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1.1 Conceito
1.2 Objeto
1.3 Classificações
a) Quanto ao conteúdo
Material são as normas fundantes (basilares) que fazem parte do “núcleo ideológico”
constitutivo do Estado e da sociedade – organização e estruturação do Estado e Direitos
e Garantias Fundamentais.
1
Flexível não requer procedimentos especiais para a sua modificação. Pode ser
modificada por procedimentos comuns, os mesmos que produzem e modificam as
normas ordinárias. Ex.: Constituição inglesa.
Semirrígida contém, no seu corpo, uma parte rígida e outra flexível. Ex.: Constituição de
1824.
Fixa/silenciosa só podem ser modificadas pelo mesmo poder que a criou – Poder
constituinte originário. São chamadas silenciosas por não preverem procedimentos
especiais para a sua modificação. Ex.: Constituição de 1876.
c) Quanto à forma
e) Quanto à origem
Outorgada o povo não participa de seu processo de feitura, nem mesmo de forma
indireta. Autoritária e ditatorial. Exs.: Constituições de 1824, 1937 e 1967.
f) Quanto à extensão
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apenas as matérias constitucionais típicas. Ex.: Constituição norte-americana de 1787 ainda em
vigor.
Formal
Rígida
CF/88 Escrita
Analítica
Dogmática
Promulgada
A Constituição é uma lei e como tal deve ser interpretada. Destarte, os cânones
tradicionais de interpretação (lógico-gramatical, sistemático, histórico, teleológico etc.)
deveriam ser suficientes. O intérprete deve desvendar o sentido que o texto encerra, sem
ir além ou contra seu teor literal. Crítica: a hermenêutica clássica se mostra insuficiente
para resolver os problemas apresentados por uma ciência jurídica consciente do giro
linguístico1.
1
Não há um método neutro e a-histórico que ache ou descubra o fim da lei ou mesmo seu bem comum,
até porque o método, assim como a norma, não se autoaplicam. Necessitam do intérprete (aplicador) para
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b) Método tópico-problemático
c) Método hermenêutico-concretizador
Tanto a Constituição quanto o Estado são vistos como fenômenos culturais ligados a
valores, que funcionam como elementos integradores supremos da comunidade. O
recurso à ordem de valores obriga o intérprete a assumir o sentimento e a realidade
dessa comunidade e a compartilhar do mesmo sistema de valores que ela. Crítica: risco
de reduzir o indivíduo à condição de mera peça, desprovida de qualquer diferença
significativa ou de relevo diante de uma imensa estrutura de engrenagens sociais.
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Entendimento da Constituição como uma norma jurídica que confere
fundamento de validade para todo o ordenamento.
Existência de pelo menos um órgão dotado de competência para a realização da
atividade de controle.
Sanção para a conduta realizada em desconformidade à Constituição.
Espécies de Inconstitucionalidade
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incompatíveis. Obs.: para o STF não se trata de inconstitucionalidade, mas de
revogação – “não recepção”2.
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Preventivo: realiza-se antes do aperfeiçoamento do ato normativo = durante o
processo legislativo.
Repressivo: realizado quando já existe lei ou ato normativo. Somente se admite
a instauração do processo de controle após a promulgação da lei ou mesmo de
sua entrada em vigor.
Exceções:
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ADI genérica
ADI interventiva
ADPF
ADC
8
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal
sobre a questão.
NOTA: é possível controle difuso via Ação Civil Pública. Porém a ACP não pode ser
sucedâneo (visar a substituir) a ADI. O pedido da ACP não pode ser a declaração de
inconstitucionalidade de lei, pois a questão central da ACP deve ser a nulidade ou não
do ato concreto. Portanto, a inconstitucionalidade desse ato só pode ser discutida
incidentalmente. O efeito da decisão será inter partes.
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Atos estatais de conteúdo derrogatório
Decretos autônomos
Resoluções do TSE
Tratados internacionais e convenções internacionais
Etc.
