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Fundado em 12 de março de 1829

UNIVERSI TERRARUM ORBIS ARCHITECTONIS AD GLORIAM INGENTIS

EXCELSA LOJA DE PERFEIÇÃO “DR. ÁTILLA DE MELLO CHERIFF II”


Subordinada à Primeira Região da Inspetoria Litúrgica do Estado de Santa Catarina

Tema:
Grau 9– Cavaleiro Eleito dos Nove

Ir Clovis David de Lima


Cadastro n° 103007

TVPM Ir Geraldo Lion

Vale de Joinville - SC, 02 de AGOSTO de 2023.


INTRODUÇÃO

Um dos mais importantes graus das Lojas de Perfeição, do ponto vista iniciático, é o
chamado Cavaleiro Eleito dos Nove, correspondente ao grau nove da Escada de Jacob.
É conferido através de adequada iniciação. Nos Mistérios Antigos este grau
correspondia à iniciação nos chamados “ Mistérios Menores”. Mostrava ao iniciado o
real significado do mito de Osíris, o conteúdo metafísico da sua morte e ressurreição
noutro estado do “ser” e a necessidade de todo homem passar por este processo se
quiser se libertar da eterna peregrinação pelo mundo da matéria e pela “terra
intermediária” (Tuat).

Na Maçonaria do Rito Escocês, além da influência egípcia, o rito foi enxertado com
elementos da tradição hebraica, que nele está presente através de vários símbolos e
alegorias emprestado à Cabala.

É possível perceber também várias evocações a tradição hermética, o que certamente


revela a contribuição dos “maçons aceitos”, cultores da Gnose e da Alquimia.

DESENVOLVIMENTO
A lenda do 9º Grau diz que Salomão, uma vez concluídos os ritos para o enterro de
Hiram, quis vingar o assassinato de seu mestre arquiteto pelos Jubelos. Eles se
esconderam em uma caverna após o crime. Um pastor que os viu escondidos os
denunciou ao rei. Salomão reuniu quinze dos Mestres mais antigos e votou entre eles
para selecionar nove para a expedição ao local onde os assassinos estavam escondidos.
Os Mestres, liderados por Johaben, iniciam uma caçada aos criminosos; dois deles,
encurralados diante de um precipício, prefeririam pular para a morte a serem presos. O
terceiro, perseguido por Johaben até a caverna, enfia a adaga em seu próprio peito.
Depois de cortar as cabeças dos três assassinos, os Mestres voltaram a Jerusalém para
convencer o rei de que a missão havia sido cumprida. Satisfeito com o resultado,
Salomão concedeu-lhes o título de Mestres Eleitos.

No ritual, o desenvolvimento da lenda foi adaptado para dar vida ao simbolismo que o
título incorpora. O rei Tyrian está presente nele. O pastor que denuncia os assassinos é
inicialmente confundido com um deles. É Joahben quem mata o assassino com a adaga
e não quem se suicida. Salomão inicialmente não gosta da atitude de Johaben e o leva

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a julgamento, apenas para depois exonerá-lo e parabenizá-lo por seu zelo em sua
missão.

Esse simbolismo foi desenvolvido posteriormente, como informa Jorge Adoun, para
purificar o ritual da ideia de que era uma "medida de vingança", o que não estava de
acordo com os ensinamentos maçônicos. O julgamento de Joabem significava, portanto,
que a vingança era um sentimento que não deveria ser cultivado na Maçonaria. A
vingança pertence a Deus. Um maçom deve fazer justiça e não vingança.

A missão dos Mestres Eleitos deve representar a tarefa do Maçom em sua luta para
identificar e destruir as injustiças e os vícios que assolam a humanidade e "matam" os
Mestres de Hiram (o homem virtuoso) todos os dias. Esta luta é sempre cheia de
vicissitudes e perigos. Os escolhidos devem estar imbuídos de coragem, disciplina e zelo
pela missão que lhes foi confiada.

Todo o ritual do grau evoca uma missão punitiva. Panos pretos, salpicados com lágrimas
prateadas, cobrem o alojamento para lembrar a morte de Hiram. A Loja, neste caso,
representa uma das câmaras do Templo de Salomão, que foi criada como uma câmara
funerária para assistir e pagar o último funeral do Mestre falecido. No altar dos
juramentos, coberto com um pano preto com lágrimas de prata, estão o Pentateuco, os
Estatutos da Loja, os Estatutos da Ordem, duas espadas e uma adaga. O altar dos
juramentos é iluminado por nove luzes, oito das quais formam um octógono. Pelo
menos nove mestres devem estar presentes na cerimônia. Existe apenas um Guardião,
o Segundo, chamado Stolkin.

O Orador, também chamado de "Cavaleiro da Eloqüência", é chamado Zabud; um


hospitaleiro chamado Ahishar, um secretário chamado Zadcco, um tesoureiro chamado
Joabert. Todos esses nomes não são encontrados nos registros históricos dos israelitas,
nem nas crônicas bíblicas, pois são composições cabalísticas.

Uma bandeira preta com um braço no meio segurando uma adaga, acima da qual estão
as iniciais V∴ A∴ M∴ (Vincere Aut Mori) e acima as iniciais A∴ U∴ T∴ O∴ S∴ A∴ G (Ad

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Universal Terrarum Orbis Summim Architecti Gloriam) é símbolo de grau. O avental, de
pêlo branco, orlado a vermelho e preto, tem um braço que segura um punhal, e em
quadrado uma caveira com duas tíbias cruzadas, rodeadas de lágrimas de prata.

CONCLUSÃO

As obras do Templo estão abandonadas”, diz o 2º Vigilante, “porque os


assassinos de Hiram estão vivos e devem morrer”. Pois um homem não pode assumir a
missão de construir "templos de virtude e masmorras de vício", que é o lema da
Maçonaria, enquanto seus "próprios vícios", aqueles que o matam diariamente, ainda
estão vivos. Na tradição cabalística, o anjo rebelde Samael, com ciúmes do Criador,
seduziu Eva e seu criado Caim, iniciando assim uma raça de pessoas más na Terra. Essa
linha, porém, deu origem à ciência, pois dela surgiram os conhecimentos da metalurgia,
da arquitetura, do desenvolvimento da linguagem. Foram esses homens, descendentes de
Caim, que cultivaram a matéria e nela aprisionaram o espírito humano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RITO ESCOCES ANTIGO E ACEITO LOJA DE PERFEIÇÃO
(GRAUS DE 1 AO 33) 2 edição

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Ir Clovis David de Lima

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