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Clínica Integrada II – Farmacologia Ana Luísa Cabral – 6º Semestre 1

SEMANA INTRODUTÓRIA 2 – SNA


Pergunta – Sérgio:
 Resumindo o gráfico, se nós administramos doses do fármaco a
cada meia-vida, a concentração máxima e mínima dele vai
variando até chegar à concentração de Steady State, isso porque
o valor da concentração da meia-vida, nesse momento, vai ser
igual a 1ª dose administrada, que se somando a uma nova dose e
dividida por 2 (meia-vida) vai sempre chegar Àquele valor, sem
variar a concentração máxima e mínima.

Receptores:
 A maioria dos receptores pré-sinápticos são do tipo acoplados a
proteína G, controlando os canais de Ca²+ e K+
 A liberação de transmissores é inibida quando a abertura dos
canais de cálcio é inibida, ou quando a abertura dos canais de
potássio é aumentada.
 Também ocorre uma regulação pré-sináptica por receptores
Sistema Nervoso Autônomo: ionotrópicos, ou seja, ligados aos canais iônicos.
Introdução: Modulação pós-sináptica:
 O SNA regula funções de controle inconsciente.  O efeito excitatório lento produzido por vários mediadores,
 Formado por nervos, gânglios e plexos. como ACh e peptídios como a substância P, resulta
 Os nervos eferentes do SNA suprem todas as estruturas principalmente de uma diminuição da permeabilidade ao K+.
inervadas do organismo, exceto o mm. esquelético.  O neuropeptídio Y (NPY), liberado como cotransmissor
 Ele é dividido em simpático, parassimpático e entérico juntamente com a norepinefrina em muitas terminações nervosas
(intrínseco do TGI, mas está intimamente interconectado com o simpáticas, aumenta o efeito vasoconstritor da norepinefrina,
simpático e parassimpático). facilitando a transmissão.
 Temos os neurônios pré e pós-ganglionares.
 No simpático, a sinapse entre o pré e pós ocorre em gânglios
autônomos da cadeia simpática paravertebral. Sendo que o pré
se localiza no corno lateral medular toracolombar.
 No parassimpático, a sinapses ocorrem, principalmente, nos
órgãos-alvo. Só existem gânglios parassimpáticos isolados na
cabeça e no pescoço. Sendo que os pré se localizam na região
cervicossacral.
 O parassimpático possui conexões com o III, VII, IC e X par
craniano.
 No entérico, os corpos neuronais estão dispostos nos plexos
intramurais da parede intestinal.
Transmissores no SNA:
 Os principais neurotransmissores do SNA são a norepinefrina
(NE) e a acetilcolina (ACh).

Término da ação dos transmissores:


 Nas sinapses colinérgicas, a ACh liberada é rapidamente
 Fibras autonômicas que deixam o SNA: ACh para receptores inativada na fenda sináptica pela acetilcolinesterase.
nicotínicos.  Na maioria dos outros casos, a ação do transmissor é finalizada
 Fibras pós do parassimpático: ACh para receptores pela sua captura ativa realizada pelo neurônio pré-sináptico ou
muscarínicos. por células de suporte, como a glia.
 Fibras pós do simpático: Norepinefrina para receptores a ou B-  Essa captura depende de proteínas transportadores especificas de
adrenérgicos. cada transmissor. A principal delas é a classe de Na+ - Cl- que
 Exceção do simpático: Nas glândulas sudoríparas, há liberação gera influxo de Na+ a favor do gradiente, gerando energia para o
de ACh para receptores muscarínicos. influxo do transmissor contra o gradiente.
Princípios gerais da transmissão química:  Esses transportadores são alvos importantes para fármacos
Modulação pré-sináptica: psicoativos (ex: antidepressivos), ansiolíticos e estimulantes.
Interações heterotrópicas: Hipersensibilidade por desenervação:
 Quando um neurotransmissor afeta a liberação do outro.  Quando um nervo é cortado e ocorre degeneração dos seus
 Ex: No coração, a norepinefrina inibe a liberação de ACh e vice- terminais, as estruturas supridas por ele ficam hipersensíveis à
versa. substância transmissora liberada pelos terminais.
Interações homotrópicas:  Pode ocorrer hipersensibilidade menos acentuada quando a
 Quando um transmissor se liga ao autorreceptor pré-sináptico, transmissão é interrompida por outros processos além da secção
afetando as terminações nervosas de onde está sendo liberado. de nervo – Importante fato para explicar o efeito rebote quando
 Assim, gera um feedback negativo (autoinibitória) que atua bem fármacos que prejudicam a transmissão sináptica são
nas terminações noradrenérgicas. administrados durante algum tempo e posteriormente
descontinuados.
Etapas da transmissão neuroquímica e locais de ação dos fármacos:
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1. Captação de precursores.
2. Síntese do transmissor.
3. Captação/transporte do transmissor para vesículas.
4. Degradação do transmissor excedente.
5. Despolarização por potencial de ação propagado.
6. Influxo de Ca²+ em resposta à despolarização.
7. Liberação do transmissor por exocitose.
8. Difusão até a membrana pós-sináptica.
9. Interação com receptores pós-sinápticos.
10. Inativação do transmissor.
11. Captura do transmissor ou dos produtos de degradação por
terminações nervosas.
12. Captação e liberação do transmissor por células não neuronais.
13. Interação com receptores pré-sinápticos.