Legitimados: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara
dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V -
o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso
Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. ►rol taxativo
PR, PGR
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inconstitucionalidade por arrastamento: quando o STF declara a inconstitucionalidade
de uma norma objeto do pedido, mas também declara a inconstitucionalidade de outras
normas que não foram objeto do pedido em virtude de conexão, correlação ou
interdependência entre as mesmas.
Admitida a ADI ela será encaminhada à autoridade que produziu o ato – 30 dias
para se manifestar
Posteriormente a ADI será encaminhada ao PGR (custus legis) – terá 15 dias para
se manifestar emitindo parecer pela constitucionalidade ou não da lei.
NOTAS:
Intervenção de terceiros
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Recurso, salvo embargos de declaração
Ação Rescisória
A ADI produz efeitos no plano normativo abstrato. Ela não possui o condão de
modificar situações concretas. Ela cria condições para que o interessado pleiteie na
via judicial ou administrativa própria a modificação de sua situação concreta.
Medida cautelar em ADI→ efeitos serão em regra ex nunc e erga omnes. A cautelar é
concedida pelo pleno e com quórum de maioria absoluta. O relator deverá ouvir a
autoridade da qual emanou a lei no prazo de cinco dias e, se entender necessário, ouvir a
AGU e o PGR em um prazo comum de 3 dias.
Objeto→ leis ou atos normativos federais. ►Quando não for caso de ADI não vai ser
caso de ADC.
PR, PGR
NOTAS:
Existe a possibilidade de Medida Cautelar (efeito ex nunc e erga omnes). Prazo de 180
dias para o efeito da medida cautelar.
STF: não cabe ADI por omissão se a omissão for de ato concreto.
4
Deve ser consignado na exordial que órgãos do Poder Judiciário têm declarado a lei ora constitucional,
ora inconstitucional. A controvérsia não pode ser doutrinária.
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ADI por omissão TOTAL→ quando há falta de lei ou ato normativo para viabilizar
direitos previstos na Constituição.
ADI por omissão PARCIAL→ existe lei, mas a lei é insuficiente para inviabilizar
direitos previstos na Constituição.
ADI por omissão parcial propriamente dita→ existe lei, porém, a lei não
consegue viabilizar de forma adequada/satisfatória os direitos previstos na
Constituição.
ADI por omissão parcial relativa→ existe lei suficiente e adequada para
viabilizar o direito, mas ela não atinge todos que deveria atingir, que se
encontram na mesma situação.
NOTAS:
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ADI por omissão Mandado de Injunção
Legitimados Art. 103, CF/88 Qualquer pessoa física, jurídica ou até
mesmo associações ou coletividade no
MI coletivo
Procedimento Lei da ADI por omissão Lei do Mandado de Segurança
Efeitos Erga omnes Inter partes
Nexo de Não exige interesse de agir dos Exige o interesse de agir do
causalidade legitimados universais, mas apenas impetrante
dos legitimados ativos não
universais
Espécies do Processo objetivo – discussão em Processo subjetivo – in concreto –
processo abstrato (partes, lide, contraditório) com partes, lide e contraditório
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Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a
observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e
regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da
administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde.
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Indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou das
omissões questionados;
O pedido.
NOTAS:
Conceito→ controle concentrado no STF, que visa evitar ou reparar lesão a preceito
fundamental da Constituição em virtude de ato do Poder Público ou de controvérsia
constitucional em relação à lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal,
inclusive os anteriores à Constituição.
Espécies:
Visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental Visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental
da Constituição resultante de ato do Poder Público da Constituição em virtude de controvérsia
constitucional em relação à lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal, inclusive os
anteriores à Constituição.
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Incidental porque se origina de incidentes no controle difuso-concreto
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Objeto
ADPF autônoma→ cabível contra ato do Poder Público ( ato administrativo, normativo ou
judicial).
