sentença, da qual as partes ficam, desde logo, intimadas.
IMPORTANTE!

No procedimento sumaríssimo, haverá extinção do processo (arquivamento da


reclamação) e condenação ao autor ao pagamento das custas sobre o valor da causa);

No procedimento comum ordinário (ou sumário), haverá extinção do(s) pedido(os) sem
resolução do mérito, continuando a tramitação do processo em relação aos demais
pedidos.
DICA 157
ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO
Depois da produção das provas, verificando o Juiz que não há necessidade de produzir
outras, aplicará o disposto no art. 850 da CLT, abrindo-se um prazo de 10 minutos para
cada parte apresente as suas alegações finais, último momento para as partes tentarem
convencer o Juiz da veracidade de suas informações. Passadas alegações finais, o Juiz irá
propor de novo acordo, chegando ao segundo momento obrigatório de conciliação. Não
havendo acordo para ser homologado, o Magistrado proferirá a sentença oralmente,
valendo-se do art. 832 da CLT e art. 489 do CPC/2015 para proferi-la com os requisitos
essenciais, que são: relatório, fundamentação e dispositivo.
DICA 158
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
No CPC existe uma diferenciação entre citação e intimação, todavia no processo do
trabalho as duas formas de comunicação dos atos processuais têm a denominação única
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de NOTIFICAÇÃO. A parte será notificada para comparecer à audiência, ante o
ajuizamento de uma ação (citação) e também é notificada do proferimento da sentença
(intimação).

AÇÃO = CITAÇÃO

Sobre a comunicação dos atos, o art. 841 da CLT prevê prazos importantes, senão
vejamos:

48 horas para expedição da notificação;

48 horas para recebimento da notificação (Súmula 16 do TST);

5 dias de antecedência para a audiência, contados do recebimento.


DICA 159
ARQUIVAMENTO
O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação,
segundo os termos do art. 844 da CLT.
Importantíssimo: Acontecendo o arquivamento dos autos, motivada pela ausência do
autor à audiência dita inaugural, há a impossibilidade fática da proposta de conciliação
pelo juiz nem da apresentação da defesa do réu. Também não há confissão ficta do autor,
já que este pode ajuizar de novo a ação. Entretanto caso o autor dê causa a 2
arquivamentos seguidos, sem motivo relevante, ele fica impedido de ajuizar qualquer ação
trabalhista pelo prazo de 6 meses, nos termos dos arts. 731 e 732 da CLT.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO EM PROVA:

QUESTÃO, 2008.
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em
audiência,
a) importará no arquivamento da reclamação, sendo que o reclamante poderá ajuizar
nova ação postulando verbas que não foram anteriormente postuladas.
b) importará no arquivamento da reclamação, sendo que o reclamante poderá ajuizar
nova ação postulando as mesmas verbas anteriormente postuladas.
c) importará no arquivamento da reclamação, sendo que o reclamante poderá pedir o
desarquivamento do processo e continuar com a reclamação.
d) não importa no arquivamento do processo tendo em vista que a ação já tinha sido
contestada.
e) importará no reconhecimento da revelia, além de confissão quanto à matéria de
fato.
Resposta: Letra D
Comentário: Súmula nº 9 do TST :AUSÊNCIA DO RECLAMANTE. A ausência do
reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não
importa arquivamento do processo.

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SÚMULA Nº 74 DO TST

CONFISSÃO.
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação,
não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula
nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978).

