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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 36
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES: CONTEÚDO

Quanto ao conteúdo as constituições são classificadas como:

Material: materialmente, identifica-se como as normas que regulam a estrutura do


Estado, a sua organização e os direitos fundamentais. Só os temas atinentes a esse
escopo são constitucionais. Desta forma, as regras que fossem materialmente
constitucionais, codificadas ou não em um mesmo documento, seriam essencialmente
constitucionais. Tudo o mais que constar da Constituição e que a isso não se refira não
será matéria constitucional.

Formal: É o modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se


há de pesquisar qual o conteúdo da matéria. Tudo o que estiver na constituição é matéria
constitucional.

Mista: Uma classificação ainda polêmica, e não sendo adotada por alguns
doutrinadores. Essa teoria traz que, nos termos do art. 5º, § 3º, da Constituição Federal,
os Tratados e as Convenções de direitos humanos, aprovados em cada casa do Congresso,
em dois turnos, com voto de 3/5 de seus membros equivalerão a uma Emenda
Constitucional, ou seja, um documento de natureza constitucional que está fora da
Constituição, sendo adotado tanto o critério material como o formal. É a Teoria do Bloco
da Constitucionalidade, através da qual não é constitucional apenas o que está na CF, mas
toda e qualquer regra de natureza constitucional. Portanto, para alguns, o sistema que
usamos é o misto.
Portanto, ao analisar a Constituição Federal de 1988 em relação com seu conteúdo,
pode-se dizer que ela é formal ou formalmente. O que seria dizer que a constituição é o
modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há de pesquisar qual
o conteúdo da matéria. Tudo o que há na constituição é matéria constitucional. Essa
distinção hoje perde o sentido, carreando toda a doutrina no sentido de considerar
materialmente constitucional tudo o que formalmente nela se contiver.

CF/88 → Conteúdo → Formal

DICA 37
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - ESTABILIDADE

Quanto à estabilidade as constituições podem ser:

Rígidas: constituições que exigem, para sua alteração, um processo legis mais árduo
do que o processo de alteração das normas não constitucionais.

Flexíveis: o processo de alteração é idêntico às normas não constitucionais. Não há


hierarquia entre as leis.

Semirrígidas/Semiflexíveis: algumas matérias tem alteração mais difícil, outras nem


tanto.

Fixas: podem ser alteradas por poder igual ao que a criou, poder constituinte
originário.

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Transitoriamente flexíveis: por um tempo serão suscetíveis de reforma e depois
passam a ser rígidas.

Imutáveis: inalteráveis, verdadeira relíquia.


A constituição brasileira atual pode ser classificada como rígida em relação a sua
mutabilidade, uma vez que o processo de alteração é mais rigoroso do que o processo
de elaboração das leis ordinárias, em consonância com princípio da supremacia da
Constituição.

CF/88 → Estabilidade → Rígida

DICA 38
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - FORMA

Quanto à forma as constituições são classificadas como:

Escrita: É constituição consistente num código, num documento único sistematizado. É


o sistema usual no continente europeu e, consequentemente, em toda a América Latina.

Costumeira\não escrita\consuetudinária: É a constituição consistente em normas


esparsas, não aglutinadas em um texto solene, centrada nos usos e costumes, na prática
política e judicial. Seu grande exemplo é a constituição inglesa que não tem um
documento escrito, um código. Ao contrário o seu direito constitucional decorre da
identificação dos chamados direitos imemoriais do povo inglês. O sistema parlamentarista,
que é o grande modelo para todo o mundo civilizado, não está estruturado em qualquer
norma escrita.
Quanto à Forma a Constituição Federal de 1988 é escrita. Constituição escrita é
aquela sistematizada em um único documento constitucional escrito.

CF/88 → Forma → Escrita

DICA 39
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - ORIGEM

A classificação de uma constituição quanto à origem:

Constituição promulgada, democrática, popular ou votada: Elaborada pela


Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes legitimamente eleitos pelo
povo, com a finalidade de sua elaboração. Como ocorreu com as Constituições brasileiras
de 1891, 1934, 1946, 1988.

Constituição outorgada: Elaborada sem a participação popular, estas são impostas


pelo poder da época. Como ocorreu com a Constituição de 1824 (outorgada pelo
Imperador Dom Pedro I), Constituição de 1937 (imposta por Getúlio Vargas), Carta
Política de 1967 (instituída pelo regime militar) e Emenda Constitucional 1/1969, que
alterou substancialmente a Constituição de 1967 (outorgada por uma junta militar).

Cesarista: São outorgadas, mas dependem de ratificação popular através do


referendo. Um exemplo é a constituição napoleônica que, embora aparente ser

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promulgada, tem núcleo de outorgada. São feitas pelo governador sem observância da
capacidade popular.

Pactuada: Decorre de um acordo entre dois grupos sociais, havendo mais de um


titular do poder constituinte. Um exemplo é a Carta Magna de 1215, que decorreu de um
acordo entre o rei e a nobreza.
A Constituição Federal de 1988 é promulgada, pois foi elaborada com a participação
popular. Originou-se de um órgão constituinte composto de representantes do povo,
eleitos com a finalidade de elaborar o texto constitucional.

CF/88 → Origem → Promulgada

DICA 40
CONSTITUIÇÃO - EXTENSÃO

A classificação de uma constituição quanto à extensão:

Sintéticas: Preveem somente princípios e normas gerais, organizando e limitando o


poder do Estado apenas com diretrizes gerais, mínimas, firmando princípios, não detalhes.
É concisa, breve, sucinta, também chamada de Constituição Federal negativa.

Analíticas: Abrangem todos os assuntos que entende relevantes. São amplas,


extensas, prolixas, detalhas, como a nossa Constituição de 1988, por exemplo.
Quanto à Extensão a Origem a Constituição Federal é analítica, pois examina e
regulamenta todos os assuntos que entende relevantes. Contém normas materialmente
constitucionais e normas formalmente constitucionais. Por essa razão, é extensa e prolixa.

CF/88 → Extensão →Analítica

DICA 41
CONSTITUIÇÃO - FINALIDADE

Constituição Garantia: Limita-se a fixar os direitos e garantias. É uma carta


declaratória.

Constituição Dirigente: Além de fixar direitos e garantias, fixa metas estatais, fixa
uma direção para o Estado.
Quanto à Finalidade a Constituição Federal de 1988 é dirigente, pois além de criar
limites para a atuação do Estado com a previsão de direitos e garantias fundamentais, cria
direitos, garantias e metas para o Governo. Dirige programas institucionais para o Estado,
preocupa-se não só com o presente, mas também com o futuro, buscando condicionar os
órgãos estatais à satisfação de objetivos predefinidos. O termo “dirigente” significa que a
Constituição “dirige” a atuação futura do Estado, por meio da previsão de metas. E
caracteriza-se pela presença de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de
princípios programáticos.

CF/88 → Finalidade → Dirigente


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DICA 42
CONSTITUIÇÃO - MODO DE ELABORAÇÃO

A classificação de uma constituição quanto ao modo de elaboração:

Dogmáticas: São as constituições escritas, elaboradas por um órgão especialmente


designado para esse fim, normalmente designado Assembleia Nacional Constituinte. Adota
expressamente a ideia de direito prevalente num momento dado.

Históricas: São as constituições consuetudinárias, fruto de uma lenta e contínua


síntese da história e da tradição de um povo.
A Constituição Federal é Dogmática, pois originou-se de um trabalho legislativo
específico e de um determinado órgão constituinte, sistematizando os dogmas
fundamentais da política e do direito dominantes naquele momento histórico. Tem esse
nome por refletir os dogmas presentes, e, por isso, será sempre escrita.

CF/88 → Modo de elaboração → Dogmática

DICA 43
CONSTITUIÇÃO: CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES

A Constituição Federal brasileira pode ser classificada da seguinte maneira:

Quanto ao conteúdo: Materiais e formais.

Quanto à forma: Escritas e não escritas.

Quanto ao modo de elaboração: Dogmática e histórica.

Quanto a origem: Promulgadas e outorgadas

Quanto a estabilidade: Rígidas, super-rígidas, semirrígidas e flexíveis.

Quanto a extensão: Analítica e sintética.

Vamos utilizar um mnemônico para melhor fixação!


A CF/88 é classificada como uma PEDRAF:

P Promulgada

E Escrita

D Dogmática

R Rígida

A Analítica

F Formal

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DICA 44
CONSTITUIÇÃO - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO - CONCEPÇÕES OU SENTIDOS

Concepções ou Sentidos de Constituição, são:

Sentido sociológico: Segundo Lassale, a Constituição seria a soma dos fatores reais
de poder dentro de uma sociedade. Uma constituição só seria legítima se representasse o
efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder, caso não
ocorresse, ela seria ilegítima, seria uma mera folha de papel.

Sentido político: Para Carl Schmitt a Constituição é uma decisão política


fundamental do titular do constituinte. E traz as normas de organização do Estado,
limitação do estado, direitos individuais, normas de conteúdo materialmente
constitucionais.

Sentido jurídico: Para Hans Kelsen a Constituição é fruto da vontade racional do


homem, e não das leis naturais. É considerada norma jurídica pura, abstraindo-se de
qualquer consideração de cunho político, social, filosófico. Para o sentido lógico-
jurídico Constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de
fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva, que
equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras
normas, lei nacional no seu mais alto grau.

Sentido lógico-jurídico: norma pressuposta - hipotética fundamental.

Sentido jurídico-positivo: norma posta - Constituição escrita que ocupa o todo do


ordenamento jurídico.
DICA 45
CONSTITUIÇÃO - SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Supremacia Material - É um corolário do objeto clássico das constituições, ou seja,


das chamadas matérias constitucionais, as quais são os fundamentos do Estado de
Direito. Por isso, segundo a doutrina, estão acima das leis. A supremacia material é
um atributo de toda constituição. Não gera consequências jurídicas.

Supremacia Formal - É uma característica exclusiva das constituições rígidas. A


supremacia formal decorre da rigidez (isto é muito importante para o controle de
constitucionalidade). A rigidez constitucional decorre exatamente da previsão de um
processo especial e agravado, reservado para alteração das normas constitucionais,
significantemente distinto do processo comum e simples, previsto para a elaboração e
alteração das leis complementares e ordinárias.
A supremacia formal da Constituição decorre da rigidez e da presença de
mecanismos de controle de Constitucionalidade. Porém, a supremacia material,
que é a que decorre de uma consciência constitucional.
Fixando!

Formal → típica de constituições rígidas


Material → típica de constituições flexíveis

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DICA 46
TEORIAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

Teoria jusnaturalista – o poder constituinte é um poder de direito, anterior e


superior ao direito posto. Tem-se a ideia de um Direito Natural.

Teoria positivista – o poder constituinte é um poder de fato, funda a si próprio.


Trata- se de uma ruptura não jurídica, rompendo cm a lei máxima e se impondo como
uma força social ou político social.

Teoria da natureza híbrida – o poder constituinte é visto a partir de duas


perspectivas: como ruptura, é um poder de fato, mas na elaboração, é um poder de
direito. Ocorre, na verdade, uma ruptura jurídico-política que visa romper com a ordem
anterior e constituir uma nova ordem.

DICA 47
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

Características:

Inicial;

Autônomo;

Permanente;

Incondicionado;

Ilimitado.

Para a doutrina mais adequada, o Poder Constituinte Originário não pode ser
compreendido como absoluto, sendo limitado por aspectos espaciais, culturais e pelos
direitos humanos (direitos suprapositivos).

DICA 48
PODER CONSTITUINTE DERIVADOR REFORMADOR

Natureza Jurídica: poder jurídico.

Por definição é limitado e condicionado pelo Poder Constituinte Originário.

Reforma é gênero e possui duas espécies: revisão e emenda.

Revisão Constitucional Emenda Constitucional

Reforma global do texto (art. 3º, ADCT) Alteração do texto da CF/88 (art. 60, CF)
Realizada após 5 anos da promulgação da Legitimidade: Presidente da
CF/88, em sessão unicameral (Congresso República; um terço da Câmara dos
Nacional), com quórum de maioria absoluta Deputados ou do Senado federal; mais
para aprovação das emendas de revisão. da metade das Assembleias Legislativas
Ocorreu em 1994, aprovando 6 emendas. da federação, com votação de maioria
simples em cada uma delas.

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Forma: Discutida em cada uma das
casas do Congresso Nacional, em dois
turnos com três quintos dos votos dos
membros.