PEC (pois não se admite controle judicial de cunho preventivo, com exceção do mandado de
segurança).
Requisitos:
Prova da violação
Pedido
NOTAS:
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Não cabe intervenção de terceiros
5. Ações constitucionais
Requisitos
NOTA: não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados
pelos administradores de empresas públicas e SEM’s e de concessionárias de serviço
público.
Ilegalidade = violação no que diz respeito a: norma constitucional, LC, LO, LD,
MP, DL, resoluções, editais de concursos, decretos regulamentares etc.
Abuso de poder = ilegalidade que vai além dos parâmetros e limites permitidos por
lei.
O MS poderá ser tanto repressivo (para cessar com a lesão a direito líquido e certo) quanto
preventivo (para evitar a lesão a direito líquido e certo).
4. Subsidiariedade
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Delegação ≠ Autorização – na primeira o particular desempenha função que seria de atribuição do Poder
Público. Na atividade autorizada tem-se apenas a fiscalização do Poder Público com seu poder de polícia.
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O ato dotado de ilegalidade ou abuso de poder não pode ser amparado por habeas
corpus ou habeas data.
Direito líquido e certo→ direito cuja existência e delimitação são claras e possíveis de
demonstração documental. O que se tem de provar de plano é a situação fática
inequívoca que está ocorrendo e que está invibializando o direito. ► Não há dilação
probatória em MS. ►o direito líquido e certo é condição da ação (interesse de agir) e não questão de
mérito. ►o juiz não pode denegar o mandado de segurança sob o pretexto de tratar-se de matéria jurídica
de grande complexidade.
OBS.:
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Autoridade delegante ou delegada? A legitimidade passiva é da autoridade delegada.
*há exceções em alguns casos de delegação, como ex.: “delegação de assinatura”
Se aplica ao MS o instituto do litisconsórcio. ►Súmula 701 do STF: os MS
impetrados pelo MP contra decisões judiciais em processos penais devem
obrigatoriamente ter como litisconsorte passivo o réu.
Petição inicial: deve indicar a autoridade coatora e a pessoa jurídica que esta
integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.
Prazo resposta: 10 dias.
Participação do MP como custus legis. Prazo de 10 dias.
Decisão deverá, em regra, ser proferida em 30 dias.
Prazo para impetração do MS→ 120 dias a contar do conhecimento oficial do ato a ser
impugnado.
Prazo decadencial = não se interrompe nem se suspende.
Enquanto há a omissão continuada da Administração Pública, não corre o prazo
de decadência para impetração do mandado de segurança.
Finalidades
NOTAS:
Os partidos políticos podem ajuizar MS coletivo para defesa de direitos dos seus
afiliados e da sociedade e em questões que guardem relação com o Estatuto do
partido político.
A entidade de classe tem legitimação para o MS ainda quando a pretensão veiculada
interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
A impetração de MS por entidade de classe em favor de associados independe da
autorização destes.
MS coletivo = legitimidade extraordinária → não é necessário contar na petição
inicial o nome de todos os associados.
Estados não são dotados de legitimidade ativa para propor MS coletivo contra a
União em defesa de supostos interesses da população.
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NOTA: súmulas do STF sobre MS – vide p. 507 do Bernardo F. Gonçalves
Finalidades:
Viabilizar o exercício de direitos previstos na Constituição.
Atacar a inércia do legislador ou a chamada síndrome de inefetividade dos
Poderes Públicos em não regulamentar a Constituição.
Requisitos
Ativa→ pessoa física ou jurídica, coletividade e o MP* (*nos casos que envolvem
direitos difusos e coletivos inviabilizados pela falta de norma regulamentadora ).
Passiva→ órgão ou entidade pública encarregada da viabilização normativa de
direitos previstos na CF/88. ►O Presidente da República pode ser legitimado
passivo.
NOTA: Normas regulamentadoras não são apenas as emanadas pelo Poder Legislativo,
mas também espécies normativas secundárias: decretos, resoluções, regulamentos,
portarias etc.