DICA 160
REVELIA
A ausência do réu em audiência importa em revelia (art. 844 da CLT), na medida em que
ele não apresentará a sua defesa, passando a ser incontroversos os fatos narrados pelo
autor em sua peça de ingresso. A revelia também pode acontecer caso o reclamado,
presente à audiência, não apresente defesa de mérito ou apresente-a de forma genérica,
o que é vedado pelo princípio da impugnação especificada dos fatos. E mais: O não
comparecimento do reclamado na audiência de julgamento importará em revelia, além de
confissão quanto à matéria de fato, porém a revelia não produzirá efeitos caso haja
pluralidade de reclamados, e algum deles contestar a ação. Veja a seguir:

Art. 844 da CLT: O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o


arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia,
além de confissão quanto à matéria de fato.
§ 4° A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;

O efeito principal da revelia incide sobre a prova, pois caso o réu não conteste a ação,
serão considerados verdadeiros os fatos alegados pelo autor na petição inicial,
dispensando-se a produção de outras provas sobre tais fatos. Mas tenha cuidado: Caso a
matéria seja de direito, não há falar em confissão ficta.
DICA 161
REVELIA DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO
As pessoas jurídicas de direito público sujeitam-se à revelia, conforme afirma a OJ n. 152
da SBDI-1 do TST:
REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL (ART. 844 DA CLT).
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.
VEJA COMO JÁ FOI COBRADO EM PROVA:

QUESTÃO, 2018.
Em relação à competência da justiça do trabalho, à revelia e às provas no processo do
trabalho, julgue o item que se segue.
Em razão da indisponibilidade do interesse público, as pessoas jurídicas de direito
público não se sujeitam à revelia no âmbito trabalhista.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Errado
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DICA 162
REVELIA E COMPARECIMENTO DO ADVOGADO NÃO EMPREGADO
A jurisprudência dominante no TST prevê o afastamento da revelia em casos no qual o
empregador ou seu preposto deixarem de comparecer à audiência por algum motivo de
saúde, desde que o seu advogado esteja presente. Nesse sentido é a Súmula 122 do TST:

SÚMULA 122 DO TST

REVELIA. ATESTADO MÉDICO. A reclamada, ausente à audiência em que deveria


apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração,
podendo ser ilidida (rectius, elidida) a revelia mediante a apresentação de atestado
médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do
empregador ou do seu preposto no dia da audiência.

A presença apenas do advogado do reclamado à audiência, segundo a jurisprudência


trabalhista majoritária, não afasta a revelia nem a confissão ficta, conforme a Súmula 122
do TST, que dispõe:
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que
presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a
apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade
de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência.
DICA 163
REVELIA NA AÇÃO RESCISÓRIA
Nos casos de ação rescisória, a revelia não gera confissão ficta. É o que normatiza a
Súmula 398 do TST:

SÚMULA 398 DO TST

AÇÃO RESCISÓRIA. AUSÊNCIA DE DEFESA. INAPLICÁVEIS OS EFEITOS DA REVELIA


(alterada em decorrência do CPC de 2015, Res. 219/2017, republicada em razão de
erro material – DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017). Na ação rescisória, o que se
ataca é a decisão, ato oficial do Estado, acobertado pelo manto da coisa julgada. Assim,
e considerando que a coisa julgada envolve questão de ordem pública, a revelia não
produz confissão na ação rescisória.

DICA 164
COMPARECIMENTO DAS TESTEMUNHAS NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
No procedimento sumaríssimo, as testemunhas, até o máximo de duas para cada
parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento, independentemente de que
haja a intimação, sendo certo que só será deferida intimação de testemunha que,
comprovadamente convidada, deixar de comparecer.
E mais: É ônus da parte, no procedimento sumaríssimo, provar que de fato convidou a
testemunha, sob pena de perda da prova. Caso a testemunha intimada não compareça, o
juiz pode determinar sua imediata condução coercitiva, conforme está normatizado no art.
852-H, §§ 3º e 4º da CLT.