Limites Materiais: não pode ser


objeto de EC a forma federativa de
Estado; o voto direito, secreto, universal
e periódico; a separação dos Poderes e
os direitos e garantias individuais.

DICA 49
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE

É entendido como consequência da autonomia político-administrativa garantida


constitucionalmente, é a possibilidade dos Estados-membros de se auto organizarem por
meio de suas constituições estaduais.

Características: derivado, subordinado e condicionado.

Limites: princípios constitucionais sensíveis; princípios federais extensíveis; e


princípios constitucionais estabelecidos (normas de competência e normas de
preordenação).

A reforma da Constituição estadual deve respeitar os parâmetros estabelecidos pelo Poder


Constituinte Originário para a reforma (pontual via emendas) da Constituição federal.

Não há que se falar em revisão na Constituição Estadual.

DICA 50
PODER CONSTITUINTE DIFUSO – MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

Poder constituinte difuso é o poder de fato que atua na etapa da mutação


constitucional, meio informal de alteração da Constituição.

Na mutação constitucional ocorre a alteração do conteúdo, do alcance e do sentido


das normas constitucionais, mas de modo informal, sem qualquer modificação na
literalidade do texto da Constituição.
É chamado de difuso porque não vem formalizado (positivado) no texto das
Constituições. É um poder de fato porque nascido do fato social, político e econômico. É
meio informal porque se manifesta por intermédio das mutações constitucionais,
modificando o sentido das Constituições, mas sem nenhuma alteração do seu texto
expresso.
DICA 51
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
A aptidão das normas constitucionais de produzirem efeitos é denominada eficácia
jurídica, a qual é conferida conforme a classificação das normas segundo a sua
aplicabilidade.

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1ª Teoria – Americana (século XIX): existem dois tipos de normas: as normas
constitucionais auto executórias e as normas constitucionais não auto executáveis.

Crítica: algumas normas constitucionais não seriam dotadas de imperatividade e


inexistência de análise do papel das normas pragmáticas.

2ª Teoria – Italiana (século XX): reconhecimento às normas pragmáticas de


juridicidade, entendendo-as como jurídico constitucionais.

Doutrina Brasileira: Para José Afonso da Silva todas as normas constitucionais são
dotadas de aplicabilidade/eficácia.

DICA 52
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA

Possui todos os elementos


para a produção de efeitos
EFICÁCIA PLENA jurídicos diretos e eficácia plena =
imediatos, ex. art. 1º, 44 e direta + imediata + integral
46, CF.
Eficácia: 100%

Possui todos os elementos,


mas seu âmbito de eficácia
EFICÁCIA CONTIDA é restringido/contido pelo eficácia contida =
legislador ordinário, ex. art. direta + imediata + não
37, I, CF. integral
Eficácia: 100% - lei

Não possui todos os


elementos. Necessita da
EFICÁCIA LIMITADA atuação do legislador eficácia limitada =
ordinário para que produza indireta + mediata +
seus efeitos e aumentar seu reduzida + diferida
âmbito de eficácia.
Eficácia: % + lei = 100%

DICA 53
NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA

As normas de eficácia limitada se subdividem em:

Normas de princípio programático: Direcionam a atuação do Estado instituindo


programas de governo.
São normas que estabelece os princípios e diretrizes que serão cumpridos pelo Estado
observando seus fins sociais, estabelecendo programas de ação futura.
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Vinculam programas de governo, sendo dirigidas aos próprios governantes.

→ STF: normas programáticas, sobretudo de temas relacionados à saúde e educação,


possuem aplicabilidade direta e imediata, à luz da teoria do mínimo existencial atrelado à
dignidade da pessoa humana.

Normas de princípio institutivo: Ordenam ao legislador a organização ou


instituição de órgãos, instituições ou regulamentos.
DICA 54
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOAL
HUMANA
Esse princípio traduz a ideia do ser humano como alguém irrepetível e único, razão
pela qual não pode ser tomado como meio para o atingimento dos objetivos do Estado,
mas como um fim em si mesmo. Do ponto de vista jurídico, o conteúdo da dignidade da
pessoa se relaciona com os direitos fundamentais. Nesse sentido, somente terá a
dignidade preservada aquele sujeito que seja titular dos direitos relativos à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, sem qualquer discriminação.
A dignidade é a base de todos os direitos constitucionais, sejam individuais ou coletivos,
de participação política ou dos trabalhadores.

ATENÇÃO!

O Princípio da dignidade da pessoa humana se aplica a todos os brasileiros,


mas também aos estrangeiros no País.

DICA 55
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e


Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

Soberania; Mnemônico:
Cidadania; SO-CI-DI-VA-PLU
Dignidade da pessoa humana;

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Pluralismo político.

Fique atento!
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição Federal.

INDEPENDÊNCIA E HARMONIA DOS PODERES


São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.

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DICA 56
OBJETIVOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Garantir o desenvolvimento nacional;
Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Dica: Fique atento aos verbos. Vale dizer, são normas de eficácia limitada
definidoras de princípios programáticos.
DICA 57
PRINCÍPIOS DE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
Independência nacional;
Prevalência dos direitos humanos;
Autodeterminação dos povos;
Não-intervenção;
Igualdade entre os Estados;
Defesa da paz;
Solução pacífica dos conflitos;
Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
Concessão de asilo político.

Fique atento!

A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural


dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

DICA 58
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Entendidos como cláusulas pétreas, os direitos e garantias fundamentais são o rol
de princípios absolutos e relativos positivados para assegurar aos seres humanos o

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estatuto de indivíduos de direito. No ordenamento jurídico brasileiro, estão previstos na
Constituição Federal e são inerentes à pessoa humana
Com o primeiro grande marco histórico sobre direitos fundamentais, que foi a Revolução
Francesa, a Constituição Federal de 1988, desse modo, refletiu o que fora estabelecido na
Carta de Direitos Humanos de 1948. E trouxe um rol de direitos e garantias considerados
fundamentais para a manutenção do ordenamento jurídico. Os direitos e garantias
fundamentais, portanto, são entendidos como este conjunto de preceitos conquistados
com o avanço das sociedades jurídicas e hoje positivados. Portanto, pode-se dizer que os
direitos fundamentais decorrem de uma construção histórica.

ATENÇÃO!

Os Direitos e Garantias Fundamentais são:

Irrenunciáveis: Ninguém pode recusá-los, na medida em que são inerentes –


também são inalienáveis e invioláveis. Isto é, não podem ser vendidos, trocados,
disponibilizados ou violados, sob o risco de punição do Estado.

Imprescritíveis: Não são atingidos pela prescrição e podem ser exigidos a


qualquer tempo. Do mesmo modo são universais, uma vez que aplicados
indistintamente a todos os indivíduos.

DICA 59
PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS
A Constituição Federal nos traz no seu art. 5º:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade […].

Portanto, são direitos fundamentais:

Direito à vida

Direito à liberdade

Direito à igualdade

Direito à segurança

Direito à propriedade

DICA 60
DIREITO À VIDA
O direito à vida compreende a extrauterina e a intrauterina.
Nota-se que nem o direito à vida é absoluto. No Brasil, em caso de guerra declarada,
admite-se a pena de morte. O aborto, por sua vez, é permitido em casos
excepcionais.

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Aborto terapêutico ou necessário: ocorre quando o médico interrompe a gravidez
quando não há outra forma de salvar a vida da gestante.

Aborto sentimental ou humanitário: é a interrupção da gravidez praticada por


médico nos casos de estupro, desde que haja autorização da gestante ou de seu
representante legal quando a gestante dor menor de 18 anos.

Aborto eugenésico ou eugênico: É aquele realizado para evitar o nascimento de uma


criança com grave deformidade genética.

DICA 61
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
A CF/88 preconiza que todos são iguais perante a lei (caput), bem como homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações (inciso I).
A igualdade tem dupla acepção, MATERIAL e FORMAL:
Material: trata-se da igualdade de fato. É o tratar igualmente os iguais e os desiguais
de forma desigual, na medida de sua desigualdade. É aqui que se encontra o fundamento
para as ações afirmativas;
Formal: é a igualdade perante a lei. É dizer, todos os seres humanos são tratados de
igual forma, sem levar em consideração suas especificidades.
DICA 62
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Segundo o inciso II, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.
Por não existir direito fundamental absoluto, a legalidade pode ser afastada nos casos de
legalidade extraordinária, quais sejam, estado de sítio (artigo 137, CF/88) e estado de
defesa (artigo 136, CF/88).
O princípio da legalidade tem duas acepções, uma diz respeito ao Particular e a outra à
Administração. O primeiro é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Já o
segundo pode fazer somente o que a lei permite.
DICA 63
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da reserva legal impõe a necessidade que determinadas matérias sejam
disciplinadas por lei formal, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no artigo
59, da CF/88. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a necessidade de
obediência à lei em sentido amplo.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

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A reserva legal pode ser classificada em:
Absoluta: a norma constitucional necessita de lei formal para sua regulamentação.
Relativa: em que pese a necessidade de lei formal, é possível a edição de espécies
infralegais para regulamentação da norma constitucional.
O Princípio da Irretroatividade das Leis preconiza que a lei penal NÃO retroagirá,
exceto em benefício do réu.
DICA 64
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)
Segundo o inciso IV, do artigo 5º, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
o anonimato.
A Vedação do anonimato garante a responsabilização de quem causou danos a
terceiros ao exercer a livre manifestação do pensamento.
A livre manifestação de pensamento não é absoluta, sendo proibido qualquer discurso
de ódio, inclusive a incitação ao racismo.
DICA 65
DIREITO DE RESPOSTA
É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem.
Esquematizando:

Aplica-se a pessoas físicas e pessoas jurídicas.

DIREITO DE É proporcional ao agravo.


RESPOSTA

Pode ser acumulado com indenização por dano


material, moral ou à imagem.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 66
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: PRINCÍPIOS

SUPREMACIA DO O interesse público prevalece em


INTERESSE detrimento dos interesses particular, por
PÚBLICO exemplo, a desapropriação.

Voltado à atuação do administrador, posto


que este deve exercer suas funções sempre
INDISPONIBILIDADE DO
buscando garantir o interesse público, não
INTERESSE PÚBLICO
devendo desistir dos feitos ou dispor de
suas prerrogativas.

DICA 67
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública é o conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura
administrativa do Estado, com o objetivo de efetivar a vontade política para cumprimento
do interesse público.
O Governo decide qual política adotar e a máquina pública (Administração Pública)
executa o rumo adotado.

Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico, por


meio de serviço público, polícia administrativa, fomento à iniciativa privada ou
intervenção.

Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração


Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da federação) e
Administração Pública Indireta (órgãos e entidades).
DICA 68
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O artigo 2º, da CF/88 dispõe, expressamente, sobre a separação de poderes. Trata-se de
doutrina nascida na obra “Espírito das Leis” de Montesquieu. Segundo preconiza o
dispositivo em apreço, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Judiciário, o Executivo e o Legislativo.

Administração Direta (Entes Políticos): União, Estados, Distrito Federal e


Municípios.

Administração Indireta (Entes Administrativos): Autarquia, Sociedade de


Economia Mista, Fundação Pública e Empresa Pública.
Quanto à criação das entidades da Administração Indireta, a CF/88, nos incisos XIX e XX,
do artigo 37, dispõe que somente por lei (ordinária) poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, no caso da fundação, definir as áreas de sua
atuação.

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Nota-se que a lei ordinária cria (direto) a autarquia e autoriza a criação dos demais
entes administrativos.
DICA 69
CENTRALIZAÇÃO, DESCONCENTRAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
Na administração direta, os entes praticam as atividades através de órgãos, de forma
centralizada, desconcentrada, concentrada e descentralizada.

Centralização: Na centralização a pessoa política (União, Estados, DF ou Municípios)


pratica suas atividades por meio de seus órgãos, realizado diretamente a atividade
administrativa, sem interferência de outra entidade.

Desconcentração: Na desconcentração há uma distribuição interna de competência,


dentro da mesma pessoa jurídica.
Há o controle hierárquico, pois os órgãos de menor hierarquia ficam subordinados aos
seus superiores.

Concentração: A concentração ocorre quando um único órgão desempenha todas


as funções do ente político, sem divisão com órgãos menores.

Descentralização: A atividade é prestada por pessoa diversa. O Estado resolve


repassar a atividade para outra pessoa executar em seu lugar.

Ex.: concessão, permissão ou autorização para execução de um serviço público


para empresas particulares, através de contratos, precedidos de licitação.
DICA 70
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO
Quanto à posição estatal - cai bastante nas provas - os órgãos podem ser:
independentes, autônomos, superiores e subalternos.