22
NOTA: é possível o mandado de injunção estadual desde que haja previsão na
respectiva Constituição do Estado.
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para o autor da ação, apenas recomendando ao legislador que supra a mora. Obs.: a
tendência é de relativização desse entendimento.
Cabimento→ O interesse de agir surge com a negativa e com a falta de resposta num
prazo previamente estabelecido. Requisitos:
Recusa ao acesso às informações ou o decurso de mais de 10 dias sem decisão.
Recusa na retificação ou o decurso de mais de 15 dias sem decisão.
Recusa na anotação ou explicação sobre o dado exato ou o decurso de mais de
15 dias sem decisão.
Legitimidade
Ativa: pessoa física (tanto brasileiro quanto estrangeiro), pessoa jurídica, órgãos públicos
despersonalizados.
NOTA: o habeas data tem caráter personalíssimo, portanto, não pode ser impetrado em
favor de terceiros. Obs.: há exceções, por exemplo, nas causas relativas à transmissão
de direitos causa mortis.
Passiva: entidades governamentais (qualquer órgão do Estado, seja ele Executivo – APD ou
API, Legislativo ou Judiciário) e pessoas jurídicas privadas de caráter público.
Procedimento
Decisão→ cabe recurso de apelação; o recurso terá efeito devolutivo, não havendo
como suspender os efeitos da decisão por meio da interposição recursal.
NOTAS:
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Conceito→ ação popular é uma ação constitucional de natureza civil, atribuída a
qualquer cidadão, que visa a invalidar atos ou contratos administrativos que causem
lesão ao patrimônio ou ainda à moralidade administrativa, ao patrimônio histórico e
cultural e ao meio ambiente.
Atos e contratos tidos como nulos e, portanto, passíveis de ação popular→ atos lesivos
ao patrimônio público que contenham vícios de forma, ilegalidade do objeto,
inexistência de motivos, desvio de finalidade ou tenham sido praticados por autoridade
incompetente + rol do art. 4º da Lei 4717/65.
Legitimidade
Procedimento: ORDINÁRIO (e não o especial como nas outras ações constitucionais ). Algumas
especificidades:
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Obs.: 1) Se o autor desistir da ação popular o MP poderá promover o prosseguimento da ação; 2) O MP
terá legitimidade para propor ação rescisória referente ao decidido na ação popular; 3) O MP terá
legitimidade ativa para a execução na Ação Popular – se decorridos 60 dias da publicação da sentença
condenatória, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o representante do MP a
promoverá nos 30 dias seguintes, sob pena de falta grave.
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Se o autor desistir da ação qualquer cidadão ou o MP poderão promover o
prosseguimento da ação.
NOTA: em regra, não há competência originária do STF para processar e julgar ação
popular por foro de função (mesmo que o ato cuja invalidação se pleiteie tenha emanado do
Presidente da República).
NOTA: ação popular é isenta de custas para o legitimado ativo, salvo se comprovada a
má-fé (*hipótese em que será condenado ao décuplo das custas).
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Será competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou
ao Município.
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Repressivo = liberatório→ visa a cessar com a violência ou coação à liberdade de ir
e vir.
Terminologia→ paciente (quem sofre a violência ou coação ilegal) impetrante (quem impetra).
Legitimidade
Ativa→ qualquer pessoa (independente de sua capacidade civil, idade, sexo, ou mesmo
estado mental) em seu favor ou de outrem.
NOTA: o juiz pode conceder o habeas corpus de ofício, mas não pode impetrar o writ
em favor de terceiro na qualidade de juiz.
NOTAS:
10
Ex.: juiz, Tribunal, promotor, delegado etc.
11
Ex.: clínicas psiquiátricas, de tratamento de drogados, internações hospitalares, asilos etc.
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Havendo empate no julgamento do habeas corpus, prevalece a decisão mais
favorável ao paciente.
É vedado o habeas corpus em relação a punições disciplinares. Obs.: essa vedação
atinge o mérito das punições disciplinares. Ela NÃO é absoluta! Essa vedação não
impede o Judiciário de apreciar os pressupostos de legalidade ( poder disciplinar,
hierarquia, excesso de prazo da punição etc. ) e sanar os vícios de legalidade pela via do
habeas corpus.
O habeas corpus pode ser manejado como uma ação que visa a defender não só o
direito de ir e vir, mas também o direito de ficar, ou seja, o direito de não se
locomover.
Súmulas STF:
Nº 694: Não cabe HC contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de
perda de patente ou de função pública.
Nº 695: Não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade.
Monarquia República
Vitaliciedade Temporariedade
Hereditariedade Eletividade
Irresponsabilidade Responsabilidade
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todo o processo decisório estatal, permitindo e sendo poroso à participação da
sociedade.
A democracia hoje não se dá apenas pela possibilidade de escolha dos atores políticos,
mas inclui ainda uma proteção constitucional que afirma: a superioridade da
Constituição; a existência de direitos fundamentais; da legalidade das ações estatais; um
sistema de garantias jurídicas e processuais.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
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1. Soberania
Teorização:
Bodin→ soberano é o monarca que não mais se submete a nenhuma outro poder.
Rousseau→ soberania popular: a vontade popular soberana é ilimitada.
Kelsen→ a soberania é qualidade do poder do Estado, sendo absoluta, já que
nenhuma outra manifestação pode se contrapor à vontade estatal.
2. Cidadania
3. Dignidade Humana
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4. Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa
Cada indivíduo deve poder compreender que com seu trabalho ele está contribuindo
para o progresso da sociedade, recebendo a justa remuneração e condições razoáveis de
trabalho. Nesse sentido, o trabalho é um direito social.
5. Pluralismo Político
6.5 Princípios que fixam os objetivos primordiais a serem perseguidos pela CF/88
6.6 Princípios que traçam diretrizes a serem adotadas nas relações internacionais
Independência nacional
Prevalência dos direitos humanos
Autodeterminação dos povos
Não-intervenção
Igualdade entre os Estados
Defesa da paz
Solução pacífica dos conflitos
Repúdio ao terrorismo e ao racismo
Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
Concessão de asilo político
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7. Da organização do Estado
NOTAS:
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Proibido o direito de secessão Existe o direito de secessão
Tipos de Federalismo
Quanto à origem
Agregação Segregação
O Brasil era um Estado unitário que abriu mão da centralidade do poder para criação de
entes autônomos. A origem centrífuga do federalismo brasileiro nos leva a um
federalismo centralizado, com exacerbadas competências para a União. Portanto, um
federalismo centrípeto quanto à concentração do poder foi desenvolvido no Brasil. A
CF/88 foi delineada à luz de um federalismo cooperativo, no qual os entes têm
competências privativas enumeradas, mas também compartilham competências ( comuns
e concorrentes).
U n iã o P J D P in te rn o
RFB P J D P in te rn a c io n a l
Auto-organização
Autogoverno
Autoadministração
2. Autogoverno
União: Legislativo, Executivo e Judiciário.
Estados: Legislativo, Executivo e Judiciário
Municípios: Poder Legislativo e Executivo.►Judiciário
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DF: Poder Legislativo e Executivo. ►Judiciário. Obs.: O Poder Judiciário será
organizado e mantido pela União.
3. Autoadministração
É o exercício de competências legislativas, administrativas e tributárias pelos
entes.
Objetiva desenvolver o autogoverno e a auto-organização.
NOTAS:
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Requisitos da delegação das competências privativas da União para os Estados: a) FORMAL: a União
só pode delegar para os Estados competência legislativa mediante Lei Complementar; b) MATERIAL: a
União só pode delegar questões específicas das matérias presentes nos incisos; c) IMPLÍCITO: isonomia,
é vedado a criação de preferências entre os entes.
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Os Estados poderão legislar sobre todas as matérias que não lhe sejam vedadas pela Constituição.
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Municípios
NOTAS:
Art. 24, §4º da CF/88→ a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Art. 30, II→ o Município poderá complementar “no que couber” as legislações federais
e estaduais.
“No que couber” = a) matérias que envolvam assuntos de interesse local,
matérias que envolvam o art. 23 ( competências administrativas comuns) e art. 24
(competências legislativas concorrentes).
Bens da União→ art. 20 da CF/88. Obs.: terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
– afetação a uma finalidade pública: proteção dos indígenas. São bens de uso especial.
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os
terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público
e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
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V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como
faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei,
as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros;
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
DF→ ente federativo dotado de autonomia política. ►Exceções à sua autonomia: arts.
21, XIII e XIV e 22, XVII da CF/88. ►NÃO pode ser subdividido em Municípios.
►Terá: governador e vice, 8 Deputados Federais, 24 Deputados Distritais e 3
Senadores.
14
Os últimos três territórios que existiram foram: Amapá, Roraima e Fernando de Noronha. Amapá e
Roraima viraram Estados e Fernando de Noronha foi anexado ao Estado de Pernambuco.
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Criação de novos Estados
Incorporação
(fusão)
Desmembramento
Incorporação
(fusão)
Desmembramento
Requisitos:
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1. LC da União;
2. Apresentação e publicação de estudos de viabilidade para a criação do
Município
3. Plebiscito da população diretamente envolvida
4. Lei estadual
Espécies
c) Ação popular→ ação constitucional que visa a invalidar ato lesivo ao patrimônio
público, ou ainda lesivo à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico-cultural.
Espécies de sufrágio
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Restrito→ não é estendido a todos na medida em que condições discriminatórias são
estabelecidas. Tipos: censitário (envolve condições econômicas) e capacitário (envolve
condições intelectuais).
NOTA: sufrágio igual (voto igual de igual valor para todos) e sufrágio desigual (não há voto igual de
igual valor para todos).
Características do voto:
Personalidade = não é possível votar por procuração
Obrigatoriedade = exceto para os maiores de 16 e menores de 18, maiores de 70 anos e analfabetos.
Liberdade = possibilidade de eleger um candidato ou não (voto em branco ou nulo)
Sigilosidade = voto é secreto
Direto = escolha direta dos representantes que irão exercer o poder em nosso nome
Periodicidade = de tempos em tempos há necessidade do voto pois os mandatos são por tempo
determinado
Igualdade = voto igual com igual valor para todos
Sistemas eleitorais
Direitos políticos positivos→ capacidade eleitoral ativa (direito de votar) e passiva (direito de
ser votado).
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Adotado para eleições parlamentares dos Deputados Federais, Deputados Estaduais e do DF e
vereadores municipais.
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Nacionalidade brasileira (nacional nato ou naturalizado) ou condição de português
equiparado
Estar em pleno exercício dos direitos políticos
Alistamento eleitoral – se não há possibilidade de votar não há a possibilidade de ser votado
Domicílio na circunscrição eleitoral – o eleitor terá que estar alistado no local pelo qual irá se
candidatar.
Filiação partidária – não existe candidatura avulsa no Brasil. Prazo mínimo de filiação = 1 ano antes da
eleição
Idade mínima:
35 anos = Presidente e Vice-Presidente da República e Senador
30 anos = Governador do Estado e do DF
21 anos = Deputado Federal/Estadual/Distrital, Prefeito e Vice-Prefeito e Juiz de
Paz
18 anos = Vereador
NOTA:
a) Inelegibilidade
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NOTA:
Se o PR, governador ou prefeito for concorrer a outro cargo que não o de Chefe do
Poder Executivo, eles terão que desincompatibilizar ( renunciar ao cargo) 6 meses antes
do pleito, pois, do contrário, se tornarão inelegíveis. Para concorrer à reeleição no
mesmo cargo, não é preciso renunciar ao cargo.
Inelegibilidade reflexa: Súmula vinculante nº 18: “a dissolução da sociedade
conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no §7º do art.
14 da CF/88”.
O período que o candidato condenado ficará inelegível após o cumprimento da pena
no que tange aos crimes citados na “Lei da Ficha Limpa” é de 8 anos.
Militar: tem direito de votar e ser votado, mas o militar na ativa não pode ser
(continuamente) filiado a partido político. Contradição foi resolvida pelo TSE da
seguinte forma: o requisito para a elegibilidade referente à filiação partidária para os
militares seria praticado a partir do registro da candidatura. Conclusão: o militar não
necessita estar filiado no prazo comum de 1 ano antes da eleição.
Perda→ privação definitiva (embora haja possibilidade de retorno dos direitos políticos). Hipóteses:
1. Indivíduo que sofre condenação penal (de qualquer tipo, incluindo crimes dolosos, culposos, com
ou sem pena privativa de liberdade e até mesmo contravenção penal ) transitada em julgado. Os
direitos políticos serão suspensos até a extinção da punibilidade18.
2. Incapacidade civil absoluta. Os direitos políticos serão suspensos enquanto durarem
os efeitos da interdição.
3. Improbidade administrativa19
18
Súmula nº 9 do TSE: “a suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada
em julgado cessa com o cumprimento ou extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de
reparação de danos”.
19
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
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NOTA: reflexos da condenação criminal: com os direitos políticos suspensos não há
como sustentar a continuidade do mandato. Portanto, haverá a imediata cassação do
exercício do mandato. ►Exceção: Deputados Federais e Senadores não perdem o
mandato automaticamente pelos reflexos da condenação criminal; a perda do mandato
será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta.
→ *há divergência jurisprudencial a respeito dessa exceção.
São pessoas jurídicas de direito privado, devendo registrar seus estatutos no TSE.
Os Partidos Políticos podem receber recursos PÚBLICOS e PRIVADOS para o
financiamento de campanhas eleitorais.
Recursos privados = doações de pessoas físicas ou jurídicas;
Recursos públicos = derivam do Fundo Partidário.
NOTAS:
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MP na CF/88→ instituição autônoma e independente dos demais Poderes. Fiscal da
lei e do ordenamento jurídico, bem como defensor do Estado e da sociedade.
Defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.
O MP abrange:
MPF
MP do
MP da Trabalho
UNIÃO
MP MP Militar
MP dos
ESTADOS MP do DF e
Territórios
OBS.: O PGJ do DF será nomeado pelo Presidente da República e não pelo Governador
do DF. A destituição será efetivada por deliberação da maioria absoluta do Senado.
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Destituição do PGR ou do PGJ antes do término do mandato→ NÃO haverá mandato
tampão = o novo Procurador-Geral não irá apenas completar o término do mandato
restante, mas terá um novo mandato de 2 anos para cumprir.
Princípios institucionais do MP
Independência
Unidade Indivisibilidade
Funcional
a) Princípio da Unidade→ o MP deve ser observado como uma instituição única; seus
membros integram um só órgão sob a direção de um Procurador-Geral. A divisão
que existe é apenas funcional.
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designações casuísticas e arbitrárias efetuadas pelo Procurador-Geral que iriam
consignar em um verdadeiro promotor de exceção.
Garantias institucionais
Administrativa
Funcional Financeira
Autonomia
Inamovibilidade
Irredutibilidade de
Vitaliciedade Subsídios
Membros ↓
garantias
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c) Irredutibilidade dos Subsídios→ visa a garantir que os membros do MP exerçam
suas funções e atribuições sem serem pressionados por indevidas diminuições
remuneratórias.
NOTA: conflitos de atribuições entre os MPs devem ser decididos pelo STF.
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