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DICA 165
PROPOSTAS DE CONCILIAÇÃO

Nos processos que seguem os procedimentos ordinário e sumário, há duas


oportunidades em que o juiz deverá propor a conciliação:

1ª oportunidade: Ocorre logo na abertura da audiência (CLT, art. 846)

2ª oportunidade: Após a apresentação das razões finais pelas partes (CLT, art. 850).
IMPORTANTE: O art. 831 da CLT reafirma a necessidade das duas propostas de
conciliação ao determinar que a sentença será proferida “depois de rejeitada pelas partes
a proposta de conciliação”.
E mais: O art. 846 da CLT passou a ter a seguinte redação: “Art. 846. Aberta a audiência,
o Juiz ou presidente proporá a conciliação”
DICA 166
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

É uma petição inicial, primeiro ato de um processo trabalhista. Se um dos requisitos for
descumprido, haverá o julgamento sem resolução do mérito, por inépcia da petição inicial,
conforme normatizado no art. 840, § 3º, da CLT. Um ponto de extrema importância é que
não há mais a necessidade da citação do artigo 319 do CPC de forma subsidiária e
supletiva para fundamentar a reclamação trabalhista, após a Reforma Trabalhista.

Em outras palavras: Leu o enunciado e viu que não há momento processual anterior,
estaremos diante de uma Reclamação Trabalhista, ok?

Há requisitos para o ajuizamento da Reclamação trabalhista? Sim:

Indicação do juiz a que a petição é dirigida;


Qualificação das partes;
Nome da peça;
Breve síntese dos fatos;
Honorários;
Pedidos;
Valor da causa;
Data e assinatura do reclamante ou do seu advogado.

Há preliminares de mérito na Reclamação Trabalhista? Tem sim. Quando a parte for uma
pessoa idosa, pessoa com deficiência, pessoa portadora de doença grave ou quando a
demanda versar exclusivamente sobre o pagamento de salário ou se decorrer da falência
do empregador.

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DICA 167
SÚMULAS IMPORTANTES SOBRE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

SÚMULA 734 DO STF

Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se
alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.

SÚMULA 368 DO STF

Não há embargos infringentes no processo de reclamação.

SÚMULA 263 DO TST

PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE


(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22,
25 e 26-4-2016.
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento
indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é
cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante
indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321
do CPC de 2015).

DICA 168
PRESCRIÇÃO BIENAL
Na prescrição bienal, temos a situação aonde ocorre tal prescrição 2 anos depois do
término do contrato de trabalho, dando assim um prazo temporal para que se busque os
direitos trabalhistas. Em outras palavras, havendo a extinção do contrato de trabalho, dá-
se o prazo de 2 anos para que a pessoa ajuíze uma ação trabalhista. Por exemplo:
Joquinha tem seu contrato de trabalho extinto em novembro de 2015, logo ele deverá
propor ação trabalhista até novembro de 2017. Caso não o faça, teremos a prescrição
total, ou seja, nada mais poderá ser buscado na justiça trabalhista.
DICA 169
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
Aqui teremos que a ideia de que, a partir do momento em que a pessoa só poderá buscar
retroativamente 5 anos, ou seja, ela somente poderá buscar parcelas (verbas) anteriores
a cinco anos contados a partir do momento do ajuizamento da ação. Lembrando sempre
que, tanto no caso de prescrição bienal quanto no caso da prescrição quinquenal, uma vez
pronunciada a prescrição, teremos a extinção do feito com resolução do mérito, conforme
nos traz o art. 487, II, do CPC.