- Independentes

- Autônomos
Os órgãos podem ser:
- Superiores

- Subalternos

DICA 71
ÓRGÃOS INDEPENDENTES
Os órgãos independentes são os originários da Constituição de 1988 e
representativos dos poderes do Estado, de modo que não possuem qualquer
subordinação hierárquica ou funcional.
Também são chamados de órgãos primários do Estado, pois exercem as funções
outorgadas diretamente pela Constituição Federal.

Ex.: Chefias do Executivo - Presidência da República.

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DICA 72
ÓRGÃOS AUTÔNOMOS
Os órgãos autônomos são aqueles que estão na cúpula da administração.
Encontram-se localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e estão
diretamente subordinados aos seus chefes.
Tem ampla autonomia administrativa e financeira.
Exercem funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das
atividades que estão dentro de sua esfera de competência.

Ex.: Ministérios e secretarias de Estado.


DICA 73
ÓRGÃOS SUPERIORES
Os órgãos superiores possuem poder de direção, controle, decisão e comando de
assuntos relacionados com a sua competência específica.
Estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais elevada.
Não gozam de autonomia administrativa nem financeira.
Sua atuação funcional se restringe ao planejamento e soluções técnicas dentro da sua
área de competência.
Exemplo: Gabinetes, Divisões, Coordenadorias e Departamentos.
DICA 74
ÓRGÃOS SUBALTERNOS
Os órgãos subalternos são todos aqueles subordinados a órgãos mais elevados, com
reduzido poder de decisão e predominância de atribuições de execução.
São destinados à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos,
cumprimento de decisões, dentre outras atribuições.

Ex.: Delegacia
DICA 75
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO
Quanto à posição estatal, os órgãos podem ser: simples ou compostos.

Quanto à posição - Simples


estatal, os órgãos
podem ser: - Compostos

Simples: constituídos por apenas um centro de competência

Compostos: em sua estrutura, reúnem outros órgãos menores, com função idêntica ou
funções auxiliares.

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DICA 76
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS

- Personalidade jurídica
Órgãos não possuem - Patrimônio próprio

- Capacidade processual

Os órgãos não possuem:

Personalidade jurídica
Quem terá capacidade jurídica para responder pelos atos praticados pelos órgãos será a
pessoa jurídica que realizou a desconcentração.

Patrimônio próprio
Todo o patrimônio utilizado pelo órgão é da pessoa jurídica a qual ele pertence.

Capacidade processual
Como regra, os órgãos não possuem capacidade processual, de modo que não podem
figurar em qualquer dos polos (autor/réu) de uma demanda processual. No entanto, os
órgãos independentes e os autônomos têm capacidade processual para tutelar as suas
prerrogativas institucionais.
DICA 77
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

A administração indireta é composta por pessoas jurídicas, com personalidade


jurídica:

Autarquias;

Fundações;

Empresas Públicas;

Sociedades de Economia Mista;


As pessoas jurídicas que se enquadram na administração indireta necessitam de lei para
sua existência.

Autarquia – criada por lei – A publicação de lei cria a autarquia.


A autarquia possuí personalidade jurídica de direito público.

Empresa Pública ( Ex: Caixa Federal) e Sociedade de Economia Mista ( Ex.:


Banco do Brasil) são autorizadas por lei, necessitando do registro de seu ato
constitutivo nos órgãos responsáveis para que ganhem vida.
EP / SEM – Possuem personalidade jurídica de direito privado.

Fundação Pública - são autorizadas por lei e lei complementar deverá definir suas
áreas de atuação.
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Fundação – personalidade jurídica pode ser de direito público ou de direito
privado. Se público é criada por lei como a autarquia; Se privado, é autorizada por lei
como EP/SEM, devendo ser registrada para ganhar vida.
DICA 78
DIFERENÇAS: EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

DIFERENÇAS

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Pessoas jurídicas de direito privado. Pessoas jurídicas de direito privado.

Criadas mediante autorização legal Criadas mediante autorização legal

Capital exclusivamente público Capital público e privado (o poder


público detém a maioria do capital
votante).

Prestação de serviço público ou exploração Prestação de serviço público ou


de atividade econômica. exploração de atividade econômica.

Qualquer forma de organização empresarial Sob a forma de sociedade anônima

Foro Federal (apenas empresa pública Foro comum


federal)

DICA 79
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA
AUTARQUIA

Características da autarquia:

Natureza: pessoa jurídica de direito público

Atividade: Típica de Estado

Regime de pessoal: Presidente (cargo em comissão) / Demais servidores (Cargo


efetivo)

Bens: impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis.

Imunidade tributária: não paga impostos sobre o patrimônio, bens e serviços

Prescrição: dívidas e direitos prescrevem em 5 anos

Se sujeita a lei de licitações.

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DICA 80
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS
FUNDAÇÕES

Características das fundações:

Natureza:

Direito público - Lei cria

Direito privado - Lei autoriza

Atividades de caráter social, isto é, não exclusivas do Estado

Regime de pessoal:

Direito público - servidores estatutários

Direito privado – CLT.


DICA 81
PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS

Estão previstos no caput do artigo 37, são eles:


L egalidade
I impessoalidade
M oralidade “L I M P E”
P ublicidade
E ficiência
Esses princípios balizam a atuação de toda Administração Pública, seja Direta (União,
Estados, Distrito Federal e Munícipios) ou Indireta (autarquia, fundação pública,
sociedade de economia mista e empresa pública) dos três Poderes (Judiciário, Executivo e
Legislativo).
DICA 82
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Trata-se de expoente máximo do Estado Democrático de Direito. Traduz a submissão do
Poder Público à lei.

O princípio da legalidade possui dupla acepção, uma que diz respeito à Administração
Pública e outra aos particulares, vejamos:

Particulares: é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.

Administração pública: pode fazer apenas o que a lei determina (ato vinculado) ou
autoriza (ato discricionário).
Fique atento!
Em que pese ser o expoente máximo do Estado Democrático de Direito, o princípio da
legalidade, excepcionalmente, pode ser relativizado, permitindo que o Poder Público ladeie
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às disposições legais. Nos casos de decretação do estado de defesa e de sítio; e de
edição de medida provisória, o Chefe do Poder Executivo detém maior liberdade de
atuação.
DICA 83
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
É conhecido também como princípio da isonomia e princípio da finalidade.

Possui 03 acepções, vejamos:

Finalidade: a finalidade precípua da Administração Pública é buscar satisfazer o


interesse público. Caso o ato seja praticado com finalidade distinta a essa, restará NULO
por desvio de finalidade.
Em sentido amplo, o princípio da impessoalidade busca o atendimento do
interesse público. Já em sentido estrito, visa atender a finalidade específica
prevista em lei para o ato administrativo.

Vedação à promoção pessoal: não é permitido ao agente público se valer de


realizações da Administração Público como se fossem próprias. Assim, é vedado, por
exemplo, constar símbolo de partido político em obra pública. Trata-se de proibição
expressamente prevista no parágrafo 1º, do artigo 37, da CF/88.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Isonomia: a Administração Pública deve se relacionar com os particulares de forma


imparcial.
DICA 84
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Impõe aos agentes públicos o dever de atuar de forma honesta. Sua atuação dever
pautar-se pelos princípios da boa-fé e probidade.
A ação popular, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, é instrumento de controle da
moralidade administrativa.
Caso o agente público não atue com a probidade prevista, o parágrafo 4º, do artigo 37,
prevê que os atos de improbidade acarretarão em suspensão dos direitos políticos;
perda da função pública; indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
DICA 85
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Trata-se do dever de transparência na atuação pública.

Possui dupla acepção:

Requisito de eficácia dos atos administrativos;

Transparência da atuação administrativa, de forma a possibilitar o controle pelos


administrados.

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O princípio da publicidade não é absoluto, encontra limites no direito à inviolabilidade da
intimidade e da vida privada; e as informações indispensáveis à segurança do
Estado e da Sociedade.
DICA 86
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Foi introduzido na CF/88 a partir da EC nº. 19/98. Com o advento da emenda citada,
passou-se do modelo de administração burocrática para o de administração gerencial.
O agente público deve conjugar a busca da melhoria da qualidade dos serviços públicos
com a racionalidade dos gastos públicos.

Princípio da economicidade: em síntese, ordena que seja feita avaliação do custo e


benefício dos gastos públicos.
DICA 87
PODERES ADMINISTRATIVOS - CONCEITO
Os Poderes Administrativos são instrumentos colocados à disposição do administrador
para atingir o interesse público.
Não devem ser confundidos com Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Poder não é uma faculdade, mas sim um dever do agente público.
DICA 88
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: USO E ABUSO DO PODER
O uso do poder consiste em um privilégio do agente público. A sua utilização implica
que o agente deverá observar as normas constitucionais e legais em busca do interesse
público.
O abuso de poder ocorre quando o agente público deixa de lado o interesse público e
observa apenas o seu interesse particular, o que torna o ato ilegal. Assim, o abuso de
poder é toda a atuação que torna irregular a execução do ato administrativo.
DICA 89
ABUSO DO PODER

São espécies de abuso de poder: (i) excesso de poder; e (ii) desvio de poder.

Excesso de poder:
O excesso de poder ocorre quando o agente atua além dos limites legais de sua
competência.

Desvio de poder ou de finalidade:


O desvio de poder quanto à finalidade ocorre quando o administrador agente dentro dos
limites de sua competência, mas o faz para alcançar fim diverso do previsto.

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DICA 90
PODERES ADMINISTRAIVOS: PODER DE POLÍCIA
É o poder do Estado de restringir, limitar ou condicionar o exercício de direitos e da
propriedade em benefício do interesse público.
O poder de polícia condiciona o exercício do direito, visando o bem-estar coletivo.
A base do poder de polícia é o interesse público. É a supremacia do interesse público
sobre o interesse do particular.
O poder de polícia não pode ser delegado aos particulares, pois para o exercício do
poder de polícia é necessário o poder de império através de sua supremacia.
DICA 91
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO - PODER DE POLÍCIA

Atributos do poder de polícia:

Discricionariedade (regra) – exceção: aplicação de multa é vinculado

Coercibilidade

Autoexecutoriedade – desdobra-se em exigibilidade e a executoriedade


DICA 92
CICLOS DO PODER DE POLÍCIA

Ordem de Polícia: limitação e acondicionamento ao exercício de atividades


privadas e uso de bens, imposta pela lei.

Consentimento de polícia: anuência prévia da administração para prática de certas


atividades.

Fiscalização de polícia: atividade que a administração pública analisa se está


ocorrência o adequado cumprimento das ordens de polícia pelo particular ou se este
está agindo conforme as condições impostas.

Sanção de polícia: é a atuação administrativa de modo coercitivo.


DICA 93
PODER HIERÁRQUICO
É o poder para estabelecer a hierarquia entre órgãos e agente público.
Órgãos de nível superior fiscalizam e revisam atos de órgãos de hierarquia inferior, com a
correção dos atos mediante revogação ou anulação.
DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO
Na delegação, a autoridade transfere parte de suas atribuições para outro agente
praticar o ato.
Na avocação, uma autoridade chama para si a prática de ato de subordinado.
A delegação não exige que exista hierarquização.
A avocação exige hierarquia, podendo avocar quem possuí a hierarquia superior.
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DICA 94
PODER DISCIPLINAR
É o poder de punir internamente as infrações dos servidores ou outras pessoas sujeitas
à relação com a Administração Pública.
É um poder que incide tanto em relação a servidores como também a particulares,
que mantenham algum tipo de vínculo especial com o poder público.

Ex.: Concessionários de Serviços Públicos.


Para punição é necessária a existência de superioridade hierárquica.
O poder disciplinar tem como característica a discricionariedade, ou seja, margem de
liberdade para decidir sobre o ato mais adequado a ser aplicado.
DICA 95
PODERES ADMINISTRAIVOS: PODER REGULAMENTAR
É o poder da administração de editar atos normativos para complementação das leis
(Poder Normativo).

Ex.: Edição de Decreto pelo Presidente da República para regulamentar funcionamento


da administração pública.

Se o ato regulamentar extrapolar a sua função, a CF/88 autoriza o Congresso Nacional


a sustar o ato.

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DIREITO DO TRABALHO
DICA 96
DIREITO DO TRABALHO
É o CONJUNTO complexo de normas, princípios, regras e institutos que regem as
relações de trabalho.