 Todas as etapas, com exceção da difusão dos transmissores,


podem ser influenciadas por fármacos.

Farmacologia do SNA:
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Características gerais:  Sendo que as 3 primeiras etapas ocorrem no citosol.


Simpático:  A etapa de transformação em noradrenalina ocorre na vesícula
 Localização toracolombar. de transporte intracelular.
 Fibra pré-ganglionar curta que utiliza Ach em um receptor  A dopamina entra na vesícula por meio da VMAT.
nicotínico.  A NE não é metabolizada na fenda sináptica como a Ach, ela
 Fibra pós-ganglionar longa que utiliza NE em um receptor tem que ser recapturada.
adrenérgico (α ou β).  Essa recaptura pode ser pré-ganglionar, em que ela é
Parassimpático: metabolizada no interior da célula que a liberou por meio da
 Localização craniossacral. MAO.
 Fibra pré-ganglionar longa que utiliza Ach em um receptor  Ou pode ser do tipo pós-ganglionar, nos tecidos adjacentes, por
nicotínico. meio da COMT.
 Fibra pós-ganglionar curta que utiliza Ach em um receptor Receptores:
muscarínico (M1 a M5).  α1:
Receptores da Acetilcolina:  ç
Muscarínicos (metabotrópicos):  α2:
M1, M2 e M3:  ç
 São do tipo excitatórios e seu mecanismo de ação ocorre da  1,
seguinte forma:
 A Ach se liga a proteína Gq Ativação da fosfolipase C
Quebra o PIP2 em ↑IP3 + ↑DAG
 A IP3 gera a abertura dos canais de Ca² + do retículo
endoplasmático.
 A DAG ativa a fosfolipase C.
 Com isso temos a despolarização da membrana e a fosforilação
de enzimas.

M2 e M4:
 São do tipo inibitórios e seu mecanismo de ação ocorre da
seguinte forma:
 A Ach se liga a proteína GI Inibe adenilato ciclase ↓ AMPc
 Não ativa PKA.
 Sem a ativação da PKA, não ocorre a abertura dos canais de
Na+ e fechamento dos canais de K+ responsáveis pela
despolarização da membrana.

Nicotínicos:
 São canais iônicos, ou seja, seu mecanismo de ação não envolve
grandes cascatas intracelulares.
 Tanto os Nm quanto os Nn agem da seguinte forma:
 Ach Abre canais de Na+/K+ Despolarização da membrana.

 A metabolização da Ach ocorre de maneira enzimática na fenda


sináptica, por meio da acetilcolinesterase ou da
butirilcolinesterase.
Receptores da noradrenalina:
Considerações gerais:
 A NE é produzida da seguinte forma: Tirosina DOPA
Dopamina Noradrenalina Adrenalina.

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