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IMPORTANTE: Nos casos de ações declaratórias, como por exemplo na ação para
reconhecimento de vínculo, são ações aonde não corre a prescrição, como traz p art. 11, §
1º , da CLT. Também não corre prazo prescricional contra o empregado menor de 18
anos, conforme traz o art. 440 da CLT.
DICA 170
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL (RECLAMAÇÃO TRABALHISTA)
Caso o juiz perceba que a petição inicial tenha falhas que podem ser sanadas, como por
exemplo a qualificação das partes, deverá este juiz intimar o autor para corrigir ou
complementar a petição inicial no prazo de 15 dias, informando o que o autor deve
emendar, ou seja, o vício que entende nela existir. As informações constam na nova
Súmula 263 do TST, que foi revisitada em 2016 para se adequar ao CPC/2015, que
modificou o prazo e criou nova obrigação para o Juiz. Caso não seja feita a emenda, o
processo será extinto sem resolução do mérito.
IMPORTANTE: A Súmula 415 do TST afirma não caber a emenda da petição inicial no
mandado de segurança para juntada de documentos, devendo a ação ser extinta sem
resolução do mérito, caso o documento seja indispensável para a demonstração do direito
líquido e certo.
DICA 171
PEDIDO DE DANOS MATERIAIS NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
É perfeitamente cabível o pedido de danos materiais em uma reclamação trabalhista.
Lembrando sempre que estes danos se subdividem em lucros cessantes e danos
emergentes.
No dano emergente, é a perda imediata em si. Exemplo: Um empregado sofre um
acidente de trabalho, e necessita arcar com todas as despesas médicas (sessões de
fisioterapia, remédios, cirurgias, compra de esparadrapo entre outros). Já no lucro
cessante há o que o empregado deixar de ganhar em decorrência de um ato ilícito.

Ex.: Um motorista de uma empresa de dia, que a noite ao largar do trabalho faz Uber.
Ele sofre um acidente de trabalho e deixa de ganhar (lucrar) ao não rodar o Uber.
DICA 172
PEDIDO DE DANOS MORAIS NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Já no caso do chamado dano moral, temos uma lesão a direito da personalidade, estando
estes normatizados nos arts. 11 a 21 do CC. Já no art. 223-C da CLT, temos a
normatização dos direitos da personalidade: etnia, idade, nacionalidade, honra, imagem,
intimidade, liberdade de ação, autoestima, gênero, orientação sexual, saúde, lazer e
integridade física.
A propósito: A revista em bolsas do empregado gera dano moral? Não. Quem traz esta
disposição é o art. 5º, X, da CF/88 e art. 186 do CC, pois este tipo de revista não viola
direitos da personalidade.

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VEJA COMO JÁ FOI COBRADO EM PROVA:

QUESTÃO, 2018.
Márcia ingressou com reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, pessoa
jurídica Luz Nova Ltda., com pedido de indenização por danos morais, ao argumento de
que restou prejudicado o seu direito ao lazer, pois era obrigada a trabalhar em períodos
extensos, fazendo horas extras diariamente, o que lhe impossibilitava o convívio social
e familiar. Luz Nova Ltda. contestou a ação e apresentou reconvenção, com pedido de
indenização por danos morais, argumentando que Márcia havia violado a imagem da
empresa, ao publicar ofensas contra ela nas redes sociais. Neste caso, nos termos da
lei trabalhista vigente que regula o dano extrapatrimonial.

a) o lazer não é bem juridicamente tutelado inerente ao empregado, pois se trata


de direito fundamental oponível apenas contra o Estado e não contra o empregador.
b) a pessoa jurídica não é titular do direito à reparação, pois a sua esfera moral não
é tutelável.
c) a imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da correspondência
são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica.
d) a Consolidação das Leis do Trabalho não prevê a reparação de danos de natureza
extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho, sendo utilizada a lei civil,
subsidiariamente sempre.
e) ao apreciar o pedido de reparação por danos extrapatrimoniais, o juízo não
considerará os reflexos sociais da ação ou omissão e a situação social das partes
envolvidas, mas, apenas, os reflexos pessoais da ação ou omissão e a situação
econômica das partes.

Resposta: Letra C
Comentário: ART. 223-D – CLT: A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial
e o sigilo da correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa
jurídica.

DICA 173
CONTESTAÇÃO
A contestação é a defesa do réu/reclamado, aonde este terá a chance de fazer a
impugnação das alegações do autor/reclamante na petição inicial. Na contestação temos
a figura das chamadas preliminares ou defesas processuais, previstas no art. 337 do CPC.

Estão listadas:

Inexistência ou nulidade da citação;

Incompetência absoluta ou relativa;

Incorreção do valor da causa;

Inépcia da petição inicial;


Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.
Perempção;

Litispendência;

Coisa julgada;

Conexão;

Incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de representação;

Convenção de arbitragem;

Falta de condição da ação;

Falta de caução;

Indevida concessão de justiça gratuita.