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO:

Fontes materiais: Representam o momento que antecede o surgimento da norma


jurídica. É influência por fatores históricos, políticos, sociais e econômicos.

Fontes formais: Representam a norma jurídica MATERIALIZADA e CONSTITUÍDA,


são divididas em:

AUTÔNOMA – Aquelas criadas pelas próprias partes envolvidas, Ex. Contrato de


Trabalho, Normas Coletivas, Regulamento Empresarial...

HERERÔNOMAS – Aquelas criadas com a participação de um terceiro em geral o


ESTADO.

Ex.: Lei em sentido amplo, sentença normativa, decisão judicial.

FONTES INTEGRADORAS:

São fontes que irão auxiliar o interprete na aplicação do caso concreto, Ex.
Doutrina, jurisprudência, analogia, equidade, costumes, direito comparado,
princípios gerais do direito.

ATENÇÃO!

São fontes subsidiárias:


O direito comum é fonte subsidiária ao direito do trabalho;
A Negociação Coletiva – Art. 611-A e art. 611-B da CLT;
Ao verificar uma norma coletiva somente poderá analisar os seus aspectos formais.
E os tribunais, ao editarem súmulas e OJ não poderão acrescentar ou suprimir
direitos não contidos em lei.

DICA 97
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Aplicação da norma mais favorável: Dispõe que será aplicada a norma mais
favorável ao trabalhador independentemente da posição que ocupe na escala hierárquica.
Observação: A ausência de contrapartidas (vantagens) não invalida o negócio
Jurídico.
Caso haja ação judicial visando anulação de clausulas das normas coletivas o sindicato
que participou da negociação deve participar como litisconsórcio necessário.

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Condição mais benéfica:
As vantagens concedidas ao trabalhador por força de contrato ou regulamento empresarial
aderem ao contrato de trabalho com força de lei e não podem ser suprimidas sob pena de
violação ao direito adquirido.
As mudanças, alterações ou revogações do regulamento empresarial somente afetam aos
novos contratados (SUMULA 51 TST). Na coexistência de mais de um regulamento a
opção por um deles importará em renúncia às vantagens previstas na outra (SUMULA 51
TST):
NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART.
468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial n° 163 da SBDI-1) - Res.
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do
regulamento. (ex-Súmula n° 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973).
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por
um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex-OJ n° 163 da
SBDI-1 - inserida em 26.03.1999). As vantagens concedidas em norma coletiva somente
terão validade pelo prazo máximo de dois anos, sendo vedada a ultratividade.
É nula a clausula que prevê o prazo superior a dois anos naquilo que ultrapassar este
prazo.
DICA 98
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Indubio pro operário: Caso seja possível mais de uma interpretação da norma ao
caso concreto será aplicada a norma que mais favorece o trabalhador.

Continuidade da relação de emprego: O contrato de trabalho em regra tem duração


indeterminada somente sendo permitida a contratação por tempo determinado nos casos
previstos em lei.

Irrenunciabilidade do direito: Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo


empregado; exceção: 611 -A da CLT.

Irredutibilidade salarial:
O salário não pode ser reduzido salvo mediante norma coletiva.
Observação: Quando uma norma coletiva prevê redução de salário durante a sua
vigência os empregados não podem ser dispensados sem justa causa.
DICA 99
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Prevalência da autonomia da vontade

Negociação individual - Hipersuficiente se ele tiver diploma de nível superior e mais


que o dobro do limite do RGPS, só vai negociar os direitos contidos no Art. 611-A CLT.

Negociação Coletiva – Art. 611–A CLT.

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Primazia da realidade

Prevalecerá a realidade dos fatos sobre os documentos.

Inalterabilidade contratual lesiva

O contrato de trabalho somente poderá ser alterado sob os seguintes requisitos:


Mutuo ACORDO – Consensualidade;
Ausência de Prejuízo para os empregados ainda que de forma indireta.

O empregador poderá fazer pequenas alterações unilaterais decorrentes do Jus


variandi, uma dessas alterações é a Reversão.

Ao fazer a reversão o empregador poderá suprimir a gratificação de função


independente de tempo recebido e da existência de justo motivo.

Mantido o empregado na função comissionada o valor da gratificação não pode ser


reduzido.
DICA 100
HIERARQUIA DAS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

As fontes de Direito do Trabalho são:

Constituição;

Emendas à Constituição;

Lei complementar e lei ordinária;

Decretos;

Portarias, instruções normativas e outros atos do Poder Executivo (em regra


não seriam fontes formais, mas em muitos casos a esses instrumentos se atribui tal
natureza de maneira expressa);

Tratados e convenções internacionais;

Sentenças normativas e sentenças arbitrais em dissídios coletivos;

Usos e costumes;

Convenção coletiva;

Acordos coletivos;

Regulamento empresarial (apenas alguns doutrinadores consideram essa uma fonte


formal do Direito do Trabalho, mas não é o posicionamento majoritário);

Jurisprudência (em regra, não seriam fontes formais, sendo que o art. 8º da CLT
confere à jurisprudência natureza de fonte normativa supletiva. Apenas quando se
tratarem de súmulas vinculantes é que se está diante de fontes formais do Direito do
Trabalho);

Princípios (existe grande controvérsia acerca da natureza dos princípios, mas grande
parte da doutrina tem entendido se tratarem de fontes formais do Direito).

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DICA 101
HIERARQUIA DAS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

A doutrina, a equidade, a analogia e as cláusulas do contrato de trabalho não


constituem fontes do Direito do Trabalho, quanto a esta última, existe entendimento em
sentido contrário, mas não é majoritário.
O critério geral de hierarquia das normas jurídicas considera que uma norma
encontra seu fundamento de validade em outra hierarquicamente superior, sendo
a Constituição a lei suprema da hierarquia ACIMA DESCRITA.

Contudo, no Direito do Trabalho existe um critério próprio de hierarquia


normativa, tendo em vista as especificidades do ramo, que se delineia a partir de dois
eixos principais:

Não há que se falar em hierarquia de diplomas normativos, mas apenas hierarquia de


normas jurídicas;

O critério que configura a pirâmide jurídica do Direito do Trabalho não é tão rígido como
o do direito comum.
No Direito do Trabalho, em virtude do princípio da proteção, opera-se segundo a
norma mais favorável, de forma que a pirâmide hierárquica é construída de maneira
variável, localizando-se em seu vértice a norma que mais se aproxime do objetivo de
reequilíbrio das relações sociais, a norma mais favorável ao trabalhador, não
sendo, portanto, necessariamente a Constituição Federal, a depender do tema em
questão.
DICA 102
HIERARQUIA DAS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Na falta de lei específica que regule a matéria objeto do conflito, o aplicador deverá
utilizar-se das fontes integrativas do direito, na forma prevista pelo art. 8° da CLT.
Além disso, o direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo
em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.

Ex.: Código de Processo Civil, Código Penal, Código de Defesa do Consumidor...


DICA 103
PRAZO MÁXIMO DE VIGÊNCIA DOS ACORDOS E DAS CONVENÇÕES COLETIVAS
É de dois anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das convenções
coletivas, sendo que as vantagens contidas em tais instrumentos não se incorporam ao
contrato de trabalho de forma definitiva (ler Súmula n°'277 e decisão liminar proferida
nos autos da ADPF n° 323 do STF).
DICA 104
VIGÊNCIA DOS ACORDOS E DAS CONVENÇÕES COLETIVAS
No REGULAMENTO DE EMPRESA, as condições mais favoráveis aos empregados nele
estabelecidas incorporam-se definitivamente aos contratos de trabalho que estejam em
vigor posteriormente à alteração, em prejuízo para os empregados, só terá validade em
relação aos contratos de trabalho celebrados após o início de sua vigência.

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DICA 105
DA APLICAÇÃO DA NORMA
O local da prestação dos serviços é que define a norma a ser aplicada à relação de
emprego, ou seja, segue-se o princípio da lex loci executione contracti (lei do lugar da
execução do contrato).
No caso de trabalhador contratado no Brasil para laborar no exterior em atividades de
engenharia, projetos e obras, montagens, gerenciamento e congêneres, a Lei no
7.064/82, garante os direitos previstos pela legislação nacional, salvo se a legislação
estrangeira for mais benéfica para o empregado.
DICA 106
RELAÇÃO DE TRABALHO

Conceito básico de trabalho: conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o


homem exerce para atingir determinado fim.
Assim a relação de trabalho se trata de um vínculo jurídico pelo qual uma pessoa
natural executa uma obra ou um serviço para alguém e recebe um pagamento por isso.
Para a sociologia do trabalho está associado à ideia de realidade material e relações
sociais. Ou seja, uma relação de trabalho é uma prestação de serviço laboral, que pode
ser firmado através de um contrato ou não. Nesse sentido, a atividade também pode
ser remunerada ou voluntária, mas sempre haverá um contratante e um contratado.
Esse termo na sociologia está associado à ideia de realidade material e relações sociais.
DICA 107
RELAÇÃO DE EMPREGO
Como já vimos a Relação de Trabalho é um gênero, e a Relação de Emprego é uma
espécie.
Memorize isso: toda Relação de Emprego é uma Relação de Trabalho, mas
nem toda Relação de Trabalho é uma Relação de Emprego.
A relação de emprego, ou o vínculo empregatício, é um fato jurídico que se configura
quando alguém (empregado ou empregada) presta serviço a uma outra pessoa, física ou
jurídica (empregador ou empregadora), de forma subordinada, pessoal, não eventual e
onerosa.

Requisitos da Relação de Emprego:

Pessoalidade: um dos sujeitos (o empregado) tem o dever jurídico de prestar os


serviços em favor de outrem pessoalmente.

Natureza não eventual do serviço: ele deverá ser necessário à atividade normal do
empregador.

Onerosidade: Remuneração do trabalho a ser executado pelo empregado.

Subordinação: o empregado sujeita-se ao poder diretivo do empregador.

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QUESTÃO FCC, 2017.
Matos é motorista da família Silva prestando seus serviços três dias da semana, no qual
leva e busca as crianças na escola. Marcela é jardineira exercendo suas atividades para
a família Silva quatro vezes por semana. Gilberto faz faxina na residência da família
Silva uma vez por semana. E, por fim, Denise é acompanhante da matriarca da família
Silva duas vezes por semana. Nestes casos, observando-se o requisito temporal e
considerando que os demais requisitos legais estão presentes, tratam-se de
empregados domésticos:
a) Matos e Marcela, apenas.
b) Matos, Marcela e Denise, apenas.
c) Matos, e Deise, apenas.
d) Matos, Marcela, Gilberto, apenas.
e) Matos, Marcela, Gilberto e Denise.
Gabarito: letra “A”

DICA 108
SUJEITO DO CONTRATO DE TRABALHO – DO EMPREGADO – ART. 3º, DA CLT
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Pessoa Física;

Não eventualidade;

Subordinação;

Onerosidade.
DICA 109
REQUISITOS DO CONTRATO DE TRABALHO - PESSOALIDADE OU PESSOA FÍSICA
A relação de emprego é intuitu personae somente no que diz respeito ao empregado,
que não pode ser substituído por outra pessoa na prestação de serviço, sob pena de
descaracterizar essa espécie de relação.

PESSOA FÍSICA IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO

DICA 110
REQUISITOS DO CONTRATO DE TRABALHO - NÃO EVENTUALIDADE
A não eventualidade significa que a execução dos serviços do obreiro deve estar inserida
no âmbito de uma atividade permanente desenvolvida pela empresa, seja ela fim ou
meio. Em outras palavras, o trabalho do obreiro não pode estar relacionado a um
evento ocasional.

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DICA 111
REQUISITOS DO CONTRATO DE TRABALHO - ONEROSIDADE
Por onerosidade entende-se que a prestação de serviços deve possuir, como
correspondente, o pagamento de salário por parte do empregador, inclusive nas
ocasiões em que o empregado estiver a sua disposição, aguardando ordens.
DICA 112
REQUISITOS DO CONTRATO DE TRABALHO - SUBORDINAÇÃO
A subordinação representa o fenômeno por meio do qual o trabalhador desloca o
comando de sua atividade laboral para o empregador, submetendo-se às suas ordens
de serviço. A teoria sobre a natureza jurídica da subordinação mais aceita pela doutrina é
a que considera como decorrente de um contrato, ou seja, subordinação jurídica. Nos
últimos anos, todavia, tem ganhado corpo a teoria da subordinação estrutural-
reticular.
DICA 113
SUJEITO DO CONTRATO DE TRABALHO - EMPREGADOR – ART. 2° CLT
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os
riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

Alteridade;

Pessoalidade.

ATENÇÃO!

Equipara-se ao empregador o profissional liberal, as entidades de beneficência e as


demais se fins lucrativos que contratem trabalhadores como empregados.
Para os fins de relação de emprego não haverá distinção em relação aos
empregados nem em relação ao trabalho técnico manual ou intelectual.

DICA 114
REQUISITOS DO CONTRATO DE TRABALHO - ALTERIDADE
Por alteridade entende-se a circunstância de o empregado transferir a propriedade do
seu trabalho ao empregador e, consequentemente, os riscos dessa atividade. A teoria
da subordinação jurídica é a mais aceita pela doutrina, uma vez que o estado de
submissão do empregado decorre da celebração do contrato de trabalho.
DICA 115
TEMA QUENTE – ANALOGIA A ESCRAVIDÃO
A relação empregatícia é voluntária, porque o trabalho prestado não tem caráter
obrigatório, excluindo-se, desse modo, as relações de servidão, escravidão e de trabalho
forçado a título de pena.

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DICA 116
TRABALHO AUTÔNOMO - NÃO CARACTERIZA VÍNCULO DE EMPREGO
A prestação de serviços autônomos é aquela que é executada por conta e risco da
pessoa do trabalhador, ou simplesmente trabalho por conta própria.
Nesse caso, não existe o vínculo de emprego, e não há subordinação do trabalhador.

A prestação dos serviços poderá ser:

forma eventual, e

não habitual.
DICA 117
TRABALHO AVULSO PORTUÁRIO
O trabalho avulso portuário é aquele prestado a vários tomadores de serviços, com
intermediação do órgão gestor de mão de obra - OGMO, quando a essa atividade é
desenvolvida no porto, ou pelo sindicato, nas demais localidades.
Já no trabalho avulso não portuário, a intermediação é feita pelo sindicato.
DICA 118
GARANTIA CONSTITUCIONAL
A CF/88 estendeu, expressamente, aos trabalhadores avulsos toda a proteção legal
que é dispensada aos empregados, conforme se observa do disposto no art. 7°: “XXXIV -
igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente
e o trabalhador avulso".
DICA 119
SOCIEDADE COOPERATIVA - NÃO CARACTERIZA VÍNCULO DE EMPREGO
Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo
empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de
serviços daquela, observando, evidentemente, o princípio da primazia da realidade.

SOCIEDADE COOPERATIVA PRIMAZIA DA REALIDADE

União voluntária de um grupo de


Os fatos prevalecem sobre o que
pessoas para exercício de uma
for alegado.
atividade (social, econômica etc...)

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DICA 120
NÃO CARACTERIZA VÍNCULO DE EMPREGO
Estágio, é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho,
que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando
o ensino regular em instituições de ensino superior, de educação profissionalizante, de
ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
CUIDADO COM AS EXCEÇÕES: Quando há o desvio de finalidade do Estágio!
Embora a Lei 11.788/08 regule que o contrato de estágio não possui característica
passível de reconhecimento de vínculo empregatício, existem situações que corroboram
para que tal reconhecimento aconteça. Dentre essas situações estão: a incompatibilidade
entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no termo de compromisso de
estágio, a extrapolação da carga horária prevista em lei, etc.
Para melhor entendimento leia os artigos 3º, § 2º da Lei 11.788/08.
DICA 121
NÃO CARACTERIZA VÍNCULO DE EMPREGO
Considera-se serviço voluntário, a atividade não remunerada, prestada por pessoa
física à entidade pública de qualquer natureza, ou à instituição privada de fins não
lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou
de assistência social, inclusive mutualidade. O serviço voluntário não gera vínculo
empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
DICA 122
PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR
Dentro da relação de emprego, a subordinação do empregado constitui uma das
características fundamentais para a configuração do vínculo empregatício,
contudo, pouco se fala a respeito da contrapartida à subordinação do obreiro, que é o
poder de direção do empregador sobre as atividades exercidas pelo empregado no âmbito
da relação de trabalho.
O poder diretivo do empregador, de acordo com Amauri Mascaro Nascimento, consiste na
faculdade atribuída ao empregador de dirigir o modo como a atividade do
empregado é exercida em decorrência do contrato de trabalho e no âmbito da
atividade empresarial.
Fundamentado no Artigo 2º, da CLT, o poder diretivo do empregador se divide em três
prerrogativas fundamentais dentro do local de trabalho: poder de organização, poder
de controle e poder disciplinar.
DICA 123
DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO TRABALHADOR
Os Direitos Constitucionais dos Trabalhadores estão presentes no artigo 7º da Constituição
Federal. Leitura obrigatória!
Traz a Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos.

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário.
Fundo de garantia do tempo de serviço.
Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.
Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.
Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável.
Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria.
Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.
Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.
Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei.
Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva.
Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento
à do normal.
Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal.
Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias.
Licença-paternidade, nos termos fixados em lei.
Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei.
Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei.
Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança.
Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei.

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


Aposentadoria.
Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas.
Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
Proteção em face da automação, na forma da lei.
Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho.
Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência.
Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos.
Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
de quatorze anos.
Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
DICA 124
GRUPO ECONÔMICO - CONCEITO
Grupo econômico se configura quando duas ou mais empresas atuam de forma
coordenada, com objetivos comuns, ou desde que exista uma relação de subordinação
entre elas.
Veja de forma mais detalhada os requisitos para a formação de grupo econômico. Tal
conceito está assentado no artigo 2º e seus parágrafos 2º e 3º, da Consolidação das
Leis do Trabalho. Nela, grupo econômico se configura quando duas ou mais empresas
atuam de forma coordenada, com objetivos comuns. Ou desde que exista uma relação de
subordinação entre elas (quando uma empresa tem controle sobre as demais).

ATENÇÃO!

Confira-se a redação do:


“Art. 2º – (...)
§ 2° Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem
grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da
relação de emprego.”

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DICA 125
GRUPO ECONÔMICO - REPERCUSSÃO
Apenas a relação de sócios entre empresas distintas não é suficiente para a configuração
de grupo econômico, devendo haver uma hierarquia entre elas ou objetivos afins. Esse
entendimento foi, inclusive, confirmado pelo TST – Tribunal Superior do Trabalho – em
recente decisão judicial.
“§ 3° Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo
necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse
integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.”
Sendo assim, veja de forma mais detalhada os requisitos para a formação deste tipo de
arranjo.
DICA 126
GRUPO ECONÔMICO – IMPLICAÇÃO NO CONTRATO DE TRABALHO
Conclui-se, portanto, que a caracterização do grupo econômico busca evitar o
dissimulado propósito de desvirtuar a aplicação dos preceitos trabalhistas, através da
constituição de pessoas jurídicas distintas.
Assim, considerando as implicações que o instituto pode trazer, é recomendável que as
empresas coligadas se posicionem de forma a afastar ou atrair a configuração do
mesmo, evitando, com isso, eventuais demandas judiciais.
DICA 127
GRUPO ECONÔMICO – ENTENDIMENTO PACIFICO
Do entendimento do Tribunal Superior do Trabalho – TST
A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) já pacificou o tema no sentido de
que o simples fato da existência de sócios em comum não é capaz de configurar grupo
econômico, e que a coordenação entre as empresas, sem relação hierárquica, também
não caracteriza o referido grupo, restando afastada a responsabilização solidária.

SÚMULA Nº 129, do TST

CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO: A prestação de serviços a mais de


uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não
caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em
contrário.

DICA 128
SUCESSÃO DE EMPREGADORES
A sucessão trabalhista – ou sucessão de empregadores – é prevista nos artigos 10 e
448, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), consistindo na assunção de obrigações
trabalhistas em virtude da transferência de titularidade da empresa ou de
estabelecimento empresarial.

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Vejamos o que diz a CLT:

“Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados.”
“Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não
afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.”

DICA 129
SUCESSÃO DE EMPREGADORES - ESPÉCIES DE SUCESSÃO TRABALHISTA

São previstas três espécies de sucessão trabalhista:


Substituição do antigo empregador por outra pessoa física ou jurídica;
Alteração na estrutura da pessoa jurídica que contratou empregados (e.v. fusão,
incorporação, cisão);

Alienação ou transferência de parte significativa do estabelecimento empresarial de


modo a afetar os contratos de trabalho.
DICA 130
SUCESSÃO DE EMPREGADORES - REQUISITOS DA SUCESSÃO TRABALHISTA

Via de regra, para que fique caracterizada a sucessão trabalhista são necessários dois
requisitos:
Alteração da pessoa jurídica ou da titularidade do estabelecimento empresarial;
Continuidade na prestação de serviços pelos empregados.
DICA 131
SUCESSÃO DE EMPREGADORES - EFEITOS DA SUCESSÃO TRABALHISTA
Com a sucessão trabalhista, a empresa sucessora passa a responder pelas obrigações
presentes, futuras e passadas decorrentes dos contratos de trabalho que lhe foram
transferidos. O passivo trabalhista, na sua integralidade, é transferido ao novo
empregador.
DICA 132
SUCESSÃO DE EMPREGADORES - CLÁUSULA DE NÃO-RESPONSABILIZAÇÃO
No contrato de trespasse, ou em qualquer outro negócio jurídico que possa fragilizar as
garantias dos contratos de trabalho, é irrelevante a existência de cláusulas estipulando
que a empresa sucessora não responderá por débitos trabalhistas até a data da
transferência.
No entanto, é válida a cláusula no sentido de preservar o direito da empresa sucessora de
exigir ressarcimento, da empresa sucedida, de eventuais desembolsos que tiver quanto a
obrigações trabalhistas não honrada até a data da transferência.

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DICA 133
SUCESSÃO DE EMPREGADORES – RESPONSABILIDADE NA SUCESSÃO
TRABALHISTA

A reforma trabalhista – Lei 13.467/2017 – disciplinou a responsabilidade da empresa


sucessora, inserindo o art. 448-A na CLT:

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos


arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à
época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de
responsabilidade do sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora
quando ficar comprovada fraude na transferência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017).

De acordo com o dispositivo da CLT:


A empresa sucessora fica responsável por todas as obrigações trabalhistas inclusive
sobre aquelas anteriores à sucessão;
A empresa sucedida fica responsável, de forma solidária com a empresa sucessora, por
obrigações trabalhistas anteriores e posteriores à sucessão, cause reste configurada
fraude a direitos trabalhistas.
DICA 134
CONTRATO DE TRABALHO - CONCEITO
Contrato de trabalho é o pacto, expresso ou tácito, verbal ou escrito, por prazo
determinado ou indeterminado, por meio do qual o empregado, pessoa física,
compromete-se a prestar serviços não eventuais e subordinados e o empregador a
pagar a retribuição convencionada ou imposta.
DICA 135
CLASSIFICAÇÃO MODALIDADES CONTRATO DE TRABALHO

A classificação do contrato de trabalho se encontra estabelecida pelo art. 443 da CLT,


que estabelece a formas e as modalidades:

Forma:

Tácito (Verbal)
Expresso (Escrito)

Modalidades:
Prazo Determinado
Prazo Indeterminado

Prestação de trabalho intermitente.

CLT - Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado,
ou para prestação de trabalho intermitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017).
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
DICA 136
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO - MATERIAIS E FORMAIS
HETERÔNOMAS
Assim como outras áreas, o Direito Processual do Trabalho tem suas fontes, as quais são
divididas entre formais e materiais. As fontes materiais são em geral referentes aos fatos
sociais, econômicos, políticos e outros, que influenciam e fazem nascer o direito e as
normas jurídicas. Já as formais são as fontes são as criadas por terceiros alheios à
relação jurídica, conforme veremos a seguir:

Fontes formais heterônomas:

CF/88;

Leis (aplicação subsidiária do CPC);

Ato Administrativo;

Sentença Normativa;

Jurisprudência;

Sentença Arbitral.
DICA 137
FONTES FORMAIS AUTÔNOMAS
São fontes que nascem dos destinatários da norma, como por exemplo os sindicatos
representantes, pela negociação coletiva de trabalho. Lembrando sempre que tais normas
podem ser editadas diretamente (regulamento da empresa, por exemplo) ou pelos
sindicatos (Convenções Coletivas de Trabalho e Acordos Coletivos de Trabalho).

Vejamos a seguir:

Convenção Coletiva de Trabalho;

Acordo Coletivo de Trabalho;

Costume;

Regulamento de Empresa.
DICA 138
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

O art. 111 da CF/88 fala sobre os órgãos da Justiça do Trabalho:

O Tribunal Superior do Trabalho (TST);

Os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs);

Os juízes do trabalho (varas).

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Logo, há 3 graus de jurisdição, quais sejam:

TST

TRTs

Varas do
Trabalho

DICA 139
JUÍZES DO TRABALHO
O juiz do trabalho deve ser aprovado em concurso de provas e títulos, ingressando como
juiz substituto, designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir nas Varas do
Trabalho. Passados 2 anos no exercício, ele irá tornar-se vitalício no cargo.

Art. 112 da CF/88:


"a Lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-La aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional
do Trabalho"

Ótimo, mas o que acontece nas comarcas onde não tiver juiz do trabalho? Nas
comarcas onde não houver juiz do trabalho, por Lei, os Juízes de Direito poderão ser
investidos da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá recurso
ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (art. 112 da CF/1988 e art. 668
da CLT).
E como surge uma nova vara trabalhista? Há requisitos? Há o requisito da frequência de
reclamações trabalhistas em cada órgão já existente exceda, seguidamente, a 1500
reclamações trabalhistas por ano.

Para resumir: O órgão de base da estrutura do Poder Judiciário é o próprio juiz, que
fica lotado nas denominadas Varas do Trabalho. Note-se que a indicação do juiz enquanto
órgão da estrutura judiciária brasileira é da CF/88, que em seu art. 111 expressamente
assim determina.
E como as varas do trabalho são criadas? A criação de Varas do Trabalho é feita por
intermédio de lei federal específica, conforme fala o art. 112 da CF, sendo a iniciativa do
TST, depois da sugestão do TRT envolvido, observada ainda a efetiva demanda judicial e a
população do lugar. Muito embora a criação da Vara do Trabalho nasça de uma lei
específica, o ato que define a jurisdição daquela unidade pode ser do TRT correspondente,
conforme fala o art. 28 da Lei n° 10.770/2003.
DICA 140
JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO

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A carreira do Juiz do Trabalho encontra-se na Lei Orgânica da Magistratura Nacional
(LOMAN), que determinou que a única forma de provimento para o cargo de Juiz do
Trabalho é a aprovação prévia em concurso público de provas e títulos.
Estes concursos têm muitas fases, sendo comumente as 04 (quatro) primeiras
eliminatórias, formadas por uma prova objetiva; uma avaliação subjetiva; uma avaliação
prática, conhecida como prova de sentença; uma fase oral; e uma quinta fase, de caráter
meramente classificatório, com uma prova de títulos.
DICA 141
PROMOÇÃO POR MERECIMENTO
As promoções para o cargo de juiz titular seguem o critério alternado de merecimento e
antiguidade. No merecimento, é avaliada a produtividade e presteza no exercício da
jurisdição, além é claro da frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos
de aperfeiçoamento, conforme normatizado no art. 93, II, c, da CF.

Veja como a FCC já cobrou isto:

QUESTÃO FCC, 2007.


A respeito da carreira da magistratura, é correto afirmar que
a) o tribunal, na promoção por antigüidade, somente poderá recusar o juiz mais antigo
pelo voto fundamentado da metade de seus membros.
b) o cargo inicial, provido mediante concurso público, será o de juiz de primeira
instância.
c) a promoção de entrância, para entrância, será feita uma vez por antigüidade e duas
por merecimento e assim sucessivamente.
d) é obrigatória a promoção de juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento.
e) a promoção por merecimento pressupõe, dentre outros requisitos, pelo menos três
anos de exercício na respectiva entrância.
Gabarito: Alternativa D, com base no que dispõe o art. 93 da Constituição Federal.

Vejamos:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e
merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;”
DICA 142
VARAS DO TRABALHO - CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
As varas são a primeira instância trabalhista, ou seja, ela é competente para julgar
conflitos individuais surgidos nas relações de trabalho. Tais controvérsias chegam à Vara
na forma de Reclamação Trabalhista. A Vara é composta por um Juiz do Trabalho titular e
um Juiz do Trabalho substituto.
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E mais: A decisão por meio da qual o Juiz do Trabalho resolve a controvérsia chama-se
“sentença” e contra ela as partes podem interpor recurso.
Você sabia? Segundo dados recentes do TST, há no Brasil um total de 1.587 Varas
do Trabalho.
DICA 143
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Faz parte da organização da Justiça do Trabalho. O TST (Tribunal Superior do Trabalho),
tem 27 ministros, a sua nomeação é feita pelo Presidente da República e necessário que
haja a devida aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, por meio de uma
sabatina. Esses ministros devem ter mais de 35 e menos de 65 anos.

Órgãos que funcionam junto ao TST:

Escola Nacional de Formação e Conselho Superior da


Aperfeiçoamento de Magistrados do Justiça do Trabalho
Trabalho

ATENÇÃO!

Destes 27 Ministros, um quinto das vagas será reservado aos membros da


Advocacia e do Ministério Público, o que é o “quinto constitucional”.
IMPORTANTE: no TST são julgados o Recurso de revista, o Recurso Ordinário e
os embargos ao TST.

DICA 144
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
Os Tribunais Regionais do Trabalho integram a Justiça do Trabalho, devendo ter no
mínimo de 07 (sete) juízes, estes juízes devem ser nomeados, devendo ainda estes
possuir mais de 30 anos e menos de 65 anos. Assim como os ministros do TST, a sua
nomeação deverá ser feita pelo Presidente da República e por fim, não há necessidade de
sabatina para a aprovação, diferente neste ponto dos Ministros do TST.

A propósito, você sabia que São Paulo é o único estado a ter dois TRT’s? Isto
mesmo, o Estado de São Paulo possui:

TRT 2ª Região (Sede em São Paulo/SP)

TRT 15ª Região (Sede em Campinas/SP)


Há TRT em todos os Estado brasileiros? Não, não há TRT no Tocantins, Amapá, Acre
e Roraima.

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Como eu faço para não esquecer os estados onde não tem TRT?

Lembre-se de TARA.

T Tocantins

A Amapá

R Roraima

A Acre

Ué, mas se não tem TRT nestes lugares, como é feita então a jurisdição?
Observe a seguir:

Tocantins (submete-se à jurisdição do TRT da 10ª Região no Distrito Federal, sede em


Brasília/DF);

Acre (submete-se à jurisdição do TRT da 14ª Região em Rondônia, sede em Porto


Velho/RO);

Roraima (submete-se à jurisdição do TRT da 11ª Região no Amazonas, sede em


Manaus/AM);

Amapá (submete-se à jurisdição do TRT da 8ª Região no Pará, sede em Belém/PA).


IMPORTANTE: na composição dos TRTs também deve ser observado o quinto
constitucional de membros oriundos do Ministério Público do Trabalho e da OAB, com os
demais juízes nomeados mediante promoção de magistrados do trabalho vinculados às
Varas, alternadamente, por tempo de antiguidade e mérito, sendo o número de
magistrados variável, havendo um número mínimo 07 juízes, devendo ser atendido o
critério da necessidade de desmembramento em Turmas em função do movimento
processual.
DICA 145
COMO O TRT FUNCIONA?
Compete ao Tribunal Regional do Trabalho, deve originariamente, processar e julgar as
ações de sua competência originária, como por exemplo os dissídios coletivos, mandados
de segurança e ações rescisórias, já no grau recursal, o TRT julga os recursos das
decisões de Varas do Trabalho.
E mais: A EC °. 45/2004, que acrescentou o § 1º ao art. 115 da CF/88, que os Tribunais
Regionais do Trabalho deverão instalar a Justiça Itinerante, com a realização de
audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
Importante: Os juízes dos TRTs, chamados de “Desembargadores do Trabalho”, segundo a
Resolução CSJT n. 104/2012, e estes são nomeados pelo Presidente da República.

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E como isto pode cair na minha prova?

QUESTÃO INÉDITA.
O Tribunal Regional do Trabalho é de suma importância no funcionamento da justiça
trabalhista. Neste campo, é correto afirmar que:
a) O TRT possui competência para julgar, além de ações e dissídios, também causas
de cunho criminal.
b) Compete privativamente ao TRT o julgamento do conflito de competência que
envolva os juízes do trabalho e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista na
mesma região. Quando o conflito for suscitado entre o próprio TRT e juiz do trabalho a
ele subordinado, a competência para julgamento será do TST.
c) Em grau recursal, o TRT tem plena competência para julgar os recursos das
decisões de Varas do Trabalho.
d) O TRT é vedado de julgar ações rescisórias.
Gabarito: Alternativa C. Muito cuidado com a letra B (incorreta)!
Comentário: Súmula 420 do TST: COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO.
TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO Não se
configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara
do Trabalho a ele vinculada.

DICA 146
ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho são prestados por servidores e órgãos de
auxílio. No Capítulo VI da CLT (arts. 710 a 721) podemos olhar os serviços auxiliares da
Justiça do Trabalho. E mais: Nos termos do art. 710 da CLT, as secretarias são dirigidas
pelo Diretor de Secretaria.
IMPORTANTE: a Justiça do Trabalho, no 1º grau de jurisdição, está ligada às Varas
do Trabalho as chamadas Secretarias, e não cartórios, o que a diferencia da Justiça
Comum, e os Oficiais de Justiça avaliadores.
DICA 147
FUNÇÃO DA SECRETARIA - VARA

Cada Vara terá uma secretaria. E mais: segundo o art. 711 da CLT, é de competência
das secretarias as seguintes atribuições:
a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos processos e
outros papéis que lhe forem encaminhados,
b) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos processos e demais papéis;
c) o registro das decisões;
d) a informação, às partes interessadas e seus procuradores, do andamento dos
respectivos processos, cuja consulta lhes facilitará;
e) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria;
f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos;
Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.
g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do arquivamento da
secretaria;
h) a realização das penhoras e demais diligências processuais;
i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente da Junta,
para melhor execução dos serviços que lhe estão afetos.
Logo, a secretaria será formada pelos servidores públicos que forem admitidos por
intermédio de concurso público, seguindo o normatizado na CF/88.

❓ Uma dúvida: há previsão legal quanto ao número de servidores em cada


Secretaria? Não. Será um dever do TRT, administrativamente, mensurar a necessidade
do serviço e a distribuição dos servidores, dentro de seu quadro de pessoal.
DICA 148
DISTRIBUIDORES
Nos lugares onde existir mais de uma Vara do trabalho e nos Tribunais onde houver mais
de uma Turma, devemos ter um distribuidor. Serão da competência deste distribuidor a
distribuição do feito rigorosamente por ordem de entrada e o fornecimento de informações
sobre os processos distribuídos (arts. 713 a 715 da CLT).
Os distribuidores são designados pelo Presidente do TRT, dentre os funcionários das Varas
do Trabalho e do TRT, ficando subordinados diretamente a ele (art. 715 da CLT).

Veja como a FCC já cobrou isto:

QUESTÃO FCC, 2006.


Nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho haverá um distribuidor.
Os distribuidores são designados pelo Presidente do
a) Tribunal Superior do Trabalho dentre os funcionários das Varas do Trabalho e do
Tribunal Regional do Trabalho, existentes na mesma localidade.
b) Tribunal Regional do Trabalho dentre os funcionários das Varas do Trabalho e do
Tribunal Regional do Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente
subordinados ao mesmo Presidente.
c) Tribunal Superior do Trabalho apenas dentre os funcionários do Tribunal Regional
do Trabalho, existente na mesma localidade.
d) Tribunal Regional do Trabalho apenas dentre os funcionários das Varas do
Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados ao mesmo
Presidente.
e) Tribunal Regional do Trabalho apenas dentre os funcionários dos Tribunal
Regional do Trabalho, existente na mesma localidade, e diretamente subordinados ao
mesmo Presidente.
Gabarito: Alternativa B.
Art. 715 da CLT. Os distribuidores são designados pelo Presidente do Tribunal Regional
dentre os funcionários das Juntas e do Tribunal Regional, existentes na mesma
localidade, e ao mesmo Presidente diretamente subordinados.

Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.


DICA 149
PRERROGATIVAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Lembrando sempre que o Ministério Público tem autonomia e independência da
instituição. Além disso, são princípios do MP a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional, princípios estes normatizados no art. 127, § 1° da CF/88. Logo,
é assunto muito letra de lei.