DICA 174
CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE RECONVENÇÃO
Já no caso da contestação com pedido de reconvenção, teremos uma defesa em moldes
de contra-ataque, com a aplicação subsidiária do CPC. Olhe:

Art. 343 do CPC. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para
apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor,
também na qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

DICA 175
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
O inquérito judicial para apuração de falta grave é uma ação, mais precisamente falando
uma petição inicial. E mais: Deve obrigatoriamente ser tal inquérito escrito. Lembrando
que na petição de inquérito judicial para apuração de falta grave você deve requerer
honorários advocatícios de sucumbência.
E quantas testemunhas teremos neste caso? Cada parte pode ouvir até 6 testemunhas,
conforme normatizado no art. 821 da CLT. Observe:
Art. 821 da CLT: Cada uma das partes não poderá indicar mais de três testemunhas,
SALVO quando se tratar de inquérito, caso em que este número poderá ser elevado a
seis.

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IMPORTANTE: Não são todos os casos de estabilidade provisória que ficam sujeitos
ao inquérito judicial! Vamos ver mais disto na dica posterior.

E COMO ESTE ASSUNTO CAI NA PROVA?

QUESTÃO INÉDITA.
Leopoldino é segurança na empresa FIFI SA., desde 6-3-2016, tendo sido eleito como
dirigente sindical do Sindicato dos Seguranças de Taubaté, cidade que labora . A sua
posse foi em 2-8-2018, para um mandato de 3 anos. O empregador sabia que ele era
dirigente sindical. Em 26-8-2019, o empregador descobriu, após denúncia do gerente,
que Leopoldino está desviando, em média, R$ 100,00 por dia do caixa da empresa.
Naquele mesmo dia, quando Leopoldino foi confrontado pelo gerente da loja, o
empregado ainda lhe deu um soco. No mesmo momento, a gerente suspendeu
Leopoldino para que a empresa FIFI SA. viesse a tomar as medidas cabíveis para a
sua demissão. Você é contratado como advogado da empresa, e diante dos fatos, a
medida cabível será:
a) O ajuizamento do inquérito judicial para apuração de falta grave, com o prazo
decadencial para tal ajuizamento de 15 dias, podendo ser a petição verbal ou
escrita.
b) O ajuizamento do inquérito judicial para apuração de falta grave, com o prazo
decadencial para tal ajuizamento de 30 dias, sendo obrigatório que a petição seja
escrita.
c) O ajuizamento do recurso ordinário, com o prazo decadencial para tal ajuizamento
de 30 dias, sendo obrigatório que a petição seja escrita.
d) O ajuizamento do recurso de revista, com o prazo decadencial para tal ajuizamento
de 30 dias, sendo obrigatório que a petição seja verbal.
Resposta: Letra B

DICA BÔNUS
A LGPD PODE SER CITADA EM PROCESSOS TRABALHISTAS
Antes de tudo, a Lei Geral de Proteção de Dados já está vigente em nosso ordenamento
jurídico, e nada impede que uma questão da prova aborde a LGPD. Será que ela pode
estar presente no processo do trabalho? A resposta é sim. Em um caso recente a LGPD foi
usada para pedir acesso a folhas de ponto. A defesa argumentou que o documento
pertence à trabalhadora e, com base na norma, ela deve ter a posse e ciência do seu
conteúdo.
Ademais, em uma notícia recente, foi afirmado que a Lei Geral de Proteção de Dados foi
citada em 139 ações trabalhistas. Ou seja, este uso da lei tende a cada vez mais crescer.
Um caso muito importante foi de uma professora que, com base na LGPD, alegou que, por
conta das aulas online, estava tento violados os seus direitos trabalhistas e de
personalidade, pois o empregador pretende armazenar as videoaulas, mas sem observar o
dever de transparência e, por consequência, vários outros direitos previstos na LGPD.

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