Segundo o art. art. 18 da LC 75/1993, são prerrogativas deste ente:

"I - institucionais:
a) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou
presidentes dos órgãos judiciários perante os quais oficiem;
b) usar vestes talares;
e) ter ingresso e trânsitos livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público ou
privado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;
d) a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no
território nacional, quando em serviço de caráter urgente;
e) o porte de arma, independentemente de autorização;
f) carteira de identidade especial, de acordo com modelo aprovado pelo Procurador-Geral
da República e por ele expedida, nela se consignando as prerrogativas constantes do
inciso I, alíneas 'c', 'd' e 'e' do inciso II, alíneas 'd', 'e' e 'f', deste artigo;

II - processuais:
a) do Procurador-Geral da República, ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo
Supremo Tribunal Federal e pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;
b) do membro do Ministério Público da União que oficie perante tribunais, ser processado
e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelo Superior Tribunal de Justiça;
e) do membro do Ministério Público da União que oficie perante juízos de primeira
instância, ser processado e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos
Tribunais Regionais Federais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em razão de
flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação
àquele tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilidade;
e) ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado-Maior, com direito à
privacidade e à disposição do tribunal competente para o julgamento, quando sujeito a
prisão antes da decisão final; e a dependência separada no estabelecimento em que tiver
de ser cumprida a pena;
f) não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste
artigo;
g) ser ouvido, como testemunhas, em dia, hora e Local previamente ajustados com o
magistrado ou a autoridade competente;
h) receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e grau de jurisdição
nos feitos em que tiver que oficiar.

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Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício de prática de infração
penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar,
remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará
membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato".
DICA 150
O MPT NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO
O Ministério Público do Trabalho tem a atribuição de exigir dos empregadores um meio
ambiente de trabalho adequado na gestão de pessoas, EPI’s e processos de prevenção dos
riscos de acidentes e doenças decorrentes de trabalho perigoso, penoso e insalubre.
Caso haja doenças ocupacionais, como por exemplo a Lesão por Esforço Repetitivo o MPT
possui legitimidade para proposição de ação civil pública, com intuito de conceder tutela
específica para adoção de medidas de controle destas doenças ocupacionais e, também, a
readaptação ergonômica das instalações da empresa, quando necessária.
DICA 151
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO E AS GREVES
O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade de promover ação coletiva (dissídio de
greve) junto à Justiça do Trabalho para a declaração da abusividade do exercício do
direito de greve e o restabelecimento da ordem jurídica violada ou proteção ao interesse
social (interesse público), quando uma das partes que forem arroladas no art. 10 da Lei n.
7.783/89, ao estarem exercendo o direito de greve, deixar de satisfazer as condições que
forem necessárias e inadiáveis de atendimento da população ou parte dela.
Importante trazer ao seu conhecimento não constitui abuso do exercício do direito de
greve a paralisação que tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição
ou que seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que
modifique substancialmente a relação de trabalho.
DICA 152
VEDAÇÕES AOS AGENTES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Os membros do Ministério Público possuem algumas vedações que são elencadas no


art. 128, § 5°, II, da CF/88. No que tange ao Ministério Público da União, as proibições
são impostas, também, pelo art. 237 da Lei Complementar 75/1993. De acordo com a
Constituição Federal, em seu já citado dispositivo, constituem-se proibições aos agentes
do Ministério Público:
Art. 128. (...)
§ 5° (...)

II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
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e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

IMPORTANTE: lembre-se que o Ministério Público do Trabalho (MPT) integra o


Ministério Público da União (MPU), possuindo todas as garantias e prerrogativas e estando
submetido às vedações que disciplinam a instituição Ministério Público. Em outras
palavras: O Ministério Público da União alcança o Ministério Público Federal, o Ministério
Público Militar, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios.

Fazem parte do Ministério Público do Trabalho:

O Procurador-Geral do Trabalho;

O Colégio de Procuradores do Trabalho;

O Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;

A Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;

A Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;

Os Procuradores Regionais do Trabalho;

Os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;

Os Procuradores do Trabalho.

DICA 153
INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público do Trabalho pode sim intervir, como um fiscal da lei, tendo assim uma
função importante nas sessões realizadas nos Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal
Superior do Trabalho, como também produzindo os pareceres, desde que haja o interesse
público evidente na situação. Uma informação importante para quem estuda este assunto
é que o instrumento de atuação judicial do Ministério Público do Trabalho de maior
importância é a ação civil pública, usada na proteção dos interesses metaindividuais no
campo trabalhista.
Veja: Não é que as outros instrumentos não são importantes, mas a Ação Civil
Pública é a mais comum e que na hora do estudo não pode ser deixada de lado. Há
também outras formas de participação do MPT, como por exemplo a ação rescisória, o
dissídio coletivo de greve, a ação anulatória de cláusula convencional, o mandado de
segurança (remédio constitucional a ser melhor trabalhado em dicas posteriores) entre
outros.

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DICA 154
PRINCÍPIO DO JUIZ E DO PROMOTOR NATURAL
O art. 5º, XXXVII e LIII, da CF/88 normatiza o princípio do juiz natural ao prever que não
deverá haver juízo ou tribunal de exceção e que ninguém pode ser processado nem
sentenciado, a não ser pela autoridade competente. Em outras palavras: Ninguém será
processado, nem sentenciado senão pela autoridade competente.

E como isto poderia cair na minha prova?

QUESTÃO INÉDITA.
O princípio do promotor natural é o princípio que garante ao réu ser processado
apenas e tão somente pelo Procurador escolhido consoante leis processuais e também
de organização interna de forma previa fixadas, sendo terminantemente proibida
qualquer indicação de cunho arbitrário.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Gabarito: Certo.

DICA 155
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO
Este princípio, que é próprio do processo do trabalho em si, tem sido utilizado também no
processo civil e no processo penal. Interessante que para muitos doutrinadores este
princípio é o único princípio comum do processo do trabalho em todo o mundo, já que não
é interesse de qualquer Estado que o conflito trabalhista, que essencialmente tem grandes
repercussões sociais, perdure por muito tempo.
O juiz é obrigado a homologar acordo trabalhista? Não, pois a Súmula 418 do TST
normatiza que o ato de homologar é FACULDADE do Juiz.
IMPORTANTE: O CPC também estimula a adoção da conciliação.

Veja como a FCC já cobrou isto:

QUESTÃO FCC, 2012.


No processo do trabalho, o Juiz deverá propor a conciliação
a) somente quando o valor da causa o permitir.
b) somente quando houver requerimento das partes.
c) após a apresentação da defesa e ao término da instrução processual.
d) na abertura da audiência, antes da apresentação da defesa e renovadas após as
razões finais.
e) após a oitiva das partes e quando do encerramento da instrução processual.
Gabarito: Alternativa d.

Dica: A conciliação é sempre bem-vista e incentivada no processo do trabalho. Isso,


por si só, já te encaminharia a marcar a letra D.

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DICA 156
PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI
O jus postulandi é uma das bases do Processo do Trabalho, pois traz a possibilidade das
partes (empregado e empregador) de postularem de forma pessoal na Justiça do Trabalho
e acompanharem as suas reclamações até o final, sem necessidade da presença de um
advogado. Ressaltando sempre que o jus postulandi não é mais admitido no âmbito do
TST, havendo a necessidade da figura do advogado.

Jus postulandi = Um dos grandes fundamentos dos princípios da simplicidade e


informalidade
Resumindo: O jus postulandi das partes fica limitado às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não sendo aplicado nos casos de ação rescisória, a ação cautelar, o
mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
DICA 157
OFICIAL DE JUSTIÇA
Quem é o oficial de justiça? O Oficial de Justiça é o funcionário público que executa
mandados expedidos pelos juízes, como atividades de apoio de natureza processual por
determinação judicial e, ainda cumpre as determinações do juiz da Comarca/Vara a qual
pertence.
Art. 721 da CLT. Incumbe aos Oficiais de Justiça e Oficiais de Justiça Avaliadores da
Justiça do Trabalho a realização dos atos decorrentes da execução dos julgados das Juntas
de Conciliação e Julgamento e dos Tribunais Regionais do Trabalho, que lhes forem
cometidos pelos respectivos Presidentes.
E mais: o prazo em casos de Mandado de Citação, Penhora e Avaliação será de, no
máximo, 19 dias, sendo 9 dias para citação e 10 dias para avaliação e penhora, conforme
trazido no artigo 888 da CLT.
Ponto importante: em cada Vara do Trabalho atuará um oficial de justiça avaliador,
exceto quando há, nos Tribunais do Trabalho, um órgão específico, destinado à
distribuição de mandados judiciais.
Período Covid-19: durante a pandemia da Covid-19, o cumprimento de mandados por
meio virtual, se tornou cada vez mais frequente, visto a realidade do covid-19, e mais:
Oficiais de Justiça são incluídos em grupo preferencial para vacinação.
CURIOSIDADE: O dia do Oficial de justiça é comemorado no dia 25 de março.
DICA 158
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O benefício da justiça gratuita está previsto no art. 790, §§ 3° e 4°, da CLT. Observe:
"Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal
Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às
instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. ( ... )
§ -3° É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de
qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a trasladas e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou

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inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
§ 4° O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo."
Dica de ouro: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, mesmo que seja beneficiária da justiça
gratuita.

Este benefício vale tanto para pessoas jurídicas quanto físicas? Sim.
DICA 159
IMPUGNANDO O PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Uma vez deferido o pedido da justiça gratuita, a parte contrária pode fornecer a
impugnação na contestação (se a justiça gratuita for requerida na petição inicial), na
réplica (se a justiça gratuita for requerida na contestação), nas contrarrazões (se a justiça
gratuita for requerida no recurso) e no prazo de 15 dias (se a justiça gratuita for
requerida em petição avulsa). A impugnação será feita nos próprios autos, sem que haja a
suspensão do processo em si.

A propósito, caso a prova te pergunte a seguinte indagação:


O juiz indeferiu, no dia 20/04/21 a justiça gratuita de cliente XYW com base no argumento
de que ele apresentou apenas uma declaração de hipossuficiência econômica firmada pelo
XYW. Com base em entendimento atual do TST, o juiz agiu de forma certa ou errada?
E aí? Você falaria o que?

A atitude do juiz foi errônea. Veja o que uma súmula do TST diz:

Súmula 463 do TST

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação


Jurisprudencial nº 304 da SBDI-I, com alterações decorrentes do CPC de 2015)
I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à
pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela
parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos
para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a
demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.

DICA 160
EXCEÇÕES À JUSTIÇA GRATUITA
O beneficiário da Justiça Gratuita tem suas prerrogativas. Mas há situações que a justiça
gratuita não tem alcance. As multas processuais são um exemplo clássico deste não
alcance, o que pode ser visto no art. 98, § 4° do CPC. E atente-se para uma questão
importante: Na Justiça gratuita, o beneficiário tem o direito de precisar adiantar as
despesas, todavia se no final o beneficiário for vencido será responsável por elas. Logo,
não pense na justiça gratuita como uma isenção total.

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Importante: a simples declaração é válida como prova para concessão de justiça gratuita,
segundo entendimento do TST.
DICA 161
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL AO DIREITO
PROCESSUAL DO TRABALHO
Você já deve ter ouvido falar que o CPC pode ser aplicado, de forma subsidiária, ao direito
processual do trabalho.

Vejamos o que a CLT diz:


Art. 769 da CLT. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do
direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas
deste Título.
Ok, mas quais são os requisitos para se aplicar o CPC em processos trabalhistas?

Omissão (lacuna, anomia) da CLT;

Compatibilidade principiológica.
DICA 162
PRINCÍPIO DA DESPERSONIFICAÇÃO DO EMPREGADOR
A despersonificação do empregador, ou desconsideração da personalidade jurídica do
empregador, constitui, a rigor, princípio do direito material trabalhista (CLT, arts. 2º, 10 e
448). Além disso, o princípio da desconsideração da personalidade jurídica é encontrado
em outros ramos, como por exemplo o direito civil.
O princípio da desconsideração da personalidade jurídica do empregador tem sido
bastante utilizado no direito processual do trabalho, principalmente em sede de execução
trabalhista.
E qual o prazo para ele se manifestar? O prazo para manifestação é 15 dias.
Há suspensão do processo em caso de incidente de desconsideração da personalidade
jurídica? Sim. A instauração do incidente suspenderá o processo, todavia sem que haja
prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301
do CPC (art. 855-A, §2°, da CLT e art. 6°, § 2°, da IN n° 39/2016 do TST).
DICA 163
PRINCÍPIO DO PROTECIONISMO PROCESSUAL
Basicamente, é um princípio muito típico do direito processual do trabalho, que traz uma
espécie de protecionismo temperado, mitigado ou relativizado ao trabalhador. Como uma
forma de exemplificar este protecionismo, é a proteção que o Código de Defesa do
Consumidor traz ao consumidor, pois este é vulnerável, do ponto de vista técnico.

“Ok, mas eu gostaria de um exemplo da aplicação deste princípio.” Certo,


vamos observar alguns exemplos:

Possibilidade de reclamação trabalhista verbal (art. 840 da CLT);

Exigência de depósito recursal somente ao empregador no caso de interposição de


recurso (art. 899 da CLT).

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DICA 164
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO MISERO OU PRO OPERARIO
O princípio in dubio pro misero consiste na possibilidade de o juiz, em caso de dúvida
razoável, interpretar a prova em benefício do empregado, geralmente autor da ação
trabalhista. Em outras palavras: Este princípio visa, quando houver duas interpretações no
mesmo caso, dar a melhor interpretação para o empregado.
Mas cuidado: o princípio in dubio pro operário não autoriza a conclusão de que na Justiça
do Trabalho o empregado preferencialmente sai ganhando.
DICA 165
PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Um dos principais princípios ligados à audiência, sendo assim de suma importância. O
princípio pode ser visto no artigo 847 da CLT, por exemplo. Mas atenção: Este princípio
encontra-se em variados momentos processuais.

Vejamos a seguir:

Defesa do reclamado- verbal-


PRINCÍPIO DA ORALIDADE Deve ser apresentada em
audiência, em até 20 minutos

Razões finais- verbal- até 10


PRINCÍPIO DA ORALIDADE
minutos para cada parte

Petição inicial- verbal-


PRINCÍPIO DA ORALIDADE distribuição e posterior
redução a termo

DICA 166
PARTES E PROCURADORES
No Processo do Trabalho o autor é denominado de reclamante e o réu, reclamado. É
importante que você se acostume com estas nomenclaturas. E mais: No Processo do
Trabalho, é necessário haver a capacidade das partes. Esta capacidade ocorre aos 18 anos
(art. 792 da CLT), e quando a parte não tem esta idade, tem que estar em juízo com a
assistência ou representação.

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O reclamado poderá enviar para representá-lo pelo gerente ou preposto. Nós já falamos
sobre o preposto em uma dica anterior. Ah, é importante que você saiba que advogado
não pode, no mesmo processo, ser patrono e preposto do empregador ou cliente.
Lembrando: o art. 7°, XXXIII da CF/88 veda o trabalho noturno, perigoso e
insalubre aos menores de 18 anos e de qualquer trabalho aos menores de 16 anos,
exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
DICA 167
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Os honorários serão devidos ao advogado, mesmo que atue em causa própria, por ter
representado o processo a parte vencedora. Tenha cuidado com um ponto: Com a
Reforma Trabalhista, os chamados honorários sucumbenciais não são devidos somente
aos sindicatos, mas também aos advogados particulares.
Informação importante: o Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento, por
intermédio da Súmula 512, de que NÃO há cabimento da condenação em honorários
advocatícios na ação de mandado de segurança.

Há 3 tipos de honorários:

contratuais,

assistenciais (nos casos em que o reclamante é assistido pelo sindicato de sua


categoria); e

sucumbenciais.

Ao fixar os honorários, o juízo deverá observar:

o grau de zelo do profissional;

o lugar de prestação do serviço;

a natureza e a importância da causa; e

o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço (art. 791, §
2°, CLT).
DICA 168
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

A litigância de má fé ocorre quando a pessoa simplesmente age em desconformidade


com a honestidade e lealdade diante do poder judiciário. Vejamos o que diz a CLT:

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
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VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Certo, mas o que ocorre quando a parte é condenada pela litigância de má fé?
Este será condenado, de ofício ou a requerimento, a:

pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da
causa;

indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu;

arcar com os honorários advocatícios e

pagar todas as despesas que a parte contrária efetuou (art. 793-C, CLT).
Importante que você saiba que os honorários vão ser fixados entre o mínimo de 5% e o
máximo de 15%, conforme normatizado no art. 791-A, da CLT, estes sendo calculados
sobre o valor da multa.
DICA 169
AÇÃO MONITÓRIA
A ação monitória é uma petição inicial, que é um tipo de atalho, visando que a pessoa
possa receber um crédito ou bem de forma mais célere, necessitando este de uma prova
escrita, como uma nota promissória. A ação monitória tem sua previsão no CPC, dos arts.
700 ao 702. Ao ajuizar esta ação, caso o juiz concorde e veja que está tudo ok, ele
poderá conceder um mandado monitório, mesmo sem a citação do réu. Caso réu discorde,
ele poderá apresentar embargos monitórios.
Em outras palavras, quando tivermos no enunciado a informação de que é o primeiro ato
do processo, o cliente em questão sendo um empregado e a existência de um documento
que mostrar a ausência de adimplemento, sendo que este documento não é um título
executivo, estaremos diante de uma ação monitória.
DICA 170
MANDADO DE SEGURANÇA
Remédio constitucional (assim como o habeas data e habeas corpus), o mandado de
segurança tem sua previsão legal no art. 5º, LXIX e LXX, da CF/88 e Lei n. 12.016/2009,
devendo haver direito líquido e certo. Lembrando que este remédio tem um prazo
decadencial de 120 dias, a partir do momento da ciência do ato coator, como traz o art.
23 da Lei 12.016/2009:
O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e
vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
E mais: No caso de decisões interlocutórias, já que não há a possibilidade de interpor
recurso algum, cabe a impetração de mandado de segurança. Também cabe a impetração
do MS em casos de decisão de antecipação dos honorários periciais.
Cabe recurso ordinário para o TST em caso acórdão proferido pelo TRT julgando o mérito
do mandado de segurança? Sim, quem traz esta disposição é a Súmula 201 do TST.

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Veja como a FCC já cobrou isto:

QUESTÃO FCC, 2011.


Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança
a) caberá recurso ordinário, no prazo de oito dias, para uma das Turmas do Tribunal
Regional do Trabalho prolator da decisão.
b) não caberá recurso, por expressa vedação legal, tratando- se de hipótese de
ação rescisória, desde que preenchido os requisitos.
c) caberá recurso ordinário, no prazo de oito dias, para o pleno do Tribunal Regional
do Trabalho prolator da decisão.
d) caberá recurso de revista, no prazo de quinze dias, para o Tribunal Superior do
Trabalho.
e) caberá recurso ordinário, no prazo de oito dias, para o Tribunal Superior do
Trabalho.
Gabarito: Alternativa E.
Comentário: Compete ao TST, o julgamento de MS:
a) contra atos praticados pelo Presidente do Tribunal ou por qualquer dos Ministros do
TST;
b) contra atos de qualquer dos seus órgãos (ou membros).
Recurso: Súmula 201 do TST- Decisão do Tribunal Regional do Trabalho em Mandado
de Segurança cabe RO em 8 dias para o TST.

DICA 171
CUSTAS PROCESSUAIS

Lembrando sempre que a responsabilidade pelo pagamento das custas é da parte


vencida no processo, conforme o art. 789, § 1º, da CLT normatiza. E mais: se o
reclamante ganhar pelo menos um pedido: a RECLAMADA É VENCIDA. Sabendo disto,
na fase de conhecimento, as custas são sempre no percentual de 2%, havendo uma
variação apenas da base de cálculo:

sobre o valor do acordo ou da condenação;

sobre o valor da causa, se houver extinção do processo sem resolução de mérito ou se


a ação foi improcedente, bem como nas ações declaratórias ou constitutivas;

sobre o que o juiz fixar, caso o valor seja indeterminado.

Lembrando que há certos entes que são isentos destas custas, que são:

a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as suas respectivas autarquias e


fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade
econômica, conforme afirma o art. 790-A da CLT;

entidades filantrópicas ou empresa em recuperação judicial


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o Ministério Público do Trabalho, como afirma o art. 790-A da CLT;

a Caixa Econômica Federal, nos processos referentes ao FGTS


Também há isenção em casos em que o recorrente for o empregado e ao mesmo tempo
lhe tenha sido deferida a justiça gratuita, sendo, portanto, o recurso interposto
gratuitamente. E mais: caso o recorrente seja uma entidade sem fins lucrativos,
empregador doméstico, microempreendedor individual, microempresas e empresas de
pequeno porte, o depósito recursal deverá ser reduzido à metade (50%).
DICA 172
O MPT ENQUANTO MEDIADOR E ÁRBITRO NOS CONFLITOS TRABALHISTAS
A CF/88 adotou o princípio da negociação coletiva, que recomenda o entendimento direto
entre as partes para a solução de controvérsias. No art. 114, §§ 1º e 2º, elegeu a
negociação coletiva e a arbitragem enquanto meios de solução dos conflitos trabalhistas.

A chamada negociação coletiva plena, como meio de solução de controvérsias e de


acordo com previsão de norma internacional (Convenção n.154 da OIT, ratificada pelo
Brasil em 10-7-1993 e aprovada pelo Decreto Legislativo n. 22, de 12-5-1992), exige o
instituto da Mediação. Os disciplinamentos para Mediação são encontrados nas seguintes
normas:

Instrução Normativa n. 4/1993 do TST (revogada pela Resolução n. 116/2006 daquela


Corte);

Portaria n. 817/1995, do Ministério do Trabalho e Emprego, que estabelece critérios


para a participação do mediador nos conflitos de negociação coletiva;

Portaria n. 818/1995, que prevê o credenciamento do mediador perante as Delegacias


Regionais do Trabalho;

Decreto n. 1.572/1995, que regulamenta a mediação coletiva.


DICA 173
SUJEITOS DO PROCESSO - PARTES

Quem são os sujeitos do processo? Vejamos:

as partes (autor e réu): a parte (tanto autor quanto réu) são parciais, já que tem
interesse jurídico na questão; logo, as partes são sujeitos do processo e sujeitos da lide.
Os terceiros intervenientes também são sujeitos do processo e da lide.

o magistrado: é o sujeito do processo cujo papel é compor o conflito com


imparcialidade e justiça, fazendo atuar o ordenamento jurídico. O juiz é um sujeito
desinteressado do processo, logo, ele não é sujeito da lide.
Há também os que não têm qualquer interesse jurídico na questão, como por exemplo o
distribuidor, secretário de audiência, oficial de justiça), peritos, licitantes e outros.
DICA 174
TESTEMUNHAS

Testemunhas são importantes para o andamento processual, em todas as áreas. Na


trabalhista, não é diferente. Mas o número varia de acordo com a situação:

Rito Ordinário: 03 testemunhas


Todos os direitos reservados. Proibida cópia, plágio ou comercialização.
Rito Sumário (até 2 salários-mínimos): 03 testemunhas

Rito Sumaríssimo: 02 testemunhas

Inquérito para apuração de falta grave: 06 testemunhas


E mais: Uma questão muito recorrente em provas diz respeito à possível suspeição da
testemunha o fato de ter litigado contra o mesmo empregador. Essa testemunha neste
caso é suspeita? A resposta é NÃO.

SÚMULA 357 DO TST:

Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado
contra o mesmo empregador.

DICA 175
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
Em regra, será fixada com base no local da prestação de serviços, ainda que o
empregado tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Veja o disposto a seguir:
Art. 651 da CLT. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada
pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da
Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja
subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado
tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo,
estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o
empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar
do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.”

Mas como em muitas situações jurídicas, há exceções: a primeira é o agente ou


viajante comercial, onde a competência será da Vara do Trabalho do lugar em que a
empresa tenha agência ou filial e a esta esteja o empregado subordinado. Havendo
ausência desta vara no lugar em que falamos, vai ser competente a Vara do lugar onde o
empregado tenha seu domicílio ou no lugar no próximo.
Já no caso do empregado brasileiro que trabalha no exterior a competência será da
Justiça Brasileira, salvo haja convenção internacional dispondo em contrário. A ação
deverá ser ajuizada no local da celebração do contrato ou da prestação de serviços
(quando houve prestação de serviços no Brasil e posterior transferência).
E por fim, no caso do empregador que faz atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, a competência será do lugar onde for celebrado o contrato ou no da prestação
dos respectivos serviços.

ATUALIDADE IMPORTANTE: de quem é competência para julgar ação de


trabalhador contratado por meio de site de empregos? O TST decidiu recentemente
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que, em caso julgado, onde o empregador foi selecionado em Brasília (DF) e assinou
contrato em Recife para trabalhar em Santa Cruz (RN), a competência é da Vara do
Trabalho de Brasília, ou seja, do local onde ele foi solucionado